Archive - Mar 16, 2009

Data

Momento hero

Estava hoje na Escola do Futuro perto do horário do almoço e comecei a ouvir gritos. Uma colega dizia "é meu carro!" Ela tem um fusca bege com uns quarenta anos de idade, que estava sendo roubado por algum sacana sem coração. Não pensei duas vezes, peguei a chave do tectec (o valente Uno 1993 que minha dama me empresta pra circular em sampa, e estava parado atrás do Fusca) e saí acelerando ao máximo. Antes de chegar na primeira esquina, me perguntava "putz, e se eu encontrar os caras, faço o quê? estragar os dois carros com uma porrada?"

Pra minha sorte, em menos de um minuto encontrei o fusca parado perto do meio-fio. Confirmei que era ele (os dois pára-lamas traseiros amassados). Não sabia se tinha alguém dentro ou em volta. Parei do lado dele, tremendo de adrenalina, e vi que não tinha ninguém. Fui até a guarita mais próxima e conversei com o vigia, que chamou reforços. Tudo certo, ela apareceu dali a pouco. O carro deve ter parado por conta do corta-combustível. O ladrão, desapareceu. A USP é muito grande...

Soda isso. Tanto carro com seguro pra ser roubado ali em volta, e o cara pega logo um fusca de quarenta anos. Fiquei com medo pelo tectec, que também não é segurado. Reforçar as medidas de segurança low-tech :P

Quem vigia o vigilante?

 

Uma semana depois do wintercamp...

Algumas anotações, digerindo o wintercamp:

Um grupo ser networked, enredado, não significa que seja colaborativo, participativo ou coletivo. Existem redes de dominação, redes de privilégios, redes de violência. Olhando para alguns grupos que participaram do wintercamp, eu sinto que existe algo em comum com as redes que me são mais próximas. Mas esse comum não é a topologia das relações, o mero fato de organizarem-se em rede. Esse comum vai mais no sentido de uma ética, uma ética do estar e construir juntos, uma ética do compartilhar recursos, questões e oportunidades, uma ética do reconhecer-se como serumanx no olhar de outrxs serumanxs. Uma ética da humanização, do respeito, da confiança, do afeto. Essa ética só pode operar em rede: ela não sobrevive em ambientes centralizados ou autoritários. Mas o oposto não é verdade: nem toda rede reconhece ou segue essa ética. Nesse sentido, a retórica das redes pode ser tão vazia quanto a retórica do digital: também as redes, como o digital, podem prejudicar e desumanizar. Por estranho que pareça, também as redes podem servir a um tipo de egoísmo compartilhado e alienação semi-voluntária.

Lançamento - para entender a internet

Amanhã é o lançamento web do livrim "Para entender a internet", organizado por Juliano Spyer. Vai ter um texto meu sobre Lixo Eletrônico lá. O PDF, com menos de 1Mb, vai estar disponível amanhã.

Atualizando: o link para download do ebook é:

http://paraentenderainternet.blogspot.com/