efeefe - paradoxo http://efeefe.no-ip.org/taxonomy/term/326/0 pt-br Para, doxo http://efeefe.no-ip.org/blog/para-doxo <blockquote>Paradoxo puro nao &eacute; mais que o pr&oacute;prio alimento do feiticeiro &agrave; beira da vila. Entre a obedi&ecirc;ncia cega e a nega&ccedil;&atilde;o pela nega&ccedil;&atilde;o, ele prefere os caminhos tortuosos da margem. Submeter-se n&atilde;o &eacute; poss&iacute;vel, destruir &eacute;... s&oacute; destruir.</blockquote> <p>Eu j&aacute; nasci filho da gera&ccedil;&atilde;o que veio contestar. Conseguiram muito, aquelxs her&oacute;isnas. Mas decidi que n&atilde;o preciso entrar em parafuso tentando encontrar qual seria a contesta&ccedil;&atilde;o da contesta&ccedil;&atilde;o. Posso at&eacute; desconstruir tudo que est&aacute; ao redor, mas como como aut&ecirc;ntico antrop&oacute;fago p&oacute;s-moderno, posso brincar de remixar mitos e tradi&ccedil;&otilde;es pra a) me divertir, b)&nbsp;ao mesmo tempo satisfazer e questionar entes queridxs. Dou-me ao luxo de, mais do que buscar um sentido em tudo, simplesmente viver. Sem deixar de lado a ironia, mas tamb&eacute;m sem descambar pro sarcasmo. No fim das contas, eu sou da terra, e gosto mais de construir (mesmo que do meu pr&oacute;prio jeito) do que desmontar.</p> caos lifelog paradoxo Tue, 26 May 2009 18:13:39 +0000 felipefonseca 4510 at http://efeefe.no-ip.org Fagoemia http://efeefe.no-ip.org/blog/fagoemia <p>H&aacute; uns dias a <a href="http://www.elenara.com.br" rel="nofollow">Lelex</a> encaminhou um email que o <a href="http://www.myspace.com/marcioblack" rel="nofollow">M&aacute;rcio Jr.</a> enviou pra uma lista, com um link para um <a href="http://www.pucsp.br/revistaaurora/download/edicao_vol_1_num_2/3_digitofagia_e_digitoemia.pdf" rel="nofollow">artigo</a> (PDF) que ele escreveu sobre &quot;Digitofagia e Digitoemia&quot;. Achei bem interessante. Ele coloca uma distin&ccedil;&atilde;o que eu n&atilde;o conhecia, entre sociedade <i>antropo&ecirc;micas</i> e sociedades <i>antropof&aacute;gicas</i>:</p> <blockquote>Claude L&eacute;vi-Strauss faz a distin&ccedil;&atilde;o entre dois tipos de sociedade, as que praticam a antropofagia &mdash; pois acreditam que a absor&ccedil;&atilde;o de certos indiv&iacute;duos detentores de for&ccedil;as tem&iacute;veis &eacute; a &uacute;nica forma de neutraliz&aacute;-las aproveitando-lhes a energia, tanto efetivamente quanto simbolicamente &mdash; e aquelas que praticam a antropoemia &mdash; e diante do mesmo problema escolhem como solu&ccedil;&atilde;o a expuls&atilde;o do corpo social, mantendo tempor&aacute;ria ou definitivamente isolados, sem contato com a &ldquo;humanidade&rdquo;, os seres e grupos temidos, trancafiados em &ldquo;reservas territoriais&rdquo;. Dada a situa&ccedil;&atilde;o em que nos encontramos podemos supor que nossa sociedade &eacute; antropo&ecirc;mica ao inv&eacute;s de antropof&aacute;gica e para isso basta olharmos para a situa&ccedil;&atilde;o de nossas periferias e o crescimento da popula&ccedil;&atilde;o carcer&aacute;ria.<br /> </blockquote> <p>Achei bastante relevante pra relativizar essa coisa que muitos temos de associar tudo que vem do Brasil &agrave; antropofagia. &Eacute; uma generaliza&ccedil;&atilde;o err&ocirc;nea tratar o Brasil todo com oantropof&aacute;gico. Mas ainda assim, tamb&eacute;m discordo da generaliza&ccedil;&atilde;o contr&aacute;ria. Respondi direto pro M&aacute;rcio:</p> <blockquote>... n&atilde;o conhecia essa dicotomia entre fagia x emia, achei bem interessante. Eu costumo usar bastante a imagem da antropofagia quando falo de Brasil, e faz sentido questionar isso. Talvez generalizar &quot;a cultura brasileira&quot; como antropof&aacute;gica seja for&ccedil;ar muito a barra, mas acho que <strike>fazer</strike> fazes o mesmo pro outro lado, quando falas que &quot;nossa sociedade &eacute; antropo&ecirc;mica&quot;. N&atilde;o tinha <br /> pensado dessa forma ainda, mas acho dif&iacute;cil generalizar. Eu passei os &uacute;ltimos 11 meses na Europa (volto m&ecirc;s que vem), e a diferen&ccedil;a &eacute; muito grande aqui, por exemplo, na quest&atilde;o da imigra&ccedil;&atilde;o. Totalmente antropo&ecirc;mica - quanto mais deixar os imigrantes em guetos e sem respira&ccedil;&atilde;o, melhor. Um autor espanhol, David de Ugarte, chegou a atribuir parte das causas do atentado em Madrid h&aacute; alguns anos ao fechamento da sociedade espanhola. Nisso, eu gosto de acreditar que o Brasil tem algumas coisas a mostrar. Mas pode ser s&oacute;, como chamam em ingl&ecirc;s, wishful thinking.<br /> <br /> Interessante &eacute; que eu tava lendo ontem um trecho da tese do Paj&eacute;, que ele deve estar terminando daqui a pouco, e ele levanta a cr&iacute;tica a todo o cen&aacute;rio de m&iacute;dia t&aacute;tica como sendo, em outras palavras, o desvio previsto no sistema, a Zyon que perpetua a Matrix. A quest&atilde;o maior talvez seja como agir no paradoxo: se a pr&oacute;pria resist&ecirc;ncia &eacute; refor&ccedil;o sist&ecirc;mico, como &eacute; que se quebra o ciclo?<br /> <br /> De qualquer forma, eu acredito que existe um outro lado, e talvez uma outra possibilidade de cr&iacute;tica. Na real, talvez o teu posicionamento nesse artigo assuma uma forma antropo&ecirc;mica (precisamos renunciar ao Estado), mas acho que tamb&eacute;m existe uma forma antropof&aacute;gica de criticar. Se o inimigo est&aacute; em toda a parte, como &eacute; que se oferece resist&ecirc;ncia (e re-exist&ecirc;ncia)?<br /> </blockquote> <p>ele respondeu:</p> <blockquote>quanto a e &quot;emia&quot;, o Estado isola, controla, gerencia os corpos e exclui. essas s&atilde;o pr&aacute;ticas antropoemicas. o que eu ressalto ali e procuro fazer na minha disserta&ccedil;&atilde;o &eacute; demonstrar que <i>a fagia pode na verdade ser emia</i>, existe em possibilidade e n&atilde;o podemos deixar de pensar nisso quando nos posicionamos e tudo mais. pois do contr&aacute;rio <i>podemos ser antropoemicos e sequer perceber</i>; saca?<br /> <br /> n&atilde;o estou determinando e dizendo a &quot;m&iacute;dia t&aacute;tica &eacute; antropoemica&quot;, mas que essa possibilidade existe e frente a um Estado que perpretua essa pr&aacute;tica h&aacute; s&eacute;culos precisamos tomar muito cuidado, ao formular nossas cr&iacute;ticas e nos posicionarmos.<br /> <br /> quando digo nossa sociedade &eacute; antropoemica quero dizer pelo fato de observar as condi&ccedil;&otilde;es em que a popula&ccedil;&atilde;o mais pobre se encontra em metr&oacute;poles como s&atilde;o paulo ou rio. completamente isoladas. indo para a pris&atilde;o aos milhares todos os anos, racismo crescente, e isso sinto na pele, manic&ocirc;mios, hospitais dias, policiamento crescente de todos os aspectos da vida. e podemos perceber o quanto as tais &quot;novas tecnologias&quot; agregam em efici&ecirc;ncia nessas pr&aacute;ticas. mas sempre lembrando que para uma pr&aacute;tica de poder existe a possibilidade de emerg&ecirc;ncia de um contrapoder.<br /> <br /> eu, existencialmente prefiro mapear as capturas e descobrir onde posso ser/ou fui capturado e repensar minhas pr&aacute;ticas. <i>mapeamento das resist&ecirc;ncias quem faz &eacute; policia</i>. <br /> </blockquote> <p>eu respondi outra vez, continuando na onda das <em>novas tecnologias</em>:</p> <blockquote>e tem outro lado tamb&eacute;m das novas tecnologias que eu tava conversando com uma amiga hoje: ser&aacute; que a vantagem de conseguir conversar com pessoas com interesses em comum do outro lado do mundo n&atilde;o vem com o custo de as pessoas deixarem de ter uma viv&ecirc;ncia social direta com a diferen&ccedil;a, com o teu vizinho que n&atilde;o necessariamente tem os mesmos interesses? ser&aacute; que &agrave; medida que a gente aprende a conversar com algu&eacute;m no jap&atilde;o n&atilde;o estamos desaprendendo a negociar com a diferen&ccedil;a em &acirc;mbito local?<br /> </blockquote> <p>&nbsp;</p> antropofagia brasil descentro paradoxo Wed, 18 Jun 2008 16:08:04 +0000 felipefonseca 3170 at http://efeefe.no-ip.org Paradoxando http://efeefe.no-ip.org/blog/paradoxando <p>Lendo aqui os amigos <a href="http://daltonmartins.blogspot.com/" rel="nofollow">Dalton</a> e <a href="http://comunix.org/" rel="nofollow">Hernani</a> no <a href="http://diplo.uol.com.br/2008-03,a2318" rel="nofollow">Le Monde Br</a>:</p><blockquote>A rela&ccedil;&atilde;o &eacute; paradoxal. A mistura, a miscigena&ccedil;&atilde;o cultural resulta num processo de enriquecimento e empobrecimento, singulariza&ccedil;&atilde;o e massifica&ccedil;&atilde;o, desterritoriliza&ccedil;&atilde;o e reterritorializa&ccedil;&atilde;o, potencializa&ccedil;&atilde;o e despotencializa&ccedil;&atilde;o da subjetividade em todas as dimens&otilde;es.<br /></blockquote><p>Ontem &agrave; noite, andando pela rua e ouvindo m&uacute;sica no celular, pensava que depois de visualizar os paradoxos, a &uacute;nica posi&ccedil;&atilde;o decente &eacute; assumir e vesti-los. Viver em paradoxo. Porque n&atilde;o existe alternativa. Existe?</p><p>&nbsp;</p> caos lifelog paradoxo Wed, 04 Jun 2008 12:37:07 +0000 felipefonseca 3154 at http://efeefe.no-ip.org