efeefe - redelabs

Encontro de Labs durante o Red Bull Basement

felipefonseca — Mon, 27 Jul 2015 19:25:26 +0000

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Fui convidado, junto com Raquel Rennó e Jarbas Jácome, a coordenar um pequeno encontro de labs durante o Red Bull Basement, nos dias 22 e 23 de agosto em São Paulo. Segue abaixo a divulgação do encontro. Todo mundo convidado!

Festival Red Bull Basement Encontro de Labs De 21 a 23 agosto, o Festival Red Bull Basement acontece para divulgar o novo edital de residência aberto a programadores, hackers e desenvolvedores de software com projetos que tenham como foco temático o centro de São Paulo. A propostas devem envolver o uso da tecnologia digital para a melhoria do espaço urbano em termos de experiência, funcionalidade e mobilidade, ou ainda para o empoderamento dos cidadãos no redesign do centro da cidade. As inscrições estão abertas até 26/08/2015, no site http://www.redbullbasement.com.br/ Entre as várias atividades da programação do festival, organizamos o Encontro Aberto para debater questões comuns a laboratórios experimentais, em seus vários formatos: hackerspaces, fablabs, estúdios coletivos, escritórios compartilhados, pontos de cultura, entre outros. A ideia é identificar questões comuns a estas formações e articular possibilidades concretas de cooperação. O encontro será coordenado por Raquel Rennó, Jarbas Jácome e Felipe Fonseca. _Aberto ao público _Local: Red Bull Station _Endereco: Praca da Bandeira,137 - Centro, São Paulo - SP _Sábado | 22/8 | 14h às 17h _Domingo | 23/8 | 14h às 17h
22/8
_Apresentação do estudo Rede//Labs por Felipe Fonseca e Luciana Fleischman: > Labs brasileiros, latino-americanos e internacionais > Cultura de abertura, espaços em branco e construção do comum > Políticas públicas para labs experimentais _Debate aberto sobre espaços autônomos e em rede: sustentabilidade, vocabulários e arranjos institucionais.
23/8
_Raquel Rennó se soma ao grupo e dá continuidade à discussão iniciada anteriormente, aprofundando alguns temas como: > financiamentos possíveis e suas implicações: iniciativa pública, privada, fundos científicos/acadêmicos e arranjos coletivos > diferentes estruturas de funcionamento > processo vs. produto: experimentações artísticas, inovação tecnológica, ciência aberta > licenças livres e proprietárias: dos hackerspaces aos fablabs > labs em espaços urbanos e labs fora dos grandes centros > labs como espaços de educação não-formal > mapeamento, visualização e análise de dados sobre os labs - entre conexão em rede e vigilância

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Tags: redbull são paulo sampa sp editais residênciasCategoria: eventos

Laboratório de Inovação Cidadã recebe propostas

felipefonseca — Mon, 13 Jul 2015 14:00:00 +0000

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O Laboratório Ibero-americano de Inovação Cidadã (LABiCBR) vai acontecer na segunda metade de novembro deste ano no Rio de Janeiro. A exemplo do que foi feito no ano passado em Veracruz, no México, o laboratório escolherá dez projetos por meio de uma convocatória aberta. Os dez projetos serão desenvolvidos ao longo das duas semanas do Laboratório por um grupo que, além dos proponentes, é composto também por três "mentores" e até cem colaboradores voluntários. A metodologia é inspirada em projetos desenvolvidos pelo Medialab Prado de Madrid, como os Interactivos(?). A edição brasileira conta com o apoio do Ministério da Cultura do Brasil. A plataforma Redelabs vai acompanhar e participar do LABiCBR. Acesse a página para inscrever seu projeto ou saber mais sobre o evento-laboratório.

Tags: redelabs interactivos medialab prado inovação cidadã labicbrCategoria: eventos projetos

Tropixel Labs

felipefonseca — Sat, 11 Jul 2015 03:00:00 +0000

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A rede Tropixel prepara para outubro deste ano mais uma edição do evento que busca articulações entre Arte, Ciência, Tecnologia e Sociedade. O plano para este ano é realizar um encontro internacional de laboratórios, discutindo temas como cidade, luz, liberdade, cultura e desenvolvimento. As atividades principais do Tropixel Labs acontecerão por volta dos dias 19 a 24 de outubro, coincidindo com a Semana Nacional de Ciência e Tecnologia. Alguns eixos do programa já em desenvolvimento são:

OCUPE - Ocupação Cultural Praça Experimental; Um seminário sobre cidade, cultura, educação e desenvolvimento; Oficinas e sessões de trabalho ligados à plataforma Ciência Aberta Ubatuba

O evento tem uma convocatória aberta para colaborações, a partir do preenchimento de um formulário online.

Tags: tropixelbr tropixel ubalab ubatuba ocupe ciência abertaCategoria: eventos

LabCEUs divulgam lista de projetos pré-selecionados

felipefonseca — Fri, 10 Jul 2015 00:49:07 +0000

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O projeto LabCEUs, parceria entre a UFPE e o Ministério da Cultura, tem por objetivo promover ocupações temporárias nos Laboratórios Multimídia dos CEUs (Centros de Artes e Esportes Unificados). Recentemente, o projeto realizou a segunda fase de seleção de projetos, que serão desenvolvidos nos próximos meses nos CEUs participantes em todas as regiões do Brasil. A lista dos projetos pré-selecionados foi divulgada nesta semana:

Ocupações de 2 meses

1. Águas Lindas de Goiás (GO)
Docência e Cidadania Planetária
Proponente: Rochelle Patricia da Silva

2. Campo Largo (PR)
Jardinagem Territorialidade: CEU Campo Largo
Proponente: Newton Rocha Filho (Goto)

3. Colatina (ES)
Montagem e Manutenção de Horta Orgânica para pequenos espaços e com utilização de materiais reaproveitados
Proponente: Vinicius Souza Violetti

4. Erechim (RS)
Remixando áudio e tecnologia
Proponente: André Luís de Jesus Pinto

5. Horizonte (CE)
Corpos Conectores
Proponente: Juliana Freitas Ferreira Lima

6. Petrolina (PE)
Mulheres de Terreiro contam suas histórias: Encontros e desencontros das mulheres de Terreiro no município de Petrolina
Proponente: Emanuele Cristina Santos do Nascimento

7. São Félix do Xingu (PA)
Do Acervo Clement ao Memorial Xingu
Proponente: Diego Renato dos Santos Borges

8. Sertãozinho (SP)
Tambores e Ethans Africanos
Proponente: Benedito Luiz Amaro

9. Sete Lagoas (MG)
Canteiro dos Pequis
Proponente: João Batista Carneiro Júnior

10. Sete Lagoas (MG)
Mutirão Agroecológico
Proponente: Marcus Felipe Abreu Maia

Ocupações de 4 meses

1. Colatina (ES)
Ocupação do LabCEUs como Ferramenta na Revitalização do Bairro Colúmbia
Proponente: Jaquelini Scalzer

2. Luís Eduardo Magalhães (BA)
O mundo da Cidadania Maker e Open Source
Proponente: Eduardo Cena Pimentel

3. Petrolina (PE)
#Interligados
Proponente: Adriano Alves dos Santos

4. São Félix do Xingu (PA)
Rádio Poste Kayapó
Proponente: Noé Rodrigues da Silva

5. Sertãozinho (SP)
Criando Jogos Livres em (com) Comunidade(s)!
Proponente: Katharine Rafaela Diniz Nunes

Tags: labceus ocupaçõesCategoria: espaços

Transformaking - chamada aberta

felipefonseca — Sat, 20 Jun 2015 02:31:27 +0000

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Transformaking é um evento sobre apropriação crítica de tecnologias, com uma pegada bem próxima das gambiarras e afins. Acontece entre agosto e setembro deste ano na Indonésia, e está com uma chamada aberta para propostas até dia 30 de junho. Mais informações no site do evento.

Tags: eventos making house of natural fiber honfCategoria: eventos

Nascentes de Dados da Fumaça

felipefonseca — Sun, 17 May 2015 23:10:43 +0000

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Repassando a convocatória da Nuvem/Fumaça:

http://nuvem.tk/wiki/index.php/Convocatória_-_Fumaça_Data_Springs

A Nuvem – Estação Rural de Arte e Tecnologia convida para o encontro Nascentes de Dados da Fumaça- Fumaça Data Springs.
Durante 10 dias de julho, vamos instalar uma rede wifi mesh e um ponto de celular GSM no formato de mutirão, na Vila da Fumaça, município de Resende-RJ, vizinha ao sítio Nebulosa, onde realizamos diversas atividades.

O encontro está marcado entre os dia 24 de julho e 1 de agosto de 2015.
Até o dia 30 de junho, qualquer pessoa interessada nesta experiência prática poderá se inscrever para colaborar.

Os inscritos contarão com hospedagem em camping e alimentação gratuita.

Introdução

A cada dia nos tornamos mais dependentes de corporações e empresas que controlam o acesso à informação e a comunicação pessoa a pessoa. No entanto, a tecnologia para transmissão de dados a longas distâncias está ao alcance de qualquer uma. Diversas iniciativas ao redor do mundo concretizam um modelo de comunicação que passa pelo cooperativismo, autonomia e comunidade - vide a rede Guifi na Espanha, Free-net em Detroit, EUA, ou Freifunk, na Alemanha.

Visando a difusão desta prática no Brasil, a Nuvem já havia apoiado pesquisas na construção de redes autônomas nos encontros Interactivos de 2012 e 2013. Desta vez, a proposta será de instalar na Fumaça, uma vila de cerca de 1000 habitantes, uma rede wifi que usa tecnologia mesh e que alcance a maior parte das casas. Além disso pretendemos instalar uma rede GSM, para telefonia celular, que permita fazer chamadas via VoIP.

A proposta obteve uma bolsa Commotion, instituição que apoia o desenvolvimento de redes livres em diversas partes do mundo, para compra de equipamentos e despesas do projeto.

Mais detalhes na wiki da Nuvem: Fumaça Data Springs

Inscrições

As inscrições devem ser feitas por esse formulário . Preencha a ficha de inscrição até o dia 30 de junho de 2015. Por limitação de espaço oferecemos apenas 20 vagas por dia. A seleção de participantes será por ordem de inscrição. Antecipe-se!

A atividade é gratuita, e Nuvem oferece aos participantes inscritos hospedagem em camping e alimentação básica (3 refeições). Os alimentos deverão ser preparados pelxs participantes. A participação não é obrigatória em todos os dias do encontro, podendo-se escolher períodos de no mínimo 4 dias.

https://brunovianna.typeform.com/to/nZOO8F

Atividades e oficinas

Além da própria instalação das redes, buscamos quem queira propor atividades e oficinas, voltadas principalmente para a comunidade da Fumaça, que tirem proveito da rede interna da vila e da nova conexão com a Internet. É de grande interesse a capacitação local para o cooperativismo e autosubsistência econômica. Mas também serão bem vindas propostas voltadas para participantes do encontro.

Cronograma

24 de julho a 01 de agosto
As jornadas de trabalho serão definidas pelas demandas de cada vivência e a dinâmica do cotidiano na Nuvem.

Transporte

O sítio está localizado a 27km da cidade de Resende e só tem acesso para carros offroad ou fuscas. A Nuvem oferece transporte das bagagens a partir do ponto de ônibus mais próximo, a 2km do local das oficinas, uma vez por dia. Os participantes podem ir de ônibus ou deixar carros próprios estacionados junto ao ponto. Serão enviadas instruções detalhadas ao participantes.

A Nuvem pode fornecer carta-convite aos que queiram buscar fundos para transporte.

Recursos e custos, hospedagem e alimentação

Participantes ficarão hospedados em camping. A Nebulosa dispõe de algumas barracas, em quantidade limitada, disponíveis mediante reserva prévia. Esperamos que o sítio disponha de acesso a Internet durante o encontro. Alguns pontos de sítio possuem cobertura de telefonia celular das 4 operadoras. Os alimentos serão comprados previamente pela organização. Será fornecida alimentação básica ovo-lácteo-vegetariana. Alimentos extras deverão ser compradose trazidos pelos próprios participantes. As refeições deverão ser preparadas pelos próprios participantes.

Nuvem

A Nuvem é uma iniciativa para condensar desejos, pessoas, ações e pensamentos, destinada a acolher insurgências vindas de diversas áreas de interesse. Buscamos a autonomia que aponta para a sustentabilidade. Essa autonomia não é somente técnica – geração de energia, redes de comunicação, etc – ela é relativa a todas instâncias possíveis: ambiente, economia, sociedade, cultura, alimentação, saúde, corpo, território. Num contexto onde as cidades se tornam cada vez mais insustentáveis, acreditamos que um espaço rural é o ambiente mais apropriado para essas experiências.

Práticas da Nuvem

A Nuvem é um espaço de convívio e construção coletiva. Para estar conosco você terá que realizar junto a nós as atividades cotidianas: limpeza e organização do ambiente, gestão do lixo, preparo das refeições, e o que for mais necessário para a manutenção de nosso espaço. Ou seja, as micro demandas sustentáveis deverão ser mantidas.

Participantes terão acesso diário aos equipamentos, ferramentas e estrutura comum da Nuvem, podendo deles fazer livre uso dentro das normas básicas de funcionamento e sempre zelando pela manutenção e conservação dos equipamentos, ferramentas e estrutura que utilizar. O espaço e estrutura de trabalho são coletivos, ou seja, serão compartilhados entre xs presentes e pelas atividades desenvolvidas.

Compartilhamento e difusão do conhecimento

Um dos objetivos fundamentais do programa é fomentar o desenvolvimento, a difusão e o livre acesso a novos acercamentos e redes de colaboração e conhecimento, por isso contamos com a colaboração dos/das participantes para a construção de uma documentação das vivências e a publicação do processo e resultados em nossa wiki, sob licenças livres. Proponente que não quiserem sua imagem veiculada nos nossos meios, deverão nos avisar com antecedência: podemos guarantir seu anonimato.

Condições

Ao se inscrever, pressupõe-se que a/o participante leu e concorda com todos os termos desta convocatória.

Tags: nuvem fumaça wireless zasfCategoria: eventos projetos

Wu wei

felipefonseca — Sun, 26 Apr 2015 03:32:14 +0000

Wu-wei

Na busca do conhecimento, todos os dias algo é adquirido,

Na busca do Tao, todos os dias algo é deixado para trás.

E cada vez menos é feito

até se atingir a perfeita não ação.

Quando nada é feito, nada fica por fazer.

Domina-se o mundo deixando as coisas seguirem o seu curso.

E não interferindo.

Tao Te Ching 道德經 (Cap.48)

Digital Culture - short report

felipefonseca — Wed, 21 Jan 2015 22:22:49 +0000

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Em novembro de 2014, fiz um relatório (em inglês) sob encomenda do conselho de artes da Suíca - Pro Helvetia. A ideia era oferecer um panorama atual sobre cultura digital no Brasil. Mas antes de listar e descrever algumas iniciativas, grupos, instituições e pessoas, eu fiz uma introdução para mostrar o terreno em que se desenvolvem. Segue abaixo esta introdução, republicada aqui com autorização da Pro Helvetia.

1. Scenario

In order to understand the state of new media and digital culture in Brazil, two cultural episodes of last century must be acknowledged: brazilian artistic Modernism and the Tropicália movement. Both are deeply related to what Brazil has to offer internationally in terms of contemporary arts, pop culture and their social implications. To some extent they form the cultural basis upon which new developments are often laid.

In 1922, the modernists organized the Week of Modern Art in São Paulo. Until 33 years before that, Brazil was a self-proclaimed "empire" whose economy relied heavily on large plantations and slave workforce. As slavery was abolished, the republic established and legal immigrant labor became available, the country demanded new ways to understand and experience its mixed cultural background. During the Week of Modern Art visual artists, poets, writers and intellectuals helped to grant legitimacy to mixed social identities, as well as asserting the importance of São Paulo as a cultural centre1. The modernists proposed that brazilian culture was a mixed one, in which tradition and novelty were articulated in terms of dialogue and assimilation. It is in that sense that poet Oswald de Andrade posed in the Cannibalist Manifesto:

"I am only interested in what’s not mine. The law of men. The law of the cannibal.2"

Andrade drew on the story of Pero Fernandes Sardinha, first bishop of Brazil whose efforts to convert indigenous peoples resulted in him being eaten by the Caeté tribe in mid-16th century. Contemporary interpretation asserts that ritual cannibalism practiced by native brazilians was a sign of respect and admiration for an adversary. By eating his body, they were also assimilating his soul and spirit.

Using Sardinha's fate as a parable, the modernists claimed that identity in brazilian cultures was articulated not in terms of reinforcing borders, but instead assimilating (feeding from) what lies beyond them. A later example of a similar logic would be the Tropicalist movement.

As virtually everywhere else in the world, the 1960s were times of change in Brazil. Since 1964 the country was run by a military dictatorship which gradually became more fierce and violent. When the winds of 1968 (both in terms of the emergence of political struggle not aligned to any of the two superpowers and the rise of pop culture) arrived in the country, they were met by a generation whose rights were not only under menace but already in the process of being suppressed. From then on several artists, intellectuals and activists were exiled. Upon getting in contact with contemporary avant-gardes abroad, they would help forging even newer configurations for brazilian cultural identities that were inspired by the modernists but carried also new breaths of youth.

Tropicália or the tropicalist movement was an iconic manifestation of such a context. Gathering visual artists, musicians, playwrights, actors and other artists, Tropicália helped to bridge local traditional cultures, international pop culture and urban avant-gardes - mixing for instance drums from african-brazilian religions with psychedelic electric guitars.

As stated above, both brazilian modernism (especially the cannibalist manifesto) and Tropicália were widely influential in the way Brazil sees itself both internally and globally. That will have direct effects in the role, use and impact of digital cultures in the country.

2. Culture and technologies

Since the early 2000s, the overall presence of information technologies has had an immense growth in Brazil. This trend started in fact in the 1990s. After decades of a military dictatorship heavily protectionist in terms of international commerce, it was only in 1990 that brazilian citizens and companies were even allowed to import technological equipment. But it was shortly after the turn of the century that internet access started spreading and gave a huge cultural importance to information technologies3.

By 2007, Brazil already had some statistics of notice. The brazilians who had access to the internet then were among the nationalities that spent most time online every week (and that was before smartphones and tablets arrived in the market). Brazilians were also early adopters of social networks, witnessing already in 2005 through now-discontinued platform Orkut the kind of online social networking craze most other countries would only see a couple years later with Facebook. By 2013, about half the population in Brazil had access to the internet – a six-fold absolute increase in ten years, reaching more than 85 million people. Such increase comes with a high level of cultural, political and economic implications. For the purposes of this report, we'll focus on the construction of the discourse of a brazilian digital culture.

2.1. MTB

In early 2003, São Paulo hosted the first and only edition of Mídia Tática Brasil (MTB). A festival inspired by and associated with the tactical media movement articulated mainly in Amsterdam but with ties also in London and Dehli, MTB managed to put together artists, media activists, educators, policy makers, social workers and young urban creative collectives from all the regions of Brazil.

The event was inaugurated by a panel on "digital inclusion" in which the opposite perspectives on digital technologies of John Perry Barlow (EFF) and Richard Barbrook (Cybersalon) were moderated by Gilberto Gil, at that time initiating what would be his 5-year term of office as Minister of Culture appointed by then new president Lula da Silva. During MTB and afterwards, conversations were started by informed intermediaries as Claudio Prado who managed to put to a closer contact on one hand those collectives dealing with tactical media, free/open source software, free radio and the like, and on the other the team supporting Gilberto Gil at the Ministry of Culture.

Gil, once one of the most important musicians related to the aforementioned Tropicália movement, wanted to extend the tropicalist perspective to current times. Not only would he work to bridge traditional and pop cultures as they had done during the sixties, but now he planned also to incorporate digital technologies as instruments to reinforce at the same time the local relevance and the global connectedness of brazilian cultures. During his term, the Ministry moved away from being, as was the case beforehand, an institution devoted only to professional artists or to the business of culture. Instead, Gil proposed an anthropologic stance to its activities - meaning that it would understand any human activity as having potential cultural value.

MTB was deeply influenced by the 1999 protests in Seattle and the first edition of the World Social Forum which took place in Porto Alegre (2002). MTB had for its turn a series of important outcomes, as groups with interests and practices alike working in diverse parts of the country had a first opportunity to meet and exchange.

Some of these results were the Autolabs project of workshops in the outskirts of São Paulo which led to the Findetático festival, the Digitofagia meeting happening simultaneously in Rio de Janeiro and São Paulo (stemming from a digital interpretation of the cannibal manifesto), the participation of brazilian groups Midiatatica and MetaReciclagem in the Waag/Sarai exchange platform and the invitation offered to some of the groups involved with MTB to join the effort of developing - voluntarily in a first moment - digital policies for the Ministry of Culture. The latter would lead to a document called "appropriate technologies" that proposed a series of principles to be applied into cultural projects supported by the Ministry. The very idea of appropriate technologies relates to the way brazilians were assimilating digital technologies4. The most important implementation of those recommendations would be the Cultura Viva program.

2.2. Cultura Digital - Ministério da Cultura

The Cultura Viva program was a transformative effort by the Ministry of Culture to identify grassroots cultural projects that proved to be active and genuinely related to local contexts. These projects were then recognized as Pontos de Cultura (cultural points) and would simultaneously be offered a 18-month grant, receive a kit of digital production equipment (computers running free/open source software for multimedia production, cameras, scanners, printers, microphones, sound equipment, etc.) and join the network of Pontos. The network would organise regional and local meetings, propose exchange and joint projects between localities, map potential replicators of its methodologies and offer technical support to the practical use of equipment. The regional meetings had workshops on audio, video, graphic and cultural production, intellectual generosity, hardware reuse and other themes.

Even incurring into a number of administrative failures, the active use of digital technologies in the Pontos de Cultura project and the outspoken support of open licensing for creative productions from the Minister himself paved the way to the institutional recognition of digital culture as a legitimate area of attention for cultural policies. The sheer number of initiatives targeted by the program was responsible for big waves of change: the first call for projects established a number of 100 projects in all regions of Brazil. The jury couldn't pick less than 160, and two months later another 90 were added. In the following years, the number of Pontos de Cultura grew to 2,500.

By way of Cultura Viva / Pontos de Cultura, the idea of a digital culture that would show particular brazilian characteristics began to be articulated. Inspired by the modernists and Tropicália, such brazilian digital culture would put together hiperconnected, dynamic sociability and creative solutions for precarity – echoing popular practices as the mutirão and gambiarra.

During those years, the Ministry of Culture created its own Digital Culture Coordination led by José Murilo Jr. which has since organised two editions of the International Forum CulturaDigital.Br in São Paulo and one edition of the International Festival with the same name in Rio. The three events were huge, counting with the presence of dozens of international guests and hundreds of brazilians, not to count the public. The Digital Culture Coordination has been working also on public policies for digital archives and for networked experimental laboratories since 2010.

Brazilian politics and policies (and to be true) rely a lot in the individual personality of current rulers, and that has an effect into cultural policies as well. Gil was the Minister until resigning in 2007 and appointing Juca Ferreira, his chief of staff, as the new Minister. Upon the election of Dilma Rousseff as the new president in 2010 though, her choice for a Minister of Culture was Ana de Hollanda. De Hollanda was totally opposed to anything that had to do with digital technologies, social role of technology, free/open licensing or even culture in a sense broader than only “the arts”. In fact, during her inaugural speech, de Hollanda said she wanted to give the Ministry back to "the artists". The following 18 months (until de Hollanda was replaced) were hard for all the groups involved with digital culture, but they had also the urge and motivation to reinvent themselves. The current Minister is Marta Suplicy, former mayor of São Paulo and noticeably more open to recognize the value of Pontos de Cultura and digital culture.

Under Suplicy, the investment in digital culture started to grow again - not only into structural actions within the Digital Culture Coordination, but also in the form of concrete projects run among other departments by the new (created in 2011) Creative Economy Secretariat (SEC) in the Ministry of Culture. Instead of submitting to the usual take on creative industries, SEC is presently trying to articulate a discourse and related practices that would allow the investment into creative economy to become aware to social issues and contribute genuinely to solve them.

It is worth noting that the Ministry is currently returning quite explicitly (whilst at the same time pretty slowly) to some of the positions and proposals that made it remarkably innovative during the last decade: reform of copyright law, creation of reference centres for digital culture, electronic arts, audiovisual production and digital inclusion, transforming the Pontos de Cultura into an official state program (in order to assure its continuity no matter who is in charge), among others.

At this very moment, the Ministry is also jumpstarting the Redelabs project that will sport a network of labs on digital arts between 5 or 6 university departments, as well as a funding scheme for experimental projects on digital culture. Redelabs is another project that started in 2010 and was put aside for a couple years. In its first incarnation, Redelabs heard dozens of practitioners from several different contexts related to experimental digital culture and organised a meeting during the second CulturaDigital.Br forum willing to discuss media labs, hackerspaces and similar formations. Attended by 50 guests and counting 17 presentations during almost 3 hours, the meeting was a who's who of digital arts and culture in Brazil. The conversations were used recently as source materials for a consultancy on policies for digital labs comissioned by the Digital Culture Coordination5.

1 During those decades, São Paulo city and state grew quickly due to the massive production and export of coffee beans. Part of the outcomes of such a growth were invested into rapid industrialization that would turn São Paulo into the most economically developed (and populated) city and state in Brazil in only a matter of a couple decades, a status it still carries nowadays.

2 https://en.wikipedia.org/wiki/Manifesto_Antrop%C3%B3fago

3 From 6 million users in 2001, Brazil jumped to 22 million in 2003 - and the numbers kept going to reach 105 million ten years after that.

4 Statistics suggest that brazilians who have access to the internet are often among those who spend the largest time online every week. Brazilians had a social networking craze using Orkut around early 2005, a couple years before a similar wave arrived to developed countries with the use of Facebook. Brazil also is unfortunately renowned for the huge amount of virus attacks originated in the country.

5 Published in full (portuguese version only) here: http://redelabs.org.

Tags: cultura digital report relatório digital culture textos prohelvetia suíça mídia tática brasil mtb midiatatica metareciclagem culturadigitalbr autolabs findetatico eventos antropofagia tropicalismoCategoria: eventos pessoas projetos

The Lab, Ars Electronica, ITU Telecom, Doha, Catar

felipefonseca — Wed, 21 Jan 2015 02:33:32 +0000

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É interessante ler o relato do Ars Electronica sobre a participação deles no ITU Telecom World que aconteceu em Doha um mês depois da minha residência por lá. Aparece ali aquele tom triunfante, de quem se considera na crista da onda. Já tem algum tempo que tenho achado curiosas as comunicações do Ars Electronica - embarcando nessa onda da inovação com um pé no mercado, da cena maker como salvação do mundo, de adotar um vocabulário pesadamente comercial. E aí Doha parece um cenário perfeito, com aquele monte de dinheiro esperando coisas novas e coloridas nas quais investir (mesmo que produza mais lixo e plástico no mundo, afinal no deserto ninguém liga pra essas coisas). E no meio aproveitando para puxar o saco de umas autoridades locais, - afinal precisamos garantir os próximos projetos, certo?

O contexto era o encontro do ITU, agência da ONU voltada às tecnologias de informação e comunicação. Ars Electronica montou ali "The Lab", demonstrando uma série de trabalhos contemporâneos que misturam arte, design e tecnologia. Alguns deles são até interessantes, claro. Gostei do LillyBot e do Mobile Hydro Rotor, por exemplo. E outros velhos conhecidos como o Protei também estavam por lá. Mas o problema não são os projetos, e sim o contexto. Um "lab" (que pelo que entendi era muito mais feira de negócios do que laboratório de fato, mas vá lá) organizado pelo Ars Electronica dentro de um evento do ITU em Doha me parece uma sequência de decisões questionáveis. Toda novidade ali estava devidamente domesticada. Mudança? Só se puder ser quantificada nas bolsas de valores. Os criadores, artistas, designers - coitados - só estavam ali como laranja para preparar um suco que eles mesmos não vão beber.

Posso parecer hipócrita - afinal eu mesmo estive no mesmo Catar, bancado pelos mesmos gasodólares, trabalhando com um pessoal que está com um pé dentro dessa cena maker que a mim soa como gambiarra gourmet*. Mas o que eu tentei fazer por lá foi justamente desviar o pessoal do pensamento de mercado, questionar a produção industrial e tudo que ela traz de difícil, e sugerir alguns caminhos igualmente incipientes mas, quero acreditar, muito mais carregados de significado do que esse bom-mocismo que transparece do post do Ars Electronica.

Acho curioso que eu só tenha lido esse post agora, depois de ter publicado meu próprio relato de Doha. E também hoje li uma entrevista com o Mitch Altman do Noisebridge, no fim da qual ele fala com aquele jeito bem californiano de idealista sem noção:

Costumava haver empresas com departamentos de pesquisa. E algumas delas costumavam autorizar pesquisa "pura" - na qual as pessoas que trabalhavam lá eram encorajadas a explorar qualquer coisa que as intrigasse (mesmo que não houvesse maneira de traduzi-la em lucros). Isso é muito raro hoje em dia, pelo que eu sei. A menos que você procure em um hackerspace - onde isso é a norma.

Infelizmente, apesar das boas intenções que acredito que Altman professe de maneira genuína, essa transformação não é um acidente. Hoje, de fato, as empresas podem focar todo seu orçamento de pesquisa em projetos medianamente lucrativos. E a pesquisa pura vai ser feita por hackers, acadêmicos, artistas e amadores, de forma precária e apaixonada. Mas toda vez que aparecer alguma coisa lucrativa de verdade, o capital pode entrar rapidamente, capturar e desestruturar esses espaços supostamente "autônomos". E aí essa gradual mutação do Ars Electronica - de espaço dedicado ao desenvolvimento do campo da arte eletrônica a organizador de eventinhos de inovação para divertir burocratas, executivos e lobistas com suas gravatas e vidas previsíveis - me parece não só inadequada como também entediante.

* Acabei nem contando no meu relato de viagem, mas à mesma época em que eu estava em Doha aconteceu o Wise Summit, um grande evento sobre educação. Daqueles cheios de palestrantes bem ensaiados e discussões que valem algo ou são por quilo. Dentro do Wise estava rolando o "Learning Festival", que supostamente tratava de "usos criativos de tecnologia na educação". Na prática, a parte pública era uma exposiçãozinha besta de fotos de crianças estudando em diferentes partes do mundo e umas banquinhas com eletrônicos nascidos na cena maker, mas quase todos eles fechados e com usos predeterminados. Mais uma vez, inovação controlada e inofensiva. De todo modo, foi uma boa oportunidade de visitar a Katara, um lugar único que me fez pensar no Imortal de Jorge Luis Borges (fotos abaixo).

Tags: trip qatar catar itu ars electronica redelabs lab arte eletrônicaCategoria: eventos

Arranjos Experimentais - última parte

felipefonseca — Sat, 25 Oct 2014 14:44:58 +0000

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Publicamos a terceira e última parte do estudo sobre arranjos experimantais criativos em cultura digital desenvolvido para a coordenação-geral de cultura digital do Ministério da Cultura. Nesta entrega, eu e Luciana Fleischman trabalhamos para delinear estratégias para a elaboração de políticas públicas voltadas a estimular a experimentação em cultura digital no Brasil. Em resumo, falamos sobre quatro eixos de construção:

Estabelecer uma ampla rede de laboratórios experimentais; Promover o compartilhamento em todas as etapas; Pesquisa continuada e estímulo à documentação; Articulação interinstitucional em rede.

Mais uma vez, ouvimos pessoas-chave envolvidas com alguns dos diversos campos envolvidos ou potencialmente envolvidos com a produção experimental em cultura digital.

Esses meses foram intensos e trabalhosos (as três partes do estudo somam mais de 200 páginas de texto). Mas muito gratificantes. O olhar sobre práticas experimentais é sempre revelador de possibilidades e inovações. Ficou faltando muita coisa. Entrevistar mais pessoas, visitar mais lugares, confrontar visões, e mesmo ouvir os entrevistados sobre as conclusões a que chegamos. Mas para um projeto de três meses, acho que já aceleramos bastante. E temos a intenção de retomar esse tema assim que possível, então vamos ficando ligadxs.

Espero que esse estudo possa oferecer contribuições não somente para as instituições que o encomendaram, mas também para outros grupos, organizações e pessoas interessadas em estimular uma produção interdisciplinar relevante e criativa tão necessária para os tempos atuais.

O terceiro produto está disponível aqui.

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