efeefe - tecnologia social http://efeefe.no-ip.org/taxonomy/term/48/0 pt-br Crabgrass - we.riseup.net http://efeefe.no-ip.org/blog/crabgrass-weriseupnet <blockquote> <p>  <a href="https://we.riseup.net/crabgrass/about" title="crabgrass" rel="nofollow">Crabgrass</a> is a <a href="http://www.affero.org/oagpl.html" rel="nofollow">software libre</a> web application designed for group and network organizing, and tailored to the needs of the global justice movement. As Free Software, anyone is welcome to <a href="http://code.riseup.net/trac/crabgrass/browser/trunk" rel="nofollow">download Crabgrass</a>, run their own site with it, and <a href="https://we.riseup.net/crabgrass/contribute" rel="nofollow">contribute</a> improvements and changes to the source code. </p> </blockquote> <p> Testar assim que possivel  </p> <blockquote> </blockquote> tecnologia social Mon, 03 Sep 2007 18:54:49 +0000 felipefonseca 383 at http://efeefe.no-ip.org Tecnologia social http://efeefe.no-ip.org/textos/tecnologia-social <p><em>Uma vers&atilde;o reduzida desse artigo foi publicada no caderno Mais, da Folha de S&atilde;o Paulo, em 19/04/2004</em></p> <p>Os cadernos de inform&aacute;tica e demais viciados em novidades costumam encontrar a cada meio ano a grande revolu&ccedil;&atilde;o que vai mudar os rumos da humanidade. A bola da vez parecem ser as chamadas social networks (redes sociais), como Orkut, Friendster, ICQ Universe, Flickr e afins. Trata-se de ambientes que mapeiam a rede de relacionamentos das pessoas e permitem a organiza&ccedil;&atilde;o de grupos com interesses compartilhados, debates sobre esses interesses, e alguns outros meios de intera&ccedil;&atilde;o. Nenhuma dessas caracter&iacute;sticas &eacute; novidade para quem j&aacute; se utiliza da internet para interagir com outras pessoas e conhece as listas de discuss&atilde;o, weblogs, coment&aacute;rios e publica&ccedil;&otilde;es coletivas. Talvez a inova&ccedil;&atilde;o do chamado software social esteja na interface integrada de todos esses recursos, e no Foaf (friend of a friend), um padr&atilde;o de metainforma&ccedil;&atilde;o que surgiu paralelamente a esses sistemas. Particularmente, eu considero o software social mais um passo na evolu&ccedil;&atilde;o do que pode ser chamado de maneira abrangente como tecnologia social, um conceito que vai muito al&eacute;m de dispositivos conectados a redes telem&aacute;ticas.<br /> <br /> Ouvi falar pela primeira vez em tecnologia social da boca de Br&aacute;ulio Brito, amigo e professor de semi&oacute;tica mineiro, no meio de uma das crises de identidade do que costumava ser conhecido como Projeto Met&aacute;:Fora. &Eacute; poss&iacute;vel que o uso que eu fa&ccedil;o da express&atilde;o seja diverso do aceito nos c&iacute;rculos acad&ecirc;micos. Se esse &eacute; o caso, n&atilde;o pe&ccedil;o desculpas, apenas alego que, n&atilde;o sendo um profissional das palavras, n&atilde;o me incomodo em ocasionalmente agir como um pirata: roubo id&eacute;ias, abuso delas a meu belprazer e depois as abandono. O fato &eacute; que tenho observado alguns padr&otilde;es emergentes, em diferentes &aacute;reas do conhecimento, o que acaba anulando um pouco o meu fetiche por inform&aacute;tica quando um novo sistema surge.<br /> <br /> Antes de criticar o maravilhoso mundo da tecnologia da informa&ccedil;&atilde;o, esse apregoado elixir que trar&aacute; a reden&ccedil;&atilde;o de todos os povos em uma grande intelig&ecirc;ncia coletiva e democr&aacute;tica da era de aqu&aacute;rio, devo declarar que sou um usu&aacute;rio ass&iacute;duo da comunica&ccedil;&atilde;o telem&aacute;tica. Brinco com a internet desde 1996, quando usava os terminais de f&oacute;sforo verde atrav&eacute;s do Vortex, no CPD do Campus Sa&uacute;de da UFRGS (Universidade Federal do RS); estive envolvido com dezenas de projetos relacionados a tecnologia da informa&ccedil;&atilde;o; recebo quase tr&ecirc;s mil emails mensais, sem contar com spam e surtos vir&oacute;ticos. N&atilde;o obstante, sinto at&eacute; raiva quando vejo iniciativas interessantes serem empacotadas e transformadas em produtos conceituais proto-revolucion&aacute;rios, com significado e resultados limitados, tomados sem que se observe todo o contexto.<br /> <br /> Quero come&ccedil;ar discordando do uso comum de termos como &quot;comunica&ccedil;&atilde;o digital&quot; e &quot;comunidades virtuais&quot;. Em um pequeno mas eloquente livro chamado &quot;C&eacute;rebros e Computadores&quot;, Robinson Moreira Ten&oacute;rio trata de desmistificar o jarg&atilde;o adotado por um certo senso comum no mercado e na m&iacute;dia, de que computadores significam informa&ccedil;&atilde;o digital, e o &quot;velho mundo&quot; neoludita - as pessoas &quot;desconectadas&quot;, defasadas - s&atilde;o exemplo de um comportamento &quot;anal&oacute;gico&quot;. Ora, n&atilde;o sendo um daqueles pilotos de naves em Matrix que l&ecirc;em c&oacute;digo bin&aacute;rio, o uso que eu fa&ccedil;o de um computador &eacute; profundamente anal&oacute;gico. Mover o &iacute;cone de um arquivo para a lixeira s&atilde;o os exemplos mais triviais. Por outro lado, h&aacute; a quest&atilde;o do virtual. H&aacute; quase dois anos, eu e Hernani Dimantas criamos uma lista de discuss&atilde;o que veio a ser o Projeto Met&aacute;:Fora, que at&eacute; hoje tenho dificuldade em definir: um conceito de produ&ccedil;&atilde;o colaborativa, um grupo de cento e cinquenta lus&oacute;fonos espalhados pelo mundo criando projetos baseados no conhecimento livre, uma s&eacute;rie de subprojetos abertos. Me entorta o est&ocirc;mago quando algu&eacute;m define o Projeto Met&aacute;:Fora como uma comunidade virtual. Como assim, virtual? Est&aacute; certo, us&aacute;vamos meios de comunica&ccedil;&atilde;o que contam com um alto grau de virtualiza&ccedil;&atilde;o para debater novas id&eacute;ias e mobilizar pessoas interessadas em agir com interesses comuns. Mas o sentido de comunidade era atual, real. Interag&iacute;amos pela internet, mas tamb&eacute;m usando papel e conversando em um bar.<br /> <br /> Outra coisa que me aborrece s&atilde;o aquelas pessoas que, quando ouvem falar sobre tecnologia, pensam logo em computadores e assemelhados. O computador &eacute; um aparelho desagrad&aacute;vel. Abstra&iacute;das as exce&ccedil;&otilde;es, &eacute; composto por duas caixas beges feias, desajeitadas, que contribuem para o aquecimento da atmosfera, emitem radia&ccedil;&atilde;o e um ru&iacute;do irritante. Se isso &eacute; o supra-sumo da tecnologia, eu serei o primeiro a reclamar. Mas tecnologia para mim n&atilde;o se define nem encerra em computadores. Pelos padr&otilde;es acad&ecirc;micos, sei que posso incorrer em mais um erro conceitual (n&atilde;o, eu n&atilde;o li tudo o que deveria sobre o assunto - evitem esse tipo de cr&iacute;tica), mas chamo de tecnologia qualquer artif&iacute;cio que modifique a natureza com uma inten&ccedil;&atilde;o espec&iacute;fica, e de tecnologia social qualquer desses artif&iacute;cios que tenha por objetivo aproximar pessoas com interesses em comum e articular meios para que possam promover a a&ccedil;&atilde;o em busca desses interesses. Nesse sentido, a tecnologia social abrange desde um caderno at&eacute; um telefone celular. Sim, computadores podem fazer parte da equa&ccedil;&atilde;o, mas conv&eacute;m que se evite equiparar uma coisa &agrave; outra. Computadores podem ser o meio para a tecnologia social, mas essencialmente ela trata mais de uma maneira de usar as ferramentas de comunica&ccedil;&atilde;o, e isso envolve auto-organiza&ccedil;&atilde;o, colabora&ccedil;&atilde;o e coopera&ccedil;&atilde;o, constru&ccedil;&atilde;o e valida&ccedil;&atilde;o coletivas de conhecimento, quebra de hierarquias, descentraliza&ccedil;&atilde;o e o car&aacute;ter emergente das tomadas de decis&atilde;o.<br /> <br /> &Eacute; poss&iacute;vel pensar em diversos exemplos pr&aacute;ticos que trabalham a quest&atilde;o da tecnologia social em v&aacute;rios aspectos al&eacute;m da quest&atilde;o da inform&aacute;tica. H&aacute; os casos ben&eacute;ficos e h&aacute; os destrutivos. Vou ficar com os primeiros:<br /> <br /> * M&iacute;dia alternativa. &Eacute; claro que a prolifera&ccedil;&atilde;o de weblogs e publica&ccedil;&otilde;es coletivas e abertas tem seu significado. Mas vale a pena dar uma olhada nas r&aacute;dios comunit&aacute;rias - aquelas comunit&aacute;rias mesmo, n&atilde;o valem as que tentam emular o ambiente e a programa&ccedil;&atilde;o de uma r&aacute;dio comercial -; nos jornais de associa&ccedil;&otilde;es de bairro e pequenas entidades que n&atilde;o t&ecirc;m or&ccedil;amento suficiente para formalizarem-se como ONGs; nos fanzines que acompanham as cenas culturais independentes.<br /> <br /> Ali&aacute;s, falando sobre m&iacute;dia, acabei me envolvendo nos &uacute;ltimos anos com todo um contexto que &eacute; definido como m&iacute;dia t&aacute;tica, que eu entendo como a reapropria&ccedil;&atilde;o, por parte da sociedade, das ferramentas de comunica&ccedil;&atilde;o. H&aacute; grandes exemplos por todo o mundo de movimentos sociais que utilizam as armas informacionais comuns ao mercado para denunciar os pecados do &quot;inimigo&quot;- seja ele uma empresa que pesquisa transg&ecirc;nicos, uma fabricante de sapatos que se serve de trabalho semi-escravo na &Aacute;sia ou a Organiza&ccedil;&atilde;o Mundial do Com&eacute;rcio. Acontece que a cultura brasileira, pelo menos aquela que tenho visto por a&iacute;, tem uma natureza muito mais conversat&oacute;ria do que falastrona. Quero dizer com isso que tenho encontrado pessoas que v&ecirc;em muito menos naturalidade em ser ouvidas do que em interagir: simultaneamente ouvir e falar. Seja isso medo de ser mal interpretados ou parte da forma&ccedil;&atilde;o cultural de um povo que criou entre outras coisas a Umbanda, uma das cren&ccedil;as mais descentralizadas e abrangentes de todo o mundo, o que interessa &eacute; que n&oacute;s que pretendemos trabalhar na transforma&ccedil;&atilde;o social com o apoio da tecnologia de informa&ccedil;&atilde;o devemos estar cientes desse fato se queremos algum tipo de resultado.<br /> <br /> * Comunica&ccedil;&atilde;o em rede. Sim, estou falando da internet e suas fant&aacute;sticas ferramentas de mobiliza&ccedil;&atilde;o coletiva, aqui inclu&iacute;das as redes sociais j&aacute; mencionadas, mas tamb&eacute;m me fascina velocidade com que os camel&ocirc;s descobrem que a fiscaliza&ccedil;&atilde;o est&aacute; na rua, ou dos apitos no Posto 9 avisando que a pol&iacute;cia t&aacute; na &aacute;rea.<br /> <br /> * Colabora&ccedil;&atilde;o. Sim, o software livre &eacute; um case maravilhoso. Mas o maravilhamento gringo frente &agrave; complexidade operacional de uma escola de samba ou, como apontou Andr&eacute; Passamani, o mutir&atilde;o para a constru&ccedil;&atilde;o do puxadinho - mais &aacute;gua no feij&atilde;o, pagode e generosidade - podem ser exemplos ainda mais representativos.<br /> <br /> A tecnologia social &eacute;, ningu&eacute;m poderia negar, uma &aacute;rea extremamente abrangente. Eu tenho dedicado meu tempo a projetos que seguem uma s&eacute;rie de princ&iacute;pios:<br /> - &Ecirc;nfase no que Hernani Dimantas chama de conversa&ccedil;&otilde;es, inspirado pelas conversations do manifesto cluetrain: mais do que simples express&atilde;o plural, a agrega&ccedil;&atilde;o de vozes em diferentes &aacute;reas do conhecimento em torno de objetivos em comum.<br /> - Uma orienta&ccedil;&atilde;o emergente no que eu e Daniel P&aacute;dua definimos como Xemel&ecirc;: a preocupa&ccedil;&atilde;o de que todos os envolvidos em determinada conversa&ccedil;&atilde;o mantenham uma linguagem acess&iacute;vel &agrave;queles que n&atilde;o s&atilde;o de sua &aacute;reas, evitando jarg&atilde;o demasiado espec&iacute;fico.<br /> - Copyleft. O copyleft e os avan&ccedil;os conceitua&ccedil;&atilde;o e aceita&ccedil;&atilde;o da ideia de conhecimento livre n&atilde;o &eacute; ingenuidade, &eacute; simples aceita&ccedil;&atilde;o do fato de que o conhecimento &eacute; sempre misto de constru&ccedil;&atilde;o pessoal e coletiva, e que tanto a impossibilidade da propriedade intelectual quanto a anula&ccedil;&atilde;o do papel individual em uma hip&oacute;tese totalmente aberta s&atilde;o extremos que n&atilde;o nos interessam.<br /> <br /> Em suma, as redes sociais s&atilde;o, sim, interessantes. Vale a pena participar. Eu tenho retomado o contato com pessoas que n&atilde;o via h&aacute; muito tempo, tenho encontrado opini&otilde;es interessantes sobre assuntos que me dizem respeito e venho tamb&eacute;m tendo a oportunidade de conhecer novas pessoas baseado nas afinidades que se tem a oportunidade de expor em tais sistemas. Mas que n&atilde;o se esque&ccedil;a que este &eacute; s&oacute; mais um passo de um longo processo.<br /> <br /> Hipertexto:<br /> - Orkut: <a class="ext" href="http://www.orkut.com/" rel="nofollow">http://www.orkut.com</a><span class="exttail">&infin;</span><br /> - Friendster: <a class="ext" href="http://www.friendster.com/" rel="nofollow">http://www.friendster.com</a><span class="exttail">&infin;</span><br /> - ICQ Universe: <a class="ext" href="http://universe.icq.com/" rel="nofollow">http://universe.icq.com</a><span class="exttail">&infin;</span><br /> - Flickr: <a class="ext" href="http://www.flickr.com/" rel="nofollow">http://www.flickr.com</a><span class="exttail">&infin;</span><br /> - Foaf: <a class="ext" href="http://www.foaf-project.org/" rel="nofollow">http://www.foaf-project.org/</a><span class="exttail">&infin;</span><br /> - Hernani Dimantas: <a class="ext" href="http://www.marketinghacker.com.br/" rel="nofollow">http://www.marketinghacker.com.br</a><span class="exttail">&infin;</span><br /> - Howard Rheingold: <a class="ext" href="http://www.smartmobs.com/" rel="nofollow">http://www.smartmobs.com</a><span class="exttail">&infin;</span><br /> - Andr&eacute; Passamani: <a class="ext" href="http://colab.info/" rel="nofollow">http://colab.info</a><span class="exttail">&infin;</span><br /> - Manifesto Cluetrain: <a class="ext" href="http://www.cluetrain.com/" rel="nofollow">http://www.cluetrain.com</a><span class="exttail">&infin;</span><br /> - Daniel P&aacute;dua: <a class="ext" href="http://www.dpadua.org/" rel="nofollow">http://www.dpadua.org</a><span class="exttail">&infin;</span><br /> - Copyleft e conhecimento livre: ver <a class="ext" href="http://www.creativecommons.org/" rel="nofollow">http://www.creativecommons.org</a></p> artigos tecnologia social Mon, 28 May 2007 03:16:00 +0000 felipefonseca 263 at http://efeefe.no-ip.org