Azaredo não

Tô com a cabeça muito a milhão em outras piras pra conseguir sentar e escrever, então repico aqui o post do sapo sobre o projeto do senador Azeredo sobre "cibercrimes":

Todo mundo já sabe que o projeto de lei é ruim (vago, inconsistente e exagerado) e que seus defensores sabotam a crítica adequada do texto na mídia. Já sabemos que os deputados e senadores são ignorantes em tema de internet, e que o argumento-fachada do combate à pedofilia e estelionato os cega convenientemente, assim como ao público preguiçoso, que continua a discutir lei no Brasil pelo que é anunciado e não pelo que está escrito de fato.

Já sabemos que a cultura de mobilização política na internet brasileira está a anos-luz da maturidade, e já sabemos que comemos mosca: tivemos ANOS para desqualificar seriamente este projeto de lei no governo. O que estamos fazendo agora, não se engane, é um ato desesperado para impedir que os mesmos barões de sempre ponham cabresto neste lindo mundo novo que aprendemos a alimentar diariamente com posts e compartilhamentos.

É hora de agir de verdade, entendendo o jogo político brasileiro de acordo com suas regras reais e contra-atacando corretamente: a Câmara, o Senado e todos esses templos do oportunismo político funcionam por alianças estratégicas. O que o senador Eduardo Azeredo fez foi costurar alianças na surdina, durante a nossa desmobilização, e entender qual a argumentação correta para evitar a crítica no governo e na mídia. Precisamos destruir essa trança em menos de duas semanas. Quem pode nos ajudar? Eduardo Suplicy? Fernando Gabeira? Quem você indicaria? Quem precisamos procurar e elucidar?

Temos especialistas fornecendo análises detalhadas e cuidadosas de cada trecho do texto, projetando possíveis interpretações e exemplos práticos de uso nefasto dessa lei (cito quatro: FGV, IDG Now, Ariel Foina e Lu Monte) - já há material suficiente para criarmos banners, cartazes e vídeos. Que tal colocar todo mundo de nossas famílias a par do que está acontecendo? Que tal um protesto geral na Avenida Paulista ou na Esplanada dos Ministérios? Que tal mostrar o que pouca gente disse - que a lei pode ser usada CONTRA A IMPRENSA em contextos não-digitais? A hora é agora e todos nós precisamos levantar a bunda da poltrona e PROTESTAR diretamente aos deputados. Precisamos VETAR pelo menos os artigos artigos 285-A, 285-B, 163-A, parágrafo primeiro, Art. 6º, inciso VII, Artigo 22, III.

Além de assinar e divulgar a petição online, aí vão algumas sugestões mais concretas:

1) Ligue para o 0800 do Disque-Câmara - ESPALHE O NÚMERO: 0800-619619 - funciona de segunda a sexta-feira, das 8h às 20h (mais informações aqui).
2) Ligue para o gabinete de algum deputado e denuncie o quanto o texto é vago e perigoso (veja aqui LISTA COMPLETA DE DEPUTADOS FEDERAIS, organizados por estado, com email e telefone para contato).
3) Escreva para a Câmara e para os Deputados, apresentando as análises dos especialistas em Direito que são contra o projeto de lei (use a LISTA COMPLETA DE DEPUTADOS FEDERAIS).
4) Denuncie ao público ainda desinformado - faça banners, cartazes e especialmente vídeos apresentando a história e conclamando à ação.
5) Denuncie à mídia - ao que parece os jornalistas não entenderam o uso da lei para censura em contextos não-digitais. ACORDA DONA IMPRENSA!!! (duvidam? leiam esta análise do advogado e sociólogo Ariel Foina).
6) Faça um protesto bem fundamentado, filme-o e envie para os deputados do seu estado.

Se você tiver mais idéias, por favor, comente e escreva-as. Temos apenas duas semanas.