Zonas Proibidas

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Nosso velho amigo Hakim Bey, escrevendo sobre as No-Go Zones (que eu tomei a liberdade de traduzir como “Zonas Proibidas”).

Eu hipotetizo a possibilidade e realidade de aspectos não-autoritários, autônomos, auto-organizados, não hierárquicos do imenso complexo agrupado na palavra “religião” — o xamanismo, por exemplo, ou o padrão multivalente e infinitamente expansível do “paganismo”, no qual nenhuma cultura pode adquirir monopólio de interpretação ou mesmo hegemonia. Não digo que a Zona Proibida deva ser “religiosa”, eu estou dizendo que ela será “religiosa”, e é “religiosa” — e que se acreditarmos no desejo por algum potencial libertador na ZP, precisamos começar agora a encontrar uma linguagem “religiosa” que reflita e ajude a moldar e realizar esse potencial — ou então vamos encarar uma “religião do fascismo” (cristãos de direita tentando dominar as ZPs) ou uma espiritualidade da entropia. Uma boa razão, por exemplo, para revirar a história do Protestantismo em busca de modelos radicais (Ranters, Diggers, Antinomianos, etc.) seria ressuscitá-los — e não somente para servir de camuflagem. Formas de espiritualidade da terra e do corpo (xamânicas, neopagãs, afroamericanas, etc.) — imanentistas em vez de transcendentalistas — enfatizando um existencialismo dos trabalhos e não da fé, assim eticalismo e não moralismo — tolerância radical para todos os cultos (no modelo “pagão) — desconfiar dos modelos dualistas mas também dos modelos monistas-totalitários – místico mas não ascético — festivo mas não sacrificial. Esses seriam alguns dos modelos propostos por nossa forma de espiritualidade. Nenhum dos meios estabelecidos de propagar uma religião seriam apropriados aqui, entretanto. Assim como precisamos agora reimaginar a “Economia da dádiva”, precisamos também reinventar (ou mesmo fabricar) uma espiritualidade da liberdade relevante ao nosso futuro como habitantes das ZPs — uma espiritualidade da vida cotidiana no sentido estrito da palavra.


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