Fluidium

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Ainda no Techgnosis, pp. 57/58, em tradução livre.

Sem dúvida, o mago supremo da cura magnética era Franz Anton Mesmer, conhecido hoje ora como rei dos charlatães ora como o homem que sem querer deu origem à psicanálise. Nascido em 1732, Mesmer obteve seu título de doutor pela Universidade de Viena, onde escreveu sua dissertação sobre a influência dos planetas no mundo terreno. Para explicar como as forças astrológicas poderiam produzir ação à distância, Mesmer postulou um fluido sutil que ele chamava fluidium, um meio diáfano que comunicava vibrações lunares para as marés da mesma forma que possibilitava que Venus e Júpiter ajustassem os destinos humanos. O fluidium tomava forma no conceito Newtoniano de éter, um fluido invisível que permearia o espaço e serviria como meio estático para a gravitação e o magnetismo, bem como sensações e estímulos nervosos. Para Newton, o éter servia para explicar como os corpos distantes do sistema solar comunicavam-se uns com os outros, e ao mesmo tempo livrar-se da abominável ideia de um universo em que existisse o vácuo. Mas como o próprio trabalho de Mesmer mostra, o éter também funcionava como solo intermediário para todo tipo de intuições animistas e forças ocultas que se recusavam a aceitar as engrenagens e alavancas da cosmologia mecanicista. Dado o lado alquimista do próprio Newton, isso não deveria ser uma surpresa; ele mesmo imaginava que o éter estava abundante de um espírito vital, e mesmo sua linguagem de “atração” gravitacional carregava um traço de Eros, a cola espiritual que os neoplatônicos acreditavam manter o cosmos unido.

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