efeefe - ciência cidadã http://efeefe.no-ip.org/taxonomy/term/956/0 pt-br Microscópio de papel em 10 minutos http://efeefe.no-ip.org/agregando/microscopio-de-papel-em-10-minutos <div class=fonte_feed> <em>Este post foi agregado por RSS. Link original:<br> <a href=></a></em></div> --- <p>Descontando toda a empolgação de mercado e o cansativo formatinho TED, é interessante essa iniciativa do bioengenheiro de Stanford Manu Prakash (com seus alunos): um microscópio de papel, montado como origami, que custa potencialmente 50 centavos de dólar.</p> <p></p> <a href="http://ubalab.org/blog/microscopio-de-papel-em-10-minutos" title="Microscópio de papel em 10 minutos" lang="en_GB" rev="large" class="FlattrButton" rel="nofollow">Descontando toda a empolga&ccedil;&atilde;o de mercado e o cansativo formatinho TED, &eacute; interessante essa iniciativa do bioengenheiro de Stanford Manu Prakash (com seus alunos): um microsc&oacute;pio de papel, montado como origami, que custa potencialmente 50 centavos de d&oacute;lar.</a> blogs ciência cidadã ciência comunitária ciência de bairro feeds projetos ubalab ubatuba Tue, 11 Mar 2014 23:47:38 +0000 felipefonseca 13171 at http://efeefe.no-ip.org Os céus sobre o Rio http://efeefe.no-ip.org/agregando/os-ceus-sobre-o-rio <div class=fonte_feed> <em>Este post foi agregado por RSS. Link original:<br> <a href=></a></em></div> --- <p><img alt="" src="http://farm8.staticflickr.com/7236/6991906556_30e9770746_z_d.jpg" width="500" /></p> <p>No início de março, fui convidado pela organização do <a href="http://www.artemov.net/circuito2012/" rel="nofollow" rel="nofollow">Circuito arte.mov</a> a participar de sua programação no Rio de Janeiro: um debate na capital - após a oficina de mapeamento aéreo com <a href="http://burbane.org/" rel="nofollow" rel="nofollow">Andres Burbano</a> -, seguido no dia seguinte de uma incursão à <a href="http://nuvem.tk" rel="nofollow" rel="nofollow">Nuvem</a>, hacklab rural em Visconde de Mauá - que também sediaria a mesma oficina. Eram atividades que me interessavam porque ligadas àquilo que no <a href="http://arquivovivo.org.br/archives/artwork/redelabs/labx-%e2%80%93-festival-culturadigital-br" rel="nofollow" rel="nofollow">Labx do Festival CulturaDigital.Br</a> eu tinha chamado de "cartografia experimental". Na época, até havíamos tentado trazer Burbano para o Labx. Ele havia participado do arte.mov em 2010, quando <a href="http://www.artemov.net/saopaulo/?p=202" rel="nofollow" rel="nofollow">desafiou os organizadores locais a trabalharem "a arte de voar"</a> como tema exploratório para alguma edição futura do evento. A programação que acompanhei no Rio estava moldada por esse desafio.</p> <p><img alt="" src="http://farm9.staticflickr.com/8163/6991913982_dbffa5cd00_z_d.jpg" width="500" /></p><p><a href="http://ubalab.org/blog/os-ceus-sobre-o-rio-0" target="_blank" rel="nofollow">leia mais</a></p> blogs ciência cidadã feeds mauá metareciclagem msst nuvem projetos ubalab ubatuba Sat, 12 May 2012 20:10:58 +0000 felipefonseca 12343 at http://efeefe.no-ip.org Os céus sobre o Rio http://efeefe.no-ip.org/agregando/os-ceus-sobre-o-rio-0 <div class=fonte_feed> <em>Este post foi agregado por RSS. Link original:<br> <a href=></a></em></div> --- <p><img alt="" src="http://farm8.staticflickr.com/7236/6991906556_30e9770746_z_d.jpg" width="500" /></p> <p>No início de março, fui convidado pela organização do <a href="http://www.artemov.net/circuito2012/" rel="nofollow" rel="nofollow">Circuito arte.mov</a> a participar de sua programação no Rio de Janeiro: um debate na capital - após a oficina de mapeamento aéreo com <a href="http://burbane.org/" rel="nofollow" rel="nofollow">Andres Burbano</a> -, seguido no dia seguinte de uma incursão à <a href="http://nuvem.tk" rel="nofollow" rel="nofollow">Nuvem</a>, hacklab rural em Visconde de Mauá - que também sediaria a mesma oficina. Eram atividades que me interessavam porque ligadas àquilo que no <a href="http://arquivovivo.org.br/archives/artwork/redelabs/labx-%e2%80%93-festival-culturadigital-br" rel="nofollow" rel="nofollow">Labx do Festival CulturaDigital.Br</a> eu tinha chamado de "cartografia experimental". Na época, até havíamos tentado trazer Burbano para o Labx. Ele havia participado do arte.mov em 2010, quando <a href="http://www.artemov.net/saopaulo/?p=202" rel="nofollow" rel="nofollow">desafiou os organizadores locais a trabalharem "a arte de voar"</a> como tema exploratório para alguma edição futura do evento. A programação que acompanhei no Rio estava moldada por esse desafio.</p> <p><img alt="" src="http://farm9.staticflickr.com/8163/6991913982_dbffa5cd00_z_d.jpg" width="500" /></p> <p>Cheguei na tarde de sexta-feira e fui direto ao espaço onde aconteceria o evento - um daqueles lugares do Rio que deixam a gente sem fôlego pela composição de construção e paisagem. No topo de Santa Teresa, o <a href="http://www.rioguiaoficial.com.br/o-que-fazer/detalhe/centro-cultural-parque-das-ru-nas-1" rel="nofollow" rel="nofollow">Parque das Ruínas</a> é uma antiga mansão transformada em espaço cultural. Estruturas de metal fundem-se a paredes com tijolos expostos, em cujas frestas se instalam samambaias. Do antigo sótão, tem-se uma visão panorâmica - Centro, ponte Rio-Niterói, zona sul, Cristo Redentor e floresta.</p> <p><img alt="" src="http://farm8.staticflickr.com/7102/6991910216_93635b9f84_z_d.jpg" width="500" /></p> <p>Desviei da multidão de turistas trajados de bermudas, meias e papetes que acabava de descer de mais um ônibus fretado, subi a escada e encontrei o pessoal envolvido com a oficina. Acompanhados por um número de participantes - <a href="http://brunovianna.net" rel="nofollow" rel="nofollow">Bruno Vianna</a> e <a href="http://cinthia.mobi" rel="nofollow" rel="nofollow">Cinthia Mendonça</a>, ambos articuladores da Nuvem, em Mauá - acompanhavam  Andres Burbano, artista e pesquisador colombiano residente nos Estados Unidos (que eu <a href="http://arquivovivo.org.br/archives/artwork/redelabs/ciencia-cidada-%e2%80%93-conversa-com-andres-burbano" rel="nofollow" rel="nofollow">entrevistaria no dia seguinte</a>). Burbano trouxe da interação com o <a href="http://grassrootsmapping.org/" rel="nofollow" rel="nofollow">Grassroots Mapping</a> o know-how da criação de balões a partir de um material inusitado. Os "<a href="http://en.wikipedia.org/wiki/Space_blanket" rel="nofollow" rel="nofollow">cobertores de sobrevivência</a>", utilizados para minimizar a perda de calor do corpo em situações de emergência, são retângulos de cerca de dois metros por um e pouco, feitos de um <a href="http://pt.wikipedia.org/wiki/Filme_PET_%28poli%C3%A9ster%29" rel="nofollow" rel="nofollow">filme de poliéster reflexivo</a>. É um material extremamente leve, barato e relativamente resistente.</p> <p><img alt="" src="http://farm8.staticflickr.com/7039/7137986063_08c9028ea9_z_d.jpg" width="500" /></p> <p>Subi ao terraço, onde encontrei <a href="http://www.lucasbambozzi.net/" rel="nofollow" rel="nofollow">Lucas Bambozzi</a> e <a href="http://www.blogart.com/" rel="nofollow" rel="nofollow">Fernando Velázquez</a>, que coordenavam as ações do dia. Lucas também estava envolvido com a Breve História do Agora, apresentação do grupo FAQ que aconteceria à noite no auditório do local. Circulei um pouco para conhecer melhor o Parque e voltei ao espaço da oficina, onde já testavam o equilíbrio do balão.<br /> Eu perdi o começo da oficina no Rio, então relato o processo que vi dois dias depois em Mauá. O primeiro passo é prototipar em papel esquemas de dobraduras que permitam montar balões a partir desses cobertores. Em seguida, são montados os balões propriamente ditos, utilizando-se bastante fita adesiva e barbantes. Depois, cada balão é enchido para testes - com um aspirador de pó invertido ou um secador de cabelos - quando verificam-se eventuais vazamentos, seu equilíbrio e a sustentação. Por fim, um cilindro de hélio comprimido é utilizado para encher o balão, e prende-se na base dele uma câmera, geralmente dentro de um saco plástico transparente. Não é qualquer câmera: Burbano utiliza os modelos que permitem a instalação do <a href="http://chdk.wikia.com/wiki/CHDK" rel="nofollow" rel="nofollow">CHDK</a>  - firmware alternativo que permite controlar diversas opções avançadas, mesmo em câmeras de baixo custo. A câmera é configurada (ou ajeitada, com uma bela gambiarra que utiliza atilhos e um pedacinho de madeira) para fazer fotos contínuas, e o balão é lançado ao ar preso por um barbante. A ideia é fazer suficientes fotos aéres que permitam a composição de mapas do entorno.</p> <p><img alt="" src="http://farm8.staticflickr.com/7244/7137994363_df005159c3_z_d.jpg" width="500" /></p> <p>No Rio, o balão foi solto com alguma pressa. A noite se aproximava, o que ameaçava a captação de imagens com luminosidade suficiente. Quando finalmente alçou voo, foi uma festa. A empolgação no sótão da antiga mansão lembrava um bando de crianças soltando sua primeira pipa. A impressão era reforçada pelo forte vento que soprava lá em cima - o primeiro balão chegou a escapar do fio, para ser recuperado alguns minutos depois em uma casa vizinha. Mais uma tentativa, e aí tudo funcionou bem. O balão fez alguns voos (um OVNI fantástico, emoldurado pela paisagem da cidade maravilhosa) e gerou centenas de imagens, ou mais. Em um dos últimos voos um helicóptero passou e voltou. Alguém falou "olha a aeronáutica chegando pra acabar com a brincadeira". Mas era só algum curioso: na aproximação frontal, vimos um braço acenando lá de dentro, antes do helicóptero sumir a caminho de Botafogo.</p> <p></p> <p>A noite caiu e começamos o debate, um "fórum de apresentação de ideias e projetos".  Assim que ligaram o projetor, som, refletores e outros equipamentos, a energia caiu. Aparentemente, a rede não segurava a carga. Começamos na voz livre, depois voltou o projetor e por fim e microfone. <a href="http://paoleb.blogspot.com.br/" rel="nofollow" rel="nofollow">Paola Barreto</a>  mostrou diversas explorações a partir de câmeras de vigilância, envolvendo intervenções com atores e outras ações. <a href="http://hapax.com.br/" rel="nofollow" rel="nofollow">Léo Póvoa e Ricardo Cutz</a> falaram sobre projetos, em especial o AM/PM, aplicativo para smartphones que mede o tempo de trabalho material em tempos de dependência de redes informacionais. Em seguida foi <a href="http://www.learekow.com/" rel="nofollow" rel="nofollow">Lea Rekow</a>, gringa baseada no Rio. Ela tem um projeto na Rocinha, dedicado a criar jardins em áreas livres, que se utiliza de smartphones para identificar trilhas percorridas e encontrar pontos com potencial para se tornarem novos jardins. Em seguida eu contei um pouco sobre a <a href="http://rede.metareciclagem.org" rel="nofollow" rel="nofollow">MetaReciclagem</a> e sobre minhas intenções em Ubatuba com o núcleo <a href="http://ubalab.org" rel="nofollow" rel="nofollow">Ubalab</a>. Tentei apresentar a ideia (ainda, e até hoje, pouco mais do que um esboço à espera da possibilidade de maior dedicação) de coletar dados sobre o trajeto que faz o lixo doméstico coletado na cidade até chegar a Tremembé, no alto da serra - depois de percorrer mais de cem quilômetros nos quais deixa um rastro de fumaça de diesel e cheiro de chorume. Após as apresentações, acabei ficando incumbido de mediar o debate. Na sequência, assistimos à apresentação do grupo FAQ e saímos para jantar em um restaurante de Santa Teresa.</p> <p>No sábado, nos reunimos - eu, Cinthia, Andres, Rodrigo Minelli, Lucas e Velázquez - para o trajeto até a Nuvem. Bruno já havia ido, de carro. Embarcamos na van, que tomou um rumo estranho. Descobrimos que o motorista-empreendedor tinha entendido que queríamos ir até Mauá, bairro de Magé, na área metropolitana do Rio. Era por isso que ele tinha dito que não precisava de hospedagem - imaginou nos deixar lá e voltar no mesmo dia para casa. Negociou com a patroa pelo celular e topou a viagem mais longa. Percorremos a Dutra, pegamos a saída para Penedo e subimos a serra. No trajeto final, conversei bastante com a Cinthia sobre a ideia do "hacklab rural" e todas suas implicações. O clima ali já era o tropical de altitude - araucárias, quaresmeiras, mata atlântica com uma umidade mais gelada. Cinthia apontou o rio que faz a divisa com Minas Gerais. Toda a região - Mauá, Maromba, Maringá - tem cerca de seis mil habitantes. População rural tradicional, esotéricos, neorrurais e outros. Gravei alguns trechos, que vou transcrever quando possível. Encontramos um monte de pontos em comum entre a realidade e as projeções deles em Mauá e meus próprios anseios em Ubatuba.<br /> Chegamos no meio da tarde, debaixo de chuva. A van quase não chegou a nosso primeiro destino: o restaurante Truta na Floresta. Trutas em várias apresentações, com diversos molhos e acompanhamentos. Marcus Bastos e Lula Fleischmann nos aguardavam por lá. Depois do almoço, fui no carro com Bruno, Cinthia e Velázquez. No meio do caminho, percebemos que um pneu estava furado. Para satisfazer plenamente a lei de Murphy, a chuva continuava forte. Trocamos pelo estepe, e finalmente tomamos a direção do Vale do Pavão.<br /> Chegamos na casa para descobrir que a energia tinha acabado, provavelmente por causa da chuva. Conheci as instalações aos poucos, à base do tato, tropeços e luz de velas. A Nuvem, em sua atual encarnação, é um lugar aconchegante, cercado por um jardim amplo. Lá no fundo, ouve-se o som de um córrego. Do outro lado, um galpão que abriga a composteira. A casa é ampla e confortável - sala grande, lareira, mesa de jantar, quartos e banheiros arrumados, uma bancada com computadores. Lula e Cinthia contam que os primeiros residentes da Nuvem chegaram e perguntaram "onde fica o laboratório", ao que elas responderam: "dentro do armário". Não era em sentido figurado - a despensa comporta um monte de ferramentas, aparelhos e materiais eletrônicos. A conexão à internet - que naquela noite só funcionaria mais tarde, quando a energia voltou - é lenta, pelo que eles recomendam que as pessoas levem todos os arquivos que precisam para qualquer atividade. Mas o silêncio e o clima de cooperação dentro da casa compensam a baixa conectividade.<br /> Em frente à lareira, sob goles de cachaça artesanal, conversamos bastante sobre possibilidades de novos projetos, trocando referências e articulando algumas ações. Comentei sobre a necessidade de sistemas de informação ambiental e gerenciamento de emergências. O pessoal do arte.mov fez experiências com seu recém adquirido <a href="http://ardrone.parrot.com/" rel="nofollow" rel="nofollow">AR Drone</a>. Foram diversas tentativas de controlar o drone, até que identificaram o que não funcionava. No dia seguinte, uma tentativa de sobrevoar a casa daria errado. Em determinado momento, o motorista da van perguntou "alguém aqui é casado? Vocês fazem isso em casa?". O limite da brincadeira, do comportamento geek de meninos com seu brinquedo novo, da exploração de novos imaginários. Lucas mostrou as impressionantes imagens de um protesto na Polônia <a href="http://www.youtube.com/watch?v=GwIrb47nvk8" rel="nofollow" rel="nofollow">capturado em vídeo além da barreira policial</a> por um desses drones. Um monte de implicações aqui: o fim do monopólio das imagens aéreas tomadas em tempo real durante acontecimentos relevantes, mas por outro lado um certo incômodo com a crescente popularidade desse tipo de tecnologia. Já antevi um monte de usos questionáveis desse tipo de coisas. Mantenham suas janelas fechadas!</p> <p></p> <p><img align="right" alt="" height="250" src="http://farm8.staticflickr.com/7058/6991901196_81ff656c42_n_d.jpg" />Ao fim da conversa, chegamos (como talvez fosse esperado) ao tema mobilidade como denominador comum de diversas iniciativas a serem desenvolvidas no futuro. A Nuvem havia armado com parceiros locais um jantar baseado em "alimentação viva": gergelim desperto, purê de inhame, shimeji rosa, kibe de forno com abóbora e outros quitutes naturais.</p> <p>No domingo, nos concentramos no espaçoso ginásio da escola pública de Mauá para outra oficina de mapeamento aéreo. Bastante gente da cidade participou, criou e inflou os balões, prendeu a câmera e saiu fazendo imagens. Ao contrário da oficina no Parque das Ruínas, espaço ali não era um problema: em frente à escola, um grande gramado permitia voos cada vez mais audaciosos... que acabaram com dois OVNIs perdidos no céu da Serra da Mantiqueira depois que suas linhas arrebentaram. Eles carregaram consigo centenas ou milhares de imagens, que talvez alguém ainda encontre. Fica como nossa contribuição aos mistérios de Mauá.</p> <p></p> <p>Este artigo foi escrito com o apoio do Centro Cultural da Espanha em São Paulo.</p> var flattr_uid = 'efeefe'; var flattr_tle = 'Os céus sobre o Rio'; var flattr_dsc = '<p><img alt="" src="http://farm8.staticflickr.com/7236/6991906556_30e9770746_z_d.jpg" width="500" /></p><p>No in&iacute;cio de mar&ccedil;o, fui convidado pela organiza&ccedil;&atilde;o do <a href="http://www.artemov.net/circuito2012/" rel="nofollow">Circuito arte.mov</a> a participar de sua programa&ccedil;&atilde;o no Rio de Janeiro: um debate na capital - ap&oacute;s a oficina de mapeamento a&eacute;reo com <a href="http://burbane.org/" rel="nofollow">Andres Burbano</a> -, seguido no dia seguinte de uma incurs&atilde;o &agrave; <a href="http://nuvem.tk" rel="nofollow">Nuvem</a>, hacklab rural em Visconde de Mau&aacute; - que tamb&eacute;m sediaria a mesma oficina. Eram atividades que me interessavam porque ligadas &agrave;quilo que no <a href="http://arquivovivo.org.br/archives/artwork/redelabs/labx-%e2%80%93-festival-culturadigital-br" rel="nofollow">Labx do Festival CulturaDigital.Br</a> eu tinha chamado de &quot;cartografia experimental&quot;. Na &eacute;poca, at&eacute; hav&iacute;amos tentado trazer Burbano para o Labx. Ele havia participado do arte.mov em 2010, quando <a href="http://www.artemov.net/saopaulo/?p=202" rel="nofollow">desafiou os organizadores locais a trabalharem &quot;a arte de voar&quot;</a> como tema explorat&oacute;rio para alguma edi&ccedil;&atilde;o futura do evento. A programa&ccedil;&atilde;o que acompanhei no Rio estava moldada por esse desafio.</p><p><img alt="" src="http://farm9.staticflickr.com/8163/6991913982_dbffa5cd00_z_d.jpg" width="500" /></p>'; var flattr_tag = 'ciência cidadã,mauá,metareciclagem,msst,nuvem'; var flattr_cat = 'text'; var flattr_url = 'http://ubalab.org/blog/os-ceus-sobre-o-rio'; var flattr_lng = 'en_GB' blogs ciência cidadã feeds mauá metareciclagem msst nuvem projetos ubalab ubatuba Sat, 12 May 2012 20:10:53 +0000 felipefonseca 12344 at http://efeefe.no-ip.org Experimentação Transdisciplinar na Cigac http://efeefe.no-ip.org/agregando/experimentacao-transdisciplinar-na-cigac <div class=fonte_feed> <em>Este post foi agregado por RSS. Link original:<br> <a href=></a></em></div> --- <p>Daqui a pouco menos de dois meses, vou descer no meio do semiárido nordestino- mais precisamente em Sousa, interior da Paraíba - para participar da <a href="http://cigac.org" rel="nofollow" rel="nofollow">Cigac</a> - Conferência Internacional em Gestão Ambiental Colaborativa. A localização dessa primeira edição não é casual: um dos objetivos é justamente entender como o sertão pode se beneficiar da reflexão, das práticas e das metodologias que a conferência vai agregar.</p> <p>Estarei muito bem acompanhado, a começar pela equipe de organização. Concebida de forma aberta e enredada, a Cigac foi desde o início articulada em diálogo com a rede <a href="http://rede.metareciclagem.org" rel="nofollow" rel="nofollow">MetaReciclagem</a>. Professores no campus Sousa da Universidade Federal de Campina Grande, o broda <a href="http://reacesso.webnos.org/" rel="nofollow" rel="nofollow">Orlando da Silva</a> e Allan Sarmento propuseram a construção de um evento que explorasse pontos de convergência entre as práticas das ciências (e suas narrativas) e aquilo que no Brasil vem sendo chamado de "<a href="https://pt.wikipedia.org/wiki/Tecnologia_social" rel="nofollow" rel="nofollow">Tecnologia Social</a>", dinamizado por práticas colaborativas em rede. Através da MetaReciclagem, um grupo de pessoas começou a orbitar em torno dessa construção e <a href="http://reacesso.webnos.org/?p=1331" rel="nofollow" rel="nofollow">levou a ideia adiante</a>.</p> <p>Um dos princípios da Cigac é evitar o comportamento eufórico que em situações similares só faz reforçar a hierarquização entre "saber científico" e "conhecimento popular". Queremos entender como aquele campo que chama a si mesmo de ciência pode abrir um diálogo franco com os diferentes contextos que demandam o uso de conhecimento aplicado. Mas queremos também saber onde estão as brechas que a ciência não cobre (como Andres Burbano comentou <a href="http://ubalab.org/blog/ciencia-cidada-conversa-com-andres-burbano" rel="nofollow" rel="nofollow">aqui</a>), e a partir daí desenvolver estratégias includentes para que esses espaços não sejam abandonados. A Cigac se orienta por esse processo de aproximação entre a academia, a sociedade, e também a arte - como campo de experimentação, construção de significados e formação de imaginário.</p> <p>Eu confesso que sei quase nada sobre as disciplinas envolvidas na tal "gestão ambiental". Mas acredito que posso acrescentar alguma coisa no que diz respeito às práticas colaborativas e de criação de conexões de mútua influência entre bases distintas. Foi nesse sentido que insisti com a organização da Cigac sobre a importância de criar um eixo temático que acabamos chamando de "Experimentação Transdisciplinar", dedicado a temas - alguns novos, outros nem tanto - mais difíceis de enquadrar nas estruturas tradicionais, mas não por isso menos importantes. São eles: a ciência-arte, as tecnologias faça-você-mesmx, as redes de sensores interconectados, a ficção científica, a realidade digitalmente expandida, a internet das coisas, o biopunk e ciência de garagem, a inteligência artificial.</p> <p>Já confirmados, três conferencistas em especial (e certamente mais alguns) trarão exemplos concretos de atuação nessas áreas: <a href="http://karlabru.net/" rel="nofollow" rel="nofollow">Karla Brunet</a>, professora na UFBA; <a href="http://marin.cc/" rel="nofollow" rel="nofollow">Tapio Makela</a>, pesquisador e artista finlandês; e a artista polonesa residente em Londres <a href="http://kasiamolga.net/" rel="nofollow" rel="nofollow">Kasia Molga</a>.</p> <p>Até o momento, tanto o eixo temático transdisciplinar quanto a mostra de experimentos receberam poucas contribuições. Pode parecer estranho associar esses temas à gestão ambiental, mas eu tenho a impressão que eles podem ser justamente o que falta para dar mais tração e potência ao discurso da sustentabilidade - que não pode basear-se somente em uma visão do mundo como medições de recursos disponíveis, produtividade e desperdício. Então deixo aqui um pedido: teu trabalho ou ideia para experimento pode ter alguma relação com questões de meio ambiente, mas achas que te falta intimidade com a gestão ambiental para assumir isso? Não esquente não - eu também sou novato na área, e estou aqui levantando essa bandeira porque acho necessária. <a href="http://cigac.org" rel="nofollow" rel="nofollow">Envie sua contribuição até segunda-feira, dia 30 de abril!</a></p> var flattr_uid = 'efeefe'; var flattr_tle = 'Experimentação Transdisciplinar na Cigac'; var flattr_dsc = '<p>Daqui a pouco menos de dois meses, vou descer no meio do semi&aacute;rido nordestino- mais precisamente em Sousa, interior da Para&iacute;ba - para participar da <a href="http://cigac.org" rel="nofollow">Cigac</a> - <em>Confer&ecirc;ncia Internacional em Gest&atilde;o Ambiental Colaborativa</em>. A localiza&ccedil;&atilde;o dessa primeira edi&ccedil;&atilde;o n&atilde;o &eacute; casual: um dos objetivos &eacute; justamente entender como o sert&atilde;o pode se beneficiar da reflex&atilde;o, das pr&aacute;ticas e das metodologias que a confer&ecirc;ncia vai agregar.</p><p>Estarei muito bem acompanhado, a come&ccedil;ar pela equipe de organiza&ccedil;&atilde;o. Concebida de forma aberta e enredada, a Cigac foi desde o in&iacute;cio articulada em di&aacute;logo com a rede <a href="http://rede.metareciclagem.org" rel="nofollow">MetaReciclagem</a>. Professores no campus Sousa da Universidade Federal de Campina Grande, o broda <a href="http://reacesso.webnos.org/" rel="nofollow">Orlando da Silva</a> e Allan Sarmento propuseram a constru&ccedil;&atilde;o de um evento que explorasse pontos de converg&ecirc;ncia entre as pr&aacute;ticas das ci&ecirc;ncias (e suas narrativas) e aquilo que no Brasil vem sendo chamado de &quot;<a href="https://pt.wikipedia.org/wiki/Tecnologia_social" rel="nofollow"><em>Tecnologia Social</em></a>&quot;, dinamizado por pr&aacute;ticas colaborativas em rede. 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Link original:<br> <a href=></a></em></div> --- <p><img alt="" src="http://farm8.staticflickr.com/7196/7069436117_f3e575a326_d.jpg" /></p> <p>No começo<img align="right" alt="" src="http://farm6.staticflickr.com/5469/7069436193_edb1120b48_n_d.jpg" width="180" /> de março aconteceu a etapa do Rio de Janeiro do <a href="http://www.artemov.net/circuito2012/" rel="nofollow" rel="nofollow">circuito Arte.mov</a>, evento que se define como um “espaço para a produção e reflexão crítica em torno da chamada 'cultura da mobilidade'”. A programação contou com debates e apresentações no Parque das Ruínas, na capital fluminense, além de uma oficina de cartografia experimental com o artista e pesquisador colombiano <a href="http://burbane.org" rel="nofollow" rel="nofollow">Andres Burbano</a>. A oficina seria realizada novamente no dia seguinte, na <a href="http://nuvem.tk" rel="nofollow" rel="nofollow">Nuvem</a>, Hacklab Rural em Visconde de Mauá – na região serrana entre Rio de Janeiro, São Paulo e Minas Gerais. Burbano desenvolve atualmente na Universidade da Califórnia, em Santa Bárbara, EUA, sua pesquisa de doutorado sobre a história das tecnologias de comunicação na América Latina. Ele explora a interação entre ciência, arte e tecnologia, experimentando com possibilidades de desenvolvimento da chamada “ciência cidadã”. A oficina que realizou no Rio e em Mauá tratava de mapeamento aéreo a partir de câmeras digitais presas a balões feitos à mão. Cada balão flutuava por alguns minutos, fazendo fotos que depois seriam utilizadas para gerar cartografias colaborativas da região. Conversamos por alguns minutos, acompanhados dos artistas Bruno Vianna e Cinthia Mendonça, que coordenam a Nuvem junto com Luciana Fleischmann. A conversa começou durante a oficina de mapeamento aéreo.</p> <p>Felipe Fonseca: O que isso tudo tem a ver com ciência?</p> <p>Andres Burbano: A ideia da oficina com os balões é explorar a ciência cidadã. Como o cidadão comum - você, eu, o professor ali - pode projetar de forma barata experimentos que  ajudem a tomar decisões, pressionar o governo, entender onde estamos.</p> <p>FF quero entender essa inflexão da ideia de ciência com o cidadão. A tal ciência hacker, ciência livre. Nesse campo de fronteira, qual é o limite? O que é considerado dentro da ciência, ou fora dela? Em certo sentido, a ciência é um sistema internacional de comunicação...</p> <p>AB Isso. Um sistema interessante, mas não perfeito. Um dos problemas que tem a ciência como instituição (e é um problema da ciência na Europa, EUA e Japão, não só aqui na América Latina) é que ela perdeu o contato com as pessoas, com o cidadão comum, com o cotidiano. Tem um discurso muito elevado que não se conecta ao cidadão. E o cientista diz "As pessoas não estão interessadas no meu trabalho. Como é possível?". Mas ele mesmo não faz um esforço para se conectar a elas. Esse gap não é só do cientista. É nosso também. Pense na ferramenta que a gente está usando agora, a fotografia digital. Há 10, 20 anos era inacessível, mas já estava lá. Agora temos uma câmera de 60 dólares, potencialmente mais barata, modificada com software livre, para usar como quisermos.</p> <p><img alt="" src="http://farm8.staticflickr.com/7252/7069436123_4a611c538c_d.jpg" /></p> <p>FF Mas voltando à articulação disso com o aspecto de “cidadão”... existe o âmbito do conhecimento tradicional, o homem que vive do campo e sabe a melhor época para a colheita, quando plantar, os sinais do clima, etc. Isso pode ser considerado conhecimento técnico aplicado. Qual a diferença disso para a ciência?</p> <p>AB Em primeiro lugar existe o aspecto metodológico. Não afirmo que toda ciência se reporte ao método científico, o que seria um equívoco. Mas tem um aspecto metodológico importante: testar, retornar e fazer. E a ciência tem a mente da dúvida. Isso é muito importante. Com esse tipo de experimento, precisamos evitar que a motivação converta toda a intuição em certeza. É como eu trabalho, por exemplo. Eu trato de comunicar, de desenvolver uma interface entre o conhecimento científico muito especializado e experiências comuns.</p> <p>FF De onde veio esse interesse? Sei que pesquisas a história da ciência na América Latina, mas ao mesmo tempo buscas colaborar com coisas que estão além da ciência - na arte, na educação, engajamento social. Por exemplo, essa experimentação com balões poderia ser feita totalmente dentro da universidade. O que te move a buscar colaborações fora dela também?</p> <p>AB Sou uma pessoa de interface. Trabalho na interface entre ciência e arte, entre universidade e comunidade. Eu comecei a compreender isso bem quando estávamos trabalhando no projeto Bogotá Wifi, modificando antenas de TV pra fazer wifi público. Outros grupos similares estavam seguindo o modelo hacker: faça-você-mesmo, em rede. Mas eu parei um momento e falei: "fizemos tudo que está no website, mas como vamos testar se a antena está realmente funcionando?" Então convenci alguns cientistas com os laboratórios apropriados para testar antenas, para que nos ajudassem a selecionar quais antenas funcionavam melhor. E fez uma diferença incrível, porque eles tinham os instrumentos. E ficaram interessados no que a gente fazia.</p> <p>FF Por quê?</p> <p>AB Porque eles têm um mundo científico muito chato.</p> <p>FF E imagino que uma sensação de distanciamento, de não ter impacto na realidade. Mas deixa eu perguntar uma coisa: por que falas sobre cientistas como “eles”?</p> <p>Cinthia Mendonça: Eu acho que seus trabalhos são muito científicos.</p> <p>AB Sou pesquisador, é diferente.</p> <p>CM O que é um cientista?</p> <p>FF É, o que te difere de um cientista?</p> <p>AB Acho que a formação metodológica. E o trabalho metodológico de aproximação ao problema. Eu me aproximo ao problema principalmente com curiosidade e depois me envolvo  afetivamente. ..</p> <p>FF Talvez teu resultado esperado seja não necessariamente uma afirmação, mas sim outras perguntas, em vez de ansiar por respostas?</p> <p>AB Pode ser. Minha tese de mestrado foi dialogar com cientistas da neurologia. Era um documentário online. Eu li muito, o suficiente para poder extrair perguntas que fizessem sentido pra eles. E depois voltava a perguntas mais básicas. Uma recorrente era “qual a principal questão científica que te move?” E pra minha surpresa havia alguns que não sabiam dizer. Estranhavam a pergunta. Diziam: “já falei, trabalho com tal coisa, um elemento químico que em microssegundos, pode explicar como acontece a sinapse”. Outros diziam: pra mim a questão é como o cérebro computa.</p> <p>FF Um certo distanciamenteo causado pela hiperespecialização? No momento em que a pessoa começa a fazer as coisas de uma forma mecânica, e a pergunta inicial, o que aproximou ele daquele assunto, sumiu?</p> <p>Bruno Vianna: Depois do insight você passa a repetir a mesma coisa mecanicamente o resto da vida .</p> <p>FF Eu queria te ouvir também sobre a aproximação entre ciência e cultura hacker: software livre, cultura livre, redes. E tem um ponto interessante: a ideia de compartilhar documentação, publicar com licenças livres, é presente nas culturas emergentes da internet. Por sua vez, a internet tem uma influência do mundo da ciência, uma influência acadêmica, muito forte.</p> <p>AB Sim, a WWW foi criada para compartilhar conhecimento científico.</p> <p>FF Exato. E como essa influência da ciência como protocolo de comunicação volta para a própria ciência a partir da cultura da internet, que adota um discurso sobre a necessidade de flexibilizar a prática científica?</p> <p>AB O que eu vejo é isso, que a ciência tem um sistema por vezes estruturado demais.  E ela não consegue cobrir tudo que poderia, ou idealmente deveria, cobrir. E assim necessita que outros níveis da sociedade estejam ali. Porque o cientista não pode e muitas vezes não quer ocupar aquele espaço. Nos EUA, no momento, se está encarando um problema seriíssimo. Uma grande parte da sociedade não acredita nos cientistas de modo geral. Não porque a ciência não dê resultados, ou porque deu origem à bomba atômica. Não creem por motivos religiosos, e em parte isso é projeto político consciente do Partido Republicano. Afirmam que dados científicos que comprovam a seleção natural são mentira. E estão influenciando o conteúdo das escolas. Então a discussão vai tão longe que surge hoje a pergunta: “você concorda que a evolução seja ensinada nos colégios”? Quando a pergunta necessária deveria ser: “você concorda que o criacionismo seja ensinado”? Porque a escola existe para uma educação científica, para disseminar conhecimento. Por que isso acontece? Porque o sistema cientifico não conseguiu manter uma maneira de se comprometer com a sociedade de maneira ótima. Construiu sim para dentro, para legislar, validar conhecimento. Um sistema sofisticado, muito interessante, com a revisão de pares e tudo mais. Mas ao ponto de vista da sociedade não conseguem mais voltar, não sabem como.</p> <p><img alt="" src="http://farm6.staticflickr.com/5235/7069436185_89a923898a_d.jpg" /></p> <p>FF Essas iniciativas de cooperação entre ciência e outros campos podem ser um caminho interessante para buscar esse contato entre ciência e sociedade?</p> <p>AB Sem dúvida. Principalmente na aproximação com a cultura hacker. O que o hacker traz é o sentido de comunidade. Não existe um hacker sozinho, como pode existir em outras práticas. A ciência cidadã, assim, vai compartilhar conhecimento, atribuir tarefas, mudar planos coletivamente. O perigo, do meu ponto de vista, é negar o valor do conhecimento do cientista experiente. O faça-você-mesmo tem limites. Quando se trabalha com um cientista experiente, ao qual se podem propor coisas, os limites desaparecem. Eu participei de um projeto de mapeamento arqueológico onde isso ficou claro. Encontramos uma pessoa que conhecia metodologias sobre como fazer o mapeamento do lugar por linhas, medindo ângulos de 90 graus pra saber a altitude de casa elemento. A princípio ficamos só olhando. Depois ele mostrou os dados, e estavam perfeitos. Não havia nenhum erro, nenhum problema. Ou seja, a gente precisa deles. E eles encontram o quê quando vêm para esse lado? Gente curiosa, que se interessa pelo trabalho deles. E isso para eles é incrível. Grande parte da sociedade não está interessada no trabalho científico.</p> <p>FF Eu consigo entender um cientista no meio de carreira que se aproxime desses projetos porque encontra ali um respeito. Mas o cientista no topo da hierarquia, também tem interesse em colaborar com não-cientistas?</p> <p>AB Tem, tem. Não todos. Mas eu vejo cada vez mais cientistas que veem as perguntas que a gente faz como interessantes. E que podem ceder tempo de seus laboratórios e deles próprios para explorá-las. Agora, em primeiro lugar é necessário aproximar-se com respeito. Em segundo, precisamos ter o mínimo de conhecimento pra negociar com eles. E terceiro, não podemos ter medo de perguntar coisas malucas. Quando você dá mais espaço para perguntas inusitadas, eles se surpreendem e prestam atenção.</p> <p>Cinthia Mendonça tem o lugar da criatividade do artista, que é uma relação diferente... você consegue imaginar muitas coisas malucas.</p> <p>AB Claro. Inclusive, os cientistas mais importantes do sécuo XX se posicionavam de maneira clara nesse sentido. Einstein falava que "para a inovação, a imaginação é mais importante que o conhecimento". E isso tem tudo a ver com ciência cidadã - a união de insight com método, que pode gerar inovação.</p> <p>FF O que é inovação?</p> <p>AB Eu trabalho com isso. É quando um processo ou aparelho inventado encontra eco na sociedade. A invenção pode ser individual e ficar só nisso. Para ser considerada inovação, precisa ter impacto, mesmo que numa comunidade específica.</p> <p>BV E as patentes nisso tudo?</p> <p>AB A patente tem uma história interessante. Originalmente, foi feita para proteger o trabalho. Por exemplo, "eu fiz esse copo que todo mundo copia”. Foi um trabalho que gerou valor, e isso deve ser devidamente atribuído. O problema é que no século XX se desenvolve um conflito. O conflito do inventor que se torna empreendedor, como Thomas Edison. A sociedade inteira muda com a eletricidade e isso gera um império. Em pouco tempo, a patente passa a ser instrumento de manutenção de privilégios. E se torna um problema - em vez de proteger ela acaba pelo contrário por bloquear a invenção.</p> <p>BV Tem a questão do acesso ao sistema de patentes, que é muito caro ...</p> <p>AB E isso vira uma questão do mundo jurídico. Muitas empresas de tecnologia hoje têm mais equipes de advogados do que de inovadores tecnológicos. Porque a patente é, claro, um problema legal e burocrático, mas também de argumentação.</p> <p>BV Pois é. Nenhum invento é criado a partir do nada. A argumentação é necessária para convencer de que aquele invento específico tem uma diferença significativa em relação a milhões de coisas que já existem. Esse limite sobre a diferença relevante é muito discutível.</p> <p>CM outra distorção é quando não é um invento, mas descoberta. Aconteceu com alguns frutos da flora brasileira que foram patenteados.</p> <p>AB Eu li há pouco a patente americana da Ayahuasca, que acabou de vencer. É insultante, em todos os níveis. Como uma coisa biológica pode ser patenteada? Escrevi um pequeno artigo sobre isso. Na Colômbia a gente falava muito sobre isso, mas ninguém pensava em patentes. Falávamos sobre o processo, mas nunca a planta.</p> <p>CM Como é possível patentear uma planta que existe?.</p> <p>AB Ele ganhou os vinte anos da patente, mas houve tanta pressão social que não continuou o desenvolvimento de medicamentos. Mas legalmente ele estava protegido. A patente venceu em 2010. Mais uma vez: a patente, em vez de proteger a invenção, protege os interesses de corporações.</p> <p>Esta entrevista foi realizada com o apoio do <a href="http://www.ccebrasil.org.br/" rel="nofollow" rel="nofollow">Centro Cultural da Espanha em São Paulo</a>. Publicada também na <a href="http://arquivovivo.org.br/archives/artwork/ciencia-cidada-%E2%80%93-conversa-com-andres-burbano" rel="nofollow" rel="nofollow">plataforma Arquivo Vivo</a>.</p> var flattr_uid = 'efeefe'; var flattr_tle = 'Ciência cidadã - conversa com Andres Burbano'; var flattr_dsc = '<p><img alt="" src="http://farm8.staticflickr.com/7196/7069436117_f3e575a326_d.jpg" /></p><p>No come&ccedil;o<img align="right" alt="" src="http://farm6.staticflickr.com/5469/7069436193_edb1120b48_n_d.jpg" width="180" /> de mar&ccedil;o aconteceu a etapa do Rio de Janeiro do <a href="http://www.artemov.net/circuito2012/" rel="nofollow">circuito Arte.mov</a>, evento que se define como um &ldquo;espa&ccedil;o para a produ&ccedil;&atilde;o e reflex&atilde;o cr&iacute;tica em torno da chamada &#39;cultura da mobilidade&#39;&rdquo;. A programa&ccedil;&atilde;o contou com debates e apresenta&ccedil;&otilde;es no Parque das Ru&iacute;nas, na capital fluminense, al&eacute;m de uma oficina de cartografia experimental com o artista e pesquisador colombiano <a href="http://burbane.org" rel="nofollow">Andres Burbano</a>. A oficina seria realizada novamente no dia seguinte, na <a href="http://nuvem.tk" rel="nofollow">Nuvem</a>, Hacklab Rural em Visconde de Mau&aacute; &ndash; na regi&atilde;o serrana entre Rio de Janeiro, S&atilde;o Paulo e Minas Gerais. Burbano desenvolve atualmente na Universidade da Calif&oacute;rnia, em Santa B&aacute;rbara, EUA, sua pesquisa de doutorado sobre a hist&oacute;ria das tecnologias de comunica&ccedil;&atilde;o na Am&eacute;rica Latina. Ele explora a intera&ccedil;&atilde;o entre ci&ecirc;ncia, arte e tecnologia, experimentando com possibilidades de desenvolvimento da chamada &ldquo;ci&ecirc;ncia cidad&atilde;&rdquo;. A oficina que realizou no Rio e em Mau&aacute; tratava de mapeamento a&eacute;reo a partir de c&acirc;meras digitais presas a bal&otilde;es feitos &agrave; m&atilde;o. Cada bal&atilde;o flutuava por alguns minutos, fazendo fotos que depois seriam utilizadas para gerar cartografias colaborativas da regi&atilde;o. Conversamos por alguns minutos, acompanhados dos artistas Bruno Vianna e Cinthia Mendon&ccedil;a, que coordenam a Nuvem junto com Luciana Fleischmann. 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Pesquei isso aqui na chamada:</p> <blockquote> <p>Subtema 2: A arte de reunir dados ambientais</p> <p>Palestrante e facilitadora: <a href="http://www.gold.ac.uk/design/staff/gabrys/" rel="nofollow" rel="nofollow">Jennifer Gabrys, Universidade Goldsmiths</a>, Londres.</p> <p>Esse subtema abrange teoria de ecossistemas, monitoramento ambiental, e ciência cidadã/participativa, no contexto de dados abertos. Como podemos apoiar e desenvolver aquelas atividades que já estão em andamento em instituições, mas em nível de base, "produzindo dados confiáveis de ciência cidadã". Esse subtema foi projetado em colaboração com a Sociedade Finlandesa de Bioarte.</p> </blockquote> <p>Não vou nem tentar um auto-convite, porque esse semestre já está tomado. Mas não deixa de ser uma referência interessante.</p> blogs ciência ciência cidadã ciência comunitária dados ambientais ecossistemas feeds finlândia helsinque monitoramento pixelache projetos ubalab ubatuba Sat, 04 Feb 2012 02:50:09 +0000 felipefonseca 11986 at http://efeefe.no-ip.org