Painel internacional – laboratórios experimentais

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Uma das ações complementares ao encontro RedeLabs durante o Fórum da Cultura Digital Brasileira foi o painel internacional sobre laboratórios experimentais. Ele deveria ter sido a penúltima atividade do fórum, mas por mudanças na agenda acabamos sendo os últimos. Isso foi interessante porque pudemos nos estender por alguns minutos, e também porque saímos diretamente para a festa de encerramento, ali no saguão.

A ideia do painel era trazer diferentes referências para enriquecer o debate sobre laboratórios (de mídia, de tecnologia, experimentais, etc.). Como eu já comentei algumas vezes, aqui no Brasil muitas vezes o imaginário de “laboratórios” se limita ao icônico Media Lab do MIT. Hoje em dia existe uma grande variedade de arranjos alternativos, e se quisermos desenvolver laboratórios adequados aos dias de hoje precisamos inovar nesse sentido.

Para aproveitar ao máximo os nossos convidados (e, confesso, postergar ao máximo o aparecimento dos loucos de palestra), eu propus um formato de debate semi-aberto: após cada apresentação, três pessoas ligadas à área aqui no Brasil fariam comentários pontuais. Esses respondentes foram Daniel Gonzalez, Miguel Salvatore e Paulo Amoreira. Queria que eles ressaltassem pontos relevantes de cada fala, e construíssem pontes entre o nosso contexto e o dos convidados.

Cada um dos painelistas trouxe um recorte específico. Tapio Makela, da Finlândia, colocou alguma perspectiva histórica sobre medialabs administrados por artistas desde meados dos anos noventa. Contou causos sobre experiências, resgatou o aspecto sensível de compartilhar experiências, lembrou da importância de as pessoas cozinharem juntas e falou sobre seu projeto Marin.cc. Tapio precisou sair no meio da fala seguinte para pegar o avião de volta a Helsinki. Barnabas Malnay contou sobre o Kitchen Budapest, laboratório húngaro financiado por uma grande empresa de telecomunicações. Foi de lá que saíram desde startups inovadoras como o Prezi, até uma série de projetos colaborativos e de código aberto. Para encerrar o painel, Marcos Garcia apresentou o Medialab Prado de Madrid, um dos centros que mais têm contribuído para o desenvolvimento de projetos experimentais baseados em conhecimento livre, responsabilidade social e apropriação de tecnologias.

Apesar do cansaço do pessoal depois de três dias intensos de fórum, rolou um bom debate ao fim da sessão, a ponto de precisarmos cortar as conversas para partir para a festa. Gostei bastante da sessão. O vídeo deve estar disponível nas próximas semanas no site do Fórum (assim que rolar eu publico aqui).