Cultura Digital Experimental? Parte 1 – Twitter

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No sábado, enquanto estava na fila do check-in para o voo que me traria a Madrid, pensava nos eixos de reflexão e articulação em torno dos quais o projeto redelabs vai se desenvolver. Perguntei na rede o que as pessoas achavam do termo “cultura digital experimental”, que eu já usei em alguns posts por aí. A conversa se espalhou pelo twitter, pelo google buzz e também na lista da MetaReciclagem. Saíram coisas bem interessantes ali no meio, que quero trazer aqui pro blog. Mas como o volume foi grande, vou fazer por partes – por ferramentas, na verdade. Começando, hoje, pelo twitter. Ali, a conversa ficou um pouco limitada pelos 140 caracteres e pela impossibilidade de responder a posts específicos. Tentei organizar, abaixo:

efeefe: como soa pra vocês falar em “cultura digital experimental”?

bambozzi: @efeefe tudo pode ser experimental, no sentido de que é resultado ou proporciona experiências novas.

efeefe: @bambozzi Então experimental é genérico demais? quero entender o que têm em comum todas essas coisas táticas-diy-desconstrutivas.

bambozzi: @efeefe defender o experimental, convicto e explicitado como tal, não é tão genérico. Assumir a experiência, a pesquisa, o erro inclusive.

bambozzi: @efeefe e precisa ficar um pouco mais entendido onde começam as novas mídias e quando elas se sobrepoem às demais – se isso rola de fato.

efeefe: @bambozzi Mas tu acha viável ou desejável construir uma estratégia coletiva voltada para uma cultura digital experimental?

rodrigosavazoni: @efeefe soa bem. E adequado, se tomarmos como base o trabalho da rede #metareciclagem, sempre, no mínimo, um passo a frente dos demais

efeefe: @rodrigosavazoni a #metareciclagem tá no meio de tudo e todxs – com passos à frente e atrás, numa dança meio estranha.

rodrigosavazoni: efeefe: Aliás, o experimental anda de braço dado com o pioneirismo. E isso é bom

efeefe: certamente, circunscrever isso sob o eixo “cultura digital” (também um genérico) é uma tática específica de contexto.

efeefe: …porque o digital não é o mais importante. E tanto cultura quanto experimental podem significar um monte de coisas.

mondegrass: @efeefe Concordo plenamente. E por mais importante que uma ferramenta seja, é apenas uma ferramenta. Precisa ou precisou de mãos e mente…

efeefe: @mondegrass Mas como chamam essas mentes & mãos? O que elas têm de especial?

mondegrass: @efeefe Talvez o que mova as mentes e mão seja a vontade, sonho. Por mais que uma ferramenta seja exata, ela ainda é desprovida de sonhos.

mondegrass: @efeefe Eu humilde pensante creio que o que mais vale são as órbitas. Quando tudo se alinha e gira, coisas acontecem.

mondegrass: @efeefe mas ainda estou a aprender sobre tais órbitas, e meu caminho é longo…

efeefe: ainda: “livre” é outra esfera – ecológica/econômica, mas não interessa tanto em termos de linguagem. devia é ser pré-requisito.

efeefe: outras ideias recorrentes: mídias, novas mídias, interface. E claro, o onipresente “laboratório”. Labrat am I?

e ainda: imaterial, criativo, disruptivo, sustentável, reflexivo, inclusivo, fluido, líquido, rizomático… ixe, vai longe.

efeefe: pra não falar nos chegados mais próximos – des, sub, meta, trans – como notou fabib.

bambozzi: @efeefe ficar demais nos chegados já vira endomarketing.

efeefe: concordo. endomarketing me incomoda já tem um tempo. e acho que é uma preocupação também presente em outros lugares.

efeefe: até por isso é necessário tentar ver as coisas mais de longe, pra entender qual o papel dessa cena no macro. pistas?

efeefe: e ainda enredado (minha trad pra networked), conectado, tele, online.

efeefe: sem mencionar o idiota 2.0 e o quase ultrapassado virtual.

efeefe: repetindo Pajé: qual a ideia por trás? E uns anos depois: pra que pd?

efeefe: essas coisas todas não se justificam em si mesmas. Ou não deveriam. #comofaz pra interagir com o mundo lá fora?

efeefe: não só na crítica genérica à contemporaneidade, mas se relacionando e propondo soluções…

efeefe: soluções pra disparidade, pro fundamentalismo moralista de origem religiosa (que existe aqui no Brasil sim!), pro consumismo.

efeefe: pra violência urbana, pro desrespeito à natureza, pra todo cerceamento de liberdade – até aquele q grassa em círculos “livres”.