efeefe - arte http://efeefe.no-ip.org/taxonomy/term/111/0 pt-br Bienal do Mercosul http://efeefe.no-ip.org/agregando/bienal-do-mercosul <div class=fonte_feed> <em>Este post foi agregado por RSS. Link original:<br> <a href=></a></em></div> --- <p>Aproveitei uma viagem à família em Porto Alegre para fazer uma visita rápida aos galpões do Cais do Porto, onde rola um pedaço da <a href="http://www.bienalmercosul.art.br/" rel="nofollow" rel="nofollow">Bienal de Artes do Mercosul</a>. Eu não tinha lido nada sobre essa edição da Bienal, e foi uma boa surpresa travar contato com o eixo <a href="http://www.bienalmercosul.art.br/componentes/6" rel="nofollow" rel="nofollow">Geopoéticas</a>. Algumas brincadeiras interessantes por ali. Destaco "<a href="http://www.aliciaherrero.com.ar/espaniol/elviajerevolucionario2.htm" rel="nofollow" rel="nofollow">El Viaje Revolucionario</a>", da argentina Alicia Herrero.</p> <p><img alt="" src="http://www.bienalmercosul.art.br/uploads/artistas/full_213.jpg" width="500" /></p> <p>Do <a href="http://www.bienalmercosul.art.br/artista/213" rel="nofollow" rel="nofollow">site da Bienal</a>:</p> <blockquote> <p>Herrero apresenta um projeto multidisciplinar que consiste em uma série de viagens através dos diversos rios da América do Sul. A artista considera esse projeto um “romance navegado”, no qual se equipara o processo do transcurso do rio com o próprio processo da escrita. O título do projeto inspira-se nos lendários diários de viagem de Ernesto Guevara, antes de converter-se no “Che”, que transitou pelos diversos cantos da América do Sul e descreveu, segundo Herrero, “o fictício das incertas e ilusórias nacionalidades da América”. No transcurso dessas viagens, realizadas de barco, lancha, ou barcaça, Herrero convida ao diálogo vários protagonistas, que, através de diferentes estruturas, compartilham suas reflexões em torno da cultura local. Nesse projeto, Herrero combina o rigor estrutural do romance, os elementos imprevisíveis dos rios e as conversas com os membros de comunidades que vão emergindo no seu caminho.</p></blockquote><p><a href="http://ubalab.org/blog/bienal-do-mercosul" target="_blank" rel="nofollow">leia mais</a></p> arte blogs feeds geo porto alegre projetos ubalab ubatuba Sat, 29 Oct 2011 20:57:02 +0000 felipefonseca 11658 at http://efeefe.no-ip.org Cem dispositivos telepáticos, reconstruídos http://efeefe.no-ip.org/agregando/cem-dispositivos-telep%C3%A1ticos-reconstru%C3%ADdos <div class=fonte_feed> <em>Este post foi agregado por RSS. Link original:<br> <a href=></a></em></div> --- <br /><blockquote><p>“Reconstrução de protótipos de invenções usadas durante a criação do <a href="http://www.telepathic-movie.org/" rel="nofollow">Filme Telepático das TRIBOS PERDIDAS</a>.”</p></blockquote> <p><a href="http://tecnomagxs.wordpress.com/2010/02/18/cem-dispositivos-telepaticos-reconstruidos/" rel="nofollow"><img src="http://img.youtube.com/vi/15mbxeMw_s0/2.jpg" alt="" /></a></p> Tagged: <a href='http://tecnomagxs.wordpress.com/tag/arte/' rel="nofollow">arte</a>, <a href='http://tecnomagxs.wordpress.com/tag/english/' rel="nofollow">english</a>, <a href='http://tecnomagxs.wordpress.com/tag/telepatia/' rel="nofollow">telepatia</a> <a rel="nofollow" href="http://feeds.wordpress.com/1.0/gocomments/tecnomagxs.wordpress.com/175/" rel="nofollow"><img alt="" border="0" src="http://feeds.wordpress.com/1.0/comments/tecnomagxs.wordpress.com/175/" /></a> <a rel="nofollow" href="http://feeds.wordpress.com/1.0/godelicious/tecnomagxs.wordpress.com/175/" rel="nofollow"><img alt="" border="0" src="http://feeds.wordpress.com/1.0/delicious/tecnomagxs.wordpress.com/175/" /></a> <a rel="nofollow" href="http://feeds.wordpress.com/1.0/gostumble/tecnomagxs.wordpress.com/175/" rel="nofollow"><img alt="" border="0" src="http://feeds.wordpress.com/1.0/stumble/tecnomagxs.wordpress.com/175/" /></a> <a rel="nofollow" href="http://feeds.wordpress.com/1.0/godigg/tecnomagxs.wordpress.com/175/" rel="nofollow"><img alt="" border="0" src="http://feeds.wordpress.com/1.0/digg/tecnomagxs.wordpress.com/175/" /></a> <a rel="nofollow" href="http://feeds.wordpress.com/1.0/goreddit/tecnomagxs.wordpress.com/175/" rel="nofollow"><img alt="" border="0" src="http://feeds.wordpress.com/1.0/reddit/tecnomagxs.wordpress.com/175/" /></a> <img alt="" border="0" src="http://stats.wordpress.com/b.gif?host=tecnomagxs.wordpress.com&blog=4364306&post=175&subd=tecnomagxs&ref=&feed=1" /> arte english tecnomagia telepatia Uncategorized Thu, 18 Feb 2010 14:40:26 +0000 felipefonseca 7136 at http://efeefe.no-ip.org Medialabs - pra quê mesmo? (2) http://efeefe.no-ip.org/agregando/medialabs-pra-que-mesmo-2 <div class=fonte_feed> <em>Este post foi agregado por RSS. Link original:<br> <a href=></a></em></div> --- <p>Continuando um <a href="/tag/medialab" rel="nofollow">assunto</a> dos últimos dois posts: há uns meses fui convidado para uma conversa em sampa sobre medialabs. Não pude estar presente, mas mandei umas considerações por email. Alguns argumentos são os mesmos do <a href="http://desvio.weblab.tk/blog/medialabs-pra-qu%C3%AA-mesmo-1" rel="nofollow">último post</a>, mas aqui eu dissertei mais sobre eles:</p> <blockquote><p> Quero primeiro me apresentar: sou Felipe Fonseca, um dos fundadores da rede MetaReciclagem, que conta com algumas centenas de pessoas em todo o Brasil atuando na apropriação crítica de tecnologias da informação para finalidades diversas: arte, educação, transformação social, etc. Trabalhei nos primeiros anos da ação Cultura Digital no projeto Cultura Viva do Minc, e hoje sou um dos articuladores do núcleo Desvio do Weblab.tk, que atua principalmente com experimentação em novas mídias. Também sou um dos criadores da rede internacional Bricolabs, que conta com integrantes em todo o mundo.<br /> Nos últimos anos, tive um contato bastante grande com projetos de laboratórios de mídia. Após ter participado do festival Mídia Tática Brasil, em São Paulo, fui convidado a falar no Next 5 Minutes (Amsterdam, 2003), quando conheci os integrantes plataforma Waag-Sarai. Waag é um dos laboratórios de novas mídias que emergiu em Amsterdam e dialogou bastante com o universo conceitual de mídia tática (representado, entre outros, por teóricos como Geert Lovink e David Garcia). Sarai é uma organização de Nova Déli, na Índia, que recebeu apoio do Waag para estabelecer-se como laboratório de novas mídias. Em 2004, inseri nesse contexto a MetaReciclagem, respondendo a uma chamada aberta da plataforma Waag-Sarai que buscava projetos de medialabs em países em desenvolvimento.<br /> Na época, estávamos atuando diretamente com a rede de telecentros de São Paulo e começando a implementação dos Pontos de Cultura. Nossa proposta foi, a partir dessa potencial multiplicidade de espaços, dissolver a própria ideia de laboratórios de mídia: queríamos investir esforços não em estabelecer (mais) um laboratório de mídia, mas sim desenvolver uma metodologia descentralizada, em rede, que ocupasse os espaços que continuariam se multiplicando. Assim fizemos, e a rede MetaReciclagem se espalhou por todo o Brasil (e recentemente ganhou o prêmio de mídias livres do minc). Ainda dentro do escopo da plataforma Waag-Sarai, participei ativamente do desenvolvimento do descentro (que também conta com tatiana wells e ricardo ruiz, que fizeram um centro de mídia na lapa, rio de janeiro, antes de isso ser moda no brasil), uma organização sem fins lucrativos registrada com integrantes e subsedes em diferentes regiões do país, e que também adota princípios efetivos de descentralização e articulação em rede.<br /> Nos anos seguintes, participei de uma série de eventos ligados de uma forma ou outra a diferentes medialabs em Amsterdam, Berlim, Barcelona, Madrid, Londres, Paris e outros. Junto com um holandês e uma britânica, criei a rede Bricolabs, que conta com mais de uma centena de integrantes, muitos deles ligados a projetos ou centros de mídia em algum lugar do mundo: waag e minilab (amsterdam), free space (manchester), london media lab, hangar (barcelona), eyebeam (nova york), medialab prado (madrid), fo-am (bruxelas), tesla e c-base (berlim), honf (jacarta), tmplab (paris), v2 (rotterdam), freaknet (sicília/amsterdam), uke (croácia), e outros.<br /> Nos tempos atuais, qualquer esforço relacionado a medialabs precisa ser muito bem pensado. Se o medialab do MIT era emblemático de uma maneira de viabilizar ações, a tentativa do MIT de criar uma réplica na Irlanda foi um fracasso. O modelo norte-americano tem uma ênfase em estrutura, centralização e articulação com a indústria (inclusive a indústria bélica, é bom lembrar) que pode não funcionar em outros lugares. Por outro lado, os projetos que têm atraído atenção e dinamizado produção efetiva atualmente têm uma ênfase muito maior em se configurarem como espaços de contato, troca e articulação do que necessariamente proporcionarem acesso a infra-estrutura. Ainda mais em tempos de abundância de recursos. Há alguns meses escrevemos uma provocação para uma instituição artística comentando isso:<br /> "Em março passado, durante uma das sessões do Paralelo (<a href="http://paralelo.wikidot.com" title="http://paralelo.wikidot.com" rel="nofollow">http://paralelo.wikidot.com</a>), o inglês Mike Stubbs questionou qual era o papel de um centro de artes nos dias de hoje. A pergunta pode ser estendida para o contexto dos medialabs: em um cenário no qual o acesso a tecnologias de produção e publicação de mídias está cada vez mais facilitado, um cenário em que as redes abertas fazem a informação circular diretamente entre as pessoas, qual a razão de existir um laboratório de mídia? A dinâmica do trabalho criativo tem se transformado de forma cada vez mais rápida, e a estratégia "build it and they'll come" não faz mais sentido. Para incentivar a produção criativa, é necessária uma sensação de liberdade de apropriação e de gestão compartilhada, no sentido da reconstrução da própria idéia de espaço público. Mais do que oferecer simplesmente uma estrutura, os medialabs mais interessantes de hoje em dia - hangar, medialab prado, eyebeam, entre outros - engajam-se em diálogo cada vez mais aberto e crítico com o meio com o qual se relacionam, e tornam-se espaços de referência e intercâmbio, cabeças de rede, muito mais agenciando conversas do que expressando sua própria perspectiva.<br /> Esse diálogo reside potencialmente em qualquer espaço, desde que se baseie em uma posição de abertura autêntica. Em um primeiro momento, toda conversa nesse sentido vai parecer a reafirmação de posições já existentes: as pessoas vão reclamar da mesma coisa que já reclamaram, colocar demandas que já sabem que têm. Mas trabalhando alguns fatores-chave é possível ir além e construir uma conversa propositiva de ocupação e apropriação coletivas de espaços simbólicos."<br /> PS.: o núcleo desvio está começando a elaborar um plano de intercâmbio com organizações como o medialab prado, a tesla de berlim e o access space de sheffield para construir uma rede de pesquisa em tecnologias de prototipagem - fablabs, repraps e outras maneiras de transformar bits em átomos. estamos disponíveis para conversar sobre possíveis ações no âmbito dos medialabs, se for levado em conta esse aspecto importante da criação de redes e de dinamização de processos criativos, mais do que a mera cessão de estruturas.</p> <p>Links</p> <a href="http://rede.metareciclagem.org" title="http://rede.metareciclagem.org" rel="nofollow">http://rede.metareciclagem.org</a> <a href="http://desvio.weblab.tk" title="http://desvio.weblab.tk" rel="nofollow">http://desvio.weblab.tk</a> <a href="http://pub.descentro.org" title="http://pub.descentro.org" rel="nofollow">http://pub.descentro.org</a> <a href="http://bricolabs.net" title="http://bricolabs.net" rel="nofollow">http://bricolabs.net</a> </blockquote> <p>Rodrigo Savazoni respondeu:</p> <blockquote><p> Felipe,</p> <p>Obrigado. Fundamental a tua contribuição.</p> <p>Eu te questionaria sobre duas coisas, apenas, em relação às tuas experiências dos últimos anos:</p> <p>1. Você acha que seria válido termos no Brasil uma rede de espaços com o que há de "mais avançado" em tecnologias digitais? Por exemplo, espaço de exposições preparado com um hiperwall, uma cave, ou seja, infra para visualização de ponta? Além disso, nesse mesmo sentido, seria interessante um equipamento dotado de tecnologias que os artistas digitais não acessam, e por isso não podem com eles experimentar: isso faz sentido?</p> <p>2. Você acha que, nesse mesmo sentido, um espaço público ser responsável por investigar e produzir a infra-estrutura ideal para a criação em rede é algo válido? Por exemplo, a Funarte São Paulo será uma das instituições a receberem a conexão multigigabit da RNP. Com isso, com a possibilidade de oferecer conexões de 1 a 10 gigabit, será um espaço privilegiado para a criação em rede. Há esse desejo de experimentar com bandas muito largas entre os artistas e realizadores multimídia? </p></blockquote> <p>E eu voltei:</p> <blockquote><p> 1) minha dúvida é se isso pode ser considerado o "mais avançado". de certa forma, os artistas que querem trabalhar com essas coisas acabam prevendo orçamento pra isso e constróem a estrutura exata que precisam (como a rejane cantoni e o leonardo crescenti fizeram no MIS pra peça "Solar"). acho que se um lab for investir em uma estrutura assim, vai ter que escolher duas ou três possibilidades, e isso também constitui uma limitação. De certa forma fetichiza a relação: vou criar uma obra para aquela tecnologia. Hoje em dia, com dois projetores e um controle de Wii dá pra fazer miséria. Outro problema de ter uma estrutura específica é como escolher os projetos que vão usar. Sou mais partir pra multiplicidade, com encontros periódicos de troca de conhecimento (como fazem o Hangar em Barça e o NYC Resistor). Acho que investir em alta tecnologia é potencializar essa multiplicidade. Por exemplo: esses encontros podem ser transmitidos pela web, se pans com meia dúzia de câmeras simultâneas, e o cara que tá assistindo tem o suíte na hora, pode escolher interativamente qual câmera quer assistir. Dá pra pensar em mecanismos de controle de direcionamento de câmeras também, que dê pra controlar pela rede motores que apontam a câmera para algum lugar (ou automatizar isso com sensores de movimento ou coisa assim). Mas tudo isso pra abrir potencial de indeterminação, e as pessoas que ocupam o espaço que decidam como usar tecnologia. A gente tá em pleno momento de paradoxo de nível de desenvolvimento nesse mundo de arte eletrônica. O que mais tá crescendo - diy, arduino, software livre - vai na direção oposta da "alta tecnologia". Como construir um caminho equilibrado ali, que dê estrutura mas seja vivo, em vez de grandes monumentos vazios? </p></blockquote> <blockquote><p>2) Na real a questão da banda larga, se for no sentido de distribuição, já tem soluções alternativas: o streaming por icecast usa pouca banda do cliente até o servidor, e só depois se espalha. Bit torrent também. Posso estar enganado, mas acho que largura de banda não é essencial para o tipo de criação que tá rolando hoje em dia. Um uso potencial que nunca andou é sincronização imediata: uma banda poder tocar junta em diferentes lugares. Mas todos os lugares precisariam estar na mesma rede, e mesmo assim haveria um delay (acho que dá pra pensar em alternativas pra isso também, criando buffers locais, mas preciso de alguém mais racional pra pensar direito nisso). </p></blockquote> <blockquote><p>Daí que insisto: a superbanda da RNP é importante, mas não acho essencial. A mera disponibilização de banda não vai fazer o pessoal sair de seus estúdios na vila madalena e ir até a Funarte. Precisa mais do que isso: frequência/periodicidade, autonomia/indeterminação, pessoas/temas relevantes. </p></blockquote> <blockquote><p>Pra mim, pessoalmente, um medialab na funarte seria um bom espaço pra levar meus amigos gringos pra visitar. E pra fazer um debate por mês sobre gambiarra e apropriação. </p></blockquote> arte desvio medialab redes Sat, 05 Dec 2009 20:33:07 +0000 felipefonseca 6644 at http://efeefe.no-ip.org Medialabs - pra quê mesmo? (1) http://efeefe.no-ip.org/agregando/medialabs-pra-qu%C3%AA-mesmo-1 <div class=fonte_feed> <em>Este post foi agregado por RSS. Link original:<br> <a href=></a></em></div> --- <p>Do texto para um projeto que não saiu, há uns meses:</p> <blockquote><p> Em março passado, durante uma das sessões do Paralelo, o inglês Mike Stubbs questionou qual era o papel de um centro de artes nos dias de hoje. A pergunta pode ser estendida para o contexto dos medialabs: em um cenário no qual o acesso a tecnologias de produção e publicação de mídias está cada vez mais facilitado, um cenário em que as redes abertas fazem a informação circular diretamente entre as pessoas, qual a razão de existir um laboratório de mídia? A dinâmica do trabalho criativo tem se transformado de forma cada vez mais rápida, e a estratégia "build it and they'll come" não faz mais sentido. Para incentivar a produção criativa, é necessária uma sensação de liberdade de apropriação e de gestão compartilhada, no sentido da reconstrução da própria idéia de espaço público.<br /> Mais do que oferecer simplesmente uma estrutura, os medialabs mais interessantes de hoje em dia - hangar, medialab prado, eyebeam, entre outros - engajam-se em diálogo cada vez mais aberto e crítico com o meio com o qual se relacionam, e tornam-se espaços de referência e intercâmbio, cabeças de rede, muito mais agenciando conversas do que expressando sua própria perspectiva.<br /> Esse diálogo reside potencialmente em qualquer espaço, desde que se baseie em uma posição de abertura autêntica. Em um primeiro momento, toda conversa nesse sentido vai parecer a reafirmação de posições já existentes: as pessoas vão reclamar da mesma coisa que já reclamaram, colocar demandas que já sabem que têm. Mas trabalhando alguns fatores-chave é possível ir além e construir uma conversa propositiva de ocupação e apropriação coletivas de espaços simbólicos.</p> <h2>Apropriação de redes</h2> <p>Da mesma forma que com os medialabs, a criação e dinamização de redes não pode se limitar à estrutura. Um traço característico das culturas brasileiras é justamente a força que as redes adquirem no cotidiano. Chama a atenção em todo o mundo o nosso nível profundo de apropriação de ambientes sociais online, o recorde mundial de horas conectados, a naturalidade da gramática da rede. Algumas das iniciativas brasileiras mais relevantes no cenário da mídia eletrônica são exatamente aquelas que se configuram como redes abertas (por exemplo, projetos que venceram ou levaram menção honrosa no Prix Ars Electronica - Overmundo, MetaReciclagem, Mídia Tática). Queremos tratar essa perspectiva não só como ferramenta ou estrutura, mas como eixo conceitual, a construção de novos horizontes sobre espaços experimentais e de produção artística, e entender como isso dialoga com nossa maneira única de negociar os espaços cotidianos. Em outras palavras, não só usar uma rede para falar sobre arte, mas essencialmente tratar a própria rede como um projeto experimental. </p></blockquote> arte desvio medialab redes Sat, 05 Dec 2009 20:16:34 +0000 felipefonseca 6645 at http://efeefe.no-ip.org Arte Digital http://efeefe.no-ip.org/agregando/arte-digital <div class=fonte_feed> <em>Este post foi agregado por RSS. Link original:<br> <a href=></a></em></div> --- <p>Acabou que não consegui participar da discussão do eixo de Arte do <a href="http://culturadigital.br" rel="nofollow">Fórum de Cultura Digital</a>. Eu queria continuar uma linha de raciocínio que tinha começado na mesa de trabalho do eixo que aconteceu em Sampa há alguns meses (e que acabou influenciando meu post "<a href="http://desvio.weblab.tk/blog/cyberpunk-de-chinelos" rel="nofollow">Cyberpunk de chinelos</a>"). De qualquer forma, cabe aqui o registro - <a href="http://culturadigital.br/blog/author/cicerosilva/" rel="nofollow">Cícero Silva</a> acaba de publicar o <a href="http://culturadigital.br/blog/2009/12/02/relatorio-final-sobre-arte-digital-no-forum-da-cultura-digital-brasileira-final-report-for-digital-arts-brazilian-digital-culture-forum/" rel="nofollow">relatório final sobre Arte Digital</a>. Baixei o PDF aqui pra ler no fim de semana.<br /> Atualizando: dei uma lida no relatório. Ele levanta alguns pontos interessantes, mas de modo geral achei bastante restrito a uma visão específica de "arte": museus, fomento, formação, etc. Também achei ele tendendo muito pra visão do Manovich, de sociedade baseada no software, uma referência que é interessante mas não é a única. Acho que faltou o relatório inovar em relação à própria atividade artística, seu alcance e como ela se costura com a sociedade em âmbito mais geral. Pra que ela serve mesmo? Acho que algumas experiências nos últmos anos abriram um espaço de discussão importante nesse sentido. Inclusive experiências brasileiras, como o Upgrade! em Salvador, que aconteceu dentro de um ônibus em movimento. O relatório parece nem saber dessas experiências.<br /> Gostei que o relatório incorporou algumas das discussões do site na íntegra. E acho importante o ponto que é levantado, sobre medialabs, desde que se leve em conta que o aspecto mais importante dos labs que realmente funcionam em diferentes partes do mundo - prado, eyebeam, hangar, etc. - não são a estrutura ou os equipamentos, mas a mobilização e a criação de espaço colaborativo e de gestão comum. Ou seja: se a ideia é fazer uma rede de laboratórios de mídia no Brasil, não se deve partir do pressuposto de que salas com computadores e internet rápida solucionem todo o problema (afinal, cada vez mais as pessoas têm isso em casa). O modelo medialab do MIT não é exportável - que o diga a Irlanda (aliás, lembrei que escrevi alguns parágrafos sobre isso há uns meses, vou publicar em outro post).<br /> Atualizando de novo: publiquei dois novos posts sobre medialabs, com parágrafos extraídos de um projeto e de um email de meses atrás:</p> <a href="http://desvio.weblab.tk/blog/medialabs-pra-qu%C3%AA-mesmo-1" rel="nofollow">Medialabs - pra quê mesmo? (1)</a> <a href="http://desvio.weblab.tk/blog/medialabs-pra-qu%C3%AA-mesmo-2" rel="nofollow">Medialabs - pra quê mesmo? (2)</a> arte cultura digital desvio medialab Fri, 04 Dec 2009 21:11:40 +0000 felipefonseca 6647 at http://efeefe.no-ip.org Lixo Eletrônico - Debate e Instalação http://efeefe.no-ip.org/agregando/lixo-eletr%C3%B4nico-debate-e-instala%C3%A7%C3%A3o <div class=fonte_feed> <em>Este post foi agregado por RSS. Link original:<br> <a href=></a></em></div> --- <p>Amanhã vai rolar na <a href="http://matilhacultural.com.br" rel="nofollow" rel="nofollow">Matilha Cultural</a>, em São Paulo, o debate presencial do <a href="http://www.cibersociedad.net/congres2009/po/forums/8/e-waste-management/44/" rel="nofollow" rel="nofollow">GT de resíduos eletrônicos do Congresso da Cibersociedade</a> organizado pelo coletivo <a href="http://lixoeletronico.org" rel="nofollow" rel="nofollow">Lixo Eletrônico</a>.</p> <p><img src="http://rede.metareciclagem.org/sites/rede.metareciclagem.org/midia/convite_lixo_vfinal_ok.gif" alt="Convite" /></p><a href="/conectaz/Oraculismo" rel="nofollow">ZASF</a> <p><a href="http://rede.metareciclagem.org/blog/25-11-09/Lixo-Eletr%C3%B4nico-Debate-e-Instala%C3%A7%C3%A3o" target="_blank" rel="nofollow">leia mais</a></p> arte debate lixo eletrônico metareciclagem Wed, 25 Nov 2009 18:05:22 +0000 felipefonseca 6549 at http://efeefe.no-ip.org Pós-simpósio http://efeefe.no-ip.org/agregando/p%C3%B3s-simp%C3%B3sio <div class=fonte_feed> <em>Este post foi agregado por RSS. Link original:<br> <a href=></a></em></div> --- <p>Rolou na terça da semana passada a <a href="http://desvio.weblab.tk/blog/redes-sociais-arquivo-e-acesso" rel="nofollow">mesa</a> no <a href="http://3simposio.wordpress.com/" rel="nofollow">simpósio de arte contemporânea</a> no paço das artes. Antes da mesa, fui almoçar com o pessoal do <a href="http://weblab.tk" rel="nofollow">Weblab</a> no Sweden, e encontramos um pessoal do simpósio por lá (entre eles nosso amigo desviante James Wallbank, do <a href="http://lowtech.org/" rel="nofollow">lowtech.org</a>). Dei uma carona pro James até o Paço. Fui apresentado para os participantes da mesa, Rogério da Costa e Alberto Cuenca, e o debatedor Eugenio Figueroa.<br /> Fiz uma breve introdução, falando sobre como as redes reconfiguram fundamentalmente a sociedade, e com isso colocam de outra forma a questão do acesso a informação e conhecimento.<br /> Alberto começou a mesa, discorrendo sobre as implicações e contradições da indústria da propriedade intelectual em uma sociedade interligada. Deu como exemplos o software livre, os wikis, a creative commons. Citou Ned Rossiter - as redes organizadas e a busca de novas formas institucionais. Focou bastante no contexto legal do copyright. Também trouxe a imagem do Lamborn Wilson - o navio como simultaneamente motor do capitalismo e resistência a ele.<br /> Na sequência, Rogério levantou algumas questões - desde o começo da disponibilização das bases de dados nos anos noventa até as informações disponíveis no espaço físico (olha o <a href="http://desvio.weblab.tk/tag/zasf" rel="nofollow">zasf</a> aí ;)) da internet of things. Colocou que o conceito de redes sociais vem da sociologia nos anos oitenta, assim como a ideia de laços fortes e laços fracos. Explanou um pouco sobre a importância dos laços fracos na alimentação de ciclos de inovação.<br /> Aproveitei o interstício antes do debate com Eugenio para comentar alguma coisa sobre as críticas evidentes ao creative commons (como fez <a href="http://www.icommons.org/articles/a-letter-to-the-commons" rel="nofollow">esse pessoal</a>) e à visão eurocêntrica das redes (como comentei <a href="http://desvio.weblab.tk/blog/redes" rel="nofollow">aqui</a>). Sugeri que talvez a limitação dessa visão comum das redes é imaginá-las como mera alternativa às estruturas tradicionais - família, trabalho, escola, igreja -, e que talvez pensar em várias camadas de redes sobrepostas pudesse ser mais adequado aos dias de hoje: dependendo do contexto, tenho links fortes ou fracos com as mesmas pessoas. Também falei do tecnobrega como criação de outras formas.<br /> Eugenio levou muito bem o debate, logo depois. Falou sobre novos mapas políticos, sociais e econômicos; sobre simultaneidade e cacofonia. Relacionou o analfabetismo funcional da América Latina à internet, e questionou como esses fatos se ligam. Falou sobre a imagem do sujeito racional e crítico que está associada às nações modernas.<br /> Daí o debate foi ficando mais interessante, e fui anotando cada vez menos ;) Por conta disso, demoramos a abrir para perguntas da plateia. Quando o fizemos, quem pegou o microfone foi a <a href="http://flaviavivacqua.wordpress.com/" rel="nofollow">Flavia Vivacqua</a>, que elaborou um pouco sobre redes de artistas, estruturas jurídicas, confiança e sustentabilidade.<br /> Em mais de um momento, me pareceu que a ansiedade que emergia - o analfabetismo funcional, a limitação da estrutura legal, a falta de repertório para relacionar-se com o conhecimento cada vez mais acessível, a precariedade para quem está inovando - vinha do fato de que as coisas não se transformam de uma hora para outra. Em outras palavras: estamos no processo de transformar isso tudo. Mais do que um impeditivo ao uso das redes online, o analfabetismo funcional pode ser problema a ser resolvido com o auxílio delas. A reação da indústria fonográfica às novas possibilidades é mais do que esperada, e me impressiona na verdade que ainda seja restrita - vai piorar antes de perceberem a inviabilidade de manter as estruturas consolidadas de poder. O repertório vai se formando (mesmo que seja diferente do que a gente costuma esperar).<br /> Ainda comentei, depois da mesa, com a Flavia: as conversas sobre sustentabilidade das redes autônomas, bem ou mal, já começaram há algum tempo. Naquele dia, aconteceram no simpósio de arte do paço, há alguns meses aconteceram no paralelo. Temos é que continuar e sempre aproveitar esses espaços para refletir sobre nossas práticas e sempre tentar melhorá-las.<br /> PS.: um relato muito mais detalhado foi publicado no <a href="http://www.canalcontemporaneo.art.br/arteemcirculacao/archives/002615.html" rel="nofollow">Canal Contemporâneo</a>.</p> arte desvio eventos Wed, 04 Nov 2009 01:53:36 +0000 felipefonseca 6393 at http://efeefe.no-ip.org Redes Sociais, Arquivo e Acesso http://efeefe.no-ip.org/agregando/redes-sociais-arquivo-e-acesso <div class=fonte_feed> <em>Este post foi agregado por RSS. Link original:<br> <a href=></a></em></div> --- <p>Semana que vem vou mediar um debate sobre Redes Sociais, Arquivo e Acesso, com Rogério da Costa e Alberto Lopez Cuenca, no <a href="http://3simposio.wordpress.com" rel="nofollow">III Simpósio de Arte Contemporânea</a>, no Paço das Artes. Também na <a href="http://3simposio.wordpress.com/programacao/" rel="nofollow">programação</a> da semana estão os brodas James Wallbank e Mike Stubbs.</p> arte desvio eventos sampa Thu, 22 Oct 2009 13:25:07 +0000 felipefonseca 6313 at http://efeefe.no-ip.org Cyberpunk de chinelos http://efeefe.no-ip.org/agregando/cyberpunk-de-chinelos <div class=fonte_feed> <em>Este post foi agregado por RSS. Link original:<br> <a href=></a></em></div> --- <blockquote><p>Escrevi isso para o Simpósio de Arte Contemporânea que vai acontecer no fim do mês no <a href="http://www.pacodasartes.org.br/Paco_das_Artes/home.html" rel="nofollow">Paço das Artes</a>, em Sampa. Também vou mediar uma mesa sobre "Redes Sociais, Arquivo e Acesso".</p></blockquote> <p>O mundo virou <a href="http://marioav.blogspot.com/2009/07/sempre-fui-cyberpunk.html" rel="nofollow">cyberpunk</a>. Cada vez mais as pessoas fazem uso de dispositivos eletrônicos de registro e acesso às redes - câmeras, impressoras, computadores, celulares - e os utilizam para falar com parentes distantes, para trabalhar fora do escritório, para pesquisar a receita culinária excêntrica da semana ou a balada do próximo sábado. Telefones com GPS mudam a relação das pessoas com as ideias de localidade e espaço. Múltiplas infra-estruturas de rede estão disponíveis em cada vez mais localidades. Essa aceleração tecnológica não resolveu uma série de questões: conflito étnico/cultural e tensão social, risco de colapso ambiental e lixo por todo lugar, precariedade em vários aspectos da vida cotidiana, medo e insegurança em toda parte. Mas ainda assim embute um grande potencial de transformação.<br /> O rumo da evolução da tecnologia de consumo até há alguns anos era óbvio - criar mercados, extrair o máximo possível de lucro e manter um ritmo auto-suficiente de crescimento a partir da exploração de inovação incremental, gerando mais demanda por produção e consumo. Em determinado momento, a mistura de competição e ganância causou um desequilíbrio nessa equação, e hoje existem possibilidades tecnológicas que podem ser usadas para a busca de autonomia, libertação e auto-organização - não por causa da indústria, mas pelo contrário, apesar dos interesses dela. As ruas acham seus próprios usos para as coisas, parafraseando <a href="http://pt.wikipedia.org/wiki/William_Gibson" rel="nofollow">William Gibson</a>. Em algum sentido obscuro, as corporações de tecnologia se demonstraram muito mais inábeis do que sua contrapartida ficcional: perderam o controle que um dia imaginaram exercer.<br /> O tipo de pensamento que deu substância ao movimento do software livre possibilitou que os propósitos dos fabricantes de diferentes dispositivos fossem desviados - roteadores de internet sem fio que viram servidores versáteis, computadores recondicionados que podem ser utilizados como terminais leves para montar redes, telefones celulares com wi-fi que permitem fazer ligações sem precisar usar os serviços da operadora. Um mundo com menos intermediários, ou pelo menos um mundo com intermediários mais inteligentes - como os sistemas colaborativos emergentes de mapeamento de tendências baseados na abstração estatística da cauda longa.<br /> Por outro lado, existe também a reação. Governos de todo o mundo - desde os países obviamente autoritários como o Irã até algumas surpresas como a França - têm tentado restringir e censurar as redes informacionais. O espectro do grande irmão, do controle total, continua nos rondando, e se reforça com a sensação de insegurança estimulada pela grande mídia - a quem também interessa que as redes não sejam assim tão livres.<br /> Nesse contexto, qual o papel da arte? Em especial no Brasil, qual vem a ser o papel da arte que supostamente deveria dialogar com as tecnologias - arte eletrônica, digital, em "novas" mídias? Vêem-se artistas reclamando e demandando espaço, consolidação funcional e formal, reconhecimento, infra-estrutura, formação de público. São demandas justas, mas nem chegam a passar perto de uma questão um pouco mais ampla - qual o papel dessa arte na sociedade? Essa "nova" classe artística tem alguma noção de qual é a sociedade com a qual se relaciona?<br /> É recorrente uma certa projeção dos circuitos europeus de arte em novas mídias, como se quisessem transpor esses cenários para cá. Não levam em conta que todos esses circuitos foram construídos a partir do diálogo entre arte e os anseios, interesses e desejos de uma parte da população que é expressiva tanto em termos simbólicos como quantitativos. Se formos nos ater à definição objetiva, o Brasil não tem uma "classe média" como a europeia. O que geralmente identificamos com esse nome não tem tamanho para ser média. Aquela que seria a classe média em termos estatísticos não tem o mesmo acesso a educação e formação. É paradoxal que a "classe artística" demande que as instituições e governo invistam em formação de audiência, mas se posicione como alheia a essa formação, como se só pudesse se desenvolver no dia em que a "nova classe média" for suficientemente educada para conseguir entender a arte, e suficientemente próspera para consumi-la.<br /> Muita gente não entendeu que não só o Brasil não vai virar uma Europa, como o mais provável é que o <a href="http://desvio.weblab.tk/blog/tudo-%C3%A9-brasil" rel="nofollow">mundo inteiro esteja se tornando um Brasil</a> - simultaneamente desenvolvido, hiperconectado e precário. Não entendeu que o Brasil é uma nação cyberpunk de chinelos: passamos mais tempo online do que as pessoas de qualquer outro país; desenvolvemos uma grande habilidade no uso de ferramentas sociais online; temos computadores em doze prestações no hipermercado, lanhouses em cada esquina e celulares com bluetooth a preços acessíveis, o que transforma fundamentalmente o cotidiano de uma grande parcela da população - a tal "nova classe média". Grande parte dessas pessoas não tem um vasto repertório intelectual no sentido tradicional, mas (ou justamente por isso) em nível de apropriação concreta de novas tecnologias estão muito à frente da elite "letrada".<br /> Para desenvolver ao máximo o potencial que essa habilidade espontânea de apropriação de tecnologias oferece, precisamos de subsídios para desenvolver consciência crítica. Para isso, o mundo da arte pode oferecer sua capacidade de abrangência conceitual, questionamento e síntese. Vendo dessa forma, as pessoas precisam da arte. Mas a arte precisa saber (e querer) responder à altura. Precisa estar disposta a sujar os pés, misturar-se, sentir cheiro de gente e construir diálogo. Ensinar e aprender ao mesmo tempo. Será que alguém ainda acredita nessas coisas simples e fundamentais?</p> arte cyberpunk desvio gambiologia Wed, 30 Sep 2009 20:00:24 +0000 felipefonseca 6089 at http://efeefe.no-ip.org Sem fio - plataforma etérea http://efeefe.no-ip.org/agregando/sem-fio-plataforma-et%C3%A9rea <div class=fonte_feed> <em>Este post foi agregado por RSS. Link original:<br> <a href=></a></em></div> --- <p>Como comentei no <a href="http://desvio.weblab.tk/blog/sem-fio-contexto-caminhos-e-bases" rel="nofollow">post anterior</a>, já há algum tempo temos articulado referências sobre possibilidades relacionadas a redes sem fio. No começo era uma curiosidade técnica, mais uma potencial expansão de horizontes do eterno jogo de descoberta que é brincar com tecnologia livre (o que faz com que muita gente - eu incluído - acabe se dedicando a projetos que não dizem nada para outras pessoas, justamente porque não conseguem explicar essa dimensão do fascínio da descoberta, mas isso é outro assunto). Com o tempo, acabei misturando a pesquisa de redes sem fio com a exploração conceitual de paralelos entre magia e tecnologia (mais sobre isso no meu <a href="http://tecnomagxs.wordpress.com/" rel="nofollow">blog de tecnomagia</a>). Também começava a formular uma questão: como pode se articular a perspectiva da <a href="http://rede.metareciclagem.org" rel="nofollow">MetaReciclagem</a> e das várias <a href="http://mimosa.metareciclagem.org" rel="nofollow">mimoSas</a> que rolaram por aí - que demonstram de maneira muito concreta o potencial da apropriação crítica de tecnologias - com esse universo mais etéreo das redes sem fio.<br /> Coletei por alguns anos um monte de <a href="http://metareciclagem.ourproject.org/link/bookmarks.php/felipefonseca/wireless" rel="nofollow">links</a> e <a href="http://efeefe.no-ip.org/tag/wireless" rel="nofollow">anotações</a> até conseguir pensar em uma plataforma viável para isso. Queria algo na linha das <a href="http://www.noemalab.org/sections/ideas/ideas_articles/kranenburg_infracstructure/kranenburg_infrastructure2.html" rel="nofollow">infra-estruturas genéricas</a>, com base em software livre. Brinquei um pouco com o <a href="http://openwrt.org/" rel="nofollow">OpenWRT</a>, mas acabei ficando com o <a href="http://dd-wrt.com/" rel="nofollow">DD-WRT</a> por um tempo. Ambos são sistemas baseados em GNU/Linux para ser instalados em roteadores wi-fi como o WRT54G. Fiz algumas experiências com eles, mas o armazenamento e a memória RAM desses roteadores são extremamente limitados para possibilitar muita coisa. Foi útil para expandir a rede aqui de casa com uma <a href="http://rede.metareciclagem.org/wiki/FoneraLiberta" rel="nofollow">Fonera Liberta</a>, mas pra criar redes locais mais versáteis precisava de algo mais.<br /> Em março deste ano, durante o <a href="http://efeefe.no-ip.org/blog/wintercamp" rel="nofollow">Wintercamp</a>, conheci nas mãos do broda <a href="http://projects.dorkbot.org/dorkbot-wiki/alejo" rel="nofollow">Alejo Duque</a> uma <a href="http://pcengines.ch/alix3d3.htm" rel="nofollow">Alix 3d3</a>: um SOC (sistema em um chip) baseado no <a href="http://www.amd.com/us-en/ConnectivitySolutions/ProductInformation/0,,50_2330_9863,00.html" rel="nofollow">AMD Geode</a> que para o tamanho, preço e consumo de energia é bem forte: 500Mhz e 256Mb de RAM, com vídeo VGA, duas portas USB e duas portas Mini PCI, além de placas de rede e som. Alejo usa o sistema para montar as <a href="http://locusonus.org/wkdl/?page=StreamBox+Alix+v.0.1" rel="nofollow">Streambox</a>, máquinas prontas para ligar na rede e começar a estrimar o que estiver entrando pela placa de som. Na Suíça, onde ele vive, custava o equivalente a cerca de trezentos reais. Ele fez a mão de encomendar uma e me mandar por correio.<br /> Durante alguns meses, realizei alguns testes, descolei acessórios (um cartão sem fio e outro cartão CF) e aprendi um monte de coisas (tudo documentado <a href="http://rede.metareciclagem.org/wiki/Alix3d3" rel="nofollow">aqui</a>). A estação sem fio roda em uma rede mesh autônoma, oferece IP via dhcp, roda um servidor web, um servidor de chat. Cheguei a fazer testes com uma webcam, mas não tenho uma disponível por aqui. Fico pensando ainda em outras possibilidades de entrada e saída de dados (bluetooth, placa de som, sensores de presença, luminosidade, proximidade) detonando processos no totem. Fiz um vídeo mostrando o que acontece quando um cliente encontra e se conecta a essa rede:</p> <p>Estabelecida a base tecnológica, acabei elaborando três vertentes potenciais (entre diversas possíveis) para o uso dessas caixas autônomas sem fio: máquinas trocadoras de mídias, inseridas em eventos e espaços públicos - culturais, turísticos, rurais, florestais -, recebendo e disponibilizando conteúdo na área circundante; máquinas móveis, embutidas em automóveis ou transporte público, que levem uma rede wi-fi carregada de conteúdo e serviços para qualquer lugar (que dialoga com as pesquisas sobre <a href="http://rede.metareciclagem.org/conectaz/Itiner%C3%83%C2%A2ncias" rel="nofollow">itinerâncias</a>); e uma terceira linha que eu venho chamando <a href="http://rede.metareciclagem.org/conectaz/Oraculismo" rel="nofollow">Oraculismo</a> - dialogando com a <a href="http://tecnomagxs.wordpress.com" rel="nofollow">tecnomagia</a> - que trata essas redes como espaços mágicos, em que o conteúdo só é revelado após negociação, troca ou descoberta.<br /> <img src="http://farm4.static.flickr.com/3593/3885804090_e1173e115e.jpg" alt="" /><br /> O Oraculismo surgiu como ficção, um conto tecnomágico que nunca terminei de escrever. Mas foi se desdobrando como investigação estética e, possivelmente, jogo. Um elemento importante é contrapor-se a um tipo de alienação da localidade que o acesso ubíquo à internet pode favorecer, e possibilitar a criação de espaços informacionais - totens - totalmente contextuais, modificados e realimentados pelas pessoas que circularam por ali, onde ainda existem segredos. O desvelar de mistérios é um importante tipo de aprendizado. E ainda tem mais um desdobramento possível: a sincronização de dois totens precisa de deslocamento físico de pessoas que tenham consciência dos segredos, e as trocas diretas entre essas pessoas podem acontecer nos cantos do sistema: notas deixadas em espaços a que ninguém tem acesso, exceto o guardião que identifica os agentes que aprenderam a executar rituais pré-determinados. O guardião é um bot - um daemon - que fica esperando em um canal de chat. De acordo com os rumos que a conversa toma, ele começa a dar acesso a diferentes áreas de conteúdo e serviços disponíveis na rede local. <br /> Próximos passos, pesquisa pros próximos meses: dar vida ao guardião do Oraculismo, para gerenciar os diversos tipos de interação possíveis. Prometo que conto mais assim que houver.<br />  </p> <img src="http://img.zemanta.com/pixy.gif?x-id=6e66467f-cf96-8806-a7d6-559d89ebb8c2" alt="" class="zemanta-pixie-img" /> arte caixa-preta desvio espaço público metareciclagem redes software livre wireless Sat, 05 Sep 2009 06:00:06 +0000 felipefonseca 5796 at http://efeefe.no-ip.org