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Entre várias discussões interessantes, projetos colaborativos, MetaRec, jornalismo cidadão, OLPC, aprendizado distribuído, autonomia e muito mais, um dos papos recorrentes no BarcampSP: business, *monetização* de blogs, business, start-ups, business. Se de certa maneira foi uma espécie de *desvio* do conceito primeiro dos Barcamps - colaboração --, talvez tenha sido sintomático que isso tenha ocorrido em Sampa: afinal de contas, é a cidade que vive de negócios, respira-se negócios. Talvez eu devesse escrever sobre o primeiro grupo de temas, mas vou dar prosseguimento a um papo que comecei com o Avório e com meu irmão: vem por aí uma nova bolha?
Explico: mania crescente e, diria, exponencial é a dos auto-denominados *probloggers*, blogueiros que *monetizam* ao máximo seus blogs a fim de viver exclusivamente disso. Ou seja: ganhar dinheiro, o máximo possível, a partir do Adsense, de links patrocinados, do Mercado Livre, do Buscapé e quetais. Ok, cada um faz o que quiser com seu blog, mas o que se vê por aí são blogs em que mal se distingue o conteúdo *editorial* (se é que se pode chamar assim) do publicitário. Aliás, o próprio conteúdo editorial desses blogs é feito na medida visando amplificar o resultado nos SEOs da vida: palavras-chave cuidadosamente escolhidas, nomes de celebridades da hora e por aí vai...
Tá tudo muito bem, tá tudo muito bom, mas... até onde isso pode ir? Pode-se argumentar a partir da potencial infinitude da web, da própria auto-regulamentação que se cria naturalmente nessa ecologia digital, mas aí mesmo é que tá o ponto crucial. Essa moçadinha que quer virar um Interney do dia pra noite não pensa e nem considera conceitos como reputação, meritocracia, compartilhamento de conhecimento: o negócio é ver única e exclusivamente cifrões em qualquer lugar, e como-fazer-dinheiro-com-isso. Pensamento típico do século 20, não percebem que esse canibalismo capitalista está falido, ainda não chegaram ao século 21. Ok, vão ganhar algum dinheirinho, mas acabarão aprendendo do jeito mais difícil.
De minha parte, e graças a Deus não estou só, fico com o que o Mr. Manson chamou de *internet moleque*: blogo porque quero, porque sim, quando quero, e acabou. Se vier alguma grana (como já veio um pouquinho), é consequência natural. Mas o princípio é compartilhar conhecimento à vontade, usar o blog como um grande bookmark e um espaço livre pra conversas, como um grande boteco.
Aí vem o André *embaixador-do-Barcamp* Avório e me manda o link desse artigo: The revolution will not be advertised, comentando o GWEI - Google Will Eat Itself, idéia bacana duns gringos que quer simplesmente aproveitar a auto-canibalização do Google pra depois redistribuir suas *cotas* pros usuários do GTTP Ltd. -- Google To The People Public Company. Simplesmente genial!
Pelo menos me senti mais aliviado, e constato que ainda não tô paranóico. Ou, se é nóia minha, não tô sozinho nessa... WTF?
Compare Preços: business, google, partir, conhecimento, tenha, will, maximo, auto
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