efeefe - futuresonic http://efeefe.no-ip.org/taxonomy/term/304/0 pt-br Social futures http://efeefe.no-ip.org/blog/social-futures A sessão de abertura da conferência de <a href="http://www.futuresonic.com/08/ideas/" rel="nofollow">Tecnologia Social</a> do <a href="http://futuresonic.com/" rel="nofollow">Futuresonic</a> foi certamente uma das mais interessantes. Eram 6 pessoas distribuídas em dois sofás no palco: <a href="http://www.blackbeltjones.com/" rel="nofollow">Matt Jones</a>, <a href="http://www.access-space.org/" rel="nofollow">James Wallbank</a>, <a href="http://www.flickr.com/people/shannonspanhake/" rel="nofollow">Shannon Spanhake</a>, <a href="http://www.sarai.net/" rel="nofollow">Ravikant</a>, <a href="http://www.mediafuturist.com/" rel="nofollow">Gerd Leonhard</a>, <a href="http://anti-mega.com/antimega/" rel="nofollow">Chris Heathcote</a>. Cada 1 falava por alguns minutos, e depois eu e mais 2 painelistas - <a href="http://futuresonic2008.crowdvine.com/profiles/16033" rel="nofollow">Beryl Graham</a> e <a href="http://www.bbc.co.uk/rd/index.shtml" rel="nofollow">Andrew Woolard</a> - fazíamos perguntas ou tecíamos comentários. A sessão foi apresentada pelo diretor da conferência <a href="http://www.drewhemment.com/" rel="nofollow">Drew Hemment</a>, e pautada por questões levantadas por <a href="http://www.test.org.uk/" rel="nofollow">Matt Locke</a> e <a href="http://toastkid.com/" rel="nofollow">Aleks Krotoski</a>. Além dessa dúzia de pessoas, olhe só, ainda tinha gente na platéia que ao final podia pegar os microfones e continuar o debate.<br />Abaixo as anotações do meu caderno. Desculpem os equívocos e incompletudes.<br /><blockquote><b>Matt Jones</b> / Dopplr<br /><i>Friending</i> can be harmful.<br />Autistic language.<br />Language of relationships is limited - we ought to think in terms of transactions.<br /><i>Can we kill friending?</i><br /><br />Dos comentários: projecto familiar strangers, que coleta ids de bluetooth e analisa padrões. "My frienemies".<br />Eu comentei alguma coisa na linha "claro que friending é overstated, mas nem tudo é transação. friending é identidade, e pode trazer benefícios a um monte de gente". Ou algo assim.<br /><br /><b>James Wallbank</b><br /><i>Social networking is crap</i> /// Opportunity cost - enquanto o pessoal tá atualizando o facebook, tá perdendo a chance de descer no pub e conhecer gente de verdade. Antigamente, na época dos BBSs, existia um componente de localidade - alcance local, pessoas que se conheciam. O nível de interação era muito maior. Quando a internet chegou, a comunidade se esvaziou.<br /> As pessoas não desenvolvem as habilidades necessárias para networking 'real'. Não sabem participar, só sabem ser consumidorxs. "O que eu pago? / O que eu levo?"<br /> Como você pesquisa na internet sobre <i>coisas que você nem sabe que não sabe?</i> "Surprise me"??<br /> Low tech: Mural. Cartões. Esferográficas.<br /> Chamou a atenção para quando o Matt Jones falou em "termos autistas", porque 20% dos usuários do Access Space são autistas*. Evitar preconceito.<br /> <br /> Dos comentários: Como mudar, escalar? Mobilizar, não monetizar a comunidade.<br /> Eu chamei a atenção para o fato de que muitas vezes o pessoal não tá trocando tempo de pub pela internet, mas tempo de TV, e que isso pode ser interessante de outras formas.<br /> <br /> <b>Shannon Spanhake</b><br /> Califórnia. Inovadora. Inventora.<br /> Estender o que o James falou. Tijuana, monitores de poluição conectados a celulares. As comunidades migram, não são estáticas. Pasagens "ilegais" da fronteira. Comunidades também existem na fronteira.<br /> <br /> Nessa eu perdi atenção e não perguntei nada. Podia ter questionado a questão da permeabilidade seletiva das fronteiras em relação ao controle de conhecimento: fronteira de Tijuana, RIAA, tem alguma relação aí. Mas enfim, deixei pra lá.<br /> <br /> <b>Ravikant</b><br /> Physical is great.<br /> A blogosfera em hindi é herdeira de uma tradição de revistas em hindi, que é uma afirmação tanto cultural quanto política. Esforço coletivo. Criar uma cena blogueira, mais do que só um blog.<br /> Displacement led to blogging.<br /> O Hindi foi desenvolvido de forma literária. No processo, línguas menores foram esquecidas. Agora, essas outras línguas podem voltar.<br /> Os blogueiros também são wikipedieiros.<br /> Tradição oral. Espaço público.<br /> <br /> Meu comentário foi na onda da tradição literária em hindi, em contraste com o que a gente tem no Brasil, uma cultura muito conversacional e em rede, mas à qual às vezes falta profundidade. Em resposta, ele chegou a dizer que a Índia é literária demais, o que me pareceu uma afirmação simpática, dadas as condições.<br /> <br /> <b>Gerd Leonhard</b><br /> (falei mais sobre a posterior palestra dele no <a href="../../blog/voltando-do-futuresonic" rel="nofollow">post genérico</a> sobre o futuresonic).<br /> Palestrante profissional. Fala alto.<br /> James - business case for the <a href="http://pt.wikipedia.org/wiki/Amish" rel="nofollow">Amish</a>.<br /> Eletricidade, imprensa, TV são uma merda. A TV mantém as pessoas isoladas. Mas não é possível eliminar. We have to deal with it.<br /> Em alguns anos, 'internet business' won't matter anymore.<br /> Old world - friends.<br /> New kind of friends.<br /> <i>It is only the tip of the iceberg.</i><br /> Internet chega a 20% da população. Dessas, 10% com bandalarga. Ou seja, 2% da população "está conectada".<br /> <i>Future will bing ultimate connectivity.</i><br /> Narrowcasting.<br /> Web 1.0: Receive noise<br /> Web 2.0: Send noise<br /> Web 3.0: Filter noise<br /> Web 4.0: Smart noise // being deaf<br /> End of control.<br /> We learn from what happened before.<br /> <br /> Comentei com ele que sobre narrowcasting e essa divisão entre web 1, 2, 3 e 4 ele estava muito fechado na idéia de "conteúdo", e que isso é uma perspectiva BEM limitada. Ele falou que eu não entendi e mudou de assunto.<br /> <br /> <b>Chris Heathcote - Nokia</b><br /> Não é uma celebridade da internet. Tem um blog.<br /> Em 1996, foi reconhecido por conta de uma foto online de uma balada. "Are you Chris?" Situação estranha.<br /> Há pouco, foi reconhecido em Tokyo por conta dos links que mandou no del.icio.us.<br /> Redes sociais não existem só na internet.<br /> Temos que trabalhar em uma nova ética.<br /> <br /> Fiz uma pergunta sacana: como esse tipo de percepção, de rede, de limites confusos entre particular e coletivo, influencia no teu trabalho na Nokia? Adicionei aquele argumento de que as metáforas de uso das interfaces em geral são bem limitadas, principalmente em computadores - no Brasil, "Desktop", Lixeira, Arquivo e Pasta são analogias bem inúteis. Ele deu uma enrolada e desviou.<br /> <br /> <b>Notas dispersas do debate depois:</b><br /> <br /> <i>Can we disappear?</i> (acho que quem perguntou foi a Alek)<br /> <br /> <b>Gerd Leonhard:</b> in the future we will pay for privacy. Música vai ser grátis em troca de dados pessoais. Para não ceder os dados, eu vou pagar.<br /> <br /> <b>Shannon:</b> multiple personalities. <br /> <br /> <b>James: </b>younger will abandon (a idéia de) privacy.<br /> <br /> Quem? (acho que <b>Matt Jones</b>) Social communities - more effective. Permeable borders between private / public. Data Portability.<br /> <br /> <b>Matt Jones:</b> EFF - <i>sometimes ease of use is a bug.</i><br /> <br /> <b>James:</b> we are using tools wrong, because they are built wrong. Paul says: <i>misinformation age</i>.<br /> <br /> <b>Gerd Leonhard:</b> The virtual thing creates demand for the real thing. "Guitar hero" makes kids study guitar (eu não tenho certeza disso).<br /> <br /> <b>Alguém </b>(talvez ainda o Leonhard)<b>:</b> thank god people are adaptive. People blog and create a narrative.<br /> Strategic DDA.People do use technologies 'the wrong way'. Rádio era pra ser P2P. Telefone era pra escutar música.<br /> Chaoscillator.<br /> <br /> <b>Paulo Hartmann:</b> comenta sobre James e BBSs. Fala do canal motoboy.<br /> <br /> <b>Alguém:</b> sometimes conversations simply die. Create alternate infrastructure.<br /> <br /> <b>Ravikant:</b> important thing we do is creating <i>social spaces</i>.<br /> <br /> <b>Tapio:</b> temporal intimacy vs. sustaining relations &gt;&gt; 'online friending'.<br /> Economies. Friending - links between profiles. Economies that evolve from that.<br /> <br /> <b>Gerd Leonhard:</b> open connected infosystem. It is too early. We have to develop new skills. In a controlled society, these skills are unneeded.<br /> </blockquote> * mais tarde no mesmo dia, à beira do balcão do Kro Bar, Dougald Hine comentou com James Wallbank que ouviu falar de uma pesquisa que dizia que entre os Amish não existem autistas. Faz pensar...<br /> bricolabs colab debate descentro futuresonic manchester trip Tue, 06 May 2008 22:27:04 +0000 felipefonseca 3109 at http://efeefe.no-ip.org Geraldine Juarez - Freewear http://efeefe.no-ip.org/blog/geraldine-juarez-freewear <img style="float: right;" src="http://www.eyebeam.org/files/people/jerry.jpg" />Durante o Futuresonic, tive a oportunidade de conhecer <a href="http://eyebeam.org/labs/people/geraldine-juarez" rel="nofollow">Geraldine Juarez</a>. Ela estava lá para apresentar o projeto <a href="http://eyebeam.org/project/freewear" rel="nofollow">Freewear</a>, com o qual ela levanta um monte de questões importantes sobre excesso, consumo e estilo de vida. Uma das idéias é aproveitar redes como o <a href="http://www.freecycle.org/" rel="nofollow">Freecycle</a> para pedir doações de material que pode ser re-interpretado. Há alguns anos eu tive algumas conversas com o Adilsão sobre fazer algo parecido no <a href="http://www.agentecidadao.org.br/" rel="nofollow">Agente Cidadão</a>, mas nunca foi pra frente, infelizmente.<br /> Geraldine é uma designer auto-didata da Cidade do México, que agora vive em Nova Iorque. Uma das coisas mais legais que ela fez foi usar envelopes que são distribuídos gratuitamente em agências de correio como matéria-prima para <a href="http://www.chocolaterobot.com/freewear-2/" rel="nofollow">roupas</a>, colchonetes, sacos de dormir e outras coisas.<br /> Um elemento que percebi recorrente no discurso de Geraldine é o questionamento do excesso, e o interesse em incentivar uma cultura jovem urbana que adote esse anti-estilo de vida. Ela comentou algo sobre criar uma espécie de kit de sobrevivência urbana, com utensílios - talheres, pratos, copos - que podem ser usados por uma vida inteira. Uma daquelas tardes, topei ali no hall do Contact Theatre com adesivos "Edible Excess" / <a href="http://forays.org/?page_id=37" rel="nofollow">Forays.org</a>, que pelo que entendi é outra ação com a qual a Geraldine está envolvida.<br /> aliadxs descentro futuresonic manchester metareciclagem redes Tue, 06 May 2008 18:34:38 +0000 felipefonseca 3108 at http://efeefe.no-ip.org Voltando do futuresonic http://efeefe.no-ip.org/blog/voltando-do-futuresonic Voltei a Barcelona domingo à noite, depois de quatro longos dias em Manchester. Fui para lá participar do <a href="http://futuresonic.com/" rel="nofollow">Futuresonic</a>, principalmente os dois dias de <a href="http://www.futuresonic.com/08/ideas/" rel="nofollow">Social Technologies Summit</a>. Saí bastante satisfeito da conferência: um monte de gente interessante, conversas boas, idéias para futuros. Também tive a impressão de que, comparando com outros eventos do tipo, as pessoas estavam interessadas em dialogar, não se limitando a fazer suas apresentações e ir embora. Mais do que isso, achei as apresentações um pouco mais aprofundadas - mas isso pode ser porque eu fui praticamente obrigado a prestar atenção em toda a sessão de abertura, o que geralmente não faço ;) Também digno de nota é o fato de que o <a href="http://futuresonic2008.crowdvine.com/" rel="nofollow">ambiente colaborativo</a> criado pra acompanhar o Futuresonic foi efetivamente usado: antes de chegar em Manchester eu já tinha uma lista de amigos e algumas pessoas pedindo para encontrar ou enviando mensagens. Ano passado no Picnic, em Amsterdam, tentaram fazer algo parecido, mas eu não senti tanta apropriação (no bom sentido).<br /> 30<br /> Saí de Barcelona na véspera do primeiro de maio. Fiquei um pouco receoso com carimbos no passaporte, expiração de vistos e coisas assim, mas acabou rolando bem. Desci em Manchester, tomei um trem até o centro e quase me perdi saindo da gigantesca estação Piccadilly (na verdade eu deveria ter descido na estação Oxford Rd, muito mais perto do hotel, mas ninguém me falou isso). Caminhei alguns quarteirões a esmo, até conseguir me encontrar nos mapas que ficam em lugares meio improváveis. Cheguei no hotel e larguei as coisas. Sinais de que estou na Inglaterra: a paisagem de tijolos laranjas por todo lado através da janela, e a chaleira elétrica com saquinhos de chá disponível no canto do quarto. No fim da tarde encontrei Vicky Sinclair e Mick Fuzz em um pub, e um pouco mais tarde conheci <a href="http://pzwart.wdka.hro.nl/mdr/research/syuill/" rel="nofollow">Simon Yuill</a>, de Glasgow. Conversamos bastante, Vicky falou de seus planos de vida e projetos e intercâmbios. Assunto recorrente, que ainda apareceria nos dias seguintes com outras pessoas, é o Fórum Social Mundial em Belém, em 2009. Saímos dali pra comer um fast-food indiano daqueles (em que "mild, please" não parece fazer muito efeito).<br /> 1<br /> No primeiro dia da conferência, eu era painelista na sessão Social Futures: havia seis pessoas falando, e eu e mais duas pessoas comentaríamos cada uma das apresentações. Cumprindo com minhas tradições pessoais, eu cabulei a pré-sessão às nove da madruga e cheguei a cinco minutos do início do barato. Tenho que admitir que ouvir e comentar cada uma das falas foi bastante complicado pra minha atenção fragmentada. Teve uma que eu perdi, e tive que responder com um 'não tenho nada a pergunta'. A vantagem desse formato foi que fiz um monte de anotações, que vou publicar em outro post. De modo geral, todas as apresentações levantaram questões bem interessantes em relação às terminologias de 'social' e 'amigxs' que são utilizadas nesse monte de sistemas online que existem hoje. Deu pra sentir uma resistência grande à idéia de 'virtualizar' todas as amizades, e o nível de diálogo foi bastante alto, com poucas exceções.<br /> Saímos ao fim da sessão para almoçar e já conversar sobre a sessão que rolaria à tarde no Kro Bar, chamada "How collective is your revolution", capitaneada por <a href="http://www.elecarpenter.org.uk/" rel="nofollow">Ele Carpenter</a>, e que contaria com James Wallbanks falando sobre o <a href="http://access-space.org/" rel="nofollow">Access Space</a> em Sheffield e comigo falando sobre... <a href="http://metareciclagem.org/" rel="nofollow">MetaReciclagem</a>, é claro. Combinamos alguma coisa bem solta, e antes da conversa começar ainda dei uma bicada no debate 'Collective Media', que agregou coisas como o projeto <a href="http://eyebeam.org/project/freewear" rel="nofollow">freewear</a> de Geraldine Juarez; a pesquisa da blogosfera indiana do Ravikant Sharma, do <a href="http://www.sarai.net/" rel="nofollow">Sarai</a>; um vídeo dos manos do <a href="http://platoniq.net/" rel="nofollow">Platoniq</a> sobre o <a href="http://bancocomun.org/" rel="nofollow">Bank of Common Knowledge</a> pra suprir a ausência do Olivier, e outras falas a que não dei muita atenção. Aí fomos pro nosso debate mesmo. Encontrei pela segunda vez na vida <a href="http://osdir.com/ml/politics.organizations.metareciclagem/2005-10/msg00207.html" rel="nofollow">Tori Holmes</a>, que está fazendo o doutorado na Universidade de Liverpool, a uma hora de Manchester. A conversa em si foi bastante marcada pelo contraste entre os diferentes contextos: o Access Space é antes de tudo um laboratório, um espaço físico de articulação de rede. A MetaReciclagem, em alguns sentidos, é exatamente o contrário: uma rede de agenciamentos que muitas vezes nem chega a se concretizar em ação presencial. A conversa também triangulou com Dougald Hine, da <a href="http://www.schoolofeverything.com/" rel="nofollow">School of Everything</a> - um projeto que tem bastante a ver com o BCK -, e com <a href="http://www.timdavies.org.uk/" rel="nofollow">Tim Davies</a> e <a href="http://www.linkedin.com/pub/1/717/099" rel="nofollow">Pete Cranston</a>, que trabalham com a metodologia <a href="http://en.wikipedia.org/wiki/Open_Space_Technology" rel="nofollow">Open Space</a> para desenvolvimento organizacional. Gostei bastante da conversa, a sala era pequena mas lotou.<br /> Ainda no primeiro dia, perdi meu tempo assistindo à <a href="http://www.mediafuturist.com/2008/05/my-presentation.html" rel="nofollow">palestra</a> do Gerd Leonhard. Eu já tinha ficado meio cabreiro com algumas coisas que ele falou na sessão de abertura. Na hora da palestra, piorou. Além do pieguismo dos efeitos de powerpoint e das repetidas tentativas de fazer declarações bombásticas, o que me incomodou mais foi uma mistura desequilibrada entre insights realmente inspirados e conclusões limitadas. Percebi que um monte de gente discorda dele, mas acho que são tantos os pontos e pequenos detalhes a refutar na apresentação que acaba dando preguiça de começar. O fato de que ele fala alto e tem carisma pra se impor mesmo com argumentação equivocada também dificulta o diálogo.<br /> Ia rolar um show interessante, mas eu estava cansado e tinha perdido minha credencial. Passei num mercado pra comprar cerveja, cup noodles e um sanduíche, e fui pro hotel capotar.<br /> 2<br /> Acordei com um fisgão no ombro direito. Devo ter dormido torto ou algo assim. Tentei fazer um alongamento, mas a dor era aguda. Recorri ao estojo de viagem do efeefe, com drogas brasileiras pra todo tipo de enfermidade, e uma hora depois estava sob efeito de anti-inflamatório: meio lerdo, meio irritado. Cheguei ao Contact Theatre no fim da apresentação do <a href="http://www.stallman.org/" rel="nofollow">Stallman</a>. Cheguei a estrimar pelo <a href="http://aovivo.estudiolivre.org/" rel="nofollow">el</a> o finalzinho das perguntas &amp; respostas. Stallman cumpre seu papel de evangelizar, mas não se deve esperar novidade no discurso dele. Ele é bastante específico com os assuntos que quer ou não responder.<br /> Nas sessões seguintes, além do mau humor por conta da dor no ombro, entrei em modo semi-catatônico com wi-fi. Respondi alguns emails e li um par de textos que tinha guardado. Fui almoçar com <a href="http://mobilefest.org/" rel="nofollow">Paulo Hartmann, Marcelo Godoy</a> e uma australiana cujo nome não lembro. À tarde, dei uma circulada nas três sessões paralelas que tentavam trazer a produção colaborativa para fora da internet: a primeira era uma mesa com 12 pessoas que podiam mudar de lugar; a segunda uma sessão aberta de conversas sobre a School of Everything; a terceira uma sessão de Open Space com Tim e Peter, mesas temáticas e rodízio, daquele jeito. Algumas conversas boas, algumas teimosias irredutíveis. Acabei ficando de fora, circulando e encontrando pessoas no café ali fora. Conversei um pouco com o <a href="http://www.lacapsula.com/" rel="nofollow">Martin Giraldo</a>, que contou sobre a cena na Colombia. A dor no ombro me levou de volta ao hotel pra meia hora de olhos fechados, um banho quente e um dorflex. Ainda peguei o encerramento do Summit com <a href="http://www.drewhemment.com/" rel="nofollow">Drew Hemment</a>. Palmas.<br /><strong>Atualizando:</strong> acabei esquecendo de comentar sobre a apresentação de Justin Hall, do <a href="http://passivelymultiplayer.com/" rel="nofollow">PMOG</a>. A idéia do projeto é interessante: identificar as gestualidades contidas na navegação cotidiana por diferentes partes da internet, e a partir disso criar um jogo que acontece 'passivamente': tá browseando, tá jogando. Fácil e simples, com emblemas e distintivos. A idéia quase se perde por causa da excessiva empolgação do Justin com a internet. Nortamericano geek meio estranho e otimista demais, daquele jeito.<br /> 3<br /> Sábado foi mais tranqüilo. Não tinha nenhum compromisso específico. Passei no Contact Theatre pra ver se pegava o workshop da <a href="http://eyebeam.org/labs/people/geraldine-juarez" rel="nofollow">Geraldine Juarez</a>, mas já tinha acabado. Fui conversando com ela (e vou escrever outro post só sobre isso) até Piccadilly Gardens, onde estavam rolando algumas intervenções de 'social media'. Fiquei um tempo por lá conversando com Ele Carpenter e Jake em um tapete-mesa cheio de comidas que tinha sido alguma ação mais cedo. Saímos para ver algumas das mostras que faziam parte do Futuresonic: o Cube tinha algumas peças eletrônicas meio fora de contexto, mas tinha um workshop bem legal, no qual as pessoas podiam montar seus 'livros de amigos' em papel, e dentro deles preencher seu perfil, estampar com carimbos suas listas de amizades de flickr, facebook, youtube e essas coisas. Lembrei bastante da oficina de colaboração lowtech / caderno 1.0 que fiz com o <a href="http://andre.passamani.com.br/" rel="nofollow">Maratimba</a> no Com.Com em Itapeva, há quase meia década. Apropriação, reflexão, construção de histórico. Gostei. De lá fomos à National Gallery, onde uns suíços ou austríacos (ou ambos) montaram um 'chinese cybercafé'. Eles estavam meio perdidos, sem conexão direito, meio confusos. Mas foi legal pra conhecer o <a href="http://www.picidae.net/" rel="nofollow">picidae</a>, software fácil de proxy que faz screenshots de sites pra evitar censura. Um deles estava fazendo umas brincadeiras com feedback e realimentação gerados por delays em stream de icecast no pd. Ainda dei uma volta pelo centrinho e voltei pro hotel. Mais tarde, desci no (muito estranho) bar do hotel pra beber escrevendo e escrever bebendo.<br /> 4<br /> Último dia. Chuva. Fechar a mala, check-out e tomar um táxi até o <a href="http://www.zionarts.com/" rel="nofollow">Zion Arts Centre</a>. Era domingo e tinha pouca gente, mas deu pra perceber que o lugar é fantástico. Muito grande, com uma infra invejável. A idéia era fazer uma conversa sobre a experiência dos pontos de cultura no Brasil, que no ano passado inspirou um grupo de pessoas a se juntar pra propor a criação de um laboratório permanente dentro do Zion. As coisas não andaram muito desde então, segundo o pessoal de lá por conta de um monte de variáveis e uma falta generalizada de empolgação (eu comentei que não só empolgação, mas também confiança é necessária para esse tipo de coisas). O fato é que existe bastante gente fazendo coisas ali em volta, e ainda não se encontrou uma maneira de vencer os isolamentos. Falei bastante de processos, de engajamento, de sensibilidades e gatilhos de confiança. Mostrei alguns vídeos, repeti muito sobre MetaReciclagem (e pensando agora, tem alguns insights de mobilização naquilo tudo: a fisicalidade, os gabinetes pintados, o ir além do computador, o aprendizado distribuído, o 'pega aí e faz, mano' e outros elementos). No fim, participei pouco da conversa mais específica sobre como e quem e quando, perdi o interesse. Espero que a galera por lá encontre formas de se articular, porque tem muita gente boa e a estrutura é bem atraente. Mas enfim, eles que são brancos... <br /> Às 15h, um carro me esperava lá fora. Tori foi com a gente até Liverpool e conversamos um pouco, chamei ela a colaborar com o <a href="http://mutirao.metareciclagem.org/" rel="nofollow">Mutirão da Gambiarra</a> e tal. Aeroporto John Lennon, segurança, aquelas coisas. Achei engraçado que dá pra comprar um passe pra evitar a fila da checagem de segurança, acho que umas três libras. Comprei uma versão de bolso do Silmarillion do Tolkien, e voltei para o calor de Barcelona.<br /> descentro futuresonic inglaterra manchester metareciclagem trip uk Tue, 06 May 2008 17:40:09 +0000 felipefonseca 3107 at http://efeefe.no-ip.org How collective is your revolution? http://efeefe.no-ip.org/blog/how-collective-your-revolution From an e-mail I wrote discussing the theme of the debate in <a href="http://futuresonic.com" rel="nofollow">Futuresonic</a> late this week:<br /><div style="margin-left: 40px;">"One question that we have been coming across is that in Brasil social networks are everywhere: everyone is a crossroads of layers and layers of networks. That has good and bad consequences, in the sense that there are always opportunities (and possible social mobility), but also an uncertainty (informality leading to very flexible application of laws, networked crime, etc). So, when it comes to technology, and using technology to support social change, how do we deal with that, how can we influence the appropriation of technology with the 'good' side of networking, while assuring it won't become just another source of distributed violence."</div> english futuresonic manchester Mon, 28 Apr 2008 21:28:14 +0000 felipefonseca 3105 at http://efeefe.no-ip.org