efeefe - gambipunk http://efeefe.no-ip.org/taxonomy/term/603/0 pt-br Fazedorxs http://efeefe.no-ip.org/agregando/fazedorxs <div class=fonte_feed> <em>Este post foi agregado por RSS. Link original:<br> <a href=></a></em></div> --- <p><img alt="Makers - Capa" width="132" height="200" align="left" src="http://craphound.com/makers/Tor_Makers_Cover_thumbnail.jpg" />Aproveitei o carnaval para terminar de ler <a href="http://craphound.com/makers/" rel="nofollow">Makers</a>, que eu já tinha mencionado no post do <a href="http://desvio.weblab.tk/blog/debate-gambiologia-na-campus-party" rel="nofollow">debate sobre Gambiologia</a>. Eu fiquei sabendo do livro via twitter (mas não lembro através de quem), em novembro: alguém comentou que o próximo livro de <a href="http://twitter.com/doctorow" rel="nofollow">Cory Doctorow</a> sairia também em episódios semanais no Tor.com. A única coisa que eu tinha lido dele até então eram alguns posts no <a href="http://boingboing.net" rel="nofollow">Boingboing</a> e o Scroogled (em português <a href="http://osvelhotesdosmarretas.com/2007/11/scroogled.html" rel="nofollow">aqui</a>). O <a href="http://www.tor.com/index.php?option=com_content&view=blog&id=35734" rel="nofollow">primeiro episódio</a>, que já começa dedicado a "quem toma riscos, xs fazedorxs de coisas". Li no site até o terceiro e gostei. Fui lá na amazon e encomendei o livro antes mesmo de ser lançado. Ele chegou aqui em Ubatuba no começo de dezembro. Resolvi deixá-lo de lado para ler no meu recesso de fim de ano, mas o <a href="http://efeefe.no-ip.org/tag/chuvas" rel="nofollow">reveillon molhado</a> não me deixou muito tempo pra isso. Acabei pegando pra ler mesmo só nas últimas semanas.<br /> Apesar de situado em um contexto bem diferente - Estados Unidos, empreendedorismo capitalista, toda aquela coisa - eu me vi bastante (e à <a href="http://rede.metareciclagem.org" rel="nofollow">MetaReciclagem</a>) em várias partes da história. Desde o começo, o lance de começar uma coisa despretensiosa, de amigxs compartilhando uma vontade simples - fazer coisas, construir estruturas sem pensar muito em resultados efetivos, descobrir. Depois, a busca de estrutura sem sucumbir à corporificação, à maneira mais aceita de viabilizar as coisas, refletida na tensão entre os fazedores e os executivos. Também o lance da rede, da replicação autônoma, dos esporos comunicantes mas auto-organizados surgindo, e a surpresa que eles causam. <img alt="Monstro de 1,99" align="right" src="http://farm4.static.flickr.com/3319/3312618009_2d63b01781_m_d.jpg" />A crítica ao consumismo e à indústria da obsolescência. O ativismo pelo uso pleno das tecnologias, o desvio do uso, a apropriação total. E claro, todo o lance de propriedade intelectual vs. cultura livre.<br /> Logo no começo, as esculturas de Perry e Lester me fizeram pensar nos monstros de 1,99 do <a href="http://desvio.weblab.tk/desviantes/glaupaiva" rel="nofollow">Glauco Paiva</a>. E, por mais que o final tenha ficado meio solto, o último capítulo tem até uma partida de <a href="http://depositodocalvin.blogspot.com/2008/04/calvinbol.html" rel="nofollow">calvinbol</a>, que simboliza ali a única coisa permanente na história - a sensibilidade do fazer, que tem muito a ver com o que aqui a gente tem chamado de <a href="http://desvio.weblab.tk/tag/gambiologia" rel="nofollow">gambiologia</a>. Também fiquei pensando na tradição brico/fazedora/hacker que é tão presente nas culturas norte-americanas, mas à qual eu nunca dei muita atenção. Mas ainda assim, descontadas todas as diferenças culturais e todos os nortamericanismos do lance, foi uma leitura agradável e que mexeu bastante comigo - muita nostalgia dos tempos do <a href="http://rede.metareciclagem.org/wiki/AgenteCidadao" rel="nofollow">galpão da MetaReciclagem no Agente Cidadão</a>, e uma sensação de que algumas coisas nunca vão mudar, e de que fazer pouco também é fazer muito.<br /> <img alt="cybersocial no agente cidadao" width="200" height="150" align="left" src="http://rede.metareciclagem.org/sites/rede.metareciclagem.org/midia/midia/images/montagem01.preview.jpg" />Ler sobre o cotidiano de Perry e Lester, suas sincronicidades e conquistas, seu afastamento e reencontro, sua amizade e complementaridade, também me fez pensar bastante no <a href="http://daltonmartins.blogspot.com/" rel="nofollow">Dalton</a>. Saudades do tempo em que as coisas eram mais simples - ou era a gente que se preocupava menos?<br /> À história então... (pulando o parágrafo para quem quer evitar spoilers)...</p> <p>... o livro abre numa época quase-agora, em uma coletiva de imprensa anunciando a fusão de Kodak e Duracell. O novo CEO, Landon Kettlewell, anuncia que toda a operação da nova empresa será substituída por times pequenos e inovadores. Após a coletiva, ele convida Suzanne Church, uma das jornalistas presentes, a acompanhar o trabalho de uma das equipes, que ocupa um Wal-Mart desativado na Florida. Essa equipe é formada por Lester e Perry, dois fuçadores / fazedores / hackers que reusam brinquedos, eletrônicos e aparelhos para montar novos produtos: fazem esculturas para colecionadores, montam um carro operado por bonecos do Elmo (Sesame Street) e por aí vai. Em pouco tempo, junta-se a eles Tjan, um administrador que vai ser responsável por transformar a criatividade deles em produtos vendáveis. Eles patinam um pouco, até que criam um sistema pra organizar as coisas em casa baseado em RFID, que vende milhões. Eles brincam também com impressoras 3D. Em algum tempo, Tjan vai para a concorrência. Todo um mercado - chamado "New Work" - é criado. No meio-tempo, mais algumas coisas aconteceram - eles ajudaram a desenvolver uma favela para os sem-teto do outro lado da estrada que tinham sido desalojados, o que vira um laboratório vivo. Eles envolvem o pessoal da favela em algumas coisas. Até que a bolha estoura e todo mundo cai.<br /> Passam-se alguns anos. Lester e Perry montaram um "ride", que não sei bem como traduzir - como as atrações dos parques da Disney - onde estão expostos pedaços de seus antigos projetos. Os visitantes podem votar nas peças que gostam ou não, e o parque se rearruma sozinho. Kettlewell e Tjan estão aposentados, Suzanne viveu esse tempo na Rússia. Em determinado momento eles se reunem. Tjan decide replicar o ride em Boston. Outros rides começam a surgir, de forma emergente, em outras partes do país. Perry e Lester construíram um protocolo pelo qual os diferentes rides podem modificar a composição uns dos outros. Em meio a tudo isso, aparece Sammy, um executivo da Disney que, enciumado pelo sucesso dos hackers, passa a tentar sabotá-los, de forma cada vez mais grave. Ele processa os rides com base em direito autoral, o que dá base para a polícia destruir alguns deles. Kettlewell e Tjan bolam uma estratégia para se contrapor ao tamanho da Disney - criando um mercado que especula contra ações na justiça. Até um toque tupiniquim aparece - da noite para o dia surgem 50 rides no Brasil, sem ter contato com ninguém. Enquanto isso, Sammy faz coisas terríveis até que tem uma ideia que salva sua carreira - transformar impressoras 3D em produtos domésticos, imprimindo peças da Disney. Em pouco tempo Lester invade o firmware das impressoras para imprimir o que quiser. A Disney fica a um passo de um ataque ainda mais forte, quando aparece uma solução que acaba com toda a tensão entre a empresa e as pessoas - e também faz todo mundo ficar amigo de novo, etc.<br /> Mais quinze anos se passam, os amigos se reencontram e - como mencionei lá em cima - o livro termina com uma partida de Calvinbol!<br /> O fim do livro deixa algumas pontas soltas: não me convenceu de estar resolvida a situação com Death Waits, e acho que Doctorow passou a gostar de Sammy e foi amansando ele. Mas enfim, valeu por vários outros motivos. Recomendo a leitura.</p> desvio doctorow ficção gambiologia gambipunk makers metareciclagem Fri, 19 Feb 2010 00:01:05 +0000 felipefonseca 7141 at http://efeefe.no-ip.org Fazedorxs http://efeefe.no-ip.org/agregando/fazedorxs-1 <div class=fonte_feed> <em>Este post foi agregado por RSS. Link original:<br> <a href=></a></em></div> --- var flattr_uid = 'efeefe'; var flattr_tle = 'Fazedorxs'; var flattr_dsc = '<p><img alt="Makers - Capa" width="132" height="200" align="left" src="http://craphound.com/makers/Tor_Makers_Cover_thumbnail.jpg" />Aproveitei o carnaval para terminar de ler <a href="http://craphound.com/makers/" rel="nofollow">Makers</a>, que eu j&aacute; tinha mencionado no post do <a href="http://desvio.weblab.tk/blog/debate-gambiologia-na-campus-party" rel="nofollow">debate sobre Gambiologia</a>. Eu fiquei sabendo do livro via twitter (mas n&atilde;o lembro atrav&eacute;s de quem), em novembro: algu&eacute;m comentou que o pr&oacute;ximo livro de <a href="http://twitter.com/doctorow" rel="nofollow">Cory Doctorow</a> sairia tamb&eacute;m em epis&oacute;dios semanais no Tor.com. A &uacute;nica coisa que eu tinha lido dele at&eacute; ent&atilde;o eram alguns posts no <a href="http://boingboing.net" rel="nofollow">Boingboing</a> e o Scroogled (em portugu&ecirc;s <a href="http://osvelhotesdosmarretas.com/2007/11/scroogled.html" rel="nofollow">aqui</a>). O <a href="http://www.tor.com/index.php?option=com_content&amp;view=blog&amp;id=35734" rel="nofollow">primeiro epis&oacute;dio</a>, que j&aacute; come&ccedil;a dedicado a &quot;quem toma riscos, xs fazedorxs de coisas&quot;. Li no site at&eacute; o terceiro e gostei. Fui l&aacute; na amazon e encomendei o livro antes mesmo de ser lan&ccedil;ado. Ele chegou aqui em Ubatuba no come&ccedil;o de dezembro. Resolvi deix&aacute;-lo de lado para ler no meu recesso de fim de ano, mas o <a href="http://efeefe.no-ip.org/tag/chuvas" rel="nofollow">reveillon molhado</a> n&atilde;o me deixou muito tempo pra isso. Acabei pegando pra ler mesmo s&oacute; nas &uacute;ltimas semanas.</p><p>Apesar de situado em um contexto bem diferente - Estados Unidos, empreendedorismo capitalista, toda aquela coisa - eu me vi bastante (e &agrave; <a href="http://rede.metareciclagem.org" rel="nofollow">MetaReciclagem</a>) em v&aacute;rias partes da hist&oacute;ria. Desde o come&ccedil;o, o lance de come&ccedil;ar uma coisa despretensiosa, de amigxs compartilhando uma vontade simples - fazer coisas, construir estruturas sem pensar muito em resultados efetivos, descobrir. Depois, a busca de estrutura sem sucumbir &agrave; corporifica&ccedil;&atilde;o, &agrave; maneira mais aceita de viabilizar as coisas, refletida na tens&atilde;o entre os fazedores e os executivos. Tamb&eacute;m o lance da rede, da replica&ccedil;&atilde;o aut&ocirc;noma, dos esporos comunicantes mas auto-organizados surgindo, e a surpresa que eles causam. <img alt="Monstro de 1,99" align="right" src="http://farm4.static.flickr.com/3319/3312618009_2d63b01781_m_d.jpg" />A cr&iacute;tica ao consumismo e &agrave; ind&uacute;stria da obsolesc&ecirc;ncia. O ativismo pelo uso pleno das tecnologias, o desvio do uso, a apropria&ccedil;&atilde;o total. E claro, todo o lance de propriedade intelectual vs. cultura livre.</p><p>Logo no come&ccedil;o, as esculturas de Perry e Lester me fizeram pensar nos monstros de 1,99 do <a href="http://desvio.weblab.tk/desviantes/glaupaiva" rel="nofollow">Glauco Paiva</a>. E, por mais que o final tenha ficado meio solto, o &uacute;ltimo cap&iacute;tulo tem at&eacute; uma partida de <a href="http://depositodocalvin.blogspot.com/2008/04/calvinbol.html" rel="nofollow">calvinbol</a>, que simboliza ali a &uacute;nica coisa permanente na hist&oacute;ria - a sensibilidade do fazer, que tem muito a ver com o que aqui a gente tem chamado de <a href="http://desvio.weblab.tk/tag/gambiologia" rel="nofollow">gambiologia</a>. Tamb&eacute;m fiquei pensando na tradi&ccedil;&atilde;o brico/fazedora/hacker que &eacute; t&atilde;o presente nas culturas norte-americanas, mas &agrave; qual eu nunca dei muita aten&ccedil;&atilde;o. Mas ainda assim, descontadas todas as diferen&ccedil;as culturais e todos os nortamericanismos do lance, foi uma leitura agrad&aacute;vel e que mexeu bastante comigo - muita nostalgia dos tempos do <a href="http://rede.metareciclagem.org/wiki/AgenteCidadao" rel="nofollow">galp&atilde;o da MetaReciclagem no Agente Cidad&atilde;o</a>, e uma sensa&ccedil;&atilde;o de que algumas coisas nunca v&atilde;o mudar, e de que fazer pouco tamb&eacute;m &eacute; fazer muito.</p><p><img alt="cybersocial no agente cidadao" width="200" height="150" align="left" src="http://rede.metareciclagem.org/sites/rede.metareciclagem.org/midia/midia/images/montagem01.preview.jpg" />Ler sobre o cotidiano de Perry e Lester, suas sincronicidades e conquistas, seu afastamento e reencontro, sua amizade e complementaridade, tamb&eacute;m me fez pensar bastante no <a href="http://daltonmartins.blogspot.com/" rel="nofollow">Dalton</a>. Saudades do tempo em que as coisas eram mais simples - ou era a gente que se preocupava menos?</p><p>&Agrave; hist&oacute;ria ent&atilde;o... (pulando o par&aacute;grafo para quem quer evitar spoilers)...</p>'; var flattr_tag = 'doctorow,ficção,gambiologia,gambipunk,makers,metareciclagem'; var flattr_cat = 'text'; var flattr_url = 'http://desvio.cc/blog/fazedorxs'; var flattr_lng = 'en_GB' <p><img alt="Makers - Capa" width="132" height="200" align="left" src="http://craphound.com/makers/Tor_Makers_Cover_thumbnail.jpg" />Aproveitei o carnaval para terminar de ler <a href="http://craphound.com/makers/" rel="nofollow">Makers</a>, que eu já tinha mencionado no post do <a href="http://desvio.weblab.tk/blog/debate-gambiologia-na-campus-party" rel="nofollow">debate sobre Gambiologia</a>. Eu fiquei sabendo do livro via twitter (mas não lembro através de quem), em novembro: alguém comentou que o próximo livro de <a href="http://twitter.com/doctorow" rel="nofollow">Cory Doctorow</a> sairia também em episódios semanais no Tor.com. A única coisa que eu tinha lido dele até então eram alguns posts no <a href="http://boingboing.net" rel="nofollow">Boingboing</a> e o Scroogled (em português <a href="http://osvelhotesdosmarretas.com/2007/11/scroogled.html" rel="nofollow">aqui</a>). O <a href="http://www.tor.com/index.php?option=com_content&view=blog&id=35734" rel="nofollow">primeiro episódio</a>, que já começa dedicado a "quem toma riscos, xs fazedorxs de coisas". Li no site até o terceiro e gostei. Fui lá na amazon e encomendei o livro antes mesmo de ser lançado. Ele chegou aqui em Ubatuba no começo de dezembro. Resolvi deixá-lo de lado para ler no meu recesso de fim de ano, mas o <a href="http://efeefe.no-ip.org/tag/chuvas" rel="nofollow">reveillon molhado</a> não me deixou muito tempo pra isso. Acabei pegando pra ler mesmo só nas últimas semanas.<br /> Apesar de situado em um contexto bem diferente - Estados Unidos, empreendedorismo capitalista, toda aquela coisa - eu me vi bastante (e à <a href="http://rede.metareciclagem.org" rel="nofollow">MetaReciclagem</a>) em várias partes da história. Desde o começo, o lance de começar uma coisa despretensiosa, de amigxs compartilhando uma vontade simples - fazer coisas, construir estruturas sem pensar muito em resultados efetivos, descobrir. Depois, a busca de estrutura sem sucumbir à corporificação, à maneira mais aceita de viabilizar as coisas, refletida na tensão entre os fazedores e os executivos. Também o lance da rede, da replicação autônoma, dos esporos comunicantes mas auto-organizados surgindo, e a surpresa que eles causam. <img alt="Monstro de 1,99" align="right" src="http://farm4.static.flickr.com/3319/3312618009_2d63b01781_m_d.jpg" />A crítica ao consumismo e à indústria da obsolescência. O ativismo pelo uso pleno das tecnologias, o desvio do uso, a apropriação total. E claro, todo o lance de propriedade intelectual vs. cultura livre.<br /> Logo no começo, as esculturas de Perry e Lester me fizeram pensar nos monstros de 1,99 do <a href="http://desvio.weblab.tk/desviantes/glaupaiva" rel="nofollow">Glauco Paiva</a>. E, por mais que o final tenha ficado meio solto, o último capítulo tem até uma partida de <a href="http://depositodocalvin.blogspot.com/2008/04/calvinbol.html" rel="nofollow">calvinbol</a>, que simboliza ali a única coisa permanente na história - a sensibilidade do fazer, que tem muito a ver com o que aqui a gente tem chamado de <a href="http://desvio.weblab.tk/tag/gambiologia" rel="nofollow">gambiologia</a>. Também fiquei pensando na tradição brico/fazedora/hacker que é tão presente nas culturas norte-americanas, mas à qual eu nunca dei muita atenção. Mas ainda assim, descontadas todas as diferenças culturais e todos os nortamericanismos do lance, foi uma leitura agradável e que mexeu bastante comigo - muita nostalgia dos tempos do <a href="http://rede.metareciclagem.org/wiki/AgenteCidadao" rel="nofollow">galpão da MetaReciclagem no Agente Cidadão</a>, e uma sensação de que algumas coisas nunca vão mudar, e de que fazer pouco também é fazer muito.<br /> <img alt="cybersocial no agente cidadao" width="200" height="150" align="left" src="http://rede.metareciclagem.org/sites/rede.metareciclagem.org/midia/midia/images/montagem01.preview.jpg" />Ler sobre o cotidiano de Perry e Lester, suas sincronicidades e conquistas, seu afastamento e reencontro, sua amizade e complementaridade, também me fez pensar bastante no <a href="http://daltonmartins.blogspot.com/" rel="nofollow">Dalton</a>. Saudades do tempo em que as coisas eram mais simples - ou era a gente que se preocupava menos?<br /> À história então... (pulando o parágrafo para quem quer evitar spoilers)...</p> <p>... o livro abre numa época quase-agora, em uma coletiva de imprensa anunciando a fusão de Kodak e Duracell. O novo CEO, Landon Kettlewell, anuncia que toda a operação da nova empresa será substituída por times pequenos e inovadores. Após a coletiva, ele convida Suzanne Church, uma das jornalistas presentes, a acompanhar o trabalho de uma das equipes, que ocupa um Wal-Mart desativado na Florida. Essa equipe é formada por Lester e Perry, dois fuçadores / fazedores / hackers que reusam brinquedos, eletrônicos e aparelhos para montar novos produtos: fazem esculturas para colecionadores, montam um carro operado por bonecos do Elmo (Sesame Street) e por aí vai. Em pouco tempo, junta-se a eles Tjan, um administrador que vai ser responsável por transformar a criatividade deles em produtos vendáveis. Eles patinam um pouco, até que criam um sistema pra organizar as coisas em casa baseado em RFID, que vende milhões. Eles brincam também com impressoras 3D. Em algum tempo, Tjan vai para a concorrência. Todo um mercado - chamado "New Work" - é criado. No meio-tempo, mais algumas coisas aconteceram - eles ajudaram a desenvolver uma favela para os sem-teto do outro lado da estrada que tinham sido desalojados, o que vira um laboratório vivo. Eles envolvem o pessoal da favela em algumas coisas. Até que a bolha estoura e todo mundo cai.<br /> Passam-se alguns anos. Lester e Perry montaram um "ride", que não sei bem como traduzir - como as atrações dos parques da Disney - onde estão expostos pedaços de seus antigos projetos. Os visitantes podem votar nas peças que gostam ou não, e o parque se rearruma sozinho. Kettlewell e Tjan estão aposentados, Suzanne viveu esse tempo na Rússia. Em determinado momento eles se reunem. Tjan decide replicar o ride em Boston. Outros rides começam a surgir, de forma emergente, em outras partes do país. Perry e Lester construíram um protocolo pelo qual os diferentes rides podem modificar a composição uns dos outros. Em meio a tudo isso, aparece Sammy, um executivo da Disney que, enciumado pelo sucesso dos hackers, passa a tentar sabotá-los, de forma cada vez mais grave. Ele processa os rides com base em direito autoral, o que dá base para a polícia destruir alguns deles. Kettlewell e Tjan bolam uma estratégia para se contrapor ao tamanho da Disney - criando um mercado que especula contra ações na justiça. Até um toque tupiniquim aparece - da noite para o dia surgem 50 rides no Brasil, sem ter contato com ninguém. Enquanto isso, Sammy faz coisas terríveis até que tem uma ideia que salva sua carreira - transformar impressoras 3D em produtos domésticos, imprimindo peças da Disney. Em pouco tempo Lester invade o firmware das impressoras para imprimir o que quiser. A Disney fica a um passo de um ataque ainda mais forte, quando aparece uma solução que acaba com toda a tensão entre a empresa e as pessoas - e também faz todo mundo ficar amigo de novo, etc.<br /> Mais quinze anos se passam, os amigos se reencontram e - como mencionei lá em cima - o livro termina com uma partida de Calvinbol!<br /> O fim do livro deixa algumas pontas soltas: não me convenceu de estar resolvida a situação com Death Waits, e acho que Doctorow passou a gostar de Sammy e foi amansando ele. Mas enfim, valeu por vários outros motivos. Recomendo a leitura.</p> desvio doctorow ficção gambiologia gambipunk makers metareciclagem Fri, 19 Feb 2010 00:01:05 +0000 felipefonseca 9538 at http://efeefe.no-ip.org A hipersuperfície dessa década http://efeefe.no-ip.org/agregando/a-hipersuperficie-dessa-decada <div class=fonte_feed> <em>Este post foi agregado por RSS. Link original:<br> <a href=></a></em></div> --- <p>No meu post anterior, relatando o <a href="http://desvio.weblab.tk/blog/debate-gambiologia-na-campus-party" rel="nofollow">debate sobre gambiologia</a>, falei que alguns autores que criaram a literatura cyberpunk estão hoje explorando "mão na massa não só na virtualidade, mas na concretude, no mundo físico". Hoje estava lendo o conto de <a href="http://www.wired.com/beyond_the_beyond/" rel="nofollow">Bruce Sterling</a> a ser publicado na Icon 80 - "<a href="http://www.iconeye.com/index.php?option=com_content&view=article&id=4276:bruce-sterling-the-hypersurface-of-this-decade" rel="nofollow">The Hypersurface of this Decade</a>", e lá está de novo o assunto: um sujeito que compra um "home fabricator". Mais um texto gambipunk (ou bricopunk?).</p> bricopunk desvio fablab gambiologia gambipunk prototipagem reprap Mon, 08 Feb 2010 02:45:36 +0000 felipefonseca 7077 at http://efeefe.no-ip.org A hipersuperfície dessa década http://efeefe.no-ip.org/agregando/a-hipersuperficie-dessa-decada-0 <div class=fonte_feed> <em>Este post foi agregado por RSS. Link original:<br> <a href=></a></em></div> --- var flattr_uid = 'efeefe'; var flattr_tle = 'A hipersuperfície dessa década'; var flattr_dsc = '<p>No meu post anterior, relatando o <a href="http://desvio.weblab.tk/blog/debate-gambiologia-na-campus-party" rel="nofollow">debate sobre gambiologia</a>, falei que alguns autores que criaram a literatura cyberpunk est&atilde;o hoje explorando &quot;m&atilde;o na massa n&atilde;o s&oacute; na virtualidade, mas na concretude, no mundo f&iacute;sico&quot;. 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A parceria que ia rolar para a editora&ccedil;&atilde;o n&atilde;o ia acontecer a tempo. Lancei um desafio pra algu&eacute;m fazer pelo menos uma vers&atilde;o tempor&aacute;ria. Sei que a Teia e a Goa trabalharam em uma vers&atilde;o durante a tarde, mas na hora do debate nenhuma das duas estava presente (Teia foi atacada por uma salada de frutas do inferno e Goa j&aacute; tinha ido embora). Tudo bem, &eacute; parte de lidar com a instabilidade. A vers&atilde;o tempor&aacute;ria acabou sendo publicada s&oacute; hoje no <a href="http://rede.metareciclagem.org/wiki/MutiraoGambioLogia" rel="nofollow">wiki da MetaReciclagem</a>.</p><p>Como n&atilde;o t&iacute;nhamos a publica&ccedil;&atilde;o para lan&ccedil;ar, foi providencial que a Tati tenha levado tr&ecirc;s bolos (afinal, se n&atilde;o havia PDF a gente daria o bolo na galera ;)). Servimos o bolo e conversamos um pouco na bancada da MetaReciclagem, e por volta das 20h nos aproximamos do palco. J&aacute; estavam por l&aacute;, dos convidados, Marcus Bastos (e Gisela Domschke, que teve que sair), Lucas Bambozzi, Andr&eacute; Lemos, Lucas Mafra e Fred Paulino, Guilherme Maranh&atilde;o e Hernani Dimantas. Mais tarde chegaria Sergio Amadeu. Assistindo, mais um bando de gente pr&oacute;xima: Dalton Martins, Drica Guzzi, Ike Moraes, Daniel Hora, Roberto de Carvalho, Lu, Guima, Cesinha, Gus e mais gente (n&atilde;o vou lembrar de todxs, desculpem), al&eacute;m de alg1s desconhecidxs.</p>'; var flattr_tag = 'campus party,debate,eventos,gambiologia,gambipunk'; var flattr_cat = 'text'; var flattr_url = 'http://desvio.cc/blog/debate-gambiologia-na-campus-party'; var flattr_lng = 'en_GB' <p>Na noite de quinta-feira, 28, realizamos no palco de design da <a href="http://campus-party.com.br" rel="nofollow">Campus Party</a> o debate sobre Gambiologia. A ideia era lançar a versão beta da <a href="http://mutirao.metareciclagem.org/chamadas/gambiologia" rel="nofollow">publicação que vamos finalizar em março</a>, aproveitando pra abrir o debate e chamar mais gente pra colaborar. Não chegamos a publicar essa versão beta antes do debate. A parceria que ia rolar para a editoração não ia acontecer a tempo. Lancei um desafio pra alguém fazer pelo menos uma versão temporária. Sei que a Teia e a Goa trabalharam em uma versão durante a tarde, mas na hora do debate nenhuma das duas estava presente (Teia foi atacada por uma salada de frutas do inferno e Goa já tinha ido embora). Tudo bem, é parte de lidar com a instabilidade. A versão temporária acabou sendo publicada só hoje no <a href="http://rede.metareciclagem.org/wiki/MutiraoGambioLogia" rel="nofollow">wiki da MetaReciclagem</a>.<br /> Como não tínhamos a publicação para lançar, foi providencial que a Tati tenha levado três bolos (afinal, se não havia PDF a gente daria o bolo na galera ;)). Servimos o bolo e conversamos um pouco na bancada da MetaReciclagem, e por volta das 20h nos aproximamos do palco. Já estavam por lá, dos convidados, Marcus Bastos (e Gisela Domschke, que teve que sair), Lucas Bambozzi, André Lemos, Lucas Mafra e Fred Paulino, Guilherme Maranhão e Hernani Dimantas. Mais tarde chegaria Sergio Amadeu. Assistindo, mais um bando de gente próxima: Dalton Martins, Drica Guzzi, Ike Moraes, Daniel Hora, Roberto de Carvalho, Lu, Guima, Cesinha, Gus e mais gente (não vou lembrar de todxs, desculpem), além de alg1s desconhecidxs.<br /> O palco de design (e de fotografia e vídeo) é um dos mais sofridos da Campus Party. Vaza som por todo canto, tanto do palco da música ao lado quanto da arena, em frente. Eu tinha planejado o debate com uma estrutura bem solta, direcionando a conversa em três eixos (que vou publicar aqui em outro artigo) e costurando as falas em torno deles. Não consegui. Foi muito difícil raciocinar e articular ideias no debate (alguém falou depois "eu não conseguia ouvir nem a mim mesmo"!). De qualquer forma, as apresentações foram bem interessantes e colocaram algumas questões que oportunamente a gente ainda vai desenvolver melhor. Não consegui descobrir se o stream rolou. Vou verificar se a câmera que tava lá apontando pra gente pelo menos gravou em algum lugar, mas de qualquer forma o debate em si (a circulação de novas ideias, além do que cada participante já tinha trazido de casa) ficou aquém do que eu esperava, então nem faço muita questão de ter documentado.<br /> Os três eixos em que eu tentei dividir a conversa eram:<br /> • Gambiarra no cotidiano - a gambiarra como habilidade do saber-fazer, respondendo à precariedade, à ausência de recursos e à instabilidade do dia a dia. Uma maneira de ver o mundo como cheio de recursos em potencial, que são ativados pela criatividade tática. Resolver problemas em vez de comprar as soluções para eles. Três impulsos essenciais: sobrevivência (manter), transformação (mudar), aprender (fuçar). A essência do fazer sem ter estudado.<br /> • Sociedade hacker brasileira. Aquela <a href="http://desvio.weblab.tk/blog/tudo-%C3%A9-brasil" rel="nofollow">citação do Viveiros de Castro</a>, de que o mundo está se brasilizando: insegurança, hiperconexão, má distribuição econômica. Também comentei sobre o <a href="http://www.businessweek.com/innovate/content/dec2009/id2009121_864965.htm" rel="nofollow">artigo na Business Week</a> sobre a Jugaad - a gambiarra Indiana - que os CEOs americanos têm feito expedições para aprender: inovação não voltada aos desejos de estilo de vida, mas a necessidades imediatas e com recursos escassos. A crise econômica e produtiva no mundo inteiro despertando a necessidade de habilidades criativas no cotidiano. Hackerspaces, Makerbots, DIY. Peguei do <a href="http://www2.sescsp.org.br/sesc/videobrasil/up/arquivos/200611/20061117_160212_CadernoVB02_p.36-53_P.pdf" rel="nofollow">artigo do Ricardo Rosas</a> (PDF) o outro lado da gambiarra: o atentado à estação de trens de Madrid em 2004, os ataques do PCC em sampa em 2006. Também trouxe do artigo da Lisette Lagnado (<a href="http://desvio.weblab.tk/blog/tudo-%C3%A9-brasil" rel="nofollow">O malabarista e a gambiarra</a>) as questões sobre o acento político além do estético, sobre nomadismo e inteligência coletiva.<br /> • O terceiro eixo começava com uma reflexão sobre a influência do cyberpunk na formação do imaginário do universo geek e hacker - o cowboy, o hacker, a resistência, as megacorporações - e sobre como isso se articulava hoje em dia com o imaginário das gerações que ainda vêm por aí. Hoje, quando falar em futuro é cada vez mais complicado (mesmo sem cair nas conversas sobre singularidade e fim do mundo) - William Gibson está situando sua ficção em meio a mídia locativa, redes sociais e web multimídia, e tem um personagem que "não sai de casa sem uma chave de fenda". <a href="http://www.tor.com/index.php?option=com_content&view=blog&id=37468" rel="nofollow">Makers</a>, de Cory Doctorow (que eu ainda não terminei de ler) fala sobre RFID, impressão 3D e novos arranjos sociais em rede. O que é esse imaginário que se forma? Mobilidade, síntese/impressão de coisas, redes e novos arranjos sociais, mão na massa não só na virtualidade, mas na concretude, no mundo físico. Gambipunk? Bricopunk? Daí também continuei a reflexão sobre experimentação, arte, etc. Puxando a contaminação da gambiarra nas artes, em especial a arte eletrônica - inversão da expectativa da alta tecnologia, trazendo o lowtech, a sujeira. Software livre, relação com o meio ambiente (redução de impacto), crítica ao consumismo, hardware aberto e modularidade. Trouxe outra vez a questão de Aracy Amaral citada em artigo de Juliana Monachesi (<a href="http://netart.incubadora.fapesp.br/portal/Members/julmonachesi/2005/rumos2" rel="nofollow">Gambiarra - necessidade ou maneirismo?</a>) - trabalhar com o descarte tornou-se um maneirismo? Também puxei um fio do debate sobre <a href="http://blog.premiosergiomotta.org.br/2010/01/28/arte-open-source-na-campus-party-2010/" rel="nofollow">arte open source</a> na manhã anterior na Campus Party - a "estética processual" (alguém tuitou na hora: a obra de arte é o lixo do processo) pra perguntar se a gambiarra só aparece ao fim dessas produções ou se é incorporada como ferramenta criativa em todo o processo.<br /> Resumindo ao máximo o debate posterior: Passei o microfone direto para o <a href="http://refotografia.wordpress.com" rel="nofollow">Guilherme Maranhão</a>, que contou um pouco sobre como a gambiarra aparece no dia a dia da produção dele. Marcelo Braz propôs ver a gambiologia como <a href="http://thread.gmane.org/gmane.politics.organizations.metareciclagem/34579" rel="nofollow">contraponto à racionalidade, forma alternativa do pensar</a>. <a href="http://marketinghacker.com.br/content/gambiologia" rel="nofollow">Hernani falou</a> sobre a presença da colaboração e do remix nas culturas brasileiras. <a href="http://andrelemos.info/2010/01/gambiologia/" rel="nofollow">André Lemos falou um pouco</a> sobre gambiarra e sobre a figura do artífice (na hora, pensei no <a href="http://mutirao.metareciclagem.org/fonte/Manifesto-nartisan" rel="nofollow">manifesto Nartisan</a> que tinha sido publicado um par de dias antes). <a href="http://samadeu.blogspot.com" rel="nofollow">Sergio Amadeu</a> relacionou a gambiarra ao software livre. Fred, da <a href="http://gambiologia.net" rel="nofollow">Gambiologia.net</a>, trouxe a discussão de volta para o chão, mostrando exemplos práticos do trabalho deles. Lucas Mafra, também da <a href="http://gambiologia.net" rel="nofollow">Gambiologia.net</a>, comentou um pouco sobre seu aprendizado pessoal de gambiarra com o avô, a relação com as ferramentas, etc. Passou pra galera ver e tocar alguns dos aparelhos que eles gambiologizaram. <a href="http://lucasbambozzi.net/" rel="nofollow">Lucas Bambozzi</a> refletiu sobre o precário, contou um pouco sobre a onipresença das gambiarras na fronteira com a Guiana, e mostrou alguns de seus projetos, como o SPIO. <a href="http://marcusbastos.net/" rel="nofollow">Marcus Bastos</a> falou um pouco sobre a sensibilidade web 2.0 e todo o lance de remix, e depois falou sobre o referencial de cradle2cradle e upcycling (fiquei pensando em alguma tradução boa pra isso, mas não consegui - talvez anticiclagem? contraciclagem?).<br /> No fim das contas, apesar das dificuldades, foi um excelente começo de conversa. Ainda falta muito pra gente criar um campo comum e dar mais fôlego para esse tipo de reflexão, mas ela se faz mais necessária do que nunca. Entre os meus planos para esse ano já está retomar a conversa em um ambiente mais propício, além de dar sequência à publicação sobre gambiologia.<br /> Quero agradecer mais uma vez à <a href="http://bikini.veredas.net" rel="nofollow">Maira</a> por toda a ajuda no debate e no <a href="http://mutirao.metareciclagem.org" rel="nofollow">Mutirão da Gambiarra</a>, e à área de design da Campus Party por ter oferecido o espaço. Também fica mais uma vez o convite a todo mundo que tem material para contribuir para <a href="http://mutirao.metareciclagem.org/chamadas/gambiologia" rel="nofollow">a publicação definitiva sobre Gambiologia</a> que deve sair nos próximos meses.</p> campus party debate desvio eventos gambiologia gambipunk Thu, 04 Feb 2010 19:55:36 +0000 felipefonseca 9541 at http://efeefe.no-ip.org Debate Gambiologia na Campus Party http://efeefe.no-ip.org/agregando/debate-gambiologia-na-campus-party <div class=fonte_feed> <em>Este post foi agregado por RSS. Link original:<br> <a href=></a></em></div> --- <p>Na noite de quinta-feira, 28, realizamos no palco de design da <a href="http://campus-party.com.br" rel="nofollow">Campus Party</a> o debate sobre Gambiologia. A ideia era lançar a versão beta da <a href="http://mutirao.metareciclagem.org/chamadas/gambiologia" rel="nofollow">publicação que vamos finalizar em março</a>, aproveitando pra abrir o debate e chamar mais gente pra colaborar. Não chegamos a publicar essa versão beta antes do debate. A parceria que ia rolar para a editoração não ia acontecer a tempo. Lancei um desafio pra alguém fazer pelo menos uma versão temporária. Sei que a Teia e a Goa trabalharam em uma versão durante a tarde, mas na hora do debate nenhuma das duas estava presente (Teia foi atacada por uma salada de frutas do inferno e Goa já tinha ido embora). Tudo bem, é parte de lidar com a instabilidade. A versão temporária acabou sendo publicada só hoje no <a href="http://rede.metareciclagem.org/wiki/MutiraoGambioLogia" rel="nofollow">wiki da MetaReciclagem</a>.<br /> Como não tínhamos a publicação para lançar, foi providencial que a Tati tenha levado três bolos (afinal, se não havia PDF a gente daria o bolo na galera ;)). Servimos o bolo e conversamos um pouco na bancada da MetaReciclagem, e por volta das 20h nos aproximamos do palco. Já estavam por lá, dos convidados, Marcus Bastos (e Gisela Domschke, que teve que sair), Lucas Bambozzi, André Lemos, Lucas Mafra e Fred Paulino, Guilherme Maranhão e Hernani Dimantas. Mais tarde chegaria Sergio Amadeu. Assistindo, mais um bando de gente próxima: Dalton Martins, Drica Guzzi, Ike Moraes, Daniel Hora, Roberto de Carvalho, Lu, Guima, Cesinha, Gus e mais gente (não vou lembrar de todxs, desculpem), além de alg1s desconhecidxs.<br /> O palco de design (e de fotografia e vídeo) é um dos mais sofridos da Campus Party. Vaza som por todo canto, tanto do palco da música ao lado quanto da arena, em frente. Eu tinha planejado o debate com uma estrutura bem solta, direcionando a conversa em três eixos (que vou publicar aqui em outro artigo) e costurando as falas em torno deles. Não consegui. Foi muito difícil raciocinar e articular ideias no debate (alguém falou depois "eu não conseguia ouvir nem a mim mesmo"!). De qualquer forma, as apresentações foram bem interessantes e colocaram algumas questões que oportunamente a gente ainda vai desenvolver melhor. Não consegui descobrir se o stream rolou. Vou verificar se a câmera que tava lá apontando pra gente pelo menos gravou em algum lugar, mas de qualquer forma o debate em si (a circulação de novas ideias, além do que cada participante já tinha trazido de casa) ficou aquém do que eu esperava, então nem faço muita questão de ter documentado.<br /> Os três eixos em que eu tentei dividir a conversa eram:<br /> • Gambiarra no cotidiano - a gambiarra como habilidade do saber-fazer, respondendo à precariedade, à ausência de recursos e à instabilidade do dia a dia. Uma maneira de ver o mundo como cheio de recursos em potencial, que são ativados pela criatividade tática. Resolver problemas em vez de comprar as soluções para eles. Três impulsos essenciais: sobrevivência (manter), transformação (mudar), aprender (fuçar). A essência do fazer sem ter estudado.<br /> • Sociedade hacker brasileira. Aquela <a href="http://desvio.weblab.tk/blog/tudo-%C3%A9-brasil" rel="nofollow">citação do Viveiros de Castro</a>, de que o mundo está se brasilizando: insegurança, hiperconexão, má distribuição econômica. Também comentei sobre o <a href="http://www.businessweek.com/innovate/content/dec2009/id2009121_864965.htm" rel="nofollow">artigo na Business Week</a> sobre a Jugaad - a gambiarra Indiana - que os CEOs americanos têm feito expedições para aprender: inovação não voltada aos desejos de estilo de vida, mas a necessidades imediatas e com recursos escassos. A crise econômica e produtiva no mundo inteiro despertando a necessidade de habilidades criativas no cotidiano. Hackerspaces, Makerbots, DIY. Peguei do <a href="http://www2.sescsp.org.br/sesc/videobrasil/up/arquivos/200611/20061117_160212_CadernoVB02_p.36-53_P.pdf" rel="nofollow">artigo do Ricardo Rosas</a> (PDF) o outro lado da gambiarra: o atentado à estação de trens de Madrid em 2004, os ataques do PCC em sampa em 2006. Também trouxe do artigo da Lisette Lagnado (<a href="http://desvio.weblab.tk/blog/tudo-%C3%A9-brasil" rel="nofollow">O malabarista e a gambiarra</a>) as questões sobre o acento político além do estético, sobre nomadismo e inteligência coletiva.<br /> • O terceiro eixo começava com uma reflexão sobre a influência do cyberpunk na formação do imaginário do universo geek e hacker - o cowboy, o hacker, a resistência, as megacorporações - e sobre como isso se articulava hoje em dia com o imaginário das gerações que ainda vêm por aí. Hoje, quando falar em futuro é cada vez mais complicado (mesmo sem cair nas conversas sobre singularidade e fim do mundo) - William Gibson está situando sua ficção em meio a mídia locativa, redes sociais e web multimídia, e tem um personagem que "não sai de casa sem uma chave de fenda". <a href="http://www.tor.com/index.php?option=com_content&view=blog&id=37468" rel="nofollow">Makers</a>, de Cory Doctorow (que eu ainda não terminei de ler) fala sobre RFID, impressão 3D e novos arranjos sociais em rede. O que é esse imaginário que se forma? Mobilidade, síntese/impressão de coisas, redes e novos arranjos sociais, mão na massa não só na virtualidade, mas na concretude, no mundo físico. Gambipunk? Bricopunk? Daí também continuei a reflexão sobre experimentação, arte, etc. Puxando a contaminação da gambiarra nas artes, em especial a arte eletrônica - inversão da expectativa da alta tecnologia, trazendo o lowtech, a sujeira. Software livre, relação com o meio ambiente (redução de impacto), crítica ao consumismo, hardware aberto e modularidade. Trouxe outra vez a questão de Aracy Amaral citada em artigo de Juliana Monachesi (<a href="http://netart.incubadora.fapesp.br/portal/Members/julmonachesi/2005/rumos2" rel="nofollow">Gambiarra - necessidade ou maneirismo?</a>) - trabalhar com o descarte tornou-se um maneirismo? Também puxei um fio do debate sobre <a href="http://blog.premiosergiomotta.org.br/2010/01/28/arte-open-source-na-campus-party-2010/" rel="nofollow">arte open source</a> na manhã anterior na Campus Party - a "estética processual" (alguém tuitou na hora: a obra de arte é o lixo do processo) pra perguntar se a gambiarra só aparece ao fim dessas produções ou se é incorporada como ferramenta criativa em todo o processo.<br /> Resumindo ao máximo o debate posterior: Passei o microfone direto para o <a href="http://refotografia.wordpress.com" rel="nofollow">Guilherme Maranhão</a>, que contou um pouco sobre como a gambiarra aparece no dia a dia da produção dele. Marcelo Braz propôs ver a gambiologia como <a href="http://thread.gmane.org/gmane.politics.organizations.metareciclagem/34579" rel="nofollow">contraponto à racionalidade, forma alternativa do pensar</a>. <a href="http://marketinghacker.com.br/content/gambiologia" rel="nofollow">Hernani falou</a> sobre a presença da colaboração e do remix nas culturas brasileiras. <a href="http://andrelemos.info/2010/01/gambiologia/" rel="nofollow">André Lemos falou um pouco</a> sobre gambiarra e sobre a figura do artífice (na hora, pensei no <a href="http://mutirao.metareciclagem.org/fonte/Manifesto-nartisan" rel="nofollow">manifesto Nartisan</a> que tinha sido publicado um par de dias antes). <a href="http://samadeu.blogspot.com" rel="nofollow">Sergio Amadeu</a> relacionou a gambiarra ao software livre. Fred, da <a href="http://gambiologia.net" rel="nofollow">Gambiologia.net</a>, trouxe a discussão de volta para o chão, mostrando exemplos práticos do trabalho deles. Lucas Mafra, também da <a href="http://gambiologia.net" rel="nofollow">Gambiologia.net</a>, comentou um pouco sobre seu aprendizado pessoal de gambiarra com o avô, a relação com as ferramentas, etc. Passou pra galera ver e tocar alguns dos aparelhos que eles gambiologizaram. <a href="http://lucasbambozzi.net/" rel="nofollow">Lucas Bambozzi</a> refletiu sobre o precário, contou um pouco sobre a onipresença das gambiarras na fronteira com a Guiana, e mostrou alguns de seus projetos, como o SPIO. <a href="http://marcusbastos.net/" rel="nofollow">Marcus Bastos</a> falou um pouco sobre a sensibilidade web 2.0 e todo o lance de remix, e depois falou sobre o referencial de cradle2cradle e upcycling (fiquei pensando em alguma tradução boa pra isso, mas não consegui - talvez anticiclagem? contraciclagem?).<br /> No fim das contas, apesar das dificuldades, foi um excelente começo de conversa. Ainda falta muito pra gente criar um campo comum e dar mais fôlego para esse tipo de reflexão, mas ela se faz mais necessária do que nunca. Entre os meus planos para esse ano já está retomar a conversa em um ambiente mais propício, além de dar sequência à publicação sobre gambiologia.<br /> Quero agradecer mais uma vez à <a href="http://bikini.veredas.net" rel="nofollow">Maira</a> por toda a ajuda no debate e no <a href="http://mutirao.metareciclagem.org" rel="nofollow">Mutirão da Gambiarra</a>, e à área de design da Campus Party por ter oferecido o espaço. Também fica mais uma vez o convite a todo mundo que tem material para contribuir para <a href="http://mutirao.metareciclagem.org/chamadas/gambiologia" rel="nofollow">a publicação definitiva sobre Gambiologia</a> que deve sair nos próximos meses.</p> campus party debate desvio eventos gambiologia gambipunk Thu, 04 Feb 2010 19:55:36 +0000 felipefonseca 7051 at http://efeefe.no-ip.org