Leitura de hoje: Commodify your consumption

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 Guardian
Recebi em uma lista de discussão o texto "Commodify your consumption", (PDF aqui), que Curt Cloninger apresentou em Buenos Aires em Março. Segundo o autor, é uma tentativa de revisitar de Certeau e sua aplicabilidade à arte. Abaixo alguns comentários sobre o texto.
Ele começa tentando ir além da mera oposição entre estratégia e tática na qual a gente acaba muitas vezes caindo: "A dicotomia entre produção estratégica e consumo tático é compreendida de maneira mais frutífera como um continuum com campo intermediário."
A partir daí ele propõe sete subdivisões intermediárias entre esses dois pólos. Não tenho certeza se concordo com a escala clara de proximidades que propõe, mas de qualquer forma serve para esclarecer essa ênfase que ele dá ao meio de campo. Mais tarde ele atualiza a discussão para o cenário atual, da assim chamada "web 2".
"Como você raqueia/resiste a uma plataforma que já deixa (e de fato, convida) a customizá-la? Ou nós chegamos a uma utopia de código aberto e simplesmente precisamos continuar usando essas ferramentas de redes sociais apreciativamente nas maneiras que elas suportam; ou o agenciamento da nossa "resistência" radical foi transformada em irrelevante porque as corporações decidiram deixar as pessoas comerem o bolo (desde que nós comamos a marca específica de bolo interativo delas)."
Depois, propõe a "navegação artística" da rede (artistic web surfing) como uma maneira de contrabalançar a fragilidade da idéia de "produção" nesse contexto: os "clubes de navegação" e também redes de compartilhamento de bookmarks como o del.icio.us (e, ouso acrescentar, posts e retweets em microblogues ou itens compartilhados em agregadores de feeds), como formas de consumo forte, podem resultar em formas de produção fraca: "A web é modulada de um não-digerido, pré-navegado espaço comercial para um recentemente modificado, pós-navegado, espaço modulado - um espaço que foi posto para 'uso tático'".
"Em última instância, os 'produtos' da navegação artística não são simples pedaços discretos de mídia. Em vez disso, quaisquer resultados instantâneos são melhor entendidos como traços ou rastros produzidos pelo movimento dx artista pela superfície da rede. Esses rastros podem então começar a ressoar empaticamente com outrxs internautas movendo-se na superfície da rede de formas similares."
Aqui eu sinto ecoar um pouco da troca de links (que no projeto Metá:Fora a gente chamava de linkorragia :P) e em como ela vai além mesmo da noção de troca de presentes e se torna um  tipo de gestualidade coletiva, de estar junto no compartilhar referências. Talvez até seguindo um caminho que a gente chegou a rabiscar no passado, Cloninger retoma a idéia dos caminhos do memex de Vannevar Bush. Aí discorre um pouco sobre como a navegação artística se relaciona com a modulação de material que é considerado lixo (junk).
Mais pra frente ele sustenta que o padroeiro analógico da navegação artística é Haim Steinbach, com suas seleções de objetos, que não só significam algo externo mas também "ressoam uns com os outros".
Mais para o fim, ele fala sobre como a idéia de resistência é reacionária (e lembrei das conversas na primeira submidialogia), para então declarar que a resistência está morta. Encerra o artigo com algumas sugestões como criar vários rastros simultâneos e raquear linguagem com buscas no google.