O futuro dos laboratórios

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http://culturadigital.br/redelabs/2010/10/o-futuro-dos-laboratorios/
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Future of the Lab

No fim do ano passado, os Baltan Laboratories de Eindhoven (Países Baixos) organizaram uma conferência bastante interessante chamada “O Futuro do Lab”.  O objetivo era reunir 35 integrantes de diversos laboratórios em toda a europa, além dos laboratórios holandeses. Durante o evento, foi construído um mapeamento colaborativo com o objetivo de “explorar o futuro do laboratório de mídia. Pediu-se aos participantes que discutissem como o laboratórios está mudando, como essas mudanças podem ser encaminhadas a uma direção interessante e como a colaboração entre os diferentes laboratórios pode ser facilitada”.

O site do Baltan conta com bastante documentação relacionada à conferência. Algumas coisas são bem interessantes: o pessimismo de Andreas Broeckmann – que apresentou o case da Tesla – sobre a viabilidade de criar um medialab em Berlim nos dias de hoje, e algumas experiências na Austrália, relatadas por Melinda Rackham. Também é interessante ler o relato sobre a fala de Horst Hörtner, diretor do Ars Electronica Futurelab, na sessão de abertura. Ele levanta algumas questões que já passaram aqui pelo blog Redelabs: “Como a gente lida com a decrescente necessidade de infraestrutura técnica, uma coisa que os primeiros media labs ofereciam? As comunidades online abertas e colaborativas são os novos media labs? (…) Para Horst, uma das possibilidades está nas tecnologias convergentes e na necessária interdisciplinaridade dessas tecnologias. (…) existe a necessidade de um forte intercâmbio de pensamentos e tópicos em um grupo de pessoas experiences – mas isso não é totalmente realizável via plataformas online. Os media labs têm um papel chave como plataforma para fomentar esse intercâmbio, acesso e contexto para artistas e designers em relação a novas tecnologias e desenvolvimentos científicos”.

Questões como a relevância do termo “laboratório de mídia”, abertura e o laboratório de 2030 apareceram em diversas conversas. Não poderia faltar também a eterna crise de identidade: O que é um media lab? Algumas visões interessantes ali, dentre as quais eu destaco a de Walter van der Cruijsen (TAC, Eindhoven): “um laboratório é algo que acontece fora do âmbito oficial, algo que é de baixo para cima, onde as pessoas encontram umas às outras porque têm suas próprias maneiras de reinventar a tecnologia. Então não se trata tanto de novas mídias, mas mais de velhas mídias e o que se pode realmente fazer com elas”.

A conferência teve uma repercussão bastante relevante. Angela Plohmann, uma das integrantes do Baltan, participou do Labtolab em Madrid em junho (eu a conheci lá, e relatei o labtolab aqui). Houve também uma sessão sobre o futuro dos labs durante a ISEA 2010, o lançamento de um livro com contribuições de alguns participantes e uma apresentação durante o Ars Electronica 2010.