efeefe - artemov http://efeefe.no-ip.org/taxonomy/term/737/0 pt-br Ciência cidadã - conversa com Andres Burbano http://efeefe.no-ip.org/agregando/ciencia-cidada-conversa-com-andres-burbano <div class=fonte_feed> <em>Este post foi agregado por RSS. Link original:<br> <a href=></a></em></div> --- <p><img alt="" src="http://farm8.staticflickr.com/7196/7069436117_f3e575a326_d.jpg" /></p> <p>No começo<img align="right" alt="" src="http://farm6.staticflickr.com/5469/7069436193_edb1120b48_n_d.jpg" width="180" /> de março aconteceu a etapa do Rio de Janeiro do <a href="http://www.artemov.net/circuito2012/" rel="nofollow" rel="nofollow">circuito Arte.mov</a>, evento que se define como um “espaço para a produção e reflexão crítica em torno da chamada 'cultura da mobilidade'”. A programação contou com debates e apresentações no Parque das Ruínas, na capital fluminense, além de uma oficina de cartografia experimental com o artista e pesquisador colombiano <a href="http://burbane.org" rel="nofollow" rel="nofollow">Andres Burbano</a>. A oficina seria realizada novamente no dia seguinte, na <a href="http://nuvem.tk" rel="nofollow" rel="nofollow">Nuvem</a>, Hacklab Rural em Visconde de Mauá – na região serrana entre Rio de Janeiro, São Paulo e Minas Gerais. Burbano desenvolve atualmente na Universidade da Califórnia, em Santa Bárbara, EUA, sua pesquisa de doutorado sobre a história das tecnologias de comunicação na América Latina. Ele explora a interação entre ciência, arte e tecnologia, experimentando com possibilidades de desenvolvimento da chamada “ciência cidadã”. A oficina que realizou no Rio e em Mauá tratava de mapeamento aéreo a partir de câmeras digitais presas a balões feitos à mão. Cada balão flutuava por alguns minutos, fazendo fotos que depois seriam utilizadas para gerar cartografias colaborativas da região. Conversamos por alguns minutos, acompanhados dos artistas Bruno Vianna e Cinthia Mendonça, que coordenam a Nuvem junto com Luciana Fleischmann. A conversa começou durante a oficina de mapeamento aéreo.</p> <p>Felipe Fonseca: O que isso tudo tem a ver com ciência?</p> <p>Andres Burbano: A ideia da oficina com os balões é explorar a ciência cidadã. Como o cidadão comum - você, eu, o professor ali - pode projetar de forma barata experimentos que  ajudem a tomar decisões, pressionar o governo, entender onde estamos.</p> <p>FF quero entender essa inflexão da ideia de ciência com o cidadão. A tal ciência hacker, ciência livre. Nesse campo de fronteira, qual é o limite? O que é considerado dentro da ciência, ou fora dela? Em certo sentido, a ciência é um sistema internacional de comunicação...</p> <p>AB Isso. Um sistema interessante, mas não perfeito. Um dos problemas que tem a ciência como instituição (e é um problema da ciência na Europa, EUA e Japão, não só aqui na América Latina) é que ela perdeu o contato com as pessoas, com o cidadão comum, com o cotidiano. Tem um discurso muito elevado que não se conecta ao cidadão. E o cientista diz "As pessoas não estão interessadas no meu trabalho. Como é possível?". Mas ele mesmo não faz um esforço para se conectar a elas. Esse gap não é só do cientista. É nosso também. Pense na ferramenta que a gente está usando agora, a fotografia digital. Há 10, 20 anos era inacessível, mas já estava lá. Agora temos uma câmera de 60 dólares, potencialmente mais barata, modificada com software livre, para usar como quisermos.</p> <p><img alt="" src="http://farm8.staticflickr.com/7252/7069436123_4a611c538c_d.jpg" /></p> <p>FF Mas voltando à articulação disso com o aspecto de “cidadão”... existe o âmbito do conhecimento tradicional, o homem que vive do campo e sabe a melhor época para a colheita, quando plantar, os sinais do clima, etc. Isso pode ser considerado conhecimento técnico aplicado. Qual a diferença disso para a ciência?</p> <p>AB Em primeiro lugar existe o aspecto metodológico. Não afirmo que toda ciência se reporte ao método científico, o que seria um equívoco. Mas tem um aspecto metodológico importante: testar, retornar e fazer. E a ciência tem a mente da dúvida. Isso é muito importante. Com esse tipo de experimento, precisamos evitar que a motivação converta toda a intuição em certeza. É como eu trabalho, por exemplo. Eu trato de comunicar, de desenvolver uma interface entre o conhecimento científico muito especializado e experiências comuns.</p> <p>FF De onde veio esse interesse? Sei que pesquisas a história da ciência na América Latina, mas ao mesmo tempo buscas colaborar com coisas que estão além da ciência - na arte, na educação, engajamento social. Por exemplo, essa experimentação com balões poderia ser feita totalmente dentro da universidade. O que te move a buscar colaborações fora dela também?</p> <p>AB Sou uma pessoa de interface. Trabalho na interface entre ciência e arte, entre universidade e comunidade. Eu comecei a compreender isso bem quando estávamos trabalhando no projeto Bogotá Wifi, modificando antenas de TV pra fazer wifi público. Outros grupos similares estavam seguindo o modelo hacker: faça-você-mesmo, em rede. Mas eu parei um momento e falei: "fizemos tudo que está no website, mas como vamos testar se a antena está realmente funcionando?" Então convenci alguns cientistas com os laboratórios apropriados para testar antenas, para que nos ajudassem a selecionar quais antenas funcionavam melhor. E fez uma diferença incrível, porque eles tinham os instrumentos. E ficaram interessados no que a gente fazia.</p> <p>FF Por quê?</p> <p>AB Porque eles têm um mundo científico muito chato.</p> <p>FF E imagino que uma sensação de distanciamento, de não ter impacto na realidade. Mas deixa eu perguntar uma coisa: por que falas sobre cientistas como “eles”?</p> <p>Cinthia Mendonça: Eu acho que seus trabalhos são muito científicos.</p> <p>AB Sou pesquisador, é diferente.</p> <p>CM O que é um cientista?</p> <p>FF É, o que te difere de um cientista?</p> <p>AB Acho que a formação metodológica. E o trabalho metodológico de aproximação ao problema. Eu me aproximo ao problema principalmente com curiosidade e depois me envolvo  afetivamente. ..</p> <p>FF Talvez teu resultado esperado seja não necessariamente uma afirmação, mas sim outras perguntas, em vez de ansiar por respostas?</p> <p>AB Pode ser. Minha tese de mestrado foi dialogar com cientistas da neurologia. Era um documentário online. Eu li muito, o suficiente para poder extrair perguntas que fizessem sentido pra eles. E depois voltava a perguntas mais básicas. Uma recorrente era “qual a principal questão científica que te move?” E pra minha surpresa havia alguns que não sabiam dizer. Estranhavam a pergunta. Diziam: “já falei, trabalho com tal coisa, um elemento químico que em microssegundos, pode explicar como acontece a sinapse”. Outros diziam: pra mim a questão é como o cérebro computa.</p> <p>FF Um certo distanciamenteo causado pela hiperespecialização? No momento em que a pessoa começa a fazer as coisas de uma forma mecânica, e a pergunta inicial, o que aproximou ele daquele assunto, sumiu?</p> <p>Bruno Vianna: Depois do insight você passa a repetir a mesma coisa mecanicamente o resto da vida .</p> <p>FF Eu queria te ouvir também sobre a aproximação entre ciência e cultura hacker: software livre, cultura livre, redes. E tem um ponto interessante: a ideia de compartilhar documentação, publicar com licenças livres, é presente nas culturas emergentes da internet. Por sua vez, a internet tem uma influência do mundo da ciência, uma influência acadêmica, muito forte.</p> <p>AB Sim, a WWW foi criada para compartilhar conhecimento científico.</p> <p>FF Exato. E como essa influência da ciência como protocolo de comunicação volta para a própria ciência a partir da cultura da internet, que adota um discurso sobre a necessidade de flexibilizar a prática científica?</p> <p>AB O que eu vejo é isso, que a ciência tem um sistema por vezes estruturado demais.  E ela não consegue cobrir tudo que poderia, ou idealmente deveria, cobrir. E assim necessita que outros níveis da sociedade estejam ali. Porque o cientista não pode e muitas vezes não quer ocupar aquele espaço. Nos EUA, no momento, se está encarando um problema seriíssimo. Uma grande parte da sociedade não acredita nos cientistas de modo geral. Não porque a ciência não dê resultados, ou porque deu origem à bomba atômica. Não creem por motivos religiosos, e em parte isso é projeto político consciente do Partido Republicano. Afirmam que dados científicos que comprovam a seleção natural são mentira. E estão influenciando o conteúdo das escolas. Então a discussão vai tão longe que surge hoje a pergunta: “você concorda que a evolução seja ensinada nos colégios”? Quando a pergunta necessária deveria ser: “você concorda que o criacionismo seja ensinado”? Porque a escola existe para uma educação científica, para disseminar conhecimento. Por que isso acontece? Porque o sistema cientifico não conseguiu manter uma maneira de se comprometer com a sociedade de maneira ótima. Construiu sim para dentro, para legislar, validar conhecimento. Um sistema sofisticado, muito interessante, com a revisão de pares e tudo mais. Mas ao ponto de vista da sociedade não conseguem mais voltar, não sabem como.</p> <p><img alt="" src="http://farm6.staticflickr.com/5235/7069436185_89a923898a_d.jpg" /></p> <p>FF Essas iniciativas de cooperação entre ciência e outros campos podem ser um caminho interessante para buscar esse contato entre ciência e sociedade?</p> <p>AB Sem dúvida. Principalmente na aproximação com a cultura hacker. O que o hacker traz é o sentido de comunidade. Não existe um hacker sozinho, como pode existir em outras práticas. A ciência cidadã, assim, vai compartilhar conhecimento, atribuir tarefas, mudar planos coletivamente. O perigo, do meu ponto de vista, é negar o valor do conhecimento do cientista experiente. O faça-você-mesmo tem limites. Quando se trabalha com um cientista experiente, ao qual se podem propor coisas, os limites desaparecem. Eu participei de um projeto de mapeamento arqueológico onde isso ficou claro. Encontramos uma pessoa que conhecia metodologias sobre como fazer o mapeamento do lugar por linhas, medindo ângulos de 90 graus pra saber a altitude de casa elemento. A princípio ficamos só olhando. Depois ele mostrou os dados, e estavam perfeitos. Não havia nenhum erro, nenhum problema. Ou seja, a gente precisa deles. E eles encontram o quê quando vêm para esse lado? Gente curiosa, que se interessa pelo trabalho deles. E isso para eles é incrível. Grande parte da sociedade não está interessada no trabalho científico.</p> <p>FF Eu consigo entender um cientista no meio de carreira que se aproxime desses projetos porque encontra ali um respeito. Mas o cientista no topo da hierarquia, também tem interesse em colaborar com não-cientistas?</p> <p>AB Tem, tem. Não todos. Mas eu vejo cada vez mais cientistas que veem as perguntas que a gente faz como interessantes. E que podem ceder tempo de seus laboratórios e deles próprios para explorá-las. Agora, em primeiro lugar é necessário aproximar-se com respeito. Em segundo, precisamos ter o mínimo de conhecimento pra negociar com eles. E terceiro, não podemos ter medo de perguntar coisas malucas. Quando você dá mais espaço para perguntas inusitadas, eles se surpreendem e prestam atenção.</p> <p>Cinthia Mendonça tem o lugar da criatividade do artista, que é uma relação diferente... você consegue imaginar muitas coisas malucas.</p> <p>AB Claro. Inclusive, os cientistas mais importantes do sécuo XX se posicionavam de maneira clara nesse sentido. Einstein falava que "para a inovação, a imaginação é mais importante que o conhecimento". E isso tem tudo a ver com ciência cidadã - a união de insight com método, que pode gerar inovação.</p> <p>FF O que é inovação?</p> <p>AB Eu trabalho com isso. É quando um processo ou aparelho inventado encontra eco na sociedade. A invenção pode ser individual e ficar só nisso. Para ser considerada inovação, precisa ter impacto, mesmo que numa comunidade específica.</p> <p>BV E as patentes nisso tudo?</p> <p>AB A patente tem uma história interessante. Originalmente, foi feita para proteger o trabalho. Por exemplo, "eu fiz esse copo que todo mundo copia”. Foi um trabalho que gerou valor, e isso deve ser devidamente atribuído. O problema é que no século XX se desenvolve um conflito. O conflito do inventor que se torna empreendedor, como Thomas Edison. A sociedade inteira muda com a eletricidade e isso gera um império. Em pouco tempo, a patente passa a ser instrumento de manutenção de privilégios. E se torna um problema - em vez de proteger ela acaba pelo contrário por bloquear a invenção.</p> <p>BV Tem a questão do acesso ao sistema de patentes, que é muito caro ...</p> <p>AB E isso vira uma questão do mundo jurídico. Muitas empresas de tecnologia hoje têm mais equipes de advogados do que de inovadores tecnológicos. Porque a patente é, claro, um problema legal e burocrático, mas também de argumentação.</p> <p>BV Pois é. Nenhum invento é criado a partir do nada. A argumentação é necessária para convencer de que aquele invento específico tem uma diferença significativa em relação a milhões de coisas que já existem. Esse limite sobre a diferença relevante é muito discutível.</p> <p>CM outra distorção é quando não é um invento, mas descoberta. Aconteceu com alguns frutos da flora brasileira que foram patenteados.</p> <p>AB Eu li há pouco a patente americana da Ayahuasca, que acabou de vencer. É insultante, em todos os níveis. Como uma coisa biológica pode ser patenteada? Escrevi um pequeno artigo sobre isso. Na Colômbia a gente falava muito sobre isso, mas ninguém pensava em patentes. Falávamos sobre o processo, mas nunca a planta.</p> <p>CM Como é possível patentear uma planta que existe?.</p> <p>AB Ele ganhou os vinte anos da patente, mas houve tanta pressão social que não continuou o desenvolvimento de medicamentos. Mas legalmente ele estava protegido. A patente venceu em 2010. Mais uma vez: a patente, em vez de proteger a invenção, protege os interesses de corporações.</p> <p>Esta entrevista foi realizada com o apoio do <a href="http://www.ccebrasil.org.br/" rel="nofollow" rel="nofollow">Centro Cultural da Espanha em São Paulo</a>. Publicada também na <a href="http://arquivovivo.org.br/archives/artwork/ciencia-cidada-%E2%80%93-conversa-com-andres-burbano" rel="nofollow" rel="nofollow">plataforma Arquivo Vivo</a>.</p> var flattr_uid = 'efeefe'; var flattr_tle = 'Ciência cidadã - conversa com Andres Burbano'; var flattr_dsc = '<p><img alt="" src="http://farm8.staticflickr.com/7196/7069436117_f3e575a326_d.jpg" /></p><p>No come&ccedil;o<img align="right" alt="" src="http://farm6.staticflickr.com/5469/7069436193_edb1120b48_n_d.jpg" width="180" /> de mar&ccedil;o aconteceu a etapa do Rio de Janeiro do <a href="http://www.artemov.net/circuito2012/" rel="nofollow">circuito Arte.mov</a>, evento que se define como um &ldquo;espa&ccedil;o para a produ&ccedil;&atilde;o e reflex&atilde;o cr&iacute;tica em torno da chamada &#39;cultura da mobilidade&#39;&rdquo;. A programa&ccedil;&atilde;o contou com debates e apresenta&ccedil;&otilde;es no Parque das Ru&iacute;nas, na capital fluminense, al&eacute;m de uma oficina de cartografia experimental com o artista e pesquisador colombiano <a href="http://burbane.org" rel="nofollow">Andres Burbano</a>. A oficina seria realizada novamente no dia seguinte, na <a href="http://nuvem.tk" rel="nofollow">Nuvem</a>, Hacklab Rural em Visconde de Mau&aacute; &ndash; na regi&atilde;o serrana entre Rio de Janeiro, S&atilde;o Paulo e Minas Gerais. Burbano desenvolve atualmente na Universidade da Calif&oacute;rnia, em Santa B&aacute;rbara, EUA, sua pesquisa de doutorado sobre a hist&oacute;ria das tecnologias de comunica&ccedil;&atilde;o na Am&eacute;rica Latina. Ele explora a intera&ccedil;&atilde;o entre ci&ecirc;ncia, arte e tecnologia, experimentando com possibilidades de desenvolvimento da chamada &ldquo;ci&ecirc;ncia cidad&atilde;&rdquo;. A oficina que realizou no Rio e em Mau&aacute; tratava de mapeamento a&eacute;reo a partir de c&acirc;meras digitais presas a bal&otilde;es feitos &agrave; m&atilde;o. Cada bal&atilde;o flutuava por alguns minutos, fazendo fotos que depois seriam utilizadas para gerar cartografias colaborativas da regi&atilde;o. Conversamos por alguns minutos, acompanhados dos artistas Bruno Vianna e Cinthia Mendon&ccedil;a, que coordenam a Nuvem junto com Luciana Fleischmann. 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Link original:<br> <a href=></a></em></div> --- <p>Participei durante esse fim de semana da programação do <a href="http://www.artemov.net/circuito2012/?cat=3" rel="nofollow" rel="nofollow">Circuito Artemov</a> no Parque das Ruínas, no Rio, e do Networked Hacklab na <a href="http://nuvem.tk" rel="nofollow" rel="nofollow">Nuvem</a>, em Visconde de Mauá. No Parque das Ruínas tive a oportunidade de apresentar algumas questões que possivelmente vão virar um projeto ligado ao transbordo do lixo de Ubatuba. Em Mauá conversamos bastante sobre algumas possibilidades, e acompanhei o workshop de mapeamento aéreo que o <a href="http://burbane.org" rel="nofollow" rel="nofollow">Andres Burbano</a> e o <a href="http://brunovianna.net" rel="nofollow" rel="nofollow">Bruno Vianna</a> desenvolveram. Nos próximos dias vou publicar aqui minhas anotações desses poucos mas produtivos dias.</p> var flattr_uid = 'efeefe'; var flattr_tle = 'Rio, lixo, montanhas'; var flattr_dsc = '<p>Participei durante esse fim de semana da programa&ccedil;&atilde;o do <a href="http://www.artemov.net/circuito2012/?cat=3" rel="nofollow">Circuito Artemov</a> no Parque das Ru&iacute;nas, no Rio, e do Networked Hacklab na <a href="http://nuvem.tk" rel="nofollow">Nuvem</a>, em Visconde de Mau&aacute;. No Parque das Ru&iacute;nas tive a oportunidade de apresentar algumas quest&otilde;es que possivelmente v&atilde;o virar um projeto ligado ao transbordo do lixo de Ubatuba. Em Mau&aacute; conversamos bastante sobre algumas possibilidades, e acompanhei o workshop de mapeamento a&eacute;reo que o <a href="http://burbane.org" rel="nofollow">Andres Burbano</a> e o <a href="http://brunovianna.net" rel="nofollow">Bruno Vianna</a> desenvolveram. 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Link original:<br> <a href=></a></em></div> --- <p>Amanhã de manhã rumo ao Rio de Janeiro, onde vou participar do Circuito Arte.mov (flyer abaixo).</p> <p><img alt="Circuito Arte.mov - Filipeta" src="/sites/ubalab.org/files/images/CAM_filipeta_web_4_45JJ.jpg" /></p> <p>No fim de semana vamos em caravana para a <a href="http://nuvem.tk/" rel="nofollow" rel="nofollow">Nuvem</a>, em Mauá, pra trabalhar com <a href="http://nuvem.tk/wiki/index.php/Cartografias_Experimentais" rel="nofollow" rel="nofollow">Cartografias Experimentais</a> e uma <a href="http://nuvem.tk/noticias" rel="nofollow" rel="nofollow">Oficina de Mapeamento Aéreo</a>.</p> <p><img alt="Nuvem - Mapeamento Aéreo" src="http://nuvem.tk/?noticias.head.132931344541" /></p> var flattr_uid = 'efeefe'; var flattr_tle = 'Circuito Arte.mov - RJ'; var flattr_dsc = '<p>Amanh&atilde; de manh&atilde; rumo ao Rio de Janeiro, onde vou participar do Circuito Arte.mov (flyer abaixo).</p><p><img alt="Circuito Arte.mov - Filipeta" src="/sites/ubalab.org/files/images/CAM_filipeta_web_4_45JJ.jpg" style="width: 438px; height: 1200px;" /></p><p>No fim de semana vamos em caravana para a <a href="http://nuvem.tk/" rel="nofollow">Nuvem</a>, em Mau&aacute;, pra trabalhar com <a href="http://nuvem.tk/wiki/index.php/Cartografias_Experimentais" rel="nofollow">Cartografias Experimentais</a> e uma <a href="http://nuvem.tk/noticias" rel="nofollow">Oficina de Mapeamento A&eacute;reo</a>.</p><p><img alt="Nuvem - Mapeamento Aéreo" src="http://nuvem.tk/?noticias.head.132931344541" style="width: 322px; height: 455px;" /></p>'; var flattr_tag = 'artemov,geo,mapas,mauá,nuvem,rio'; var flattr_cat = 'text'; var flattr_url = 'http://ubalab.org/blog/circuito-artemov-rj'; var flattr_lng = 'en_GB' artemov blogs feeds geo mapas mauá nuvem projetos rio ubalab ubatuba Fri, 02 Mar 2012 02:56:03 +0000 felipefonseca 12056 at http://efeefe.no-ip.org Jasmina Tešanović - Arte.mov http://efeefe.no-ip.org/agregando/jasmina-tesanovic-artemov <div class=fonte_feed> <em>Este post foi agregado por RSS. Link original:<br> <a href=></a></em></div> --- <p>O pessoal do <a href="http://artemov.net" rel="nofollow">Arte.mov</a> me convidou para ser moderador, junto com Bruna Calegari, de uma conversa com <a href="http://jasminatesanovic.wordpress.com/" rel="nofollow">Jasmina Tešanović</a> na semana passada, no CINUSP. <a href="http://en.wikipedia.org/wiki/Jasmina_Te%C5%A1anovi%C4%87" rel="nofollow">Jasmina</a> é sérvia, ativista de mídia de longa data, que teve um papel importantíssimo durante a guerra do Kosovo (e a perseguição de Slobodan Milosevic contra outros povos da ex-Iugoslávia). Ela é autora de diversos livros, entre eles o Diary of a Political Idiot. Esteve envolvida com a rádio <a href="http://www.b92.net/eng/" rel="nofollow">B92</a> e com a organização pacifista feminista <a href="http://www.zeneucrnom.org/index.php?lang=en" rel="nofollow">Women in Black</a>. É casada com <a href="http://blog.wired.com/sterling" rel="nofollow">Bruce Sterling</a>.</p> <p><a href="http://giselad.com" rel="nofollow">Gisela Domschke</a>, que organizou a conversa, chamou também pessoas envolvidas com diversas iniciativas no Brasil: Pajé, Rogério Borovik e outros. Também estavam presentes Almir Almas e Lucas Bambozzi, além de vários convidados internacionais do Arte.mov e do próprio Bruce Sterling.</p> <p>O vídeo da conversa está incorporado no fim desse post. Eu, particularmente, não gostei da minha participação. Não conhecia muito bem o trabalho dela, e fiquei patinando pra encontrar pontos de contato, sem muito sucesso. Mas posso indicar alguns momentos que achei mais interessantes na fala dela.</p> <p>Jasmina evoca o conceito grego de idiotia - o idiota como aquele a quem é negada a informação, e consequentemente a cidadania plena - mas em contexto de guerra, em que de repente as pessoas não podiam mais comunicar-se entre si, à medida que as autoridades sonegavam informação. Jasmina conta que, como a Sérvia era a agressora, as pessoas de fora do país não faziam questão de conversar com eles, nem mesmo aqueles que não apoiavam a guerra. Ela recebeu seu primeiro PC contrabandeado dos EUA, através da Women in Black. Diz que precisava correr pela cidade atrás de tomadas para usar o computador. Ela enviava por email um diário que era "um blog antes dos blogs". Não escrevia sobre a política oficial, e sim sobre suas consequências no dia a dia. As pessoas de fora tinham uma imagem errada da Sérvia. Imaginavam camponeses em algum lugar esquecido, quando Belgrado era uma cidade de 3,5 milhões de habitantes - maior do que grande parte das capitais europeias. Ela pôde sentir na pele que, quando se corta a infraestrutura a cidade começa a morrer. A falta de remédios, comida, eletricidade dava a noção da dependência que a vida moderna tem. Ela via a mãe morrer aos poucos no hospital, pela falta de antibióticos.</p> <p>Conta que tinha mais medo da polícia local do que das bombas estrangeiras. De forma análoga, ela usava os contatos no exterior como uma medida de segurança - quanto maior fosse sua rede fora do país, mais segurança ela teria. Hoje em dia ela continua se relacionando com movimentos na Sérvia, apesar de não viver mais por lá. Virou um hub no twitter, fazendo a conexão entre pessoas e ações. Acredita que a internet transformou a vida cotidiana, que quando as pessoas pegam as ferramentas nas próprias mãos e publicam sem intermediários é possível fazer uma estrutura paralela, com centros de poder alternativos. Ela sempre se considerou uma "usuária fanática", mas que não se importa com o que existe dentro das ferramentas - assim como dirige um carro para chegar a algum lugar, sem precisar saber como ele funciona. Mas que ter nas mãos a própria mídia é uma possibilidade que não podemos deixar que nos tirem.</p> <p>No debate que se seguiu, acho que minha única contribuição relevante foi questionar, em um contexto de ameaças à neutralidade da rede e privacidade opaca, se não existiria perigo quando novas gerações de ativistas fossem somente usuárias: utilizando-se de plataformas proprietárias como o facebook, que eventualmente pode revelar o IP e hábitos online deles. Perguntei se o desconhecimento total sobre o funcionamento interno dessas ferramentas não consistiria também em outro tipo de idiotia. Ela respondeu que hoje em dia a privacidade absoluta não existe - com o que eu certamente <a href="http://efeefe.no-ip.org/blog/sistemas-de-aprendizado" rel="nofollow">concordo</a> - mas o assunto não vingou.</p> <p>De qualquer maneira, valeu para conhecer o trabalho da Jasmi</p> <p> </p> <a title="Watch artemov" href="http://www.livestream.com/artemov?utm_source=lsplayer&utm_medium=embed&utm_campaign=footerlinks" rel="nofollow">artemov</a> on livestream.com. <a title="Broadcast Live Free" href="http://www.livestream.com/?utm_source=lsplayer&utm_medium=embed&utm_campaign=footerlinks" rel="nofollow">Broadcast Live Free</a>   <p> </p> artemov ativismo debate desvio eventos jasmina kosovo mídia tática servia Tue, 07 Dec 2010 17:52:10 +0000 felipefonseca 9514 at http://efeefe.no-ip.org GamBHiólogos http://efeefe.no-ip.org/agregando/gambhiologos <div class=fonte_feed> <em>Este post foi agregado por RSS. Link original:<br> <a href=></a></em></div> --- <p>No dia seguinte ao encerramento do <a href="http://culturadigital.br/forum2010" rel="nofollow">Fórum da Cultura Digital Brasileira</a> (onde organizei o <a href="http://culturadigital.br/redelabs/2010/11/encontro-redelabs-como-foi/" rel="nofollow">encontro Rede//Labs</a> e um painel internacional sobre <a href="http://culturadigital.br/redelabs/2010/12/painel-internacional-laboratorios-experimentais/" rel="nofollow">laboratórios experimentais e cultura digital</a>), tomei um avião para BH. Fred Paulino e Lucas Mafra da <a href="http://www.gambiologia.net/blog/" rel="nofollow">Gambiologia</a> tinham me convidado para a abertura (e para escrever um <a href="http://desvio.cc/blog/gambiologia-criatividade-que-nos-faz-humanos" rel="nofollow">texto para o catálogo</a>) da mostra <a href="http://www.gambiologos.com/" rel="nofollow">Gambiólogos</a>, que fazia parte do <a href="http://www.artemov.net/belohorizonte/" rel="nofollow">Arte.Mov BH</a>.</p> <p>O dia da viagem foi atribulado: logo de manhã, antes de sair para o aeroporto, tive a notícia de que um grande amigo da família havia falecido em sua casa no interior do RJ. Para completar, era justamente a semana que completaria um ano do falecimento do <a href="http://twitter.com/dpadua" rel="nofollow">@dpadua</a>, e eu estava indo para a cidade onde ele cresceu. Engoli as lágrimas (o que na semana seguinte me trouxe uma típica dor de garganta) e fui. Eu ficaria bem no centro de BH, no hotel Othon - em um quarto que por algum motivo me fez pensar na casa da minha avó, talvez pelos móveis de banheiro dos anos setentas.</p> <p>No fim da tarde, me encaminhei para o espaço <a href="http://www.centoequatro.org/" rel="nofollow">Centoequatro</a>. A mostra gambiólogos ainda estava sendo montada. Fiquei circulando pelo espaço até a hora da abertura. Encontrei <a href="http://www.wired.com/beyond_the_beyond/" rel="nofollow">Bruce Sterling</a> circulando por lá, me apresentei pra ele, ouvi aquele sotaque texano rasgado perguntando onde encontraria um café. Na hora da abertura, dei mais uma passada na sala onde rolava o gambiólogos. Depois eu publico aqui o texto que mandei para o catálogo. Gostei bastante da mostra, com uma boa diversidade de peças - das mais conceituais às mais práticas, e uma linha coerente na seleção e montagem. Dei uma passada pela mostra do Arte.mov no térreo, que tinha algumas coisas bem interessantes. Tive finalmente a oportunidade de conhecer Rita e Linus, que chegaram por lá com <a href="http://dricaveloso.wordpress.com/" rel="nofollow">Drica Veloso</a>, Lu e <a href="http://chgp.info/" rel="nofollow">CHGP</a>. Encontrei de novo alguns amigos que tinha visto na mesma semana durante o encontro Rede//Labs. </p> <p>No dia seguinte, ainda encontrei o Sterling outra vez no café da manhã do hotel. Fui lá tietar um pouco, pedi um autógrafo pra guardar na minha edição de 1990 do Piratas de Dados (sic). Eu não fazia ideia que a simpática dama à sua frente na mesa era <a href="http://jasminatesanovic.wordpress.com/" rel="nofollow">Jasmina Tesanovic</a>, com quem eu estaria em um debate na semana seguinte em sampa. Peguei meu autógrafo e rumei pro aeroporto, feliz com o dia ensolarado.</p> <p> </p> aliadxs artemov bh desvio gambiologia mostras trip Sat, 04 Dec 2010 02:11:56 +0000 felipefonseca 9516 at http://efeefe.no-ip.org