efeefe - medellín http://efeefe.no-ip.org/taxonomy/term/1080/0 pt-br Fast-Forward (FFWD) - Ciudades Creativas, parte 2 http://efeefe.no-ip.org/agregando/fast-forward-ffwd-ciudades-creativas-parte-2 <div class=fonte_feed> <em>Este post foi agregado por RSS. Link original:<br> <a href=></a></em></div> --- <blockquote> <p>Os últimos meses não deixaram muita folga para relatar da maneira habitual os eventos pelos quais passei. A própria quantidade de eventos e projetos, minhas aventuras acadêmicas, a mudança de volta para Ubatuba e uma viagem de dois meses (com mais eventos e projetos) atrasaram ainda mais meu ritmo de documentação. Cheguei em casa semana passada doido para contar sobre as últimas andanças, mas a lista de coisas a documentar acabou me bloqueando.</p> <p>Vou então, como <a href="http://efeefe.no-ip.org/blog/sem-virgulas" rel="nofollow" rel="nofollow">comentei em outro post</a>, deixar de lado o capricho virginiano e contar por cima alguns episódios. Começo com o fim do relato sobre as <a href="http://2012.ciudadescreativas.org/" rel="nofollow" rel="nofollow">Jornadas Ciudades Creativas</a>, organizadas pela <a href="http://www.kreanta.org/" rel="nofollow" rel="nofollow">Fundação Kreanta</a> em Medellín (Colômbia) em outubro do ano passado. Eu já publiquei a <a href="/blog/ciudades-creativas-%E2%80%93-parte-1" rel="nofollow" rel="nofollow">primeira parte</a> do relato sobre minha participação. Este não chega a ser um post curto, mas normalmente eu faria mais dois ou três.</p> </blockquote> <p><img align="right" alt="" height="200" src="https://lh5.googleusercontent.com/-FkuIgm3LoQk/URAXwltMNtI/AAAAAAAANOo/spCsPOLsC94/w285-h507-no/2012-10-03_17-01-31_538.jpg" />Na manhã do primeiro dia, Alex (Platohedro) me ofereceu uma carona até o <a href="http://elmamm.org" rel="nofollow" rel="nofollow">MAMM</a>, Museu de Arte Moderna de MDE. Nos acompanhava Jorge Bejarano, diretor do departamento de educação e cultura do MAMM e responsável pelo meu convite para as jornadas. Estávamos ali para uma conversa entre pessoas de diferentes projetos da cidade comigo e com <a href="https://twitter.com/culturpunk" rel="nofollow" rel="nofollow">José Ramon Insa Alba</a> (que parece um irmão do <a href="http://twitter.com/hdhd" rel="nofollow" rel="nofollow">hdhd</a>), inserida no projeto <a href="http://cooperaciones.mdelibre.co/" rel="nofollow" rel="nofollow">co:operaciones</a> e versando sobre tecnologia, liberdade, apropriação, poder, corporações e alternativas. Bastante gente na mesa, conversa fluida e aberta. Camilo Cantor publicou o áudio <a href="http://archive.org/details/DialogosCreativos-delCibermundoAlBarrio" rel="nofollow" rel="nofollow">aqui</a>, e surgiram anotações para um <a href="http://piratepad.net/ep/pad/view/ro.g5U$WFESBr8Qbmcu/latest" rel="nofollow" rel="nofollow">texto coletivo</a>. Adorei o clima no MAMM, que (apesar do nome) é bem arejado e repleto de gente interessante e interessada.</p> <p>Saímos de lá para o almoço inaugural das jornadas e uma primeira apresentação dos participantes. Devia haver umas trinta pessoas. Era em um espaço ajardinado, ao ar livre. Algo paradoxal: lugar bonito, com um almoço servido por garçons, mas a comida era fraca e bebida somente refrigerante de cola ou água. Não havia banheiros, nem para lavar as mãos. E senti imensa falta de um café depois do almoço.</p> <p>Na sequência, Alex me conheceu para conhecer o espaço do <a href="https://twitter.com/platohedro" rel="nofollow" rel="nofollow">Platohedro</a>. Nos arredores a cidade já parecia mais orgânica, menos ensaiada. O espaço é fantástico, um sobrado grafitado e cheio de gente. Me senti em casa. Trabalhei um pouco, conversei bastante com o Capo sobre servidores, redes e o <a href="https://n-1.cc/" rel="nofollow" rel="nofollow">N-1</a>.</p> <p>À noite, de volta ao MAMM, rolou a abertura oficial das Jornadas. Começou com uma apresentação de um grupo de Hip Hop, depois falas de autoridades e algumas palestras.</p> <p><img alt="" src="https://lh3.googleusercontent.com/-r00GhivBWvY/URAXwnv1c7I/AAAAAAAANOo/0KdY6-T3JJs/w903-h507-no/2012-10-04_10-54-19_656.jpg" width="480" /></p> <p><img alt="" src="https://lh3.googleusercontent.com/-2kczDu69pVs/URAXwpDdf_I/AAAAAAAANOo/xk0IMAKGeUA/w903-h507-no/2012-10-04_10-08-32_987.jpg" width="480" /></p> <p>O segundo dia foi no <a href="http://www.comfenalcoantioquia.com/Cultura/CentrodeDesarrolloCulturalMoravia.aspx" rel="nofollow" rel="nofollow">Centro de Desenvolvimento Cultural de Moravia</a> - um espaço que lembra tantos centros comunitários, CEUS e afins no Brasil exceto por um aspecto: um cuidado especial com a arquitetura. O lugar é muito bonito, e isso já muda totalmente as expectativas. O auditório é de primeira, também bonito e bem cuidado. Jorge Melguizo, ex-secretário de cultura da cidade, mostrava com orgulho os detalhes do centro localizado naquele que era um dos bairros mais violentos da cidade. O dia foi recheado de debates e apresentações tratando de diversos temas: planejamento urbano, espaço público, cicloativismo, intervenção urbana, mídia alternativa, museus. Muita coisa interessante, bastante diversidade e enraizamento. Havia também um ou outro europeus perdidos ali em uma visão instrumental e rasa de cultura, mas ninguém deu muita bola.</p> <p><img alt="" src="https://lh6.googleusercontent.com/-WZWhIG32q3w/URAXwiNS4aI/AAAAAAAANOo/F96A-_ZfSho/w903-h507-no/2012-10-04_10-54-22_605.jpg" width="480" /></p> <p><img alt="" src="https://lh6.googleusercontent.com/-EE7lg48EBa8/URAXwh-WqOI/AAAAAAAANOo/1h-lmfphdUg/w903-h507-no/2012-10-04_12-49-11_296.jpg" width="480" /></p> <p>O almoço foi em um museu, algumas quadras morro acima em uma rua decorada por intervenções e arte de rua. Lugar fantástico, mas sem estrutura para atender a tanta gente. Pedi uma opção que no fim das contas não existia, tiraram meu prato antes que terminasse e encerrei com um cafezinho aguado. Voltamos para o Centro Cultural para mais uma tarde de debates interessantes. O dia se encerrou com a entrega do prêmio Espaço Público da Europa e com uma apresentação de dança de rua, capoeira, hip hop, dança afro e batucada.</p> <p><img alt="" src="https://lh5.googleusercontent.com/-OwQFOh7HTMc/URAXwoejB0I/AAAAAAAANOo/-itxJCrDlaY/w903-h507-no/2012-10-05_14-29-02_390.jpg" width="480" /></p> <p>O terceiro dia foi em um espaço chamado <a href="http://www.rutanmedellin.org/Paginas/inicio.aspx" rel="nofollow" rel="nofollow">Ruta-N</a>, um elefante hi-tech que segundo contam ninguém ainda encontrou função. Assisti pelo stream a primeira palestra, de <a href="http://www.saskiasassen.com/" rel="nofollow" rel="nofollow">Saskia Sassen</a>. Falou sobre <a href="http://2012.ciudadescreativas.org/2012/12/cronica-de-los-debates-ciudades-y-ciudadanias-globales-y-urbanismo-social/" rel="nofollow" rel="nofollow">o discurso da cidade</a> e usou uma interpretação curiosa de "hacker" para sugerir que a cidade interferia com as tecnologias (não pude concordar com essa leitura, mas ainda assim acho interessante). Explorou também a explosão de adjetivos correntemente associados às cidades: cidade criativa, esperta, conectada, inteligente. Disse que não usa mais adjetivos, porque eles são rapidamente assimilados por consultorias cujo único objetivo é o dinheiro. Falou que tem usado o termo "global street" (rua global) para escapar.</p> <p>Na sequência, mais apresentações e palestras. Felipe Leal, secretário de desenvolvimento urbano e habitação da cidade do México, foi um dos mais interessantes (embora eu tenha dúvidas sobre quanto de sua apresentação era ficção). Almoçamos no Museo de Antioquia, na praça decorada com diversas esculturas de Botero. Almoço decente, e finalmente com um café à altura.</p> <p><img alt="" src="https://lh3.googleusercontent.com/-GuA2JgljaEg/URAXwlGr64I/AAAAAAAANOo/v0Hgx-kGe10/w903-h507-no/2012-10-05_13-12-07_508.jpg" width="480" /></p> <p><img alt="" src="https://lh4.googleusercontent.com/-H2zUqnBlh1c/URAXwgWKVcI/AAAAAAAANOo/-CPhhvjHbZc/w903-h507-no/2012-10-05_14-13-49_445.jpg" width="480" /></p> <p>Voltamos ao Ruta-N em um daqueles ônibus coloridos de MDE. Germán Rey falou sobre o <a href="http://javeriana.edu.co/centroatico" rel="nofollow" rel="nofollow">Centro Ático</a>, laboratório colombiano bem baseado no modelo do MIT Media Lab, só que colonizado. Tudo com papeis definidos: disciplinas bem recortadas, estudantes, "impacto" na "cultura", etc. Disse que "chamaram os melhores professores" para trabalhar em um projeto com índios (depois de ter dito que queriam aprender com eles). Falou ainda que "não é possível levar o laboratório de um lugar a outro". Depois foi a vez de José Ramon, com uma visão delicada e didática sobre cultura digital e os conflitos que ela inspira com poderes tradicionais. Sugeriu que devemos nos libertar da tirania da excelência, dissolvendo hierarquias. É mesmo parente do Hernani.</p> <p><br /> <img alt="" src="http://2012.ciudadescreativas.org/wp-content/uploads/2012/12/DSC_3623.jpg" width="480" /></p> <p>Eu participei da mesa seguinte, sobre "<a href="http://2012.ciudadescreativas.org/2012/12/cronica-de-los-debates-sobre-apropiacion-de-tecnologias-para-sociedades-inteligentes/" rel="nofollow" rel="nofollow">apropriação de tecnologias para sociedades inteligentes</a>". Comigo estavam Felipe Londoño, contando sobre seus projetos em Manizales e Julian Giraldo contando sobre o <a href="http://unloquer.org" rel="nofollow" rel="nofollow">un/loquer</a>. Fiz <a href="http://www.slideshare.net/felipefonseca/labs-experimentais-jornadas-kreanta" rel="nofollow" rel="nofollow">minha fala</a> em um castelhano enrolado. Os brasileiros que acompanharam o stream elogiaram meu domínio do idioma. Não me lembro de ouvir o mesmo elogio de nenhum colombiano, mas acho que me entenderam mesmo assim ;) Ao fim do debate, me ofereceram uma nuvem de tags da minha fala, achei interessante:</p> <p><img alt="" src="http://2012.ciudadescreativas.org/wp-content/uploads/2012/12/FELIPE-FONSECA.png" width="480" /></p> <p>Naquela noite estava planejada uma bicicletada com todos os participantes do evento. A garoa na saída do Ruta-N sugeria que esperássemos antes de ir até o ponto de encontro. Acompanhei os aliados colombianos até uma rua do outro lado da avenida que concentrava um monte de botecos. Ficamos por ali bebendo algumas e acabamos perdendo a hora. Tomamos um taxi até uma praça perto do hotel, comemos alguma coisa e nos despedimos.</p> <p>Na manhã de sábado saí do hotel carregando minha bagagem - começaria meu retorno ao Brasil no início da tarde, antes mesmo de acabar o evento, para chegar ao São Paulo por volta da meia-noite e ter tempo de dirigir até Ubatuba no domingo para votar. Esse era o plano, pelo menos.</p> <p><img alt="" src="http://2012.ciudadescreativas.org/wp-content/uploads/2012/12/CC_73.jpg" width="480" /></p> <p>Encontrei o pessoal em um dos prédios anexos do Museu de Antioquia. Participei de um debate mais aberto e informal (mais o meu estilo, definitivamente) com o tema "<a href="http://2012.ciudadescreativas.org/2013/01/cronica-de-los-dialogos-con-los-ponentes/" rel="nofollow" rel="nofollow">do cibermundo ao bairro</a>". Ali a conversa fluiu muito bem. Saí antes que acabasse para tomar o transporte até o aeroporto. E começou minha novela.</p> <p>Eu tomaria um voo até Bogotá, e de lá rumaria até Guarulhos. Mas o primeiro voo foi cancelado, e nenhum funcionário conseguiu realocar os passageiros a tempo. Fiquei algumas horas no aeroporto de Medellín comendo os amendoins da sala VIP, e cheguei a Bogotá meia hora depois da conexão que deveria tomar. Teria que esperar cinco horas e meia no aeroporto. Aproveitei para fazer a barba, comi alguma coisa, bebi uma cerveja. Uma hora antes do voo, o aviso: o avião não poderia partir, precisaríamos esperar outro. E lá se foram mais duas horas e meia de atraso.</p> <p><img alt="" src="https://lh3.googleusercontent.com/-K8AN81623u0/URAXwn1ZuuI/AAAAAAAANOo/PsqcpaoxAY8/w679-h507-no/2012-10-06_15-30-39_203.jpg" width="480" /></p> <p>Acabei chegando em casa em São Paulo às oito e pouco da manhã de domingo. Mas... não encontrava a chave do carro, por mais que procurasse. Depois de algum tempo, chamei o seguro para ver se conseguiam abrir o porta-malas, onde acabei pensando que poderia tê-la esquecido. Precisaram de dois carros e um monte de equipamentos para conseguir abrir (o que não deixa de ser um bom atestado da segurança do carro). Destravaram a porta, desativaram o alarme, usaram a chave-mestra... e nada da chave. Chamaram outro carro, um guincho, que me levou até Campinas para buscar a chave reserva. Até voltar para São Paulo, já havia perdido o horário possível para votar em Ubatuba. Só cheguei à noite, infelizmente.</p> <p>De todo modo, as Jornadas Ciudades Creativas ajudaram a dissolver minha desconfiança total com eventos que se situam nesse diálogo entre cidade, criatividade e economia. A diversidade de atores e projetos representados lá, e a própria direção das conversas que eu mesmo tive com tanta gente, me fizeram acreditar que é possível explorar esses temas de maneira bem menos superficial do que geralmente se vê por aí. Estou curioso sobre a próxima edição (em Buenos Aires, próximo agosto) e sobre possibilidades de articular eventos associados às Jornadas em São Paulo (e Ubatuba, por que não?).</p> <p>P.S.: Mais fotos <a href="https://plus.google.com/photos/104719536953575628394/albums/5841194837235084065" rel="nofollow" rel="nofollow">aqui</a>.</p><a href="http://ubalab.org/blog/fast-forward-ffwd-ciudades-creativas-parte-2" title="Fast-Forward (FFWD) - Ciudades Creativas, parte 2" lang="en_GB" rev="large" class="FlattrButton" rel="nofollow">Os &uacute;ltimos meses n&atilde;o deixaram muita folga para relatar da maneira habitual os eventos pelos quais passei. A pr&oacute;pria quantidade de eventos e projetos, minhas aventuras acad&ecirc;micas, a mudan&ccedil;a de volta para Ubatuba e uma viagem de dois meses (com mais eventos e projetos) atrasaram ainda mais meu ritmo de documenta&ccedil;&atilde;o. Cheguei em casa semana passada doido para contar sobre as &uacute;ltimas andan&ccedil;as, mas a lista de coisas a documentar acabou me bloqueando. Vou ent&atilde;o, como comentei em outro post, deixar de lado o capricho virginiano e contar por cima alguns epis&oacute;dios. Come&ccedil;o com o fim do relato sobre as Jornadas Ciudades Creativas, organizadas pela Funda&ccedil;&atilde;o Kreanta em Medell&iacute;n (Col&ocirc;mbia) em outubro do ano passado. Eu j&aacute; publiquei a primeira parte do relato sobre minha participa&ccedil;&atilde;o. Este n&atilde;o chega a ser um post curto, mas normalmente eu faria mais dois ou tr&ecirc;s.Na manh&atilde; do primeiro dia, Alex (Platohedro) me ofereceu uma carona at&eacute; o MAMM, Museu de Arte Moderna de MDE. Nos acompanhava Jorge Bejarano, diretor do departamento de educa&ccedil;&atilde;o e cultura do MAMM e respons&aacute;vel pelo meu convite para as jornadas. Est&aacute;vamos ali para uma conversa entre pessoas de diferentes projetos da cidade comigo e com Jos&eacute; Ramon Insa Alba (que parece um irm&atilde;o do hdhd), inserida no projeto co:operaciones e versando sobre tecnologia, liberdade, apropria&ccedil;&atilde;o, poder, corpora&ccedil;&otilde;es e alternativas. Bastante gente na mesa, conversa fluida e aberta. Camilo Cantor publicou o &aacute;udio aqui, e surgiram anota&ccedil;&otilde;es para um texto coletivo. Adorei o clima no MAMM, que (apesar do nome) &eacute; bem arejado e repleto de gente interessante e interessada.Sa&iacute;mos de l&aacute; para o almo&ccedil;o inaugural das jornadas e uma primeira apresenta&ccedil;&atilde;o dos participantes. Devia haver umas trinta pessoas. Era em um espa&ccedil;o ajardinado, ao ar livre. Algo paradoxal: lugar bonito, com um almo&ccedil;o servido por gar&ccedil;ons, mas a comida era fraca e bebida somente refrigerante de cola ou &aacute;gua. N&atilde;o havia banheiros, nem para lavar as m&atilde;os. E senti imensa falta de um caf&eacute; depois do almo&ccedil;o.Na sequ&ecirc;ncia, Alex me conheceu para conhecer o espa&ccedil;o do Platohedro. Nos arredores a cidade j&aacute; parecia mais org&acirc;nica, menos ensaiada. O espa&ccedil;o &eacute; fant&aacute;stico, um sobrado grafitado e cheio de gente. Me senti em casa. Trabalhei um pouco, conversei bastante com o Capo sobre servidores, redes e o N-1.&Agrave; noite, de volta ao MAMM, rolou a abertura oficial das Jornadas. Come&ccedil;ou com uma apresenta&ccedil;&atilde;o de um grupo de Hip Hop, depois falas de autoridades e algumas palestras.O segundo dia foi no Centro de Desenvolvimento Cultural de Moravia - um espa&ccedil;o que lembra tantos centros comunit&aacute;rios, CEUS e afins no Brasil exceto por um aspecto: um cuidado especial com a arquitetura. O lugar &eacute; muito bonito, e isso j&aacute; muda totalmente as expectativas. O audit&oacute;rio &eacute; de primeira, tamb&eacute;m bonito e bem cuidado. Jorge Melguizo, ex-secret&aacute;rio de cultura da cidade, mostrava com orgulho os detalhes do centro localizado naquele que era um dos bairros mais violentos da cidade. O dia foi recheado de debates e apresenta&ccedil;&otilde;es tratando de diversos temas: planejamento urbano, espa&ccedil;o p&uacute;blico, cicloativismo, interven&ccedil;&atilde;o urbana, m&iacute;dia alternativa, museus. Muita coisa interessante, bastante diversidade e enraizamento. Havia tamb&eacute;m um ou outro europeus perdidos ali em uma vis&atilde;o instrumental e rasa de cultura, mas ningu&eacute;m deu muita bola.O almo&ccedil;o foi em um museu, algumas quadras morro acima em uma rua decorada por interven&ccedil;&otilde;es e arte de rua. Lugar fant&aacute;stico, mas sem estrutura para atender a tanta gente. Pedi uma op&ccedil;&atilde;o que no fim das contas n&atilde;o existia, tiraram meu prato antes que terminasse e encerrei com um cafezinho aguado. Voltamos para o Centro Cultural para mais uma tarde de debates interessantes. O dia se encerrou com a entrega do pr&ecirc;mio Espa&ccedil;o P&uacute;blico da Europa e com uma apresenta&ccedil;&atilde;o de dan&ccedil;a de rua, capoeira, hip hop, dan&ccedil;a afro e batucada.O terceiro dia foi em um espa&ccedil;o chamado Ruta-N, um elefante hi-tech que segundo contam ningu&eacute;m ainda encontrou fun&ccedil;&atilde;o. Assisti pelo stream a primeira palestra, de Saskia Sassen. Falou sobre o discurso da cidade e usou uma interpreta&ccedil;&atilde;o curiosa de &quot;hacker&quot; para sugerir que a cidade interferia com as tecnologias (n&atilde;o pude concordar com essa leitura, mas ainda assim acho interessante). Explorou tamb&eacute;m a explos&atilde;o de adjetivos correntemente associados &agrave;s cidades: cidade criativa, esperta, conectada, inteligente. Disse que n&atilde;o usa mais adjetivos, porque eles s&atilde;o rapidamente assimilados por consultorias cujo &uacute;nico objetivo &eacute; o dinheiro. Falou que tem usado o termo &quot;global street&quot; (rua global) para escapar.Na sequ&ecirc;ncia, mais apresenta&ccedil;&otilde;es e palestras. Felipe Leal, secret&aacute;rio de desenvolvimento urbano e habita&ccedil;&atilde;o da cidade do M&eacute;xico, foi um dos mais interessantes (embora eu tenha d&uacute;vidas sobre quanto de sua apresenta&ccedil;&atilde;o era fic&ccedil;&atilde;o). Almo&ccedil;amos no Museo de Antioquia, na pra&ccedil;a decorada com diversas esculturas de Botero. Almo&ccedil;o decente, e finalmente com um caf&eacute; &agrave; altura.Voltamos ao Ruta-N em um daqueles &ocirc;nibus coloridos de MDE. Germ&aacute;n Rey falou sobre o Centro &Aacute;tico, laborat&oacute;rio colombiano bem baseado no modelo do MIT Media Lab, s&oacute; que colonizado. Tudo com papeis definidos: disciplinas bem recortadas, estudantes, &quot;impacto&quot; na &quot;cultura&quot;, etc. Disse que &quot;chamaram os melhores professores&quot; para trabalhar em um projeto com &iacute;ndios (depois de ter dito que queriam aprender com eles). Falou ainda que &quot;n&atilde;o &eacute; poss&iacute;vel levar o laborat&oacute;rio de um lugar a outro&quot;. Depois foi a vez de Jos&eacute; Ramon, com uma vis&atilde;o delicada e did&aacute;tica sobre cultura digital e os conflitos que ela inspira com poderes tradicionais. Sugeriu que devemos nos libertar da tirania da excel&ecirc;ncia, dissolvendo hierarquias. &Eacute; mesmo parente do Hernani. Eu participei da mesa seguinte, sobre &quot;apropria&ccedil;&atilde;o de tecnologias para sociedades inteligentes&quot;. Comigo estavam Felipe Londo&ntilde;o, contando sobre seus projetos em Manizales e Julian Giraldo contando sobre o un/loquer. Fiz minha fala em um castelhano enrolado. Os brasileiros que acompanharam o stream elogiaram meu dom&iacute;nio do idioma. N&atilde;o me lembro de ouvir o mesmo elogio de nenhum colombiano, mas acho que me entenderam mesmo assim ;) Ao fim do debate, me ofereceram uma nuvem de tags da minha fala, achei interessante:Naquela noite estava planejada uma bicicletada com todos os participantes do evento. A garoa na sa&iacute;da do Ruta-N sugeria que esper&aacute;ssemos antes de ir at&eacute; o ponto de encontro. Acompanhei os aliados colombianos at&eacute; uma rua do outro lado da avenida que concentrava um monte de botecos. Ficamos por ali bebendo algumas e acabamos perdendo a hora. Tomamos um taxi at&eacute; uma pra&ccedil;a perto do hotel, comemos alguma coisa e nos despedimos.Na manh&atilde; de s&aacute;bado sa&iacute; do hotel carregando minha bagagem - come&ccedil;aria meu retorno ao Brasil no in&iacute;cio da tarde, antes mesmo de acabar o evento, para chegar ao S&atilde;o Paulo por volta da meia-noite e ter tempo de dirigir at&eacute; Ubatuba no domingo para votar. Esse era o plano, pelo menos.Encontrei o pessoal em um dos pr&eacute;dios anexos do Museu de Antioquia. Participei de um debate mais aberto e informal (mais o meu estilo, definitivamente) com o tema &quot;do cibermundo ao bairro&quot;. Ali a conversa fluiu muito bem. Sa&iacute; antes que acabasse para tomar o transporte at&eacute; o aeroporto. E come&ccedil;ou minha novela.Eu tomaria um voo at&eacute; Bogot&aacute;, e de l&aacute; rumaria at&eacute; Guarulhos. Mas o primeiro voo foi cancelado, e nenhum funcion&aacute;rio conseguiu realocar os passageiros a tempo. Fiquei algumas horas no aeroporto de Medell&iacute;n comendo os amendoins da sala VIP, e cheguei a Bogot&aacute; meia hora depois da conex&atilde;o que deveria tomar. Teria que esperar cinco horas e meia no aeroporto. Aproveitei para fazer a barba, comi alguma coisa, bebi uma cerveja. Uma hora antes do voo, o aviso: o avi&atilde;o n&atilde;o poderia partir, precisar&iacute;amos esperar outro. E l&aacute; se foram mais duas horas e meia de atraso.Acabei chegando em casa em S&atilde;o Paulo &agrave;s oito e pouco da manh&atilde; de domingo. Mas... n&atilde;o encontrava a chave do carro, por mais que procurasse. Depois de algum tempo, chamei o seguro para ver se conseguiam abrir o porta-malas, onde acabei pensando que poderia t&ecirc;-la esquecido. Precisaram de dois carros e um monte de equipamentos para conseguir abrir (o que n&atilde;o deixa de ser um bom atestado da seguran&ccedil;a do carro). Destravaram a porta, desativaram o alarme, usaram a chave-mestra... e nada da chave. Chamaram outro carro, um guincho, que me levou at&eacute; Campinas para buscar a chave reserva. At&eacute; voltar para S&atilde;o Paulo, j&aacute; havia perdido o hor&aacute;rio poss&iacute;vel para votar em Ubatuba. S&oacute; cheguei &agrave; noite, infelizmente.De todo modo, as Jornadas Ciudades Creativas ajudaram a dissolver minha desconfian&ccedil;a total com eventos que se situam nesse di&aacute;logo entre cidade, criatividade e economia. A diversidade de atores e projetos representados l&aacute;, e a pr&oacute;pria dire&ccedil;&atilde;o das conversas que eu mesmo tive com tanta gente, me fizeram acreditar que &eacute; poss&iacute;vel explorar esses temas de maneira bem menos superficial do que geralmente se v&ecirc; por a&iacute;. Estou curioso sobre a pr&oacute;xima edi&ccedil;&atilde;o (em Buenos Aires, pr&oacute;ximo agosto) e sobre possibilidades de articular eventos associados &agrave;s Jornadas em S&atilde;o Paulo (e Ubatuba, por que n&atilde;o?).P.S.: Mais fotos aqui.</a> aliadxs avião blogs cidades cidades criativas colômbia feeds kreanta lifelog mamm medellín projetos rutan trip ubalab ubatuba Mon, 03 Jun 2013 03:52:59 +0000 felipefonseca 12951 at http://efeefe.no-ip.org Ciudades Creativas – parte 1 http://efeefe.no-ip.org/agregando/ciudades-creativas-%E2%80%93-parte-1 <div class=fonte_feed> <em>Este post foi agregado por RSS. Link original:<br> <a href=></a></em></div> --- <p>Ano passado, fui gentilmente convidado pela <a href="http://www.kreanta.org/" rel="nofollow" rel="nofollow">Fundação Kreanta</a> a participar da quinta edição das <a href="http://2012.ciudadescreativas.org/" rel="nofollow" rel="nofollow">Jornadas Ciudades Creativas</a>, no começo de outubro em Medellín, Colômbia. É um seminário nascido na Espanha que já há alguns anos debate a articulação da produção de conhecimento como instrumento de transformação urbana. Talvez reflexo da crise econômica europeia, eles atravessaram o Atlântico - e pelo que entendi pretendem permanecer do lado de cá.</p> <p>Confesso que em um primeiro momento fiquei com o pé atrás justamente porque me incomodam tantos projetos de "economia criativa" que estimulam uma retórica excludente, submissa aos mecanismos do capital internacional, com todas as implicações negativas que criam. Mas depois de conversar um pouco com pessoas na Colômbia envolvidas com o seminário, e de dar uma olhada no que tinha acontecido nas edições anteriores (<a href="http://2009.ciudadescreativas.org/" rel="nofollow" rel="nofollow">2009</a>, <a href="http://2010.ciudadescreativas.org/" rel="nofollow" rel="nofollow">2010</a>, <a href="http://2011.ciudadescreativas.org/" rel="nofollow" rel="nofollow">2011</a>), entendi que eles têm uma preocupação genuína em aprofundar as questões e encontrar maneiras de equilibrar o desenvolvimento das práticas que adotam esses discursos.</p> <p><img align="right" alt="" height="300" src="https://lh3.googleusercontent.com/-p2-WHoCKrHw/UGrI6oKqtlI/AAAAAAAAJ8A/mim3e8U5MfA/s710/2012-10-01_16-06-36_137.jpg" />Eu viajaria a Medellín em uma terça-feira. Na manhã anterior, estava arrumando minha mala em Campinas quando vi um email do Felipe Cabral na <a href="http://lista.metareciclagem.org" rel="nofollow" rel="nofollow">lista da MetaReciclagem</a>, convidando quem quisesse a participar de um encontro com a nova <a href="http://cultura.gov.br" rel="nofollow" rel="nofollow">Ministra da Cultura</a> Marta Suplicy, no <a href="http://www.coletivodigital.org.br/" rel="nofollow" rel="nofollow">Coletivo Digital</a>. Apressei o passo para chegar a tempo. A reunião parecia uma daquelas cenas de filme medieval: a audiência com a rainha. Alternadamente, representantes de diversos projetos e movimentos eram instados a externar suas demandas. Pedi o microfone e comentei sobre o <a href="http://blog.redelabs.org/blog/bolsa-de-cultura-digital-experimental-documentando" rel="nofollow" rel="nofollow">edital de bolsas de cultura digital experimental</a> que eu e <a href="https://twitter.com/mabegalli" rel="nofollow" rel="nofollow">Maira</a> desenvolvemos durante a investigação <a href="http://redelabs.org" rel="nofollow" rel="nofollow">Rede//Labs</a> em 2010. Na época, chegamos a redigir a minuta do edital e deixá-lo pronto para sair, mas a gestão Ana de Hollanda engavetou tudo. A nova ministra falou que ia investigar, encaminhou a questão para uma assessora (e até hoje não ouvi mais falar disso, mas tenhamos paciência porque o ritmo da burocracia é esse mesmo). O encontro também foi positivo para rever um monte de gente boa. O ponto alto foi quando TC, da Casa de Cultura <a href="http://taina.org.br" rel="nofollow" rel="nofollow">Tainã</a>, <a href="http://www.mocambos.org/noticias/marta-suplicy-ministra-da-cultura-recebeu-um-baoba" rel="nofollow" rel="nofollow">presenteou a ministra com um baobá</a>. Saí da reunião e ainda consegui uma sessão de acupuntura, para regular os parafusos que tinham <a href="http://www.ubalab.org/blog/diario-do-ventre-da-besta-parte-3" rel="nofollow" rel="nofollow">desestabilizado nos Estados Unidos</a>.</p> <p>Acordei às cinco da manhã na terça-feira para pegar o ônibus de Congonhas até Guarulhos antes do trânsito começar. São Paulo nesse horário é uma outra cidade. Parecia até civilizada. Pessoas conversando nas banquinhas de comida. Uma ave de rapina (carcará, gaviãozinho?) na beira da 23 de maio. E nenhum trânsito. O trajeto CGH-GRU passou em quarenta minutos. Podia ser sempre assim. Como faz falta esse trem…</p> <p>Eu já havia feito o check-in pela internet. Desci do ônibus e peguei a fila da Avianca no guichê do lado de fora. Só depois de alguns minutos me disseram que para voo internacional deveria fazer lá dentro. Sem crise, entreguei a bagagem e entrei. Só lá dentro percebi que tinha esquecido de pegar dinheiro. Não tinha certeza se conseguiria sacar direto de caixas automáticos na Colômbia. Decidi sair pela alfândega, pegar alguns reais e entrar de novo. Não funciono bem de manhã cedo.</p> <p><img align="left" alt="" height="250" src="https://lh4.googleusercontent.com/-OfX4SMpmZYM/UGto1ceXX-I/AAAAAAAAJ9Q/ptJbs3qnMvw/s709/2012-10-02_08-33-34_257.jpg" />O avião (A330) era novo e bem espaçoso. Tinha sisteminha de vídeo pessoal e uma porta USB para carregar dispositivos móveis. O voo da Avianca foi bem tranquilo. Tivemos um café da manhã razoável. Ao fim do voo de seis horas, um lanche fraquinho com sanduíche. Ao meu lado, voava uma argentina que saia de seu país pela primeira vez para um encontro da igreja. Não conversamos muito, e nem senti falta. Diversões eletrônicas ocupando a mente.</p> <p>Desci em Bogotá. O rapaz da alfândega não era simpático, mas a carta de convite resolveu a entrada. Tomei o ônibus interno até o terminal doméstico. Tentei sacar pesos em todos os caixas eletrônicos do aeroporto, sem sucesso. Ainda bem que havia sacado aqueles trocados no Brasil. Dei uma volta por ali e acabei entrando para a sala de embarque, acreditando que haveria alguma coisa decente para almoçar. Nada. Gastei mais dinheiro do que gostaria para comer uma tortilla e um quibe. Eu havia acabado de adquirir meu computador, e ainda não tinha resolvido uns bugs do wifi. Não consegui me conectar a nenhuma rede no aeroporto.</p> <p>O voo de Bogotá a Medellín é muito rápido, nem dá tempo para servirem comida. Mas o visual é lindo: montanhas arredondadas, esverdeadas. Quase chegando, zonas de mata e pequenos ranchos rurais dão a paisagem.</p> <p><img alt="" src="https://lh3.googleusercontent.com/-pmk00f_kZhA/UGy9mBDbSRI/AAAAAAAAKBo/8CVqKpo7C6E/s1264/2012-10-02_15-52-23_213.jpg" width="500" /></p> <p>Desci do avião. O aeroporto é novinho. Um motorista me aguardava. Nos quarenta minutos saindo do cenário rural de montanha em direção à cidade incrustada no meio de um vale, pude ter uma primeira impressão sobre o efeito simbólico da transformação efetiva que aconteceu em Medellín. Lê-se muito sobre as mudanças na cidade, e eu não costumo acreditar muito no que leio. O motorista demonstrava um amor pela cidade, ou nem tanto pela cidade quanto pelo que tem mudado na cidade nessas últimas décadas, que me deixou curioso. Nos dias seguintes eu teria outros sinais dessa transformação.</p> <p>O hotel era metido: já de cara, o jantar “leve” tinha até creme de aspargos. Ficava em um bairro cheio de ladeiras, hoteis para estrangeiros, prédios altos e centros de compras. Nada para mim ali, teria que procurar a vida da cidade em outros lugares. E isso fica para as próximas partes deste texto.</p><a href="http://ubalab.org/blog/ciudades-creativas-%E2%80%93-parte-1" title="Ciudades Creativas – parte 1" lang="en_GB" rev="large" class="FlattrButton" rel="nofollow">Ano passado, fui gentilmente convidado pela Funda&ccedil;&atilde;o Kreanta a participar da quinta edi&ccedil;&atilde;o das Jornadas Ciudades Creativas, no come&ccedil;o de outubro em Medell&iacute;n, Col&ocirc;mbia. &Eacute; um semin&aacute;rio nascido na Espanha que j&aacute; h&aacute; alguns anos debate a articula&ccedil;&atilde;o da produ&ccedil;&atilde;o de conhecimento como instrumento de transforma&ccedil;&atilde;o urbana. Talvez reflexo da crise econ&ocirc;mica europeia, eles atravessaram o Atl&acirc;ntico - e pelo que entendi pretendem permanecer do lado de c&aacute;.Confesso que em um primeiro momento fiquei com o p&eacute; atr&aacute;s justamente porque me incomodam tantos projetos de &quot;economia criativa&quot; que estimulam uma ret&oacute;rica excludente, submissa aos mecanismos do capital internacional, com todas as implica&ccedil;&otilde;es negativas que criam. Mas depois de conversar um pouco com pessoas na Col&ocirc;mbia envolvidas com o semin&aacute;rio, e de dar uma olhada no que tinha acontecido nas edi&ccedil;&otilde;es anteriores (2009, 2010, 2011), entendi que eles t&ecirc;m uma preocupa&ccedil;&atilde;o genu&iacute;na em aprofundar as quest&otilde;es e encontrar maneiras de equilibrar o desenvolvimento das pr&aacute;ticas que adotam esses discursos.Eu viajaria a Medell&iacute;n em uma ter&ccedil;a-feira. Na manh&atilde; anterior, estava arrumando minha mala em Campinas quando vi um email do Felipe Cabral na lista da MetaReciclagem, convidando quem quisesse a participar de um encontro com a nova Ministra da Cultura Marta Suplicy, no Coletivo Digital. Apressei o passo para chegar a tempo. A reuni&atilde;o parecia uma daquelas cenas de filme medieval: a audi&ecirc;ncia com a rainha. Alternadamente, representantes de diversos projetos e movimentos eram instados a externar suas demandas. Pedi o microfone e comentei sobre o edital de bolsas de cultura digital experimental que eu e Maira desenvolvemos durante a investiga&ccedil;&atilde;o Rede//Labs em 2010. Na &eacute;poca, chegamos a redigir a minuta do edital e deix&aacute;-lo pronto para sair, mas a gest&atilde;o Ana de Hollanda engavetou tudo. A nova ministra falou que ia investigar, encaminhou a quest&atilde;o para uma assessora (e at&eacute; hoje n&atilde;o ouvi mais falar disso, mas tenhamos paci&ecirc;ncia porque o ritmo da burocracia &eacute; esse mesmo). O encontro tamb&eacute;m foi positivo para rever um monte de gente boa. O ponto alto foi quando TC, da Casa de Cultura Tain&atilde;, presenteou a ministra com um baob&aacute;. Sa&iacute; da reuni&atilde;o e ainda consegui uma sess&atilde;o de acupuntura, para regular os parafusos que tinham desestabilizado nos Estados Unidos.Acordei &agrave;s cinco da manh&atilde; na ter&ccedil;a-feira para pegar o &ocirc;nibus de Congonhas at&eacute; Guarulhos antes do tr&acirc;nsito come&ccedil;ar. S&atilde;o Paulo nesse hor&aacute;rio &eacute; uma outra cidade. Parecia at&eacute; civilizada. Pessoas conversando nas banquinhas de comida. Uma ave de rapina (carcar&aacute;, gavi&atilde;ozinho?) na beira da 23 de maio. E nenhum tr&acirc;nsito. O trajeto CGH-GRU passou em quarenta minutos. Podia ser sempre assim. Como faz falta esse trem&hellip;Eu j&aacute; havia feito o check-in pela internet. Desci do &ocirc;nibus e peguei a fila da Avianca no guich&ecirc; do lado de fora. S&oacute; depois de alguns minutos me disseram que para voo internacional deveria fazer l&aacute; dentro. Sem crise, entreguei a bagagem e entrei. S&oacute; l&aacute; dentro percebi que tinha esquecido de pegar dinheiro. N&atilde;o tinha certeza se conseguiria sacar direto de caixas autom&aacute;ticos na Col&ocirc;mbia. Decidi sair pela alf&acirc;ndega, pegar alguns reais e entrar de novo. N&atilde;o funciono bem de manh&atilde; cedo.O avi&atilde;o (A330) era novo e bem espa&ccedil;oso. Tinha sisteminha de v&iacute;deo pessoal e uma porta USB para carregar dispositivos m&oacute;veis. O voo da Avianca foi bem tranquilo. Tivemos um caf&eacute; da manh&atilde; razo&aacute;vel. Ao fim do voo de seis horas, um lanche fraquinho com sandu&iacute;che. Ao meu lado, voava uma argentina que saia de seu pa&iacute;s pela primeira vez para um encontro da igreja. N&atilde;o conversamos muito, e nem senti falta. Divers&otilde;es eletr&ocirc;nicas ocupando a mente.Desci em Bogot&aacute;. O rapaz da alf&acirc;ndega n&atilde;o era simp&aacute;tico, mas a carta de convite resolveu a entrada. Tomei o &ocirc;nibus interno at&eacute; o terminal dom&eacute;stico. Tentei sacar pesos em todos os caixas eletr&ocirc;nicos do aeroporto, sem sucesso. Ainda bem que havia sacado aqueles trocados no Brasil. Dei uma volta por ali e acabei entrando para a sala de embarque, acreditando que haveria alguma coisa decente para almo&ccedil;ar. Nada. Gastei mais dinheiro do que gostaria para comer uma tortilla e um quibe. Eu havia acabado de adquirir meu computador, e ainda n&atilde;o tinha resolvido uns bugs do wifi. N&atilde;o consegui me conectar a nenhuma rede no aeroporto.O voo de Bogot&aacute; a Medell&iacute;n &eacute; muito r&aacute;pido, nem d&aacute; tempo para servirem comida. Mas o visual &eacute; lindo: montanhas arredondadas, esverdeadas. Quase chegando, zonas de mata e pequenos ranchos rurais d&atilde;o a paisagem.Desci do avi&atilde;o. O aeroporto &eacute; novinho. Um motorista me aguardava. Nos quarenta minutos saindo do cen&aacute;rio rural de montanha em dire&ccedil;&atilde;o &agrave; cidade incrustada no meio de um vale, pude ter uma primeira impress&atilde;o sobre o efeito simb&oacute;lico da transforma&ccedil;&atilde;o efetiva que aconteceu em Medell&iacute;n. L&ecirc;-se muito sobre as mudan&ccedil;as na cidade, e eu n&atilde;o costumo acreditar muito no que leio. O motorista demonstrava um amor pela cidade, ou nem tanto pela cidade quanto pelo que tem mudado na cidade nessas &uacute;ltimas d&eacute;cadas, que me deixou curioso. Nos dias seguintes eu teria outros sinais dessa transforma&ccedil;&atilde;o.O hotel era metido: j&aacute; de cara, o jantar &ldquo;leve&rdquo; tinha at&eacute; creme de aspargos. Ficava em um bairro cheio de ladeiras, hoteis para estrangeiros, pr&eacute;dios altos e centros de compras. Nada para mim ali, teria que procurar a vida da cidade em outros lugares. E isso fica para as pr&oacute;ximas partes deste texto.</a> blogs cidades criativas ciudades creativas colômbia economia criativa eventos feeds medelín medellín projetos ubalab ubatuba Sat, 16 Mar 2013 01:49:29 +0000 felipefonseca 12947 at http://efeefe.no-ip.org