efeefe - msst http://efeefe.no-ip.org/taxonomy/term/638/0 pt-br Os céus sobre o Rio http://efeefe.no-ip.org/agregando/os-ceus-sobre-o-rio <div class=fonte_feed> <em>Este post foi agregado por RSS. Link original:<br> <a href=></a></em></div> --- <p><img alt="" src="http://farm8.staticflickr.com/7236/6991906556_30e9770746_z_d.jpg" width="500" /></p> <p>No início de março, fui convidado pela organização do <a href="http://www.artemov.net/circuito2012/" rel="nofollow" rel="nofollow">Circuito arte.mov</a> a participar de sua programação no Rio de Janeiro: um debate na capital - após a oficina de mapeamento aéreo com <a href="http://burbane.org/" rel="nofollow" rel="nofollow">Andres Burbano</a> -, seguido no dia seguinte de uma incursão à <a href="http://nuvem.tk" rel="nofollow" rel="nofollow">Nuvem</a>, hacklab rural em Visconde de Mauá - que também sediaria a mesma oficina. Eram atividades que me interessavam porque ligadas àquilo que no <a href="http://arquivovivo.org.br/archives/artwork/redelabs/labx-%e2%80%93-festival-culturadigital-br" rel="nofollow" rel="nofollow">Labx do Festival CulturaDigital.Br</a> eu tinha chamado de "cartografia experimental". Na época, até havíamos tentado trazer Burbano para o Labx. Ele havia participado do arte.mov em 2010, quando <a href="http://www.artemov.net/saopaulo/?p=202" rel="nofollow" rel="nofollow">desafiou os organizadores locais a trabalharem "a arte de voar"</a> como tema exploratório para alguma edição futura do evento. A programação que acompanhei no Rio estava moldada por esse desafio.</p> <p><img alt="" src="http://farm9.staticflickr.com/8163/6991913982_dbffa5cd00_z_d.jpg" width="500" /></p><p><a href="http://ubalab.org/blog/os-ceus-sobre-o-rio-0" target="_blank" rel="nofollow">leia mais</a></p> blogs ciência cidadã feeds mauá metareciclagem msst nuvem projetos ubalab ubatuba Sat, 12 May 2012 20:10:58 +0000 felipefonseca 12343 at http://efeefe.no-ip.org Os céus sobre o Rio http://efeefe.no-ip.org/agregando/os-ceus-sobre-o-rio-0 <div class=fonte_feed> <em>Este post foi agregado por RSS. Link original:<br> <a href=></a></em></div> --- <p><img alt="" src="http://farm8.staticflickr.com/7236/6991906556_30e9770746_z_d.jpg" width="500" /></p> <p>No início de março, fui convidado pela organização do <a href="http://www.artemov.net/circuito2012/" rel="nofollow" rel="nofollow">Circuito arte.mov</a> a participar de sua programação no Rio de Janeiro: um debate na capital - após a oficina de mapeamento aéreo com <a href="http://burbane.org/" rel="nofollow" rel="nofollow">Andres Burbano</a> -, seguido no dia seguinte de uma incursão à <a href="http://nuvem.tk" rel="nofollow" rel="nofollow">Nuvem</a>, hacklab rural em Visconde de Mauá - que também sediaria a mesma oficina. Eram atividades que me interessavam porque ligadas àquilo que no <a href="http://arquivovivo.org.br/archives/artwork/redelabs/labx-%e2%80%93-festival-culturadigital-br" rel="nofollow" rel="nofollow">Labx do Festival CulturaDigital.Br</a> eu tinha chamado de "cartografia experimental". Na época, até havíamos tentado trazer Burbano para o Labx. Ele havia participado do arte.mov em 2010, quando <a href="http://www.artemov.net/saopaulo/?p=202" rel="nofollow" rel="nofollow">desafiou os organizadores locais a trabalharem "a arte de voar"</a> como tema exploratório para alguma edição futura do evento. A programação que acompanhei no Rio estava moldada por esse desafio.</p> <p><img alt="" src="http://farm9.staticflickr.com/8163/6991913982_dbffa5cd00_z_d.jpg" width="500" /></p> <p>Cheguei na tarde de sexta-feira e fui direto ao espaço onde aconteceria o evento - um daqueles lugares do Rio que deixam a gente sem fôlego pela composição de construção e paisagem. No topo de Santa Teresa, o <a href="http://www.rioguiaoficial.com.br/o-que-fazer/detalhe/centro-cultural-parque-das-ru-nas-1" rel="nofollow" rel="nofollow">Parque das Ruínas</a> é uma antiga mansão transformada em espaço cultural. Estruturas de metal fundem-se a paredes com tijolos expostos, em cujas frestas se instalam samambaias. Do antigo sótão, tem-se uma visão panorâmica - Centro, ponte Rio-Niterói, zona sul, Cristo Redentor e floresta.</p> <p><img alt="" src="http://farm8.staticflickr.com/7102/6991910216_93635b9f84_z_d.jpg" width="500" /></p> <p>Desviei da multidão de turistas trajados de bermudas, meias e papetes que acabava de descer de mais um ônibus fretado, subi a escada e encontrei o pessoal envolvido com a oficina. Acompanhados por um número de participantes - <a href="http://brunovianna.net" rel="nofollow" rel="nofollow">Bruno Vianna</a> e <a href="http://cinthia.mobi" rel="nofollow" rel="nofollow">Cinthia Mendonça</a>, ambos articuladores da Nuvem, em Mauá - acompanhavam  Andres Burbano, artista e pesquisador colombiano residente nos Estados Unidos (que eu <a href="http://arquivovivo.org.br/archives/artwork/redelabs/ciencia-cidada-%e2%80%93-conversa-com-andres-burbano" rel="nofollow" rel="nofollow">entrevistaria no dia seguinte</a>). Burbano trouxe da interação com o <a href="http://grassrootsmapping.org/" rel="nofollow" rel="nofollow">Grassroots Mapping</a> o know-how da criação de balões a partir de um material inusitado. Os "<a href="http://en.wikipedia.org/wiki/Space_blanket" rel="nofollow" rel="nofollow">cobertores de sobrevivência</a>", utilizados para minimizar a perda de calor do corpo em situações de emergência, são retângulos de cerca de dois metros por um e pouco, feitos de um <a href="http://pt.wikipedia.org/wiki/Filme_PET_%28poli%C3%A9ster%29" rel="nofollow" rel="nofollow">filme de poliéster reflexivo</a>. É um material extremamente leve, barato e relativamente resistente.</p> <p><img alt="" src="http://farm8.staticflickr.com/7039/7137986063_08c9028ea9_z_d.jpg" width="500" /></p> <p>Subi ao terraço, onde encontrei <a href="http://www.lucasbambozzi.net/" rel="nofollow" rel="nofollow">Lucas Bambozzi</a> e <a href="http://www.blogart.com/" rel="nofollow" rel="nofollow">Fernando Velázquez</a>, que coordenavam as ações do dia. Lucas também estava envolvido com a Breve História do Agora, apresentação do grupo FAQ que aconteceria à noite no auditório do local. Circulei um pouco para conhecer melhor o Parque e voltei ao espaço da oficina, onde já testavam o equilíbrio do balão.<br /> Eu perdi o começo da oficina no Rio, então relato o processo que vi dois dias depois em Mauá. O primeiro passo é prototipar em papel esquemas de dobraduras que permitam montar balões a partir desses cobertores. Em seguida, são montados os balões propriamente ditos, utilizando-se bastante fita adesiva e barbantes. Depois, cada balão é enchido para testes - com um aspirador de pó invertido ou um secador de cabelos - quando verificam-se eventuais vazamentos, seu equilíbrio e a sustentação. Por fim, um cilindro de hélio comprimido é utilizado para encher o balão, e prende-se na base dele uma câmera, geralmente dentro de um saco plástico transparente. Não é qualquer câmera: Burbano utiliza os modelos que permitem a instalação do <a href="http://chdk.wikia.com/wiki/CHDK" rel="nofollow" rel="nofollow">CHDK</a>  - firmware alternativo que permite controlar diversas opções avançadas, mesmo em câmeras de baixo custo. A câmera é configurada (ou ajeitada, com uma bela gambiarra que utiliza atilhos e um pedacinho de madeira) para fazer fotos contínuas, e o balão é lançado ao ar preso por um barbante. A ideia é fazer suficientes fotos aéres que permitam a composição de mapas do entorno.</p> <p><img alt="" src="http://farm8.staticflickr.com/7244/7137994363_df005159c3_z_d.jpg" width="500" /></p> <p>No Rio, o balão foi solto com alguma pressa. A noite se aproximava, o que ameaçava a captação de imagens com luminosidade suficiente. Quando finalmente alçou voo, foi uma festa. A empolgação no sótão da antiga mansão lembrava um bando de crianças soltando sua primeira pipa. A impressão era reforçada pelo forte vento que soprava lá em cima - o primeiro balão chegou a escapar do fio, para ser recuperado alguns minutos depois em uma casa vizinha. Mais uma tentativa, e aí tudo funcionou bem. O balão fez alguns voos (um OVNI fantástico, emoldurado pela paisagem da cidade maravilhosa) e gerou centenas de imagens, ou mais. Em um dos últimos voos um helicóptero passou e voltou. Alguém falou "olha a aeronáutica chegando pra acabar com a brincadeira". Mas era só algum curioso: na aproximação frontal, vimos um braço acenando lá de dentro, antes do helicóptero sumir a caminho de Botafogo.</p> <p></p> <p>A noite caiu e começamos o debate, um "fórum de apresentação de ideias e projetos".  Assim que ligaram o projetor, som, refletores e outros equipamentos, a energia caiu. Aparentemente, a rede não segurava a carga. Começamos na voz livre, depois voltou o projetor e por fim e microfone. <a href="http://paoleb.blogspot.com.br/" rel="nofollow" rel="nofollow">Paola Barreto</a>  mostrou diversas explorações a partir de câmeras de vigilância, envolvendo intervenções com atores e outras ações. <a href="http://hapax.com.br/" rel="nofollow" rel="nofollow">Léo Póvoa e Ricardo Cutz</a> falaram sobre projetos, em especial o AM/PM, aplicativo para smartphones que mede o tempo de trabalho material em tempos de dependência de redes informacionais. Em seguida foi <a href="http://www.learekow.com/" rel="nofollow" rel="nofollow">Lea Rekow</a>, gringa baseada no Rio. Ela tem um projeto na Rocinha, dedicado a criar jardins em áreas livres, que se utiliza de smartphones para identificar trilhas percorridas e encontrar pontos com potencial para se tornarem novos jardins. Em seguida eu contei um pouco sobre a <a href="http://rede.metareciclagem.org" rel="nofollow" rel="nofollow">MetaReciclagem</a> e sobre minhas intenções em Ubatuba com o núcleo <a href="http://ubalab.org" rel="nofollow" rel="nofollow">Ubalab</a>. Tentei apresentar a ideia (ainda, e até hoje, pouco mais do que um esboço à espera da possibilidade de maior dedicação) de coletar dados sobre o trajeto que faz o lixo doméstico coletado na cidade até chegar a Tremembé, no alto da serra - depois de percorrer mais de cem quilômetros nos quais deixa um rastro de fumaça de diesel e cheiro de chorume. Após as apresentações, acabei ficando incumbido de mediar o debate. Na sequência, assistimos à apresentação do grupo FAQ e saímos para jantar em um restaurante de Santa Teresa.</p> <p>No sábado, nos reunimos - eu, Cinthia, Andres, Rodrigo Minelli, Lucas e Velázquez - para o trajeto até a Nuvem. Bruno já havia ido, de carro. Embarcamos na van, que tomou um rumo estranho. Descobrimos que o motorista-empreendedor tinha entendido que queríamos ir até Mauá, bairro de Magé, na área metropolitana do Rio. Era por isso que ele tinha dito que não precisava de hospedagem - imaginou nos deixar lá e voltar no mesmo dia para casa. Negociou com a patroa pelo celular e topou a viagem mais longa. Percorremos a Dutra, pegamos a saída para Penedo e subimos a serra. No trajeto final, conversei bastante com a Cinthia sobre a ideia do "hacklab rural" e todas suas implicações. O clima ali já era o tropical de altitude - araucárias, quaresmeiras, mata atlântica com uma umidade mais gelada. Cinthia apontou o rio que faz a divisa com Minas Gerais. Toda a região - Mauá, Maromba, Maringá - tem cerca de seis mil habitantes. População rural tradicional, esotéricos, neorrurais e outros. Gravei alguns trechos, que vou transcrever quando possível. Encontramos um monte de pontos em comum entre a realidade e as projeções deles em Mauá e meus próprios anseios em Ubatuba.<br /> Chegamos no meio da tarde, debaixo de chuva. A van quase não chegou a nosso primeiro destino: o restaurante Truta na Floresta. Trutas em várias apresentações, com diversos molhos e acompanhamentos. Marcus Bastos e Lula Fleischmann nos aguardavam por lá. Depois do almoço, fui no carro com Bruno, Cinthia e Velázquez. No meio do caminho, percebemos que um pneu estava furado. Para satisfazer plenamente a lei de Murphy, a chuva continuava forte. Trocamos pelo estepe, e finalmente tomamos a direção do Vale do Pavão.<br /> Chegamos na casa para descobrir que a energia tinha acabado, provavelmente por causa da chuva. Conheci as instalações aos poucos, à base do tato, tropeços e luz de velas. A Nuvem, em sua atual encarnação, é um lugar aconchegante, cercado por um jardim amplo. Lá no fundo, ouve-se o som de um córrego. Do outro lado, um galpão que abriga a composteira. A casa é ampla e confortável - sala grande, lareira, mesa de jantar, quartos e banheiros arrumados, uma bancada com computadores. Lula e Cinthia contam que os primeiros residentes da Nuvem chegaram e perguntaram "onde fica o laboratório", ao que elas responderam: "dentro do armário". Não era em sentido figurado - a despensa comporta um monte de ferramentas, aparelhos e materiais eletrônicos. A conexão à internet - que naquela noite só funcionaria mais tarde, quando a energia voltou - é lenta, pelo que eles recomendam que as pessoas levem todos os arquivos que precisam para qualquer atividade. Mas o silêncio e o clima de cooperação dentro da casa compensam a baixa conectividade.<br /> Em frente à lareira, sob goles de cachaça artesanal, conversamos bastante sobre possibilidades de novos projetos, trocando referências e articulando algumas ações. Comentei sobre a necessidade de sistemas de informação ambiental e gerenciamento de emergências. O pessoal do arte.mov fez experiências com seu recém adquirido <a href="http://ardrone.parrot.com/" rel="nofollow" rel="nofollow">AR Drone</a>. Foram diversas tentativas de controlar o drone, até que identificaram o que não funcionava. No dia seguinte, uma tentativa de sobrevoar a casa daria errado. Em determinado momento, o motorista da van perguntou "alguém aqui é casado? Vocês fazem isso em casa?". O limite da brincadeira, do comportamento geek de meninos com seu brinquedo novo, da exploração de novos imaginários. Lucas mostrou as impressionantes imagens de um protesto na Polônia <a href="http://www.youtube.com/watch?v=GwIrb47nvk8" rel="nofollow" rel="nofollow">capturado em vídeo além da barreira policial</a> por um desses drones. Um monte de implicações aqui: o fim do monopólio das imagens aéreas tomadas em tempo real durante acontecimentos relevantes, mas por outro lado um certo incômodo com a crescente popularidade desse tipo de tecnologia. Já antevi um monte de usos questionáveis desse tipo de coisas. Mantenham suas janelas fechadas!</p> <p></p> <p><img align="right" alt="" height="250" src="http://farm8.staticflickr.com/7058/6991901196_81ff656c42_n_d.jpg" />Ao fim da conversa, chegamos (como talvez fosse esperado) ao tema mobilidade como denominador comum de diversas iniciativas a serem desenvolvidas no futuro. A Nuvem havia armado com parceiros locais um jantar baseado em "alimentação viva": gergelim desperto, purê de inhame, shimeji rosa, kibe de forno com abóbora e outros quitutes naturais.</p> <p>No domingo, nos concentramos no espaçoso ginásio da escola pública de Mauá para outra oficina de mapeamento aéreo. Bastante gente da cidade participou, criou e inflou os balões, prendeu a câmera e saiu fazendo imagens. Ao contrário da oficina no Parque das Ruínas, espaço ali não era um problema: em frente à escola, um grande gramado permitia voos cada vez mais audaciosos... que acabaram com dois OVNIs perdidos no céu da Serra da Mantiqueira depois que suas linhas arrebentaram. Eles carregaram consigo centenas ou milhares de imagens, que talvez alguém ainda encontre. Fica como nossa contribuição aos mistérios de Mauá.</p> <p></p> <p>Este artigo foi escrito com o apoio do Centro Cultural da Espanha em São Paulo.</p> var flattr_uid = 'efeefe'; var flattr_tle = 'Os céus sobre o Rio'; var flattr_dsc = '<p><img alt="" src="http://farm8.staticflickr.com/7236/6991906556_30e9770746_z_d.jpg" width="500" /></p><p>No in&iacute;cio de mar&ccedil;o, fui convidado pela organiza&ccedil;&atilde;o do <a href="http://www.artemov.net/circuito2012/" rel="nofollow">Circuito arte.mov</a> a participar de sua programa&ccedil;&atilde;o no Rio de Janeiro: um debate na capital - ap&oacute;s a oficina de mapeamento a&eacute;reo com <a href="http://burbane.org/" rel="nofollow">Andres Burbano</a> -, seguido no dia seguinte de uma incurs&atilde;o &agrave; <a href="http://nuvem.tk" rel="nofollow">Nuvem</a>, hacklab rural em Visconde de Mau&aacute; - que tamb&eacute;m sediaria a mesma oficina. Eram atividades que me interessavam porque ligadas &agrave;quilo que no <a href="http://arquivovivo.org.br/archives/artwork/redelabs/labx-%e2%80%93-festival-culturadigital-br" rel="nofollow">Labx do Festival CulturaDigital.Br</a> eu tinha chamado de &quot;cartografia experimental&quot;. Na &eacute;poca, at&eacute; hav&iacute;amos tentado trazer Burbano para o Labx. Ele havia participado do arte.mov em 2010, quando <a href="http://www.artemov.net/saopaulo/?p=202" rel="nofollow">desafiou os organizadores locais a trabalharem &quot;a arte de voar&quot;</a> como tema explorat&oacute;rio para alguma edi&ccedil;&atilde;o futura do evento. A programa&ccedil;&atilde;o que acompanhei no Rio estava moldada por esse desafio.</p><p><img alt="" src="http://farm9.staticflickr.com/8163/6991913982_dbffa5cd00_z_d.jpg" width="500" /></p>'; var flattr_tag = 'ciência cidadã,mauá,metareciclagem,msst,nuvem'; var flattr_cat = 'text'; var flattr_url = 'http://ubalab.org/blog/os-ceus-sobre-o-rio'; var flattr_lng = 'en_GB' blogs ciência cidadã feeds mauá metareciclagem msst nuvem projetos ubalab ubatuba Sat, 12 May 2012 20:10:53 +0000 felipefonseca 12344 at http://efeefe.no-ip.org Do alto http://efeefe.no-ip.org/agregando/do-alto <div class=fonte_feed> <em>Este post foi agregado por RSS. Link original:<br> <a href=></a></em></div> --- <p>A <a href="http://www.ubatubaemrevista.com.br/" rel="nofollow" rel="nofollow">Ubatuba em Revista</a> de Julho/Agosto traz duas matérias interessantes. A primeira é sobre o projeto Ubatuba no Espaço, do professor Cândido de Moura, sobre o qual já <a href="http://ubalab.org/blog/ubatuba-no-espaco" rel="nofollow" rel="nofollow">comentei aqui</a>. Infelizmente, só peguei a revista agora e não fiquei sabendo a tempo da realização da Semana de Astronomia Astronáutica na Escola Tancredo Neves. </p> <p>A outra matéria é de <a href="http://www.wikiaves.com.br/perfil_itamambuca" rel="nofollow" rel="nofollow">Dimitri Matoszko</a>, contando sobre a expedição que fez com a equipe do Itamambuca Eco Resort à parte alta de Ubatuba, uma larga área da cidade na divisa com Cunha, no alto da serra. Toda a região está dentro do Parque Estadual da Serra do Mar, e conta com picos elevados. Um deles, com o número MI-2771-1, tem 1670m de altitude - contradizendo o senso comum que aponta o pico do Corcovado (1277m) como o mais alto da cidade.</p><p><a href="http://ubalab.org/blog/do-alto" target="_blank" rel="nofollow">leia mais</a></p> blogs feeds geo msst pre-mapeamento projetos ubalab ubatuba Fri, 15 Jul 2011 12:49:55 +0000 felipefonseca 11099 at http://efeefe.no-ip.org Ubatuba no espaço http://efeefe.no-ip.org/agregando/ubatuba-no-espaco <div class=fonte_feed> <em>Este post foi agregado por RSS. Link original:<br> <a href=></a></em></div> --- <p><a href="http://alfarrabio.org/" rel="nofollow" rel="nofollow">Paulo Bicarato</a> me mandou agora há pouco um <a href="http://oblogdochico.blogspot.com/2011/01/breve-relato-sobre-ciencia-e.html?spref=tw" rel="nofollow" rel="nofollow">post fantástico</a> contando sobre o projeto do professor de ciências da escola Tancredo Neves, em Ubatuba. Candido de Souza leu na Superinteressante sobre uma empresa norte-americana que lança satélites particulares. Reuniu seus alunos, buscou apoio para conseguir os oito mil dólares necessários, fez parceria com uma <a href="http://www.globalcode.com.br/" rel="nofollow" rel="nofollow">empresa</a> cujos sócios - coincidentemente - vivem em Ubatuba. Existem um monte de entraves burocráticos e de segurança, mas o projeto está andando - e eu fiquei bastante curioso. Impossível não pensar no <a href="http://devolts.org/msst/?page_id=2" rel="nofollow" rel="nofollow">MSST</a>, o movimento dos sem-satélite.<br /> Encontrei mais informações na <a href="http://www.revistapesquisa.fapesp.br/?art=6997&bd=2&pg=1&lg=" rel="nofollow" rel="nofollow">revista de pesquisa da Fapesp</a>.</p> blogs ciência de bairro escolas espaço feeds msst projetos satélite ubalab ubatuba Wed, 12 Jan 2011 02:00:45 +0000 felipefonseca 9697 at http://efeefe.no-ip.org Escuta & Localização de Satélites http://efeefe.no-ip.org/agregando/escuta-localizacao-de-satelites <div class=fonte_feed> <em>Este post foi agregado por RSS. Link original:<br> <a href=></a></em></div> --- <p>Na próxima sexta-feira, às 13hs de Brasília, vai rolar um <a href="http://devolts.org/msst/" rel="nofollow" rel="nofollow">encontro online</a> a partir de um workshop sobre escuta & localização de satélites, acontecendo no <a href="http://www.rotefabrik.ch/de/home/" rel="nofollow" rel="nofollow">Rote Fabrik</a> (Zurique). Vamos nos encontrar no irc.freenode.net, canal #msst.</p> <p><a href="http://devolts.org/msst/" rel="nofollow" rel="nofollow"><img alt="MSST" src="http://devolts.org/msst/wp-content/uploads/2010/09/mini_flyer_up.jpg" /></a></p><a href="/conectaz/Bricolabs" rel="nofollow">Bricolabs</a> metareciclagem msst Tue, 28 Sep 2010 19:26:12 +0000 felipefonseca 8778 at http://efeefe.no-ip.org Zodíaco Satelital http://efeefe.no-ip.org/agregando/zodiaco-satelital <div class=fonte_feed> <em>Este post foi agregado por RSS. Link original:<br> <a href=></a></em></div> --- <p>A partir das conversas do <a href="http://devolts.org/msst" rel="nofollow">MSST</a> sobre o vídeo <a href="http://www.itaucultural.org.br/index.cfm?cd_pagina=2787&id=001770&titulo=Sat%E9lite+Bolinha&auto=undefined" rel="nofollow">Satélite Bolinha</a> de Bruno Vianna (em que lá pelas tantas se fala em “Astrologia Artificial”), Alejo Duque mandou o link do Satellite Zodiac de Max Neupert:</p> <p><a href="http://revolwear.com/satellite_zodiac/" rel="nofollow">http://revolwear.com/satellite_zodiac/</a></p> <img title="Satellite Zodiac" src="http://revolwear.com/satellite_zodiac/super_mario.png" alt="Satellite Zodiac" width="675" height="416" /><p class="wp-caption-text">The Super Mario satellite constellation</p> <blockquote><p>Satellite Zodiac is a taxonomy of satellite constellations to give satellites visibility and meaning. Satellites can either stand still relative to our position or move on asynchronous paths with different speeds depending on their orbital type. The constellations are therefore determined by time and location. They are ephemeral by nature, existing only for fractions of a second. A theory of satellite constellations must allow for those special circumstances of moving objects in different orbital planes.</p> <p>Satellite Zodiac is an installation where motor controlled laser pointers display the current position of up to 12 moving satellites in our field of view in real time plus the belt of geosynchronous satellites – the satellite milky way. Just like in a planetarium where the star constellations can be displayed, illustrative interpretation of the emerging (satellite-) constellations explain their meaning and reflect our technological contemporary mythology. The C64, iPod, Gameboy, Polaroid and Walkman are among zodiac symbols of satellite constellations</p></blockquote> <br /> Tagged: <a href='http://tecnomagxs.wordpress.com/tag/aliadxs/' rel="nofollow">aliadxs</a>, <a href='http://tecnomagxs.wordpress.com/tag/astrologia/' rel="nofollow">astrologia</a>, <a href='http://tecnomagxs.wordpress.com/tag/msst/' rel="nofollow">msst</a>, <a href='http://tecnomagxs.wordpress.com/tag/satelite/' rel="nofollow">satélite</a>, <a href='http://tecnomagxs.wordpress.com/tag/video/' rel="nofollow">vídeo</a> <a rel="nofollow" href="http://feeds.wordpress.com/1.0/gocomments/tecnomagxs.wordpress.com/185/" rel="nofollow"><img alt="" border="0" src="http://feeds.wordpress.com/1.0/comments/tecnomagxs.wordpress.com/185/" /></a> <a rel="nofollow" href="http://feeds.wordpress.com/1.0/godelicious/tecnomagxs.wordpress.com/185/" rel="nofollow"><img alt="" border="0" src="http://feeds.wordpress.com/1.0/delicious/tecnomagxs.wordpress.com/185/" /></a> <a rel="nofollow" href="http://feeds.wordpress.com/1.0/gofacebook/tecnomagxs.wordpress.com/185/" rel="nofollow"><img alt="" border="0" src="http://feeds.wordpress.com/1.0/facebook/tecnomagxs.wordpress.com/185/" /></a> <a rel="nofollow" href="http://feeds.wordpress.com/1.0/gotwitter/tecnomagxs.wordpress.com/185/" rel="nofollow"><img alt="" border="0" src="http://feeds.wordpress.com/1.0/twitter/tecnomagxs.wordpress.com/185/" /></a> <a rel="nofollow" href="http://feeds.wordpress.com/1.0/gostumble/tecnomagxs.wordpress.com/185/" rel="nofollow"><img alt="" border="0" src="http://feeds.wordpress.com/1.0/stumble/tecnomagxs.wordpress.com/185/" /></a> <a rel="nofollow" href="http://feeds.wordpress.com/1.0/godigg/tecnomagxs.wordpress.com/185/" rel="nofollow"><img alt="" border="0" src="http://feeds.wordpress.com/1.0/digg/tecnomagxs.wordpress.com/185/" /></a> <a rel="nofollow" href="http://feeds.wordpress.com/1.0/goreddit/tecnomagxs.wordpress.com/185/" rel="nofollow"><img alt="" border="0" src="http://feeds.wordpress.com/1.0/reddit/tecnomagxs.wordpress.com/185/" /></a> <img alt="" border="0" src="http://stats.wordpress.com/b.gif?host=tecnomagxs.wordpress.com&blog=4364306&post=185&subd=tecnomagxs&ref=&feed=1" width="1" height="1" /> aliadxs astrologia msst satélite tecnomagia Uncategorized video Tue, 21 Sep 2010 19:36:40 +0000 felipefonseca 8716 at http://efeefe.no-ip.org Labtolab - dia a dia http://efeefe.no-ip.org/agregando/labtolab-dia-a-dia <div class=fonte_feed> <em>Este post foi agregado por RSS. Link original:<br> <a href=></a></em></div> --- <p>Estive em Madrid em Junho para participar do <a href="http://www.labtolab.org" rel="nofollow">Labtolab</a>, encontro de medialabs europeus (com muitos convidados latinoamericanos). Comecei a contar as prévias e a viagem <a href="http://efeefe.no-ip.org/blog/labtolab-previas-e-chegada" rel="nofollow">aqui</a>. Esse post é um relato do que rolou durante a semana que estive por lá. Ainda quero escrever outro com minhas reflexões sobre o processo.<br /> <img alt="Pantalla Digital" align="right" src="http://farm2.static.flickr.com/1194/4722575617_0677dc87c8_m_d.jpg" />No começo da tarde da segunda-feira, caminhei até a Plaza de las Letras. O Medialab Prado fica atualmente no subsolo da praça, com janelas viradas para uma rampa de acesso. Em um dos cantos da praça, uma tela digital gigantesca decora a parede do que virá a ser a nova sede do Medialab, com instalações quatro ou vezes maiores do que hoje em dia.<br /> Descendo a rampa, já vi a programação do mês estampada na janela em letras adesivas, um detalhe sutil que mostra a preocupação do Medialab em ter uma interface pública, em vez de fechar-se no próprio umbigo. Em frente à escada que dá acesso ao subsolo, mais uma tela onde sempre está rodando alguma obra interativa. Abri a pesada porta. Logo na entrada, um monte de armários de tela com equipamentos e materiais, à esquerda. No lado oposto, o balcão de recepção, com material da programação corrente.<br /> <img alt="Programação Medialab Prado" src="http://farm2.static.flickr.com/1106/4723248082_6020dcf2a4_d.jpg" /><br /> A área principal do Medialab estava montada como auditório. As cadeiras, então voltadas para o fundo, geralmente ficam dobradas e penduradas em uma estrutura de aramados na parede. Tudo muito móvel, mas bem prático e organizado. Ao longo da parede direita, uma fileira de bancadas com uns poucos computadores para quem quiser usar. Do lado esquerdo, a impressora 3D montada durante um workshop do pessoal do <a href="http://makerbot.com" rel="nofollow">Makerbot</a>.<br /> <img alt="Makerbot montada" src="http://farm2.static.flickr.com/1168/4722600363_194ea83876_d.jpg" /><br /> O labtolab começou com uma apresentação geral do evento por Marcos Garcia. Comentou sobre o intercâmbio de modos de produção, a meu ver tão importante quanto a circulação da produção em si. Em seguida, se apresentaram pessoas dos laboratórios que organizavam o encontro. Gente de Nantes (<a href="http://home.crealab.info/" rel="nofollow">Crealab</a>), Bruxelas (<a href="http://www.constantvzw.org/site/" rel="nofollow">Constant</a>), Budapeste (<a href="http://kitchenbudapest.hu/" rel="nofollow">Kitchen Budapest</a>), Londres (<a href="http://area10.info" rel="nofollow">Area10</a>) e do próprio Medialab Prado. Também conheci pessoal de Lima (<a href="http://escuelab.org" rel="nofollow">Escuelab</a>), Córdoba (<a href="http://www.modular.org.ar/nos.html" rel="nofollow">Modular</a>), Tijuana (<a href="http://protolab.ws" rel="nofollow">Protolab</a>), Buenos Aires (<a href="http://www.cceba.org.ar/v2/index.php?option=com_content&view=section&layout=blog&id=6&Itemid=57" rel="nofollow">CCE</a>), Lisboa (<a href="http://culturalivre.eu/" rel="nofollow">Cultura Livre Associação</a>) e mais <a href="http://www.labtolab.org/~labtolab/wiki/index.php/Medialab-Prado_Meeting#List_of_participants_.28provisional.29" rel="nofollow">um monte de gente</a>. Muitas visões aproximadas mas com uma grande diversidade de métodos, perspectivas e atuação. Também conheci finalmente o pessoal do <a href="http://marginaliaproject.com/lab/" rel="nofollow">Marginalia Projects</a>, de BH.</p> <p><img alt="Futura sede do Medialab" src="http://farm2.static.flickr.com/1431/4723226248_cb280dc687_d.jpg" /> </p> <p>Para o almoço, os mediadores do Medialab levaram grupos de participantes para diferentes restaurantes. Tínhamos recebido envelopes com vales-refeição da produção do evento. Eu fiquei no grupo que foi ao indiano Ganga. Comida razoável, boas conversas. Cuauhtemoc, do México, contou sobre a estrutura e funcionamento do <a href="http://cmm.cenart.gob.mx/" rel="nofollow">centro multimídia</a> no Centro Nacional de Artes. Alejandro Tosatti contou sobre o que tem desenvolvido na Costa Rica. <a href="http://www.washington.edu/dxarts/profile_home.php?who=kudla" rel="nofollow">Allison Kudla</a>, norte-americana, contou um pouco sobre sua vivência em uma escola de Bangalore (ela trabalhava junto com <a href="http://dosislas.org" rel="nofollow">Victor Vina</a>, que conheci no Brasil e foi a primeira pessoa que me falou sobre o Labtolab). Entre a comida e a sobremesa, comecei a sentir o jetlag batendo e saí pra respirar um pouco.</p> <p><img alt="Porta " src="http://farm2.static.flickr.com/1202/4723249414_2d7fb728c6_d.jpg" /> </p> <p>Voltamos ao Medialab para assistir as apresentações dos projetos que seriam desenvolvidos no <a href="http://medialab-prado.es/article/interactivos10" rel="nofollow">Interactivos</a>. Gostei da seleção de projetos, que tinham um corte muito interessante na perspectiva de ciência de bairro - o momento em que a ciência de garagem passa a buscar diálogo com a sociedade, em que o geek sai à rua e busca propósito para suas pesquisas. Não acho que todos os projetos compartilhavam dessa perspectiva, mas o contato entre eles certamente traria esse tipo de questionamento.<br /> Não consegui estar presente na abertura da exposição Estárter, dos artistas colombianos na <a href="http://www.offlimits.es/" rel="nofollow">Offlimits</a>. Fui pro hotel para dormir das 22h30 às 2h30, e depois ficar lendo RSS, escrevendo emails e esperando o tempo passar. Tomei o racionado café da manhã no terraço outra vez (com todo o cuidado para não acordar os hóspedes do último andar). Voltei pro quarto, fiz um alongamento, um pouco de exercício e meditei por algum tempo. Depois capotei por mais um par de horas.<br /> ---<br /> A terça-feira começou com a apresentação das comunicações do Interactivos. Perdi as primeiras, mas cheguei no meio da <a href="http://medialab-prado.es/article/fiteiro_cultural" rel="nofollow">apresentação da Fabiana de Barros</a>, falando sobre o <a href="http://www.fiteirocultural.org/SL/sl-what.html" rel="nofollow">Fiteiro Cultural</a>. Depois, Gabriel Menotti apresentou sua comunicação <a href="http://medialab-prado.es/article/living_building" rel="nofollow">Gambiarra - a prototyping perspective</a> (que semana passada também entrou no metalivro <a href="http://mutirao.metareciclagem.org/chamadas/gambiologia" rel="nofollow">Gambiologia</a>). Allison Kudla apresentou o projeto <a href="http://medialab-prado.es/article/living_building" rel="nofollow">Living Building</a>. Me tocou ali não só a dinâmica de um laboratório totalmente móvel e potencialmente mais aberto ao entorno do que o normal, mas também a presença de uma sensação profunda de choque cultural para uma norte-americana que parece ter aceitado bem.<br /> O almoço foi um piquenique no parque del Retiro. Todo mundo optou pelo mais fácil e encomendou sanduíches e alguma bebida. Fiquei conversando com o pessoal do Marginália, com Gabriel Menotti, com Kiko Mayorga do Escuelab, Wendy do Constant e outrxs. Voltei ao Medialab conversando com Marcos Garcia sobre projetos, escala, relações com a institucionalidade e outras batatas quentes.<br /> A tarde começou com a apresentação dos tutores. Olivier Schulbaum falou sobre todo o histórico do <a href="http://platoniq.net" rel="nofollow">Platoniq</a> e sobre o <a href="http://youcoop.org" rel="nofollow">Youcoop</a>. <a href="http://burbane.org" rel="nofollow">Andrés Burbano</a> fez uma apresentação sobre o trabalho de <a href="http://pt.wikipedia.org/wiki/Konrad_Zuse" rel="nofollow">Konrad Zuse</a>. Também apresentou-se <a href="http://music.columbia.edu/~douglas/portfolio/index.shtml" rel="nofollow">Douglas Repetto</a>. Meu amigo e <a href="http://bricolabs.net" rel="nofollow">bricolega</a> Alejo Duque chegou no meio da tarde.<br /> No fim da tarde, Landgon Winner, que estava de passagem por Madrid, contou sem muita pressa sobre como uma comunidade da qual ele faz parte conseguiu confrontar o poder de uma corporação (perdi os detalhes da apresentação por cansaço e algum tédio). Saí de lá para capotar uma horinha no hotel antes de colar no <a href="http://madrid.the-hub.net" rel="nofollow">The Hub</a> para um convescote com os participantes dos dois eventos. Queijo, salgados e cerveja na faixa. Os tipos de conversas e questionamentos que não rolam durante o dia. Alejo me apresentou para outros colombianos ponta firme, como Paula Vélez e Alejandro Araque (que durante a tarde já tinha levantado a questão sobre computadores usados em contextos rurais, etc.). Re-encontrei Alek Tarkowski, um dos cabeças do creative commons Polônia, depois de uns três anos sem vê-lo. Ele veio ao Labtolab porque está querendo criar algum tipo de espaço por lá.<br /> ---<br /> <img alt="Intermediae" align="right" src="http://farm2.static.flickr.com/1094/4723228600_cb715a33a9_m_d.jpg" /><br /> Na quarta, a programação seria em outro espaço. O <a href="http://www.mataderomadrid.com/" rel="nofollow">Matadero</a> é um amplo espaço com aquele visual de área industrial reformada. Lembrei do SESC Pompeia e da Casa das Caldeiras. Grandes paredes de tijolos descobertos. Muito metal e vidro. Intervenções arquitetônicas aqui e ali, uma exposição de uma artista colombiana que lembrava uma mimoSa. O Matadero sedia uma série de projetos. Um deles é o <a href="http://intermediae.es/" rel="nofollow">Intermediae</a>, que se define como um laboratório experimental.<br /> Cheguei no começo da apresentação dos coordenadores do espaço. Eles conseguiram negociar uma grande liberdade para implementar o projeto. Apesar de existir uma intenção de realizar exposições, eles conseguiram passar o primeiro ano sem se preocupar em expor nada. Como eles falaram mais de uma vez em laboratório experimental, eu aproveitei pra esticar por lá a questão que o Lucas Bambozzi tinha levantado <a href="http://culturadigital.br/redelabs/2010/06/cultura-digital-experimental-parte-1-twitter/" rel="nofollow">aqui</a>: se eles incorporavam o erro nos processos, e como. Eles disseram que certamente, o erro faz parte do processo - fizeram um evento que propunha que as pessoas gerenciassem a própria participação e ninguém fez nada, e isso alimentou as decisões para um evento posterior.<br /> <img alt="Sessão de debate" align="left" src="http://farm2.static.flickr.com/1013/4722576721_ec14b50ebc_m_d.jpg" />Em seguida, rolou uma sessão de prospecção dos futuros possíveis do <a href="http://www.kitchenbudapest.hu/en" rel="nofollow">Kitchen Budapest</a>. A proposta era que a equipe projetasse onde estaria até 2020, em diálogo com todos os presentes. Depois da conversa beirar algum delírio de dominação mundial, cheguei a fazer uma pergunta tentando questionar a retórica de "laboratórios de mídia". Algo na linha de "já que agora em 2020, com a crise ambiental impossibilitando as viagens de longa distância e as novas possibilidades de telepresença, estamos todos aqui ao mesmo tempo nessa sala compartilhada virtual e em nossas casas; e agora que cada vez mais gente está usando os iBrains - implantes cerebrais proprietários da Apple que se conectam direto ao nervo ótico -, será que não é hora de parar de usar termos como 'mídia' e 'laboratório'"? Mas acho que não consegui ser muito claro lá (e nem aqui, na real).<br /> <img alt="Questões debatidas" src="http://farm2.static.flickr.com/1177/4722575953_98408b201d_d.jpg" /><br /> Depois (ou antes, não lembro mais), os participantes foram divididos em grupos para debater duas de cinco questões propostas pela organização. Eu moderei um dos grupos, com Attila Nemes (Kibu), Rodrigo Calvo (<a href="http://www.laboralcentrodearte.org/" rel="nofollow">Laboral</a>) e Inés Salmorza (Universidade de Sevilla). Escolhemos as questões sobre sustentabilidade e continuidade. Gravei a conversa, vou publicar trechos nas próximas semanas.<br /> O almoço foi um churrasco (ou a tentativa bem-intencionada de fazer um churrasco de hambúrgueres e linguiças) no Avant Garden do próprio Matadero. As conversas continuaram. Paula Vélez pôs som pra rodar no ambiente. Como o programa da tarde seria um planejamento sobre o próximo Labtolab, resolvi sair para a cidade. Antes, porém, ouvi uma participante perguntar em inglês sobre qual seria a continuação dos grupos de trabalho da manhã. Respondi alguma coisa, e o Menotti perguntou por que não estávamos conversando em português. Nos apresentamos, e só aí percebi, surpreso, que estava falando com a <a href="http://lenara.com" rel="nofollow">Lenara</a>, que foi minha professora no primeiro semestre na UFRGS, quatorze anos atrás. Ela mora atualmente em Madrid, enquanto desenvolve o doutorado em Frankfurt, focando na interação colaborativa entre artistas. Me convenci de vez que o mundo é uma esfiha de carne quando descobri que o norte-americano amigo dela que estava ao lado contou que estava morando em Dresden, a duas quadras de onde eu morei há três anos.<br /> Voltei ao Medialab no fim da tarde esperando um retorno das sessões de debate da manhã, mas o pessoal estava muito cansado.<br /> ---<br /> <img alt="Fachada de La Tabacalera" src="http://farm2.static.flickr.com/1368/4723234056_9d31e11451_d.jpg" /><br /> Na quinta-feira, a conferência aconteceria na <a href="http://latabacalera.net/ " rel="nofollow">Tabacalera de Lavapiés</a>. É um lugar fantástico, uma construção enorme que foi uma fábrica estatal de tabaco, passou um tempo abandonada e depois foi escolhida para sediar um centro de artes. O projeto ficou parado um tempo, e mais tarde foi retomado como um centro cultural autogestionado. Um monte de gente de algumas dezenas de grupos independentes de Madrid estão envolvidos com La Tabacalera, que seria inaugurada no fim de semana seguinte à nossa reunião por lá. Começamos com uma visita pelo espaço, de olhos fechados e em fila indiana. Nossos guias eram os franceses do Apo33/Crealab, que estavam ocupando alguns espaços da Tabacalera. Passamos pelo porão, onde montaram um "medialab de alguns anos atrás".<br /> <img alt="Copyleft" align="right" src="http://farm2.static.flickr.com/1005/4722585581_b790b56db6_m_d.jpg" />Passamos por um saguão central e chegamos à entrada, onde fica um mural colaborativo com as tarefas atuais. Cruzamos o "espacio copyleft", no meio do qual fica o centro de controle das câmeras de segurança. Enquanto passávamos ao calmo jardim central, <a href="http://www.noiser.org/noise/" rel="nofollow">Julien Ottavi</a> levantou um possível contrassenso entre a vigilância e o copyleft. Depois de alguma discussão, argumentei que o problema não eram as câmeras em si, mas quem tinha o controle das imagens - a ideia de código livre supõe justamente que a informação sobre os processos pertença a todxs envolvidxs, não somente a um grupo fechado. Talvez uma solução de segurança condizente com a ideia de copyleft não fosse a ausência de câmeras, mas definir maneiras de assegurar que toda a comunidade tenha acesso às imagens geradas pelas câmeras - o que daria inclusive mais condições para que a comunidade soubesse o que acontece nas diferentes áreas da Tabacalera.<br /> Em seguida, nos reunimos em uma sala que parece um refeitório, ao lado do laboratório de molhos e aromas. Assistimos a uma apresentação sobre a história do espaço, as circunstâncias de sua criação e o envolvimento com a comunidade. A apresentação se alongou um pouco demais, e acabou atrasando outras atividades previstas para a manhã.<br /> <img alt="Laboratório de Salsas e Aromas" src="http://farm2.static.flickr.com/1352/4722590977_c2c8519d85_d.jpg" /><br /> Saí no intervalo do almoço para ir ao centro, encontrar umas lembranças e presentes. Também comprei uma câmera fotográfica pra mim, depois de uns sete anos sem. Voltei à Tabacalera no meio da tarde, para a conversa proposta com os grupos latinoamericanos. Infelizmente, alguém decidiu separar em grupos de uma forma meio limitada: uma mesa de "brasileirxs", uma mesa de pessoas ligadas aos Centros Culturais da Espanha, outra de pessoas envolvidas com "laboratórios virtuais". Uma das consequências foi que os grupos latinoamericanos não tiveram uma conversa muito dinâmica entre si. Na mesa do Brasil estávamos eu, o pessoal do Marginália e Menotti, mais algumas pessoas que já conhecíamos de uma forma ou outra. Só reconheci o <a href="http://twitter.com/josianito" rel="nofollow">Josian</a>, que havia conhecido em Barcelona, no meio da conversa. A conversa foi animada, mas acho que faltou um planejamento para mais intercâmbio e circulação entre as mesas.<br /> <img alt="Araque no Pecha Kucha" src="http://farm2.static.flickr.com/1092/4723238280_5b548fa821_d.jpg" /><br /> Voltamos a pé ao Medialab Prado, para uma programação que começava com Pecha Kucha e continuaria com <a href="http://codelab.fr/1713" rel="nofollow">aperocodelab</a>. Por algum motivo, eu decidi não apresentar nada na Pecha Kucha. Fiquei assistindo a uma série de apresentações que falavam sobre Medialabs em diferentes contextos e formatos, sempre tentando encontrar o que eles tinham em comum. Vi uma busca por expandir a experimentação não só em termos de produção efetiva como também de formas de relacionamento. Percebi de novo que a tradicional fórmula "arte, ciência e tecnologia" tinha quase sempre "sociedade" como um quarto elemento. Também passaram ali algumas pessoas tentando entender os medialabs (uma ou outra sem noção do que estavam estudando), e algumas iniciativas ainda bem no começo, mas com bastante potencial. O aperocodelab foi mais animado, e mais barulhento. Alejo começou de leve, mas no meio da apresentação do Ottavi poucas pessoas aguentaram o noise extremo.<br /> ---<br /> <img alt="Instalação na Tabacalera" src="http://farm2.static.flickr.com/1340/4722592303_088d475cc5_d.jpg" /><br /> A sexta-feira seria o último dia de labtolab, começando na Tabacalera. Os participantes do Interactivos que haviam nos acompanhado nos primeiros dias já estavam totalmente imersos na produção dos projetos selecionados. Pela manhã, participei de duas sessões de trabalho. A primeira se chamava "Field of exchange: open call for residency, work exchange, mobilities". Conversamos sobre a necessidade de criar mais campos de intercâmbio de pessoas entre diferentes contextos - não só artistas como também o que o medialab prado chama de "mediadores culturais". O argumento deles é que o conhecimento sobre metodologia e produção também precisa circuar. Abrimos algumas pontas de articulação ali que espero poder desenvolver mais no futuro. Depois, segui para a sessão "Mapping Medialabs". Muita gente boa nessa sessão, que continuava uma investigação que já começou no primeiro encontro do Labtolab, sobre identificar espaços no mundo inteiro que podem se encaixar no cenário de laboratórios de mídia. Foi uma boa sessão de trabalho - saí de lá cadastrado em uma lista e tendo exibido algumas experiências com mapeamentos e afins.<br /> Saí para a cidade - quando comprei a câmera, tinha esquecido de pedir a nota de Tax Free, e não queria perder 18 euros tão facilmente. Continuei caminhando, almocei em um restaurante vegetariano chinês, fiz algumas fotos. O programa previa uma sessão de encerramento do dia na Tabacalera depois do almoço, seguida por uma sessão de encerramento do labtolab no Medialab. Como já duvidava dos encerramentos diários e tinha necessidade de sentir a cidade antes de ir embora, decidi continuar caminhando até a hora da segunda sessão. Cheguei no Medialab na hora marcada. Só apareceram duas ou três pessoas do labtolab. Me disseram que por cansaço haviam feito tudo numa só sessão e que não rolaria o encerramento final. Fiquei bem decepcionado, mesmo ouvindo que o encerramento não trouxe muita novidade. Queria pelo menos encontrar as pessoas. Mas tudo bem, ainda restava a última etapa da programação conjunta Interactivos + Labtolab: o Dorkbot.<br /> <img alt="Peça de Alejandro Tamayo" align="right" src="http://farm2.static.flickr.com/1054/4723263946_d085ef736c_m_d.jpg" />Caminhei com o pessoal que estava por lá até o Offlimits. No caminho, encontrei um cavalo de brinquedo, preto, muito pequeno. Tomei como um presente de Madrid. Chegamos ao local antes do horário. Pude ver pelo menos um pedaço da exposição estárter, cuja abertura perdi na segunda. Gostei das peças expostas ali. Saímos para comprar algumas cervejas, e na volta sentamos onde deu - eu fiquei no chão, no canto esquerdo. Assistimos à apresentação do Alejo Duque, falando sobre e mostrando o material que capturou, de uma galera de algum lugar do Brasil usando satélites pra comunicação absolutamente trivial - um uso totalmente imprevisto (e certamente ilegal) de equipamento quase ocioso que orbita a terra. Alejo também falou de um manifesto publicado há algumas décadas por nações equatoriais protestando contra a ocupação do espaço orbital acima de seus territórios por equipamentos de países muito mais ricos - uma ocupação que não revertia em nenhuma vantagem para os equatoriais.<br /> <img alt="Alejo Duque no Dorkbot" src="http://farm2.static.flickr.com/1257/4723258798_09d65fdb36_d.jpg" /><br /> Na sequência, Douglas Repetto do Dorkbot contou alguns causos e mostrou ao vivo a operação via rede de um plotter de caneta que estava em Nova Iorque, uma verdadeira façanha. Para encerrar, Brian Mackern mostrou algumas de suas obras ligadas à visualização de interferência eletromagnética ligada ao clima.<br /> <img alt="Douglas Repetto no Dorkbot" src="http://farm2.static.flickr.com/1013/4722612193_bbe8958caf_d.jpg" /><br /> Na saída, acompanhei o pessoal que ia comer em Lavapiés. Ainda conversei com mais algumas pessoas, inclusive algumas que não tinham aparecido antes, e retornei para o hotel porque voltaria ao Brasil na manhã seguinte e ainda precisava resolver algumas coisas. Deu vontade de ficar mais e conferir a produção do Interactivos, mas não seria possível. Quem sabe numa outra ocasião (talvez do lado de cá do Atlântico...).</p> desvio dorkbot eventos labtolab madrid medialab medialab prado msst redelabs Mon, 12 Jul 2010 17:47:36 +0000 felipefonseca 8184 at http://efeefe.no-ip.org Labtolab - dia a dia http://efeefe.no-ip.org/agregando/labtolab-dia-a-dia-0 <div class=fonte_feed> <em>Este post foi agregado por RSS. Link original:<br> <a href=></a></em></div> --- <p>Estive em Madrid em Junho para participar do <a href="http://www.labtolab.org" rel="nofollow">Labtolab</a>, encontro de medialabs europeus (com muitos convidados latinoamericanos). Comecei a contar as prévias e a viagem <a href="http://efeefe.no-ip.org/blog/labtolab-previas-e-chegada" rel="nofollow">aqui</a>. Esse post é um relato do que rolou durante a semana que estive por lá. Ainda quero escrever outro com minhas reflexões sobre o processo.</p> <p><img alt="Pantalla Digital" align="right" src="http://farm2.static.flickr.com/1194/4722575617_0677dc87c8_m_d.jpg" />No começo da tarde da segunda-feira, caminhei até a Plaza de las Letras. O Medialab Prado fica atualmente no subsolo da praça, com janelas viradas para uma rampa de acesso. Em um dos cantos da praça, uma tela digital gigantesca decora a parede do que virá a ser a nova sede do Medialab, com instalações quatro ou vezes maiores do que hoje em dia.</p> <p>Descendo a rampa, já vi a programação do mês estampada na janela em letras adesivas, um detalhe sutil que mostra a preocupação do Medialab em ter uma interface pública, em vez de fechar-se no próprio umbigo. Em frente à escada que dá acesso ao subsolo, mais uma tela onde sempre está rodando alguma obra interativa. Abri a pesada porta. Logo na entrada, um monte de armários de tela com equipamentos e materiais, à esquerda. No lado oposto, o balcão de recepção, com material da programação corrente.</p> <p><img alt="Programação Medialab Prado" src="http://farm2.static.flickr.com/1106/4723248082_6020dcf2a4_d.jpg" /></p> <p>A área principal do Medialab estava montada como auditório. As cadeiras, então voltadas para o fundo, geralmente ficam dobradas e penduradas em uma estrutura de aramados na parede. Tudo muito móvel, mas bem prático e organizado. Ao longo da parede direita, uma fileira de bancadas com uns poucos computadores para quem quiser usar. Do lado esquerdo, a impressora 3D montada durante um workshop do pessoal do <a href="http://makerbot.com" rel="nofollow">Makerbot</a>.</p> <p><img alt="Makerbot montada" src="http://farm2.static.flickr.com/1168/4722600363_194ea83876_d.jpg" /><br /> O labtolab começou com uma apresentação geral do evento por Marcos Garcia. Comentou sobre o intercâmbio de modos de produção, a meu ver tão importante quanto a circulação da produção em si. Em seguida, se apresentaram pessoas dos laboratórios que organizavam o encontro. Gente de Nantes (<a href="http://home.crealab.info/" rel="nofollow">Crealab</a>), Bruxelas (<a href="http://www.constantvzw.org/site/" rel="nofollow">Constant</a>), Budapeste (<a href="http://kitchenbudapest.hu/" rel="nofollow">Kitchen Budapest</a>), Londres (<a href="http://area10.info" rel="nofollow">Area10</a>) e do próprio Medialab Prado. Também conheci pessoal de Lima (<a href="http://escuelab.org" rel="nofollow">Escuelab</a>), Córdoba (<a href="http://www.modular.org.ar/nos.html" rel="nofollow">Modular</a>), Tijuana (<a href="http://protolab.ws" rel="nofollow">Protolab</a>), Buenos Aires (<a href="http://www.cceba.org.ar/v2/index.php?option=com_content&view=section&layout=blog&id=6&Itemid=57" rel="nofollow">CCE</a>), Lisboa (<a href="http://culturalivre.eu/" rel="nofollow">Cultura Livre Associação</a>) e mais <a href="http://www.labtolab.org/~labtolab/wiki/index.php/Medialab-Prado_Meeting#List_of_participants_.28provisional.29" rel="nofollow">um monte de gente</a>. Muitas visões aproximadas mas com uma grande diversidade de métodos, perspectivas e atuação. Também conheci finalmente o pessoal do <a href="http://marginaliaproject.com/lab/" rel="nofollow">Marginalia Projects</a>, de BH.</p> <p> <img alt="Futura sede do Medialab" src="http://farm2.static.flickr.com/1431/4723226248_cb280dc687_d.jpg" /> </p> <p>Para o almoço, os mediadores do Medialab levaram grupos de participantes para diferentes restaurantes. Tínhamos recebido envelopes com vales-refeição da produção do evento. Eu fiquei no grupo que foi ao indiano Ganga. Comida razoável, boas conversas. Cuauhtemoc, do México, contou sobre a estrutura e funcionamento do <a href="http://cmm.cenart.gob.mx/" rel="nofollow">centro multimídia</a> no Centro Nacional de Artes. Alejandro Tosatti contou sobre o que tem desenvolvido na Costa Rica. <a href="http://www.washington.edu/dxarts/profile_home.php?who=kudla" rel="nofollow">Allison Kudla</a>, norte-americana, contou um pouco sobre sua vivência em uma escola de Bangalore (ela trabalhava junto com <a href="http://dosislas.org" rel="nofollow">Victor Vina</a>, que conheci no Brasil e foi a primeira pessoa que me falou sobre o Labtolab). Entre a comida e a sobremesa, comecei a sentir o jetlag batendo e saí pra respirar um pouco.</p> <p> <img alt="Porta " src="http://farm2.static.flickr.com/1202/4723249414_2d7fb728c6_d.jpg" /> </p> <p>Voltamos ao Medialab para assistir as apresentações dos projetos que seriam desenvolvidos no <a href="http://medialab-prado.es/article/interactivos10" rel="nofollow">Interactivos</a>. Gostei da seleção de projetos, que tinham um corte muito interessante na perspectiva de ciência de bairro - o momento em que a ciência de garagem passa a buscar diálogo com a sociedade, em que o geek sai à rua e busca propósito para suas pesquisas. Não acho que todos os projetos compartilhavam dessa perspectiva, mas o contato entre eles certamente traria esse tipo de questionamento.</p> <p>Não consegui estar presente na abertura da exposição Estárter, dos artistas colombianos na <a href="http://www.offlimits.es/" rel="nofollow">Offlimits</a>. Fui pro hotel para dormir das 22h30 às 2h30, e depois ficar lendo RSS, escrevendo emails e esperando o tempo passar. Tomei o racionado café da manhã no terraço outra vez (com todo o cuidado para não acordar os hóspedes do último andar). Voltei pro quarto, fiz um alongamento, um pouco de exercício e meditei por algum tempo. Depois capotei por mais um par de horas.</p> <p>---</p> <p>A terça-feira começou com a apresentação das comunicações do Interactivos. Perdi as primeiras, mas cheguei no meio da <a href="http://medialab-prado.es/article/fiteiro_cultural" rel="nofollow">apresentação da Fabiana de Barros</a>, falando sobre o <a href="http://www.fiteirocultural.org/SL/sl-what.html" rel="nofollow">Fiteiro Cultural</a>. Depois, Gabriel Menotti apresentou sua comunicação <a href="http://medialab-prado.es/article/living_building" rel="nofollow">Gambiarra - a prototyping perspective</a> (que semana passada também entrou no metalivro <a href="http://mutirao.metareciclagem.org/chamadas/gambiologia" rel="nofollow">Gambiologia</a>). Allison Kudla apresentou o projeto <a href="http://medialab-prado.es/article/living_building" rel="nofollow">Living Building</a>. Me tocou ali não só a dinâmica de um laboratório totalmente móvel e potencialmente mais aberto ao entorno do que o normal, mas também a presença de uma sensação profunda de choque cultural para uma norte-americana que parece ter aceitado bem.</p> <p>O almoço foi um piquenique no parque del Retiro. Todo mundo optou pelo mais fácil e encomendou sanduíches e alguma bebida. Fiquei conversando com o pessoal do Marginália, com Gabriel Menotti, com Kiko Mayorga do Escuelab, Wendy do Constant e outrxs. Voltei ao Medialab conversando com Marcos Garcia sobre projetos, escala, relações com a institucionalidade e outras batatas quentes.</p> <p>A tarde começou com a apresentação dos tutores. Olivier Schulbaum falou sobre todo o histórico do <a href="http://platoniq.net" rel="nofollow">Platoniq</a> e sobre o <a href="http://youcoop.org" rel="nofollow">Youcoop</a>. <a href="http://burbane.org" rel="nofollow">Andrés Burbano</a> fez uma apresentação sobre o trabalho de <a href="http://pt.wikipedia.org/wiki/Konrad_Zuse" rel="nofollow">Konrad Zuse</a>. Também apresentou-se <a href="http://music.columbia.edu/~douglas/portfolio/index.shtml" rel="nofollow">Douglas Repetto</a>. Meu amigo e <a href="http://bricolabs.net" rel="nofollow">bricolega</a> Alejo Duque chegou no meio da tarde.</p> <p>No fim da tarde, Landgon Winner, que estava de passagem por Madrid, contou sem muita pressa sobre como uma comunidade da qual ele faz parte conseguiu confrontar o poder de uma corporação (perdi os detalhes da apresentação por cansaço e algum tédio). Saí de lá para capotar uma horinha no hotel antes de colar no <a href="http://madrid.the-hub.net" rel="nofollow">The Hub</a> para um convescote com os participantes dos dois eventos. Queijo, salgados e cerveja na faixa. Os tipos de conversas e questionamentos que não rolam durante o dia. Alejo me apresentou para outros colombianos ponta firme, como Paula Vélez e Alejandro Araque (que durante a tarde já tinha levantado a questão sobre computadores usados em contextos rurais, etc.). Re-encontrei Alek Tarkowski, um dos cabeças do creative commons Polônia, depois de uns três anos sem vê-lo. Ele veio ao Labtolab porque está querendo criar algum tipo de espaço por lá.</p> <p>---<br /> <img alt="Intermediae" align="right" src="http://farm2.static.flickr.com/1094/4723228600_cb715a33a9_m_d.jpg" /></p> <p>Na quarta, a programação seria em outro espaço. O <a href="http://www.mataderomadrid.com/" rel="nofollow">Matadero</a> é um amplo espaço com aquele visual de área industrial reformada. Lembrei do SESC Pompeia e da Casa das Caldeiras. Grandes paredes de tijolos descobertos. Muito metal e vidro. Intervenções arquitetônicas aqui e ali, uma exposição de uma artista colombiana que lembrava uma mimoSa. O Matadero sedia uma série de projetos. Um deles é o <a href="http://intermediae.es/" rel="nofollow">Intermediae</a>, que se define como um laboratório experimental.</p> <p>Cheguei no começo da apresentação dos coordenadores do espaço. Eles conseguiram negociar uma grande liberdade para implementar o projeto. Apesar de existir uma intenção de realizar exposições, eles conseguiram passar o primeiro ano sem se preocupar em expor nada. Como eles falaram mais de uma vez em laboratório experimental, eu aproveitei pra esticar por lá a questão que o Lucas Bambozzi tinha levantado <a href="http://culturadigital.br/redelabs/2010/06/cultura-digital-experimental-parte-1-twitter/" rel="nofollow">aqui</a>: se eles incorporavam o erro nos processos, e como. Eles disseram que certamente, o erro faz parte do processo - fizeram um evento que propunha que as pessoas gerenciassem a própria participação e ninguém fez nada, e isso alimentou as decisões para um evento posterior.</p> <p><img alt="Sessão de debate" align="left" src="http://farm2.static.flickr.com/1013/4722576721_ec14b50ebc_m_d.jpg" />Em seguida, rolou uma sessão de prospecção dos futuros possíveis do <a href="http://www.kitchenbudapest.hu/en" rel="nofollow">Kitchen Budapest</a>. A proposta era que a equipe projetasse onde estaria até 2020, em diálogo com todos os presentes. Depois da conversa beirar algum delírio de dominação mundial, cheguei a fazer uma pergunta tentando questionar a retórica de "laboratórios de mídia". Algo na linha de "já que agora em 2020, com a crise ambiental impossibilitando as viagens de longa distância e as novas possibilidades de telepresença, estamos todos aqui ao mesmo tempo nessa sala compartilhada virtual e em nossas casas; e agora que cada vez mais gente está usando os iBrains - implantes cerebrais proprietários da Apple que se conectam direto ao nervo ótico -, será que não é hora de parar de usar termos como 'mídia' e 'laboratório'"? Mas acho que não consegui ser muito claro lá (e nem aqui, na real).</p> <p><img alt="Questões debatidas" src="http://farm2.static.flickr.com/1177/4722575953_98408b201d_d.jpg" /></p> <p>Depois (ou antes, não lembro mais), os participantes foram divididos em grupos para debater duas de cinco questões propostas pela organização. Eu moderei um dos grupos, com Attila Nemes (Kibu), Rodrigo Calvo (<a href="http://www.laboralcentrodearte.org/" rel="nofollow">Laboral</a>) e Inés Salmorza (Universidade de Sevilla). Escolhemos as questões sobre sustentabilidade e continuidade. Gravei a conversa, vou publicar trechos nas próximas semanas.</p> <p>O almoço foi um churrasco (ou a tentativa bem-intencionada de fazer um churrasco de hambúrgueres e linguiças) no Avant Garden do próprio Matadero. As conversas continuaram. Paula Vélez pôs som pra rodar no ambiente. Como o programa da tarde seria um planejamento sobre o próximo Labtolab, resolvi sair para a cidade. Antes, porém, ouvi uma participante perguntar em inglês sobre qual seria a continuação dos grupos de trabalho da manhã. Respondi alguma coisa, e o Menotti perguntou por que não estávamos conversando em português. Nos apresentamos, e só aí percebi, surpreso, que estava falando com a <a href="http://lenara.com" rel="nofollow">Lenara</a>, que foi minha professora no primeiro semestre na UFRGS, quatorze anos atrás. Ela mora atualmente em Madrid, enquanto desenvolve o doutorado em Frankfurt, focando na interação colaborativa entre artistas. Me convenci de vez que o mundo é uma esfiha de carne quando descobri que o norte-americano amigo dela que estava ao lado contou que estava morando em Dresden, a duas quadras de onde eu morei há três anos.</p> <p>Voltei ao Medialab no fim da tarde esperando um retorno das sessões de debate da manhã, mas o pessoal estava muito cansado.</p> <p>---</p> <p><img alt="Fachada de La Tabacalera" src="http://farm2.static.flickr.com/1368/4723234056_9d31e11451_d.jpg" /></p> <p>Na quinta-feira, a conferência aconteceria na <a href="http://latabacalera.net/ " rel="nofollow">Tabacalera de Lavapiés</a>. É um lugar fantástico, uma construção enorme que foi uma fábrica estatal de tabaco, passou um tempo abandonada e depois foi escolhida para sediar um centro de artes. O projeto ficou parado um tempo, e mais tarde foi retomado como um centro cultural autogestionado. Um monte de gente de algumas dezenas de grupos independentes de Madrid estão envolvidos com La Tabacalera, que seria inaugurada no fim de semana seguinte à nossa reunião por lá. Começamos com uma visita pelo espaço, de olhos fechados e em fila indiana. Nossos guias eram os franceses do Apo33/Crealab, que estavam ocupando alguns espaços da Tabacalera. Passamos pelo porão, onde montaram um "medialab de alguns anos atrás".</p> <p><img alt="Copyleft" align="right" src="http://farm2.static.flickr.com/1005/4722585581_b790b56db6_m_d.jpg" />Passamos por um saguão central e chegamos à entrada, onde fica um mural colaborativo com as tarefas atuais. Cruzamos o "espacio copyleft", no meio do qual fica o centro de controle das câmeras de segurança. Enquanto passávamos ao calmo jardim central, <a href="http://www.noiser.org/noise/" rel="nofollow">Julien Ottavi</a> levantou um possível contrassenso entre a vigilância e o copyleft. Depois de alguma discussão, argumentei que o problema não eram as câmeras em si, mas quem tinha o controle das imagens - a ideia de código livre supõe justamente que a informação sobre os processos pertença a todxs envolvidxs, não somente a um grupo fechado. Talvez uma solução de segurança condizente com a ideia de copyleft não fosse a ausência de câmeras, mas definir maneiras de assegurar que toda a comunidade tenha acesso às imagens geradas pelas câmeras - o que daria inclusive mais condições para que a comunidade soubesse o que acontece nas diferentes áreas da Tabacalera.</p> <p>Em seguida, nos reunimos em uma sala que parece um refeitório, ao lado do laboratório de molhos e aromas. Assistimos a uma apresentação sobre a história do espaço, as circunstâncias de sua criação e o envolvimento com a comunidade. A apresentação se alongou um pouco demais, e acabou atrasando outras atividades previstas para a manhã.</p> <p><img alt="Laboratório de Salsas e Aromas" src="http://farm2.static.flickr.com/1352/4722590977_c2c8519d85_d.jpg" /></p> <p>Saí no intervalo do almoço para ir ao centro, encontrar umas lembranças e presentes. Também comprei uma câmera fotográfica pra mim, depois de uns sete anos sem. Voltei à Tabacalera no meio da tarde, para a conversa proposta com os grupos latinoamericanos. Infelizmente, alguém decidiu separar em grupos de uma forma meio limitada: uma mesa de "brasileirxs", uma mesa de pessoas ligadas aos Centros Culturais da Espanha, outra de pessoas envolvidas com "laboratórios virtuais". Uma das consequências foi que os grupos latinoamericanos não tiveram uma conversa muito dinâmica entre si. Na mesa do Brasil estávamos eu, o pessoal do Marginália e Menotti, mais algumas pessoas que já conhecíamos de uma forma ou outra. Só reconheci o <a href="http://twitter.com/josianito" rel="nofollow">Josian</a>, que havia conhecido em Barcelona, no meio da conversa. A conversa foi animada, mas acho que faltou um planejamento para mais intercâmbio e circulação entre as mesas.</p> <p><img alt="Araque no Pecha Kucha" src="http://farm2.static.flickr.com/1092/4723238280_5b548fa821_d.jpg" /></p> <p>Voltamos a pé ao Medialab Prado, para uma programação que começava com Pecha Kucha e continuaria com <a href="http://codelab.fr/1713" rel="nofollow">aperocodelab</a>. Por algum motivo, eu decidi não apresentar nada na Pecha Kucha. Fiquei assistindo a uma série de apresentações que falavam sobre Medialabs em diferentes contextos e formatos, sempre tentando encontrar o que eles tinham em comum. Vi uma busca por expandir a experimentação não só em termos de produção efetiva como também de formas de relacionamento. Percebi de novo que a tradicional fórmula "arte, ciência e tecnologia" tinha quase sempre "sociedade" como um quarto elemento. Também passaram ali algumas pessoas tentando entender os medialabs (uma ou outra sem noção do que estavam estudando), e algumas iniciativas ainda bem no começo, mas com bastante potencial. O aperocodelab foi mais animado, e mais barulhento. Alejo começou de leve, mas no meio da apresentação do Ottavi poucas pessoas aguentaram o noise extremo.</p> <p>---</p> <p><img alt="Instalação na Tabacalera" src="http://farm2.static.flickr.com/1340/4722592303_088d475cc5_d.jpg" /></p> <p>A sexta-feira seria o último dia de labtolab, começando na Tabacalera. Os participantes do Interactivos que haviam nos acompanhado nos primeiros dias já estavam totalmente imersos na produção dos projetos selecionados. Pela manhã, participei de duas sessões de trabalho. A primeira se chamava "Field of exchange: open call for residency, work exchange, mobilities". Conversamos sobre a necessidade de criar mais campos de intercâmbio de pessoas entre diferentes contextos - não só artistas como também o que o medialab prado chama de "mediadores culturais". O argumento deles é que o conhecimento sobre metodologia e produção também precisa circuar. Abrimos algumas pontas de articulação ali que espero poder desenvolver mais no futuro. Depois, segui para a sessão "Mapping Medialabs". Muita gente boa nessa sessão, que continuava uma investigação que já começou no primeiro encontro do Labtolab, sobre identificar espaços no mundo inteiro que podem se encaixar no cenário de laboratórios de mídia. Foi uma boa sessão de trabalho - saí de lá cadastrado em uma lista e tendo exibido algumas experiências com mapeamentos e afins.</p> <p>Saí para a cidade - quando comprei a câmera, tinha esquecido de pedir a nota de Tax Free, e não queria perder 18 euros tão facilmente. Continuei caminhando, almocei em um restaurante vegetariano chinês, fiz algumas fotos. O programa previa uma sessão de encerramento do dia na Tabacalera depois do almoço, seguida por uma sessão de encerramento do labtolab no Medialab. Como já duvidava dos encerramentos diários e tinha necessidade de sentir a cidade antes de ir embora, decidi continuar caminhando até a hora da segunda sessão. Cheguei no Medialab na hora marcada. Só apareceram duas ou três pessoas do labtolab. Me disseram que por cansaço haviam feito tudo numa só sessão e que não rolaria o encerramento final. Fiquei bem decepcionado, mesmo ouvindo que o encerramento não trouxe muita novidade. Queria pelo menos encontrar as pessoas. Mas tudo bem, ainda restava a última etapa da programação conjunta Interactivos + Labtolab: o Dorkbot.</p> <p><img alt="Peça de Alejandro Tamayo" align="right" src="http://farm2.static.flickr.com/1054/4723263946_d085ef736c_m_d.jpg" />Caminhei com o pessoal que estava por lá até o Offlimits. No caminho, encontrei um cavalo de brinquedo, preto, muito pequeno. Tomei como um presente de Madrid. Chegamos ao local antes do horário. Pude ver pelo menos um pedaço da exposição estárter, cuja abertura perdi na segunda. Gostei das peças expostas ali. Saímos para comprar algumas cervejas, e na volta sentamos onde deu - eu fiquei no chão, no canto esquerdo. Assistimos à apresentação do Alejo Duque, falando sobre e mostrando o material que capturou, de uma galera de algum lugar do Brasil usando satélites pra comunicação absolutamente trivial - um uso totalmente imprevisto (e certamente ilegal) de equipamento quase ocioso que orbita a terra. Alejo também falou de um manifesto publicado há algumas décadas por nações equatoriais protestando contra a ocupação do espaço orbital acima de seus territórios por equipamentos de países muito mais ricos - uma ocupação que não revertia em nenhuma vantagem para os equatoriais.</p> <p><img alt="Alejo Duque no Dorkbot" src="http://farm2.static.flickr.com/1257/4723258798_09d65fdb36_d.jpg" /></p> <p>Na sequência, Douglas Repetto do Dorkbot contou alguns causos e mostrou ao vivo a operação via rede de um plotter de caneta que estava em Nova Iorque, uma verdadeira façanha. Para encerrar, Brian Mackern mostrou algumas de suas obras ligadas à visualização de interferência eletromagnética ligada ao clima.</p> <p><img alt="Douglas Repetto no Dorkbot" src="http://farm2.static.flickr.com/1013/4722612193_bbe8958caf_d.jpg" /></p> <p>Na saída, acompanhei o pessoal que ia comer em Lavapiés. Ainda conversei com mais algumas pessoas, inclusive algumas que não tinham aparecido antes, e retornei para o hotel porque voltaria ao Brasil na manhã seguinte e ainda precisava resolver algumas coisas. Deu vontade de ficar mais e conferir a produção do Interactivos, mas não seria possível. Quem sabe numa outra ocasião (talvez do lado de cá do Atlântico...).</p> desvio dorkbot eventos labtolab madrid medialab medialab prado msst redelabs Mon, 12 Jul 2010 17:47:36 +0000 felipefonseca 9518 at http://efeefe.no-ip.org Entrevista - MSST http://efeefe.no-ip.org/agregando/entrevista-msst-0 <div class=fonte_feed> <em>Este post foi agregado por RSS. Link original:<br> <a href=></a></em></div> --- <p>Glerm me <a href="http://devolts.org/msst/?p=169" rel="nofollow">entrevistou</a> (e entrevistou também mais <a href="http://devolts.org/msst/?tag=entrevista" rel="nofollow">um monte de gente</a>) para o blog do MSST (Movimento dos sem-satélite). Abaixo a minha parte:<br /> 2010/5/5 glerm soares:<br /> > Como começou seu trabalho com software livre? Qual seu interesse atual neste<br /> > sistema colaborativo? Que você acha do hardware livre? Que acha do termo<br /> > "cultura livre"?<br /> Eu comecei a ler sobre software livre muito antes de usar software livre. Lá por 2000 e 2001, tava começando a tentar entender as possibilidades de criação e inovação colaborativas entre pessoas que se relacionavam por redes. Ao mesmo tempo em que o Hernani Dimantas me passava umas dicas de leitura (manifesto cluetrain, hakim bey, outros), eu ia aprendendo um pouco sobre o software livre em termos mais conceituais. Quando resolvi tentar transformar essas ideias colaborativas em um sistema de "gestão da inovação" (foi mal, eu trabalhava em empresa e falava a língua delas nessa época) é que pude ter um contato mais direto com o código aberto e livre. Instalei e estudei o Zope. Montei uns sisteminhas toscos. Conheci um script pronto de CMS que imitava o slashdot e outro que implementava um "wiki", que na época eu nem sabia o que era. Gostei daquilo, mas achava o zope muito pesado.<br /> Comecei a brincar com scripts livres que rodavam em PHP: phpnuke, postnuke, b2, nucleus e outros. Em 2002 com o projeto Metá:Fora e a necessidade de fazer um site pra organizar informação, configurei um phpwiki e isso foi o começo de uma história longa que entre outras coisas desembocou na MetaReciclagem.<br /> Quando montamos o primeiro laboratório de MetaReciclagem, no começo de 2003, é que comecei a usar software livre como meu sistema operacional principal, e aprendi um monte observando a galera usar. Faz tempo que não sinto falta de sistemas proprietários no dia a dia. Na prática, eu uso bastante software livre, mas não sou um programador - no máximo eu copicolo umas coisas, mas no geral sou só um usuário fuçador.<br /> Hardware livre eu acho interessante por um monte de meta-motivos - não necessariamente pelo hardware em si, mas pelas possibilidades de aprendizado e inovação distribuída que ele abre. Acho que tem muitos caminhos aí que questionam uma certa centralização e um certo encapsulamento da ideia de inovação - uma crítica ao complexo industrial que afirma que essa inovação e esa criatividade só podem acontecer nas etapas iniciais da cadeia de produção. Imagino que vai haver (já está havendo?) um ponto em que parte da indústria vai se apropriar dessas ideias e conceitos, e passar a fabricar produtos que já incorporem essa indeterminação. Outra parte da indústria parte para o caminho contrário - controlando ao máximo, coibindo a ressignificação e a apropriação. Não sei bem o que acontece depois, mas nesse cenário a parte da indústria que parte para a abertura é bem melhor do que a outra. Fica a pergunta de como a gente - e quem é esse "a gente" é ainda outra questão - se relaciona com essa indústria que busca a abertura. Vamos combater? Vamos ajudar? Vamos nos vender? Eles pelo menos sabem que a gente existe?<br /> A cultura livre ainda ficou na promessa. Tem uma possibilidade de dinamizar esquemas de criação e produção muito mais profundos, mas a galera ainda tem medo de liberar os materiais brutos, as referências, os insights. Ficam só nessa onda de liberar material pronto, e isso não é liberdade de verdade - é muito mais uma estratégia de divulgação em tempos de hiperconexão. Mas de todo modo, esse hype tem pelo menos o crédito de ter questionado o mito do autor renascentista, do gênio que se isola, cria e fica rico com isso. Isso pode ser impressão minha à medida que o tempo passa, mas quero acreditar que hoje em dia a molecada com banda tá menos preocupada em assinar contrato com gravadora e ficar milionária. Não sei bem, o que tu pensa disso?<br /> > Você considera-se um artista? De alguma forma você interage com circuitos<br /> > artísticos, mas<br /> > parece estar interessado em ir além. Que circuitos são estes?<br /> Não me considero um artista, mas de maneira geral sufixos como -ista, -eiro, -or são uma coisa que eu não sou de usar muito. Eu já quis ser - talvez nessa ordem - guitarrista, engenheiro de som, fotógrafo, videomaker, animador, diretor de arte, diretor de criação, redator, webdesigner, consultor, escritor e outras coisas. Lá pelos 22 eu parei com essa ideia de querer ser alguma coisa.<br /> Mas a arte é uma coisa que passou longe da minha formação, e uma ideia com a qual eu só passei a me relacionar há poucos anos. No começo da MetaReciclagem, eu tinha um pé atrás com "a arte" porque não entendia muito a relevância dela. Hoje entendo que, se existe um abismo entre os circuitos artísticos e o mundo lá fora, também existe um grande potencial para costurar possibilidades efetivas de construção de conhecimento, formação de imaginário, exploração simbólica e transformação de consciências através de pontes entre a arte, o ativismo e os projetos sociais.<br /> Os circuitos com os quais eu quero trabalhar na verdade ainda estão sendo criados. São essas pontes, hoje mais possíveis com o enredamento de tudo, que exigem uma grande flexibilidade e uma grande disposição para o diálogo, mas que têm o potencial de dar maior aprofundamento para uns e maior penetração para outros.<br /> > O que você pensa sobre nossa localização nos mapas? É possível<br /> > identificarmos um fluxo comum de pessoas que vão além de nacionalidade e<br /> > fronteiras interagindo - como é possível reconhecer-nos?<br /> Nós quem? Conhecer é um processo de um a um - existem, claro, indícios e sinalizações, mas a ideia de "mapa" supõe uma objetividade que não acho que sirva pra esses encontros e reconhecimentos. Mapas são coisas muito mais simples e limitadas. Também - se o mapa é o produto da cartografia, o que é que geram os descartógrafos? Eles precisam gerar alguma coisa?<br /> > O que é a ciência hoje? Como ela pode ir além das idiossicrasias culturais e<br /> > lingüisticas de cada localização geográfica? Como ela pode ir além dos<br /> > interesses geopolíticos e corporativos da globalização alienadora de<br /> > subjetividades?<br /> A ciência é um leque gigantesco - vai desde gerar inovação para o complexo industrial-militar, desenvolver tecnologias para melhorar a vida e diminuir o impacto humano no planeta, até a aplicação de metodologias para gerar e compartilhar conhecimento para diferentes problemas. A ciência em geral não vai ir além dessas limitações, porque ela não é um corpo homogêneo. O que acho interessante, seguindo o tema do próximo interactivos que acontece mês que vem em Madrid, é pensar em como essas práticas que vêm aí do hardware livre, do software livre, podem influenciar no movimento que tá rolando, da migração da "ciência de garagem" para a "ciência de bairro". Em outras palavras, talvez o que a gente tem feito por essas bandas possa ajudar a transformar o imaginário desde um modelo de inovação no espaço particular - muitas vezes motivada pela mitologia do sucesso na sociedade do consumo - para um modelo de inovação no espaço público, e voltada para solucionar problemáticas desse espaço público. Se trata inclusive de repensar a própria ideia de espaço público, que nas grandes cidades do Brasil e do mundo não é tão público assim.<br /> > O que podemos pensar para além da Internet? Que tipo de práticas poderiam<br /> > estimular um melhor entendimento de nossa condição atual de criadores de<br /> > redes e criadoras nas redes?<br /> As redes são muito anteriores à internet. A gente tem visto a internet dar muito mais força para redes que já existiam, e isso em si já é uma vitória - até uns seis anos atrás, essas redes paralelas eram coibidas em projetos públicos de inclusão digital, hoje são incentivadas. Isso é sinal de uma transformação mais profunda, talvez de um desaparecimento total das fontes "confiáveis" de informação. Isso tem consequëncias positivas e negativas. Agora, que tipo de práticas? Acho que a gente já tem feito muitas delas, com tanta conversa online sobre conversa online, com essa entrevista, com os encontros & debates. Mais gente tem que participar, mas aí é como lá em cima - vai chegando 1 de cada vez.<br /> > O que é MSST?<br /> Ainda tô tentando entender, como todo mundo.<br /> > Que perguntas o MSST deveria fazer pra sociedade?<br /> Que parte da sociedade?</p> clipping desvio entrevista msst Fri, 14 May 2010 10:03:56 +0000 felipefonseca 7613 at http://efeefe.no-ip.org Entrevista - MSST http://efeefe.no-ip.org/agregando/entrevista-msst-1 <div class=fonte_feed> <em>Este post foi agregado por RSS. Link original:<br> <a href=></a></em></div> --- <p>Glerm me <a href="http://devolts.org/msst/?p=169" rel="nofollow">entrevistou</a> (e entrevistou também mais <a href="http://devolts.org/msst/?tag=entrevista" rel="nofollow">um monte de gente</a>) para o blog do MSST (Movimento dos sem-satélite). Abaixo a minha parte:</p> <p>2010/5/5 glerm soares:<br /> > Como começou seu trabalho com software livre? Qual seu interesse atual neste<br /> > sistema colaborativo? Que você acha do hardware livre? Que acha do termo<br /> > "cultura livre"?<br /> Eu comecei a ler sobre software livre muito antes de usar software livre. Lá por 2000 e 2001, tava começando a tentar entender as possibilidades de criação e inovação colaborativas entre pessoas que se relacionavam por redes. Ao mesmo tempo em que o Hernani Dimantas me passava umas dicas de leitura (manifesto cluetrain, hakim bey, outros), eu ia aprendendo um pouco sobre o software livre em termos mais conceituais. Quando resolvi tentar transformar essas ideias colaborativas em um sistema de "gestão da inovação" (foi mal, eu trabalhava em empresa e falava a língua delas nessa época) é que pude ter um contato mais direto com o código aberto e livre. Instalei e estudei o Zope. Montei uns sisteminhas toscos. Conheci um script pronto de CMS que imitava o slashdot e outro que implementava um "wiki", que na época eu nem sabia o que era. Gostei daquilo, mas achava o zope muito pesado.<br /> Comecei a brincar com scripts livres que rodavam em PHP: phpnuke, postnuke, b2, nucleus e outros. Em 2002 com o projeto Metá:Fora e a necessidade de fazer um site pra organizar informação, configurei um phpwiki e isso foi o começo de uma história longa que entre outras coisas desembocou na MetaReciclagem.<br /> Quando montamos o primeiro laboratório de MetaReciclagem, no começo de 2003, é que comecei a usar software livre como meu sistema operacional principal, e aprendi um monte observando a galera usar. Faz tempo que não sinto falta de sistemas proprietários no dia a dia. Na prática, eu uso bastante software livre, mas não sou um programador - no máximo eu copicolo umas coisas, mas no geral sou só um usuário fuçador.<br /> Hardware livre eu acho interessante por um monte de meta-motivos - não necessariamente pelo hardware em si, mas pelas possibilidades de aprendizado e inovação distribuída que ele abre. Acho que tem muitos caminhos aí que questionam uma certa centralização e um certo encapsulamento da ideia de inovação - uma crítica ao complexo industrial que afirma que essa inovação e esa criatividade só podem acontecer nas etapas iniciais da cadeia de produção. Imagino que vai haver (já está havendo?) um ponto em que parte da indústria vai se apropriar dessas ideias e conceitos, e passar a fabricar produtos que já incorporem essa indeterminação. Outra parte da indústria parte para o caminho contrário - controlando ao máximo, coibindo a ressignificação e a apropriação. Não sei bem o que acontece depois, mas nesse cenário a parte da indústria que parte para a abertura é bem melhor do que a outra. Fica a pergunta de como a gente - e quem é esse "a gente" é ainda outra questão - se relaciona com essa indústria que busca a abertura. Vamos combater? Vamos ajudar? Vamos nos vender? Eles pelo menos sabem que a gente existe?<br /> A cultura livre ainda ficou na promessa. Tem uma possibilidade de dinamizar esquemas de criação e produção muito mais profundos, mas a galera ainda tem medo de liberar os materiais brutos, as referências, os insights. Ficam só nessa onda de liberar material pronto, e isso não é liberdade de verdade - é muito mais uma estratégia de divulgação em tempos de hiperconexão. Mas de todo modo, esse hype tem pelo menos o crédito de ter questionado o mito do autor renascentista, do gênio que se isola, cria e fica rico com isso. Isso pode ser impressão minha à medida que o tempo passa, mas quero acreditar que hoje em dia a molecada com banda tá menos preocupada em assinar contrato com gravadora e ficar milionária. Não sei bem, o que tu pensa disso?</p> <p>> Você considera-se um artista? De alguma forma você interage com circuitos<br /> > artísticos, mas<br /> > parece estar interessado em ir além. Que circuitos são estes?<br /> Não me considero um artista, mas de maneira geral sufixos como -ista, -eiro, -or são uma coisa que eu não sou de usar muito. Eu já quis ser - talvez nessa ordem - guitarrista, engenheiro de som, fotógrafo, videomaker, animador, diretor de arte, diretor de criação, redator, webdesigner, consultor, escritor e outras coisas. Lá pelos 22 eu parei com essa ideia de querer ser alguma coisa.<br /> Mas a arte é uma coisa que passou longe da minha formação, e uma ideia com a qual eu só passei a me relacionar há poucos anos. No começo da MetaReciclagem, eu tinha um pé atrás com "a arte" porque não entendia muito a relevância dela. Hoje entendo que, se existe um abismo entre os circuitos artísticos e o mundo lá fora, também existe um grande potencial para costurar possibilidades efetivas de construção de conhecimento, formação de imaginário, exploração simbólica e transformação de consciências através de pontes entre a arte, o ativismo e os projetos sociais.<br /> Os circuitos com os quais eu quero trabalhar na verdade ainda estão sendo criados. São essas pontes, hoje mais possíveis com o enredamento de tudo, que exigem uma grande flexibilidade e uma grande disposição para o diálogo, mas que têm o potencial de dar maior aprofundamento para uns e maior penetração para outros.</p> <p>> O que você pensa sobre nossa localização nos mapas? É possível<br /> > identificarmos um fluxo comum de pessoas que vão além de nacionalidade e<br /> > fronteiras interagindo - como é possível reconhecer-nos?<br /> Nós quem? Conhecer é um processo de um a um - existem, claro, indícios e sinalizações, mas a ideia de "mapa" supõe uma objetividade que não acho que sirva pra esses encontros e reconhecimentos. Mapas são coisas muito mais simples e limitadas. Também - se o mapa é o produto da cartografia, o que é que geram os descartógrafos? Eles precisam gerar alguma coisa?</p> <p>> O que é a ciência hoje? Como ela pode ir além das idiossicrasias culturais e<br /> > lingüisticas de cada localização geográfica? Como ela pode ir além dos<br /> > interesses geopolíticos e corporativos da globalização alienadora de<br /> > subjetividades?<br /> A ciência é um leque gigantesco - vai desde gerar inovação para o complexo industrial-militar, desenvolver tecnologias para melhorar a vida e diminuir o impacto humano no planeta, até a aplicação de metodologias para gerar e compartilhar conhecimento para diferentes problemas. A ciência em geral não vai ir além dessas limitações, porque ela não é um corpo homogêneo. O que acho interessante, seguindo o tema do próximo interactivos que acontece mês que vem em Madrid, é pensar em como essas práticas que vêm aí do hardware livre, do software livre, podem influenciar no movimento que tá rolando, da migração da "ciência de garagem" para a "ciência de bairro". Em outras palavras, talvez o que a gente tem feito por essas bandas possa ajudar a transformar o imaginário desde um modelo de inovação no espaço particular - muitas vezes motivada pela mitologia do sucesso na sociedade do consumo - para um modelo de inovação no espaço público, e voltada para solucionar problemáticas desse espaço público. Se trata inclusive de repensar a própria ideia de espaço público, que nas grandes cidades do Brasil e do mundo não é tão público assim.</p> <p>> O que podemos pensar para além da Internet? Que tipo de práticas poderiam<br /> > estimular um melhor entendimento de nossa condição atual de criadores de<br /> > redes e criadoras nas redes?<br /> As redes são muito anteriores à internet. A gente tem visto a internet dar muito mais força para redes que já existiam, e isso em si já é uma vitória - até uns seis anos atrás, essas redes paralelas eram coibidas em projetos públicos de inclusão digital, hoje são incentivadas. Isso é sinal de uma transformação mais profunda, talvez de um desaparecimento total das fontes "confiáveis" de informação. Isso tem consequëncias positivas e negativas. Agora, que tipo de práticas? Acho que a gente já tem feito muitas delas, com tanta conversa online sobre conversa online, com essa entrevista, com os encontros & debates. Mais gente tem que participar, mas aí é como lá em cima - vai chegando 1 de cada vez.</p> <p>> O que é MSST?<br /> Ainda tô tentando entender, como todo mundo.</p> <p>> Que perguntas o MSST deveria fazer pra sociedade?<br /> Que parte da sociedade?</p> clipping desvio entrevista msst Fri, 14 May 2010 10:03:56 +0000 felipefonseca 9526 at http://efeefe.no-ip.org